Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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O impacto das delações na imagem do Brasil, por André Araújo

 
Por André Araújo
 
AS DELAÇÕES ESTÃO DESTRUINDO A IMAGEM DO BRASIL  
 
Grandes empresas da China aos Estados Unidos estão desistindo de investir no Brasil por causa das últimas notícias de corrupção que envolvem toda a classe política brasileira, tornando o Brasil país de altíssimo risco político pela impossibilidade de prever o futuro.
 
Negócios que estavam se encaminhando para compra de ativos no setor de energia tiveram desistência na última semana em função de novas delações que saem com abundância de detalhes na mídia brasileira. Se os ativos forem então de empresas envolvidas nas delações, os potenciais compradores não querem nem de graça. Empreiteiras que tentam vender ativos e ligam para bancos estrangeiros para intermediar a transação não tem sequer o retorno da ligação, tornaram-se empresas em lista negra.
 
Para piorar o quadro, perdeu-se ultimamente a referência de valores, uma citação de propina de 300 mil reais passa a ter na mídia o mesmo tratamento de uma propina de R$ 60 milhões, desapareceu a ideia de proporção, de consistência, de escala, alguém pediu para outro uma doação de R$ 200 mil para campanha e isso passa a ser tão grave como uma conta de 100 milhões de propinas na Suíça, alguém denunciado por um pedido de 150 mil pega 23 anos de prisão e outro que, em onze anos acumulou 300 milhões de Euros, pega prisão domiciliar com direito a Padre a domicílio e casa com piscina ao lado de quadra esportiva, e posa para fotos com aparência de amigo da investigação.

 
Causa real estranheza um alto personagem da vida política nacional, como é o procurador-geral da República, não dar a mínima importância às consequências para a governabilidade pelo “timing” de suas ações, como se o ato de pedir a prisão de políticos eleitos com especial posição de comando em  poderes da República fosse algo neutro, como se os desdobramentos desses atos não tivessem reverberações dramáticas nas intrincadas negociações para manter o governo funcionando em um mar turbulento de incertezas. 
 
Espera-se do chefe de um quarto Poder de fato pensar no que acontecerá com os outros Poderes a partir de suas ações que não se aplicam ao planeta Marte, e sim ao núcleo de comando de seu País, a governabilidade afeta o total da população e o funcionamento do Estado, diz respeito à toda a sociedade e não apenas a corporações com suas próprias agendas que muitas vezes perdem a referência da macro política, o barco é um só e nele estão todos os poderes, se o barco afunda todos vão para o abismo. O Brasil vai se tornar um dos lugares “malditos” para investidores estrangeiros, aprofundando a recessão, estamos nos autoflagelando como em nenhum outro País na memória recente fez.
 
Pior que as delações são os vazamentos das delações, algo que NÃO faz parte desse instrumento inventado nos Estados Unidos. Lá a delação é um segredo completamente guardado até para a proteção do delator, aqui o vazamento é usado como arma de luta pelo poder. O Brasil está enlouquecendo na caça às bruxas em um processo que lembra a caça aos comunistas pela Comissão Mc Carthy nos EUA da década de 50, e que envenenou a política americana por vários anos e teve efeitos traumáticos por décadas à frente.  
 
DELAÇÃO PREMIADA, A CORROSÃO DO CARÁTER 
 
Desde os primórdios das sociedades organizadas o princípio da lealdade e da confiança é a base das estruturas políticas em todas as culturas, da Ásia à Europa passando pela África, seja qual for o tipo de regime, não importa a qualidade do governo, só se pode governar se é possível confiar, sem confiança nem exércitos lutam, até entre os animais irracionais há hierarquias de poder e comando baseadas em alianças e colaboração. As comunidades se organizam em torno de um chefe e este depende da lealdade dos subordinados sem a qual é impossivel governar. A quebra dos princípios de lealdade cria a figura da TRAIÇÃO, pecado da mais alta gravidade, punido em todas as culturas com penas gravíssimas.
  
Interessante é que, entre todas as culturas de todas as latitudes, há enorme variação de modos e costumes, mas o tratamento que se dá à traição é uniforme, seja entre índios, russos, árabes, etnias africanas, povos do continente indiano, asiáticos, em todas as culturas e no espaço da história conhecida, a traição é inadmissível porque quebra um vínculo fundamental para a  organização dos governos. 
 
O delator é por definição um traidor, pois ele rompe o elo de lealdade que é indispensável à cadeia de transmissão de ordens para o funcionamento da máquina do Estado. Traidores são marcados a ferro na História séculos depois do ato da traição, figuras como Domingos Calabar e Joaquim Silvério dos Reis jamais apagarão seus registros históricos, tivessem ou não bons motivos para trair, o motivo  da traição é irrelevante. 
 
No caso das recentes delações no Brasil há um segundo fator que não faz parte do instituto da delação que vem dos Estados Unidos, é a quebra do sigilo e sua completa divulgação horas ou dias depois da delação ser oferecida. 
 
No sistema americano protege-se inclusive a identidade do delator, aqui a delação é escrachada e usada como arma na luta pelo poder e quem vaza a delação não dá a mínima importância às consequências devastadoras que o vazamento produz nos seus desdobramentos políticos que podem ser terríveis e traumáticos. Mais ainda, assim que uma delação é vazada, antes de homologada e muito menos comprovada, a mídia, de propósito, mistura “citados”, o que pouco ou nada significa, com “investigados” e “denunciados”, graduações fundamentais mas que o grande público ignora, assim um simples “citado” passa a ser visto como alguém comprovadamente culpado. 
 
No caso brasileiro há outro agravante, a quantidade simultânea de grande número de delações, algo inusitado nos países onde esse instrumento e  usado com parcimônia e se presta especialmente a casos muito graves, de terrorismo e  tráfico de drogas. O uso indiscriminado de forma torrencial, como no Brasil, é inédito, e somado aos vazamentos provoca turbulências no sistema político que tem um alto custo colateral na governabilidade do Estado. 
 
Troca em série de Ministros impedem o planejamento e a coordenação de ações de governo, algo que tem um elevado custo no funcionamento da máquina pública e os prejuízos podem ser maiores do que os alvos que se pretendem atingir com as delações. 
 
Um País com governo errático ou desestruturado perde em eficiência e operacionalidade, e essa perda pode resultar em custos imensos em queda do PIB, em investimentos adiados, em não implantação de políticas essenciais, na não realização de projetos já definidos.
 
Os processos que resultam em delações precisam ser controlados e não podem virar um faroeste de tiros para todo lado, porque ao fim é o País no seu conjunto que perde. 
 
Nos Estados Unidos o instituto jurídico da delação (o delator é o “whistleblower” em várias modalidades, inclusive o que recebe dinheiro para delatar) não abala a política, as instituições são muito mais sólidas que as nossas, a Constituição tem 240 anos e a legislação eleitoral permite doações de empresas desde que declaradas, e há um truque em doações para causas através dos Political Actions Committees-PAC que não deveria ser para campanha mas são e todo mundo finge que não sabe. Eles dão aula de moral e ética para o mundo e lá moral e ética é o que menos tem. A política americana tem séculos de podridão acumulada, mas eles são menos hipócritas e mais práticos, se não dá para mudar basta declarar e fica limpo. 
 
A corrupção política só pode ser diminuída com radicais mudanças no sistema partidário e no modelo eleitoral e isso não está sendo sequer iniciado. Ao contrário, invés de seguir o método americano de contribuições  por pessoas jurídicas MAS sempre declaradas, fizemos o contrário, proibimos as contribuições legais das pessoas jurídicas, o que, sem a mudança do sistema político, fará os candidatos dependerem de caixa 2, algo que as empresas organizadas não conseguem produzir em  escala, mas que negócios marginais tem facilidade, como tráfico de drogas, contrabando, milícias, etc. 
 
Não se entende a lógica da proibição do financiamento declarado de campanhas por pessoas jurídicas, o que empurra as campanhas para a clandestinidade financeira, exatamente ao contrário do que pede um sistema político transparente e aberto, cria-se um irrealismo que fará os políticos encontrarem caminhos piores do que os de hoje. 
 
Mas o elemento mais grave para impedir a governabilidade e destroçar a economia é a imprevisibilidade do cenário politico, causada pelas operações anti-corrupção. Trata-se aqui de um prejuízo equivalente ao de uma guerra civil, onde não se sabe o resultado final e que, por isso mesmo, paralisa a economia de um País. A previsibilidade é fator fundamental para atrair investimentos, ninguém investe em um País onde não se sabe quem o vai comandar na próxima semana. O Brasil parece não perceber esses efeitos colaterais que extrapolam muito além das próprias ações jurídico-policiais-midiáticas que embasam a cruzada moralista.
Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

32 Comentários

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  1. Olimpiada nao atrai temer
    O custo de promover a olimpiada no brasil ja parece nao atrair as forças conservadoras. Se der certo cai na conta de dilma e de lula. Se der errado pode ficar no colo de temer o prejuizo. O estado de calamidade publica decretado por dornelles, envolvido ate o pescoço na lavajato, mais a invasao por traficantes do principal hospital publico da cidade, mostram que os golpistas e sua midia temem que os jogos possam ser a principal arma da oposiçao contra o golpe. Eles, agora, so veiculam noticias para a inviabilizaçao do evento. Atitude estranha, mas compreensivel. Fiquemos atentos a mais esse golpe politico _ midiatico

  2. Existe um comércio de

    Existe um comércio de vazamentos, isso é óbvio. Deveria se investigar isso. Ah, esqueci. Quem mais obtém vazamentos em primeira mão é a rede goebbels e quando alguma investigação chega perto de Parati, o juiz do Paraná faz um retorno de 180 graus e nunca mais volta lá.

  3. delações

    As delações não estão destruindo a imagem do Brasil.

    Esse esgoto que aos poucos é sabido pelos brasileiros, é internacionalmente público e notório (ver Alston). É um dos principais atrativos dos grandes grupos internacionais pois é um ambiente não competitivo onde os preços, e propinas, são negociados de acordo com os interesses mútuos.

    E, não se iludam, não é um fenômeno especificamente brasileiro (ver F35).

    O que assusta os gringos é a possibilidade do esgoto ser tratado, e a mamata acabar.

    1. Não era publico e notorio

      Não era publico e notorio antes do escracho da lava jato. Em 2012 toda essa corrupção já existia mas não se sabia fora do Pais e o Brasil tinha um otimo rating das tres agencias, era uma meca para investimentos produtivos.

      O Mexico é historicamente muito mais corrupto que o Brasil, assim como a India e no entanto são queridissimos dos fundos globais de investimento porque se a corrupção existe mas ELA NÃO É COLOCADA NA JANELA para todo mundo ver.

      Com o escracho do mundo politico as grandes empresa globais ESTÃO IMPEDIDAS POR SEUS CODIGOS DE COMPLIANCE de tocar na maioria dos negocios e projetos existentes no Brasil, pode ser hipocrita mas assim é.

      Empresas anlog-americanas não são santas MAS ELA TEM COMO PAGAR PROPINA, é uma questão legal, a lei FCPA é draconiana e pune violentamente  uma empresa que for pega pagando propina no exterior..

      1. Este é o ponto, estando o Brasil na mídia internacional como …

        Este é o ponto, estando o Brasil na mídia internacional como um país corrupto, nenhum CEO em sã conciência terá coragem de propor aos comitês a compra de ativos num país que está em foco, sob o risco de ver o seu nome associado a algum esquema qualquer, e mesmo que no caso de compra no Brasil não tenha nada, quando começarem a procurar é como se diz, quem procura, acha.

  4. Cruzada golpista

    Parece que a cruzada golpista não calculou bem o estrago que ocorreu para dar o golpe.

    Essa confusão que se instaurou com um bando de corruptos empossado pode salvar a democracia mas o país foi arrasado.

  5. Discordo no que concerne ao

    Discordo no que concerne ao financiamento das campanhas pela empresas. Salvo melhor juízo, creio que essa proibição no Brasil – no sentido de que haja mais equidade e equilíbrio nas disputas e, consequênte, representividade –  é essencial, primordial mesmo.

    No resto, concordo como o articulista.

  6. Criminalizando a política

    A operação lava-jato criminaliza por inteiro a política brasileira, começando pelo PT (obviamente). A Justiça não sugere caminhos nem aguarda que o povo soberano moralize o ambiente político do Brasil, mas apenas acusa, prende e pune. A política está doente, por conta da falta de lucidez do eleitor (influenciado pelo PIG), pelo abuso do poder econômico nas campanhas, pela enorme quantidade de partidos políticos e por outras diversas razões que, se solucionadas com uma reforma, teriam feito grande parte do trabalho de melhoria do ambiente político, permitindo á justiça atuar como sempre faz, contra criminosos e crimes tipificados, não contra toda a estrutura política brasileira e suas práticas históricas.

    A Justiça teve boas oportunidades para “orientar” o ambiente político e não o fez. Gilmar sentou-se um bom tempo em relação ao término de financiamento de campanhas por parte de PJ. Não conseguiram punir o Maluf e outros contumazes e, com isso, permitiram a proliferação do assunto. Nos anos 90, o Paulo Francis e o Boechat cansaram de acusar ilícitos na Petrobras, e não deu em nada. Por isso é que a ação da justiça se confunde com uma ação direta contra o PT.

    A justiça brasileira, aparentemente, não consegue lidar com o ambiente da política, na sua devida dimensão e tipificação, por conta da existência de: costume histórico; práticas políticas para financiar campanhas; empreiteiras achacadas se confrontam com políticos corruptos e intermediários corruptores. Ainda, a política simplesmente seguiu o “jogo do mercado”, agregando valor à mediocridade agregando dinheiro em publicidade, levantando Zé ninguém em nível de “estadista”, para concorrer contra Zé Mané, que também inchou as telas da rede Globo com propaganda enganosa. Onde foi esse dinheiro? Para a publicidade, naturalmente, pois, depois da eleição o Zé Ninguém e o Zé Mané ficaram do mesmo tamanho. Ou seja, o mercado publicitário brasileiro é outro vilão desta história.

    O ambiente criminoso que tomou conta da política é antigo, como todos sabem. Os recentemente anunciados pelo Janot (Sarney, Calheiros, Eduardo Cunha e Juca) atravessam esta história desde as suas origens, de 30 anos atrás, seguindo com os tucanos, mas apenas até a chegada do Lula ao poder ninguém tratou este assunto como um “crime”, mas apenas como um acordo entre cavalheiros, gente finíssima que trocava favores. Fazia parte da política. Todos faziam.

  7. A imagem que o Brasil está

    A imagem que o Brasil está passando no exterior nesse exato momento é de um país que parecia ter tudo para dar certo, mas que de repente foi tomado de assalto por uma massa de bárbaros selvagens que agora estão pilhando e destruindo tudo o que o governo anterior tinha feito para colocar no lugar um modelo sem pé nem cabeça que ninguém mais acredita no mundo civilizado. Verdade dura seja dita, vocês eram um país de suckers que de repente por um momento pareceu ter tomado o rumo certo, para no dia seguinte virar um país de suckers de novo.

    Eu joguei a toalha, não dá mais de tentar convencer os meus sócios e clientes a investir em uma legítima “república de bananas” que é incapaz de ficar longe de problemas por mais de uma década. Tenho alguns negócios que não podem ser desfeitos mas não vou investir nem mais um cent nesse país, vocês são “selvagens” demais para terem estabilidade por tempo suficiente para qualquer investimento que não seja especulativo e volátil.

    1. Caro SOMEBODY, não perca o seu tempo e dinheiro, se quiseres…

      Caro SOMEBODY, não perca o seu tempo e dinheiro, se quiseres algum dinheiro do exterior para investir no Brasil, procure nos lugares que comentei na minha intervenção acima, só tem um pequeno problema, com aquele pessoal delação premiada dá derrame, não o cerebral, mas derrame de chumbo na cabeça.

    2. Eu também confirmo isso.

      Todos os meus clientes estão nos EUA e Canadá. Também cansei de tentar promover o Brasil, não dá mais. Estamos já virando motivo de piada. Também tentei investir aqui no Brasil com dinheiro de investidor externo… foi uma vergonha total. Burocracia em todos os níveis, politicagem, as empresas não tem planejamento nenhum, não sabem o que querem, não sabem dizer “não”, reuniões canceladas em cima da hora, falsas perspectivas, falta de “palavra” e também falta de capacidade técnica em muitos casos. Muito triste e depressivo para dizer a verdade. Não vejo mais nenhuma perspectiva para o Brasil, o Temer está cometendo os mesmo erros da Dilma na área econômica, o sistema político e cultural nunca vai mudar, o “jeitinho”, “Lei de Gerson”, corrupção endêmica em todos os níveis da sociedade. Me descupem pelo pessimismo.

  8. O efeito da operação mãos

    O efeito da operação mãos limpas na Itália e a do McCarthysmo nos EUA foi deixar o terreno preparado para o surgimento das figuras políticas mais sinistras que esses dois países já tiveram = Berlusconi (mistura de Maluf com Silvio Santos e Eurico Miranda rs)  e Nixon (uma espécie de Eduardo Cunha com um mínimo de carisma(rs) , que só não levou a eleição de 60 porque a máfia deu uma mãozinha pro Kennedy -rs ). Arrepio só de pensar quem pode fazer esse papel no Brasil. 

    A palavra chave que distingue Brasil e EUA é pragmatismo = a eleição deles de 2000 [ BushxAl Gore] foi parar no Supremo deles. E acho que demorou um mês para declararem que não haveria recontagem de votos na Flórida e Bush e assim Bush ganhou pelo colégio eleitoral e não pela quantidade de votos dados. Se fosse no Brasil, André, acho que o supremo nesse ano ia decidir essa pendenga [rs]. 

     

     

    1. Duas coisas. A primeira é que

      Duas coisas. A primeira é que esse papinho de Berluscone não cola mais: em Roma foi eleita uma prefeita de um movimento pela limpeza na política.

      A segunda é que o Al Gore ganhou a eleição, mas não quis lutar por ela. Tem um filme da HBO sobre o assunto, chamado Recontagem.

  9. Faltou

    mencionar a mais  grave falta das instituições brasileiras (compostas por homens e mulheres brasileiras), a de forjar uma acusação sem provas, ou com provas absolutamente irrelevantes e partidarizadas, para defenestrar uma presidente eleita, legitimamente.

    Provas forjadas ou motivos irrelevantes, a história está cheia, desde Jesus, ou o templario Jacques de Morlay, passando pelo Capitão (judeu) Dreyfuss, o casal Rosemberg, etc…

    Não é pela presidente, é pela facilidade como se entortam as leis para atenderem aos interesses dessas instituições e desses poderes (compostos por brasileiros natos). Nem mesmo levam a sério o pudor da falsidade, escancaram para todos verem.

    Se é tão fácil defenestrar uma presidente eleita, o que dizer de bagunçar com o retorno do investimento, da regulamentação da atividade fim da empresa, da propina pro fiscal do alvará, da ameaça de prisão de dirigentes empresariais ou do brasileiro que vai contratar aqui sabendo que o cara pode virar um delator na primeira oportunidade?

    Só maluco, ou mafioso.

     

  10. Venho batendo na mesma tecla há quase um ano.

    Quando há um ano intensificaram-se as delações e ao mesmo tempo começaram notícias sobre a abertura do Pré-sal a empresas estrangeiras, vaticinei que poderiam desistindo da venda de ativos destas empresas pois simplesmente não apareceriam compradores.

    Já depois do início do governo Temer coloquei em dúvidas a capacidade intelectual do corpo de ministros da área econômica que de forma quase que pueril insistiam, junto com alguns senadores (Serra principalmente), na venda de alguns ativos de empresas públicas como forma de fazer caixa para o governo. Digo pueril, pois todos sabem que para adquirir empresas estratégicas de infraestrutura o que mais desejam os possíveis compradores é estabilidade nos contratos, principalmente porque o dinheiro para a aquisição destes ativos de longo prazo vem de fundos de pensão norte-americanos ou europeus que são bem conservadores.

    Independente dos aspectos ideológicos da existência ou não de empresas públicas a IGNORÂNCIA DO SETOR FINANCEIRO do desgoverno TEMER continua insistindo na mesma tecla sem atualizar o seu discurso.

    O “impeachment” virou claramente para o investidor estrangeiro num golpe a medida que a batalha de informação foi ganha pelos jornalistas estrangeiros que vivem no Brasil, é não é por acaso que jornais como o New York Times e outros, classificam como tal. Até a imprensa mais conservador como a Forbes adotou um discurso desta forma.

    É de uma ingenuidade, uma infantibilidade ou mesmo uma ignorância pura, que representantes das áreas econômicas do governo tenham ido até os centros de decisão estrangeiros para dar as boas notícias e como um “camelot” de produtos “importados” do Paraguai emitem aquela famosa frase “La garantia soi yo”, ou seja, Meirelles por exemplo se nivelou à qualquer vendedor de rua.

    No caso do petróleo já adverti há mais tempo que a experiência que a Shell está tendo na Nigéria exatamente pelo não cumprimento dos contratos está deixando o mercado internacional de barbas de molho, e antes disto coloquei num artigo do GGN em 14/12/2015, intitulado “Serra ignora a atual conjuntura internacional do petróleo.” onde demonstrava a má situação do mercado internacional de petróleo que já dificultava ainda mais a venda da Petrobrás. Os artigos posteriores que falavam sobre a dificuldade de venda de empresas públicas brasileiras, como foram ignorados solenemente pela editoria do GGN retirei-os de raiva!

    Nas minhas avaliações que fiz em vários artigos anteriores disse claramente que o único dinheiro que pode entrar como investimento no país são das Máfias Internacionais, e o pior de tudo que com a política externa da GRANDE ANTA DA ECONOMIA BRASILEIRA, o pseudo economista JOSÉ SERRA, entrou em atrito com os BRICS e dinheiro dos oligarcas Russos e de seus associados europeus vão receber um solene não do governo Putin.

    Já coloquei como comentário, e não como artigo, várias desconfianças sobre a capacidade intelectual do Ministro Meirelles, e a cada dia que passa me parece que a mesma é verdadeira, não passando de um belo e bem treinado “Poodle de circo” que o capital capital internacional usava para negociar em ambientes que já não existem mais. Ou seja, Meirelles é mais um CEO daqueles que não acreditavam na bolha imobiliária de 2008 porque nos manuais dos CEO’s e dos cursinhos de “MBA em Administração” a história da economia só é contada a que agrada o grande capital.

    No ambiente atual, acho que os únicos investidores possíveis de colocar dinheiro no Brasil, são a Camorra, a Máfia Albanesa ou talvez a Tríade e a Yakusa, apesar desta última ser também conservadora nos seus investimentos.

    1. Como um adendo ao meu próprio comentário….

      Como um adendo ao meu próprio comentário chamo a atenção da BURRICE dos GOLPISTAS que junto com uma imprensa que mente tanto que até acredita nas suas mentiras, que pensavam que o governo Temer ia estabilizar qualquer coisa.

      São uns verdadeiros tacanhas, e vou dizer com clareza, o ÚNICO LUGAR NA IMPRENSA VIA INTERNET QUE APARECE VISÕES DE ANTECIPAÇÃO aos fatos é aqui no GGN, o resto acha que a conspiração dos golpistas pode dar certo.

      1. Quem possibilitou que a lava

        Quem possibilitou que a lava jato chegasse a este ponto, seja por assinatura de leis, seja pelas escolhas de PGRs, de diretor da PF, de ministro da Justiça, etc ?

        Foi a Dilma.

        Evidente que foi por isso que o sistema político derrubou ela. Os golpistas massas-de-manobra são jumentos e foram a reboque, mas o motivo real foi a lava jato.

        Temer também está falhando na tarefa de eliminá-la porém a ideia era essa, segundo o próprio JUcá disse. E a idéia era correta. Se Dilma nada fazia, alguem tinha e TEM que fazer.

        Senão o Pais vai para o buraco.

  11. Nós que estamos há tanto

    Nós que estamos há tanto acompanhando o desenrolar dos fatos temos uma boa ideia de quem são os vilões que atuam contra seu próprio país e dos motivos de suas ações. Ficarão impunes? Por enquanto, golpistas que colocam a cara no “mundo real” tomam escrachos em aeroportos, aviões ou qualquer outro lugar. Por enquanto, grupos numerosos de pessoas tem se limitado às vaias e aos gritos de “golpista!”. Por enquanto…

  12. Andre, parabens por mais um

    Andre, parabens por mais um texto.

    Voce repete isso há mais de um ano e ninguem percebe ou faz nada no sentido de estancar esta sangria.

    É óbvio que Dilma caiu por que não segurou a Lava Jato e agora, por incrível que parece ela continua fazendo “propaganda” da operação que está arruinando o País. A meu ver, é por esta razão que ela não tem a mínimna chance de retornar, ao contrário do que muitos aqui imaginam.

    Voce veria alguma solução para o que estamos passando ? O que o Governo Temer poderia fazer, com a Globo dando guarida a estes absurdos ?

     

     

  13. Concordo!!!

    Essa operação Lava Jato, de Janot mais Moro, é uma alucinação que está destruindo (se já não o fez) a reputação do país.

    Reputação e confiança são os valores intangíveis mais preciosos pra quem faz negócios. Leva anos pra se construir e um segundo pra se derrubar.

    As ações alucinadas de Janot e Moro, pra começar, são inconstitucionais. Abusam do expediente dos vazamentos seletivos, que é uma espécie de corrupção para, supostamente, combater a corrupção. Extrapolam o âmbito jurídico para interferir indevidamente no campo político. E desprezam, sistematicamente, os impactos econômicos de suas intervenções.

  14. O problema é que no Brasil,

    O problema é que no Brasil, quem está dependurado no poder não larga de jeito nenhum, só morto.

    Veja o caso do Lula.

    Ele sabia do desastre do governo Dilma, que estava levando o Brasil pro buraco, etc. Ele também é responsável por fazer o seu governo de forma fácil, comprando apoios com muito dinheiro público sem se preocupar com as consequências.

    Ao invés de ajudar a enterrar um governo morto, ele apareceu e se colocou na linha de frente como um John Snow frente a um exército inteiro e ainda dizendo que vai voltar e para ele parar tinha que bater na cabeça da cobra.

    Ele trucou e os procurador chamaram 6. Ele chamou 9 e os procurador 12.

    Esse processo é uma escalada, e o PT não larga o osso de jeito nenhum.

    O Nassif sabe que um retorno da Dilma seria o caos total, mas ela insiste em voltar.

    Uma renúncia dela logo apos o afastamento do senado iria abaixar a fervura, mas ela e o PT só fez aumentar.

    As apostas estão altas demais.

    Para frear essa histeria somente a Dilma renunciando e o Lula se afastando da vida pública e indo se exilar em algum país amigo como Venezuela ou Cuba.

    Vai dar pra baixar, e bem, a fervura da crise.

     

    1. desinformado……………..

      voce é um cara de pau……………

      desinformado.

      safados são os que voce defende…………….não sei se voce sabe, estávamos numa democracia.

      quem definia quem deveria largar o osso, era o o eleitor…………….atravéz das  urnas.

      os safados que voce defende tramaram dia apoz dia, noite apóz noite………desde as eleições de 2014.

       

      1. Vocês colocam como se quem

        Vocês colocam como se quem defende o impeachment da Dilma significa defender o Michel Temer.

        Apoiar o impeachment é defender o povo brasileiro e o Brasil de uma presidenta incompetenta que levou o pais a uma crise economica, política, institucional e só falta social.

        Quanto mais tempo o Brasil iria aguentar a Dilma e a escalada das crises quie se abate no Brasil?

         

         

         

        1. CRISE???

          que crise???

          a crise acabou, como por encanto………………….

          quem falava em crise 24 hrs por dia, já não fala mais……………….

          para a mídia e seus teleguiados isso agora é passado.

          deixassem a presidenta governar………….mas não, isso não era possível………. era paulada atras de paulada.

          96 bilhoes de meta fiscal para o governo Dilma era um ultrage…………….

          mas para o golpista temer  aprovou-se com facilidade 170 bilhoes………….

          voce são caras de pau ao extremo!!! 

  15.  
     
    Excelente análise do AA.

     

     

    Excelente análise do AA. Ajuda sobremaneira a desnudar parte da trapalhada em que o conservadorismo reacionário, não teve o menor escrúpulo para enfiar o país. Claro que a  grande campanha (cruzada) moralista anti – corrupção,  é apenas  uma fração da estrategia propagandística  para capturar midiotas, rezadores de terço, coxinhas e etc.. Cuja  finalidade é formar “volumoso” para alimentar equinos .  Espero que na continuação do artigo o AA destrinche melhor a parte, em inglês, menos visível da patranha.

    Pois, por experiências ainda recentes, percebe-se que  a patacoada  dirigida pelo agente Sergio Moro e seus  sequazes do PGR e PF fazem  parte de uma das etapas do plano golpista. A arrogância e a prepotencia dos agentes internos (quinta- colunas) é de tal ordem, que não se preocupam em disfarçar suas articulações entreguistas. Chegando ao ponto de revelar um dos seus importantes agentes, o Zé Serra, antes mesmo da conclusão dos trabalhos.

    Ou, estaríamos padecendo de alucinações? Onde já se viu um comprador, ainda mais sendo  norte-americano, se empenhar na recuperação do país, ao invés de ajudar a destroçar toda infraestrutura para,  ao cabo, adquirir os destroços  por preço de monturo. Ou não foi assim. Quando levaram a democracia americana pro Iraque?

    Orlando

  16. Mas que interessante, caro

    Mas que interessante, caro André. A esculhambação existe, todo mundo sabe, todo mundo precifica, todo mundo embute a sacanagem no preço e a culpa é do papel, é da caneta, é da mesa que suporta o papel e a caneta  e nunca de quem assina…

    Ou de outra: a paisagem existe, está lá, mas a culpa de ela ser a sacanagem que é, é da câmara que a filma…

  17. Dois casos

          BR Distribuidora : O Conselho ano passado ( Dilma ainda ) aprovou a venda de 25%, 3 propostas foram estudadas que chegariam a 40% do bloco de controle, mas não foram efetivadas pois os investidores não confirmaram, agora o Parente quer vender alem disto, em até 67%, pois o banco que está estruturando a negociação, desde o ano passado, o Citygroup, detectou que só abrindo mão do controle será possivel a venda, novamente existem 3 interessados, só que o valor do negócio, caiu em dinheiro, e investidores proponentes alem de ficarem com o controle, exigem que todas as ações judiciais, atuais e futuras, fiquem na “conta” do passado. ( No portugues : A BR que se vire com elas ).

           Pedaços e/ou operações de empreiteiras grandes e médias, colocados a venda, sofrem o mesmo problema, decréscimo de preço, reavaliação para baixo dos ativos e dos contratos existentes ( alguns são “zerados” de origem pelo alto risco envolvido ), alem da exigência que ações judiciais atuais e futuras tb. fiquem para o “passado” ( resposnabilidade dos antigos controladores ), ou o negócio nem começa.

            Quem acreditou que após o “delenda Dilma”, choveriam recursos externos no Brasil, pode ficar esperando deitado, em berço esplendido, a disposição das proficuas idéias de nossos juristas concursados, e tem mais : sem alterações profundas na legislação trabalhista e na ambiental, na de remessas de lucros, na de montagem de projetos financeiros, o dindin externo “novo ” ( até da China  dos briCs ), ficarão na saudade.

  18. Exatamente. E digo mais

    É tão notório que as delações estão arruinando o país irremissívelmente por séculos talvez, que é dificil acreditar que poucos perceberam isto.

    A maioria das grandes empresas brasileiras mudou ou está pensando seriamente em mudar sua matriz para o exterior, para fugirem das armadilhas jurídicas do Brasil. No final só restarão grandes empresas multinacionais aqui.

    Me corrijam se eu estiver errado: a  maioria dos crimes de doações por empresas aos políticos, são considerados legais na maior parte do mundo, chamados de “Lobby’ nos EUA, e sem o qual o capitalismo não funciona. Aqui, o Lobby é ilegal.

    O Brasil acabou de vez, nada mais restará após isto. A não ser é lógico empresas multinacionais repartindo o butim das riquezas naturais como o pre sal. Qualquer projeto nacional que vá além disto, pode ser esquecido de vez. “Salgaram” o solo do país para que nada mais cresça aqui.

    Quase impossível que alguém de bom senso queira investir no Brasil, ou construir uma empresa de grande porte aqui, com tamanha insegurança jurídica. Os resultados são similares a uma guerra civil. É uma “guerra jurídica”,

  19. Excelente texto, mostra . . .

    Excelente texto, mostra os prejuízos que a operação Lava Jato vem causando ao país, com a repercussão e a tal da “transparência”, que só vem sendo interessante para a imprensa e para os partidos de oposição ao PT. Esse texto deveria ser lido na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e uma cópia deveria ser enviado ao juíz Moro e as outros juízes da Operação Lava Jato em Curitiba.

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