Nassif: País corre risco se milícia bolsonarista reassumir poder

Para o jornalista, a grande mídia não percebe que se a milícia voltar ao poder, será o fim do Brasil como nação

Reprodução TVGGN

O jornalista Luis Nassif afirmou, durante o programa Afinando a Notícia – uma parceria da TVGGN com o linguista Gustavo Conde – que as investigações em curso sob a batuta do Supremo Tribunal Federal mostram que o clã Bolsonaro ainda é um risco sério à democracia brasileira e à própria Nação. 

Para Nassif, a grande mídia ainda não entendeu quão grave é a possibilidade de o clã retornar ao poder, considerando o que se sabe até agora sobre suas ligações com as milícias e o aparelhamento do Estado como se deu no caso da Abin paralela.

“O Supremo [Tribunal Federal] e pessoas que tiveram papel relevante no desmanche institucional, o próprio Gilmar [Mendes], Alexandre de Moraes, [Paulo] Gonet… você vê que sabem que o que está em jogo não é só o futuro da democracia. Se a milícia voltar ao poder, acaba o país como nação. É isso que a mídia não consegue entender”, disse o jornalista.

Além da clara ligação da família com as milícias e a operação feita pela Polícia Federal na casa do clã em Angra dos Reis, Nassif ressaltou os indícios que ligam o assassinato de Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, aos Bolsonaro.

“O bolsonarismo é um governo miliciano, na força de expressão. O Bolsonaro é ligado às milícias de Rio das Pedras. O Flávio [Bolsonaro] é o ponto de contato. Tem uma abundância de matérias e indícios mostrando isso. O Bolsonaro faz parte de uma estrutura dos porões, em que a sucessão de mortes era muito forte. Além de morte de prisioneiros por tortura, tivemos três mortes simbólicas em um curto período de tempo: Carlos Lacerda, João Goulart e Juscelino Kubitschek. No entorno deles [Bolsonaro], você tem a morte da Marielle, a morte do [Gustavo] Bebbiano dez dias depois de denunciar a Abin Paralela, a morte do Adriano da Nóbrega.”

Luis Nassif, jornalista e idealizador do Jornal GGN

Lula

No mesmo programa, Nassif avaliou que é necessário se fazer críticas ponderadas para que o presidente Lula faça um pacto com a indústria e produção.

“A única esperança brasileira nesse momento contra a tomada do poder pela milícia é o Lula. A gente sabe que o Brasil não virou uma Argentina por causa de Lula. Ele é o maior ativo que a democracia brasileira tem hoje”.

Assista a entrevista completa clicando no link abaixo:

Isadora Costa

2 Comentários

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  1. Como diria o soldado negro americano no Vietnam, no filme “Full Metal Jacket” de Stanley Kubrick, se referindo aos sul-vietnamitas: “Poor damn bastards, they rather be safe than free.” Pobres idiotas, preferem a segurança à liberdade. Ou seja, ele inverte a equação de Thomas Hobbes, coisa que, ao que parece, países com passado colonial não querem fazer. Ao menos, suas classes médias, cuja influência sobre o estado de ânimo e as consciências dos trabalhadores – que afinal de contas, sustentam toda essa estrutura – é algo que a esquerda e os progressistas recusam-se terminantemente a admitir, preferindo dar sobrevida a visões edulcoradas e idealistas das massas. Enquanto isso, seguimos elegendo bolsonaros, mileis, todos os neofascistas hoje no poder na Europa, e qualquer um que acene com posições de força. A criminalidade das ruas, a das milícias e do crime organizado, somada à incapacidade de raciocínio crítico do povo, é que está cevando essa onda neoliberal. Eles não oprimem, eles seduzem as massas com promessas imediatistas, primeiro de segurança e moralidade, e depois com supostos projetos de longo prazo – tática explícita na Argentina de Javier Milei – destinados a estabelecer definitivamente a justiça, a paz social, e a prosperidade. E então, debaixo dessa hipnose, a opressão não se abate sobre o país, mas toma conta, sub-repticiamente, dos corações e mentes das pessoas, que, sob a impressão de uma falsa segurança policial, julgam ter alcançado outras seguranças, a alimentar inclusive. E essa ilusão é difícil de esclarecer, para mentes desabituadas ao raciocínio, e incapazes de visão crítica. Os pobres parecem plenamente convencidos que as classes dirigentes, enquanto enriquecem e prosperam, trabalham a seu favor, quando não fazem outra coisa que não submetê-los e explorá-los. Lula de fato salvou o Brasil de uma realidade imediata nefasta, mas por uma margem mínima de votos. Analogamente, as classes dirigentes, mesmo conscientes de que governos progressistas são os únicos que podem estimular a produção, distribuir renda, e estimular o consumo, terminam por deixar-se seduzir pelas mesmas promessas neoliberais, voltando ao abrigo da moral, dos bons costumes, da Lei (para os outros) e da Ordem (idem), e para fins de ordem prática, ao mercado financeiro. A sedução dessa gente de aspecto exótico, jeito desbocado, e linguajar chulo, devidamente impulsionada pela mídia – em termos jornalísticos e de produção cultural – se espraia pelo mundo a cada dia, e a cada dia são menores e mais fracas as opções de romper com esse estado de coisas. Vamos acabar chegando em um tempo em que nem Lênin, nem Gramsci, nem os discípulos e seguidores de ambos, terão algo a dizer às novas gerações. As massas só ouvirão a si mesmas – através dos tiktoks e kwais da vida – e aos esbravejadores de plantão.

  2. Analise lúcida e coerente, as forças bolsonaristas são bem estruturadas e fortes, não estão acabadas, é necessário muita luta e apoio ao governo atual em tudo que for positivo para mostrar a população e aos indecisos o quanto é maléfico ao pais o clã.
    Não é só o Lula, mas cada um de nós, em seu bairro, em seus contatos, deve expressar o que sente em relação a essa familia(máfia).

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