O neomarcatismo contra um defensor de Stalin

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

Sugerido por IV Avatar

Coragem Intelectual – Grover Furr e o fascismo ideológico nos EUA

Do Coletivizando

Por Paulo Vinícius Silva

O Professor Grover Furr, que ensina História da Língua Inglesa, Literatura Mundial e História do Jornalismo na Universidade de Montclair (New Jersey, EUA) enfrenta há anos uma árdua batalha, nadando contra a corrente de um dogma que une trotskistas, utra-liberais, social democratas de esquerda, centro e direita, conservadores de todos os matizes, a grande imprensa burguesa, as religiões fundamentalistas, nazistas e fascistas de todos os nuances, e os revisionistas, ex-comunistas, kruschevistas et caterva: a demonização do líder soviético Josif Stalin.

Ora, raríssimos temas na História gozam de tamanha unanimidade, creio que nenhum. Contra tal narrativa, no século passado, Pablo Neruda, escrevendo sua derradeira obra, a autobiografia Confesso Que Vivi, ousou defender Stalin da demonização, em princípios dos anos 70. Mais recentemente, autores como o extinto líder do Partido do Trabalho Belga, Ludo Martens  (Um outro Olhar Sobre Stalin), e o filósofo comunista italiano Domenico Losurdo (História Crítica de uma Lenda Negra), tiveram a coragem de publicar obras bastante documentadas que questionam a desconstrução e a demonização de Stalin, líder da URSS num dos períodos mais difíceis da História.


Nenhum país, nenhum líder na História enfrentou o que o povo soviético sob a liderança de Stalin passou. Pelo menos 22 milhões de soviéticos deram suas vidas em defesa de seu país, do socialismo e de toda a Humanidade. Mesmo autores abertamente hostis ao socialismo e Stalin, como os Medvedev (Um Stalin Desconhecido) e Simon Sebag Montefiore (de que li apenas O Jovem Stalin), tem lançado importantes luzes sobre a complexidade do período. Os Medvedev, relatando os inúmeros sinais de que Stalin foi assassinado por envenenamento e omissão deliberada de socorro, em função de mudanças de impacto nos rumos da URSS, de fortalecimento ideológico e político do PCUS. E Montefiore, brindando-nos com um relato que – malgrado a má vontade – não pode senão despertar admiração de qualquer revolucionário: a história daquele pequeno georgiano, filho de uma lavadeira e de um pai alcoólatra, com um braço menor e torto, pobre de Jó, poeta e galante, que teve uma fibra e uma juventude admiráveis, repleta de atos de coragem, heroísmo, de grande inteligência e capacidade de superação. Na verdade, a principal coluna de apoio financeiro e organizativo a Lenin em todo o seu caminho revolucionário. A vida de Stalin, desde a adolescência, foi inteiramente dedicada à luta pelo socialismo.

Nesse sentido, sem que se possa esconder a simpatia, nem se o pretenda, o Professor Furr persiste nesse caminho de pesquisa os documentos da URSS, e questiona em suas obras vários postulados do senso comum: o assassinato de Sergei Kirov (The Murder of Sergei Kirov), Stalin e a democracia e a colaboração de Trotsky com os  inimigos da URSS, entre os quais os nazistas (Stalin and Democracy – Trotsky and the Nazis) e o livro As Mentiras de Kruschev (Kruschev Lied). Esse último, questiona uma a uma todas as 61 acusações do famoso Discurso Secreto de Kruschev contra o “Culto a Personalidade” e os “Crimes de Stalin”.

A coragem intelectual de Furr é digna de admiração, mesmo de quem se lhe reproche as visões, mas tenha um pingo de coerência em defesa da liberdade acadêmica. Furr, ademais, dá uma verdadeira lição de independência e de talento enquanto professor. Afinal, como era de se esperar, nesses tempos de Obama Presidente, Tea Party e de extrema direita e fascismo imperando nos EUA, pode-se imaginar a que se expõe o Professor Furr por suas ideias. Em 2012, rovocado por uma associação de estudantes ultra-liberais estadunidense (YAL – Young Americans for Liberty), Furr aceitou o convite a um debate cama de gato, aonde se lhe gravaram as declarações corajosas e incomuns, ante a provocação de um dos líderes neoconservadores. Para piorar, Furr ainda defendeu a saúde pública – o cabra não alisa, é mais valente que dez siris numa lata.

A peça ganhou milhares de acessos no You Tube levando a uma campanha de difamação contra o Professor Furr, como parte de uma tendência mais ampla de neomaccarthismo, com a perseguição de intelectuais de esquerda que ensinam em universidades, retratados como pessoas perigosas que, como Sócrates, “corrompem a juventude”. Sabemos o destino de Sócrates. A publicidade dada ao episódio e as pressões de direitistas eram claras ao pedir a cabeça de Furr. Até um site foi feito (http://stopgroverfurr.blogspot.com.br) em vários idiomas para o difamar, além de programas de TV, notícias em jornais e pressões sobre a Universidade.

http://www.youtube.com/watch?v=PdajUraK0LM

David Horowitz, é um acadêmico, escreve, como se lhe podem parar? Retirando-lhe o emprego, cassando sua página e publicações na página de onde ensina, impedindo-lhe de declarar sua condição de professor universitário, ou atraves de métodos bem utilizados nos EUA para calar o contraditório, como Martin Luther King, Malcom X e mesmo o Presidente Kennedy poderiam testemunhar. Não ocorre aos paladinos da democracia jamais questionar a si próprios se seus atos não expressam aquilo que retoricamente buscam condenar.

Nessa campanha de perseguição, todavia, não puderam contar com a cumplicidade da instituição nem dos estudantes, que o defenderam. Querido, foram vários os testemunhos de seu rigor em classe, de sua capacidade e da clareza com que dá suas aulas de Literatura sem misturar os temas. O jornal estudantil da intituição, The Montclarion fez um equilibrado histórico das posições e da campanha de difamação contra o Professor Furr, gesto que somado à posição da instituição causam alegria nessas terras do Sul e alhures, a alegria de reconhecermos forças vivas em solo estadunidense que lutam contra o império da CIA, da Comunicação midiática, das petroleiras e do complexo industrial militar. Em tempos de Patriotic Act, essas expressões corajosas de esquerda comovem imensamente, e demandam a solidariedade internacionalista de todos os que apoiam lutadores e lutadoras que lutam no próprio estômago da besta imperialista, por exemplo pela liberdade acadêmica. E há muitos lutadores nos EUA, gente como Pete Seeger, Paul Robeson,MLK e Malcom X, Woody Guthrie, Harry Belafonte, Nina Simone, Susan Sarandon, Joan Baez, Mchael Moore, gente de fibra, admirável.

Todavia, o que sobressai em todo o debate, e em todo o ódio destilado contra Furr é que há razões de questionamentos para muitas das estórias que se difundem sobre a memorável luta do povo soviético e de seu líder para libertar a Humanidade do Nazismo. Também o tempo tem demonstrado que o fervor justiceiro dos kruschevistas serviu a propósitos menos nobres, em especial a negação da luta de classes, da Revolução, das deformações burocráticas na URSS que eles próprios representavam e do próprio assassinato de Stalin. O velho, que jamais fora derrotado, só tombou envenenado e deixado à morte por mais de um dia. E não bastou, era necessário destruí-lo simbolicamente, assim como a autoridade da URSS que tanto nos deu. Maiores expressões não há de traição ao socialismo, traição que Stalin jamais admitiu. Ao contrário, resistiu e se manteve em Moscou, inspirou milhões em todo o mundo na luta contra o fascismo. Não admitiu privilégios, e seu próprio filho, aviador, estava em combate. Capturado, nem se declarou filho de Stalin, nem seu pai aceitou as chantagens que se lhe fizeram para trocá-lo em termos desonrosos. O líder soviético também tinha quem prantear.

Como disse Brecht, “Do rio que tudo arras diz-se violento, mas não se dizem violentas as margens que o oprimem.” O capitalismo e sua História jamais podem perdoar duas virtudes num(a) líder: amor a seu povo o suficiente para nunca o trair e a capacidade de vencer. Não é desarrazoada a campanha de décadas contra Stalin, peça central da propaganda contra o socialismo no século XX. Desarrazoado é acreditar acriticamente nela, sem sequer conhecer os rudimentos do debate, sem admitir o contraditório, esgrimindo chantagens emocionais que nada tem a ver com a Ciência, muito menos com a História. Essas são as sistemáticas posturas que se abatem contra o Professor Furr, afora um ódio que diz muito das convicções democráticas de seus difamadores. O que não há em todos os ataques que se lhe fizeram, dos que vi, em parte alguma, é a refutação das admiráveis moscas que ele, assim como Losurdo e Ludo Martens, põem na empada embolorada dessa história oficial que – não há motivo para dúvidas – ela sim constitui uma gritante falsificação, sustentada pela traição de Kruschev, sua camarilha e os trotsquistas, com que contaram o poder econômico e o monopólio midiático para desmerecer uma das mais importantes epopeias da História da Humanidade, a construção do socialismo na URSS sob brutal cerco, e sua capacidade, sob a liderança de Stalin, de unir a Humanidade, derrotar o nazismo, libertar os judeus dos campos de concentração e os países europeus sob domínio nazi-fascista. E parece que isso não se poderá jamais tirar de Stalin, assim como a admiração que na Rússia persiste quando se menciona o seu nome.

Veja a entrevista do Professor Furr para o jornal A verdade, reproduzida pelo Portal Vermelho

Conheça a página do Professor Furr

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

52 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Stalin foi produto de um “

    Stalin foi produto de um ” meio “

    A Russia jamais conheceu democracia sempre foi comandada por homens e mulheres absolutistas ou totalitarios/ditadores

    Ele matou MILHOES mas foi o responsavel tambem pela Russia ter reunido condiçoes para no periodo entre guerras poder alçar ao posto de uma superpotencia

    Agora isso nao significa que seja um cara legal, ou bom é apenas um lider que ja conseguiu seu lugar na Historia

    E tudo uma questao de separar os assuntos.

    Por exemplo , Pol Pot tambem foi um monstro e matou proporcionalmente falando mais pessoas do que Stalyn

    Mas ( ao contrario de Stalyn ) nao foi capaz de dotar o Camboja de nada que o qualificasse como naçao 

    Ou seja nem para ser um monstro Pol Pot serve…rs

    Era e foi apenas uma ” forma de vida desprezivel e bestial ” nao era um lider ,  era um parasita …

     

  2. Dúvidas.

     

    Então quem realmente foi o vilão naquela época? Lênin ou Trotsky?

    Quanto a Holodomor quem foi o responsável?

    Desculpe a ignorância mas essa informação sobre o Stalin é nova para mim.

    1. Era o stalyn mesmo…rs
      mas

      Era o stalyn mesmo…rs

      mas isso na muda o fato de que ele faz parte da historia e foi responsavel pela capacitaçao da Russia ( ao custo de muito sangue e sofrimento é verdade ) para exercer a liderança mundial que ele teve na epoca da guerra fria…

    2. Caro Thiago ,
      segundo o texto

      Caro Thiago ,

      segundo o texto , Stalin foi fundamental e deu sustentaçao ao trabalho de Lênin . 

      Também compartilho do sentimento de ineditismo quanto a essa visao de Stalin ; mas, vejo como bastante plausível e , realmente , é sempre renegado ao esquecimento o papel de Stalin no fortalecimento da URSS e na derrota de Hitler .

      1. Quer dizer então, que ,

        Quer dizer então, que , porque não havia fotos dos mortos da Ucrânia, os que morreram de fome em 1933 devem ter se enganado e deviam estar vivos…

        Meu caro, maquiagem em fotos, por lá, nunca foi novidade…

        Porque o narrador não fez uma viagenzinha por lá para saber a verdade. Aposto que ainda há alguns remanescentes…

  3. Qualquer tipo de cerceamento

    Qualquer tipo de cerceamento de liberdade de expressão é deplorável. Estranha quando isso ocorre com a auto proclamada “pátria da liberdade”.

    Esse tema “Stálin” ainda vai render  muito. Trata-se de uma das figuras mais proeminentes e controversas da história. Talvez a própria natureza do regime que implantou na URSS, onde acima de tudo prevalecia os segredos e conchavos, tenha contribuído para a névoa que paira sobre sua real atuação como pessoa e como líder. 

    Porque Stálin, a bem da verdade, tal qual Hitler se tornou, principalmente para o Ocidente, um emblema do Mal. O próprio Mal encarnado.

    Com certeza foi um combatente pelo socialismo e protagonista da Revolução russa. Era simples e rude, mas tinha uma certa sofisticação intelectual; era corajoso política e pessoalmente; sua austeridade, falta de ostentação é inegável. Seu papel histórico no enfrentamento ao nazismo foi épico. De 1941 até meados de 1942 suportou sozinho toda a máquina de guerra alemã. 

    O que pega são as atrocidades até hoje não desmentidas cabalmente, a exemplo dos expurgos, dos Gulags, do “holodomor”, dos massacres a minorias étnicas no pós-guerra, do episódio dantesco da floresta de Katyn, a indiferença frente as atrocidades feitas pelas tropas soviéticas no avanço para Berlim(dois milhões de alemãs estupradas)……

    Desejaria, sinceramente, que se provasse cabalmente serem inverdades pelo menos alguma dessas acusações. 

    1. Isso é p/ inviabilizar a leitura do tópico? Ou vc tá c/ vírus?

      Coisa mais chata! Esse é o sexto comentário igual, e incompleto. 

    1. Ih, não entendi

      Contei 28 comentários publicados no mesmo instante, às 11:53, deve ser algum vírus “stalinista”(ou anti-…)

  4. Stalin é imperdoável.

    Stalin é imperdoável. Defendeu a URSS,deteve por  três anos o exército mais poderoso do mundo às  suas portas e não cedeu,embora  custasse um preço doloroso e absurdo. Definiu os rumos da   Segunda Guerra. Na  paz, renunciou a barganha  do plano Marshall e fez o que parecia impossível,  reergueu-se  puxando os próprio cabelos.

    O  Ocidente ,tentou por mais de uma vez invadir   a nascente URSS,ingleses,americanos,asiáticos  a partir   da Ásia central, Afeganistão,penetrar  em solo soviético unindo-se aos russo brancos. Foram derrotados.

    Os “massacres”, havidos  ainda  na implantação do socialismo, foi manipulado com diferentes  versões  e adaptada 

    às circunstâncias  que a  propaganda   anti comunista  exigia.

    É preciso conhecer a história. Decidir  entre a  agricultura e  industrialização,num país primitivo e rural não foi decisão  pacífica. Stalin decidiu por implementar ambos,contrariando conselheiros e foi sábio nessa decisão.O resultado da guerra teria  sido  trágico e diverso se os rumos  estratégicos   da economia  fossem outros.

    A campanha  para  igualar  e até   superar em  crueldade e demência a Hitler, desenvolve-se a partir do governo Reagan. Desde então  espraiou-se  em  todos os veículos, círculos, conferências,notas de página,panfletos ou  citações oligofrênicas. Espanta que  alguns   indivíduos  considerados  como intelectuais responsáveis  repitam

    afirmações nitidamente  propagandísticas.

    Bom lembrar ,que se o Departamento de Estado ,determinar e  for de seu interesse,comprovará que a Terra é plana,e seu formato esférico é fruto de erros astronômicos, manipulação ideológica  e conspiração acadêmica.

    Alguém tem dúvida?

  5. Não me parece que seja

    Não me parece que seja enaltecendo uma figura como Stalin (e não importa se ele não foi o monstro que dizem, mas apenas um “pequeno monstro”) que a esquerda vai crescer e consquistar corações e mentes…

  6. O ponto de partida desse

    O ponto de partida desse professor é um equivoco. Stalin é um personagem da Historia e como não precisa ser domonizado ou santificado, como já morreu há 61 anos não tem mais relação com o mundo presente e nem é objeto de

    campanha neomacartista, coisa que nunca existiu, o evento McCarthy acabou antes de Stalin morrer, as correntes conservadoras americanas não tem McCarthy como modelo porque a circunstancias da era Mc Carthy não existem mais, o Senador Mc Carthy explora o medo real de uma URSS mais forte do que os EUA, esse contexto não existe hoje,

    a luta dos neocons é outra.

    Quanto a Stalin seu maior detrator não foram os ocidentais, foram os demais lideres da Revolução Sovietica que ele eliminou fisicmente ou politicamente. O segundo grupo de detratores post mortem foi o proprio Politburo da URSS na

    pessoa de Nokita Kruschev, foi ele quem mais atacou Stalin na Historia e não qualquer americano..

    Portanto o post é mais uma falsificação da Historia, os inimigos de Stalin foram russos proximos dele.

  7. O painho de todas as Rússias.

    Algumas das “mentiras” contadas sobre Stalin:

    -coletivização forçada dos camponeses soviéticos;

    -os Processos de Moscou;

    -instauração do sistema Gulag;

    -o Grande Expurgo do Exército Vermelho;

    -anexação das três repúblicas bálticas – Lituânia, Letônia e Estônia; e

    -invasão da Finlândia.

    Se L. Beria deu uma pequena ajudinha ao ataque de apoplexia do Paizinho, ao menos isso ele fez de bom.

    “Muitos na liderança do partido em 1930 combateram Stalin quando este lutava por democracia interna no partido e, especialmente, por eleições democráticas para os sovietes. As grandes conspirações da década de 1930 revelaram a existência de uma ampla corrente de oposição às políticas associadas a Stalin. Essas conspirações de fato existiam: os oposicionistas realmente estavam tentando derrubar o partido soviético e assassinar a liderança do governo, ou tomar o poder liderando uma revolta na retaguarda, em colaboração com os alemães e os japoneses.”

    “Nikolai Ezhov, líder da NKVD (o Comissariado do Povo para Assuntos Internos), tinha sua própria conspiração direitista, incluindo colaboração com o Eixo. Visando aos seus próprios fins, ele executou centenas de milhares de cidadãos soviéticos completamente inocentes para minar a confiança e a lealdade ao governo soviético.”

    (Trechos da entrevista com o G. Furr.)

    Quando a piada é boa, só nos resta gargalhar: KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK…

    Fala sério: a morte do Baixinho foi pura queima de arquivo.

    Quiz show.

    1-Onde estava K. K. Rokossovsky , o futuro marechal e herói da URSS, ao ser chamado para comandar um corpo de exército – e, posteriormente, a Primeira Frente Bielorrussa – durante a Segunda Grande Guerra?

    2-A que país Svetlana Alliluyeva, filha de Stalin, pediu asilo político?

    3-Qual o fim dos seguintes comandantes militares soviéticos que, em 1920,  participaram da Guerra Polaco-Soviética: Gai, Sollohub, Sergeyev, Lazarevich, Kork, Putna, Yakir, Primakov e Uborevitch?

    4-Que fim levou  V. A. Antonov-Ovseenko, o conquistador do Palácio de Inverno?

    5-Que fim levou  Isaac Babel, autor de de A CAVALARIA VERMELHA?

    6-Quais as acusações lançadas, nos Processos de Moscou, contra os seguintes bolcheviques da velha guarda: Zinoviev, Kamenev, Tomsky, Preobrajenski e Bukharin?

    7-Que fim levou G. Yagoda, o antecessor de Yezhov?

    8-Por que os finlandeses apelidaram o  famoso coquetel de “molotov”?

    9-Quem inventou o radical “foto show” historiográfico?

    10-Quem venceu a polêmica  Vavilov-Lysenko?

    Segundo à lenda, Tito, após capturar e executar vários assassinos enviados por Stalin para dar-lhe cabo, mandou um bilhetinho para  o Paizinho que dizia mais ou menos o seguinte: “Pare de enviar assassinos pra me matar. Se isso continuar, basta-me enviar apenas um…”

    Com o recado, Stalin ficou bolado e se aquietou…Sabe cumé: com esses eslavos do sul , a chapa é quente, o papo é reto e o bagulho é doido.

    Que o digam o rei Alexandre e o arquiduque Francisco Ferdinando.

    Entre o neomacartismo e o negacionismo mais rasteiro, eu torço pra que ninguém escape pra contar a História.

    Errata.

    Se não me engano, o autor confunde os filhos de Stalin. Yakov Dzhugashvili , aquele que os alemães executaram, era tenente artilheiro; o outro filho, Vasili Dzhugashvili , era aviador e sobreviveu à guerra.

  8. Stalin e seus filhos

    O filho de Stalin que morreu prisioneiro na Alemanha não foi o aviador. Foi o que era Capitão de Artilharia, filho de Vissarianovitch com a primeira mulher. O Aviador morreu de cirrose ainda nos anos 50. Era irmão mais novo de Svetlana………

  9. Sabedoria ou história?

    Essa história não existe mais, tornou-se passado.

    A história só serve para passar o tempo.

    Vamos lutar pela nossa vida, na medida em que formos capazes de transformar o que existe, e reconhecer o que existe pela nossa sabedoria.

  10. NO OLHO DO FURACÃO

    No olho de todo esse imbróglio está Robert Conquest, historiador britânico que já foi assessor de Reagan e Thatcher e que é mais direitista do que Gengis Khan.

    Conquest se tornou referência da direita e também de boa parte da esquerda e é citado por todo mundo. Furr afirma que examinou os documentos referenciados por Conquest e não encontrou coisas que este disse que estavam lá.

    É necessário que se faça uma triagem dos documentos disponíveis por um grupo de historiadores de diverso países para que se estabeça ou restabeleça a verdade.

    Gostaria de saber a verdade, para além do ideário de cada um.

     

  11. Surpresa e alegria, e que prossiga o debate!

    Puxa, por acaso descobri esse meu artigo aqui. A surpresa – pela minha admiração ao Nassif – só se reforçou pelos interssantíssimos comentários que vi a seguir. Aceito a correção justa feita quanto a qual filho do líder falecera na II Guerra. E onvido-os a ler o próprio Furr, Montefiore, Medvedev e com especial carinho as obras de Ludo Martens e o espetacular livro de Domenico Losurdo, Stálin, História Crítica de uma Lenda Negra, que creio comporão um panorama profundo e diverso que permita aquilatar adequadamente as virtudes e defeitos de Stalin, assim como a excepcionalidade do período e desafios que enfrentou. Este era o propósito do artigo, ofertar um panorama mais rico que a historiografa capitalista sobre o líder soviético que derrorou o nazismo. Depois de muito ler a respeito e o próprio Stálin – que ninguém lê, parece caviar: “nunca vi, nem ouvi, eu só ouço falar” – parece-me que é mais detratado por suas virtudes e vitórias que pelos defeitos e erros que claro cometeu na condução da primeira experiência socialista da Humanidade. Lamento pelos erros ortográficos, amigos, e agradeço a difusão e a atenção de vocês.

     

    htttp://www.coletivizando.blogspot.com

  12. Gosto de fatos, de personagens próximos a Stalin. O resto é mimimi de Quinta coluna. Vamos aos fatos: Zhukov (Marechal, que diziam ser desafeto e cuja entrevista ovorreu 17 aos após a morte de Stalin, 1970): “”Lembro-me daqueles anos e fico impressionado com o quanto temos feito. Uma indústria desenvolvida, um sistema de fazendas coletivas, uma alfabetização universal, a unidade das nações, o mais alto patriotismo do povo, a direção de um partido pronto para fundir a frente e a retaguarda ..
    Foi um excelente alicerce para a defesa de um país gigantesco. Mas a história reservou muito pouco tempo de paz para colocar tudo em seu lugar. Começamos muitas coisas da maneira certa e não tivemos tempo de concluir muitas.” Mais adiante da entrevista: “Reportar-se à Sede era um assunto muito responsável para todos. Stalin não tolerava dados aproximados e especialmente exagerados, exigiam a maior clareza. Ele era igualmente rígido com todos. Mas ele sabia ouvir com atenção quando eles se reportavam a ele com competência. Quase sempre vi Stalin calmo e razoável. Mas às vezes ele ficava irritado. Nesses momentos, a objetividade o traiu. Não conhecia muitas pessoas que pudessem resistir à raiva de Stalin e fazer objeções a ele. Mas, com o passar dos anos, me convenci de que Stalin não era uma pessoa com quem não se pudesse discutir ou mesmo defender com firmeza.” E do Marechal Rokossovsky: “6. No livro “Dever do Soldado” Marshal K.K. Rokossovsky [outro brilhante Marechal da Grande Guerra, aliás, de quem o próprio Marechal Zhukov gostava muito] falou sobre suas impressões de conversas com Dzhugashvili (Stalin), que contradiziam fundamentalmente a imagem do líder criado por Khrushchev como uma pessoa com um caráter mau e caprichoso, que tratava os outros com grosseria. “…Em novembro de 1944, quando as forças da 1ª Frente Bielorrussa estavam prontas para um rápido avanço no centro da Alemanha, Konstantin Konstantinovitch foi repentinamente nomeado comandante da 2ª Frente Bielorussa. Em suas memórias, Rokossóvski relembrou uma conversa telefônica com Stalin: “Foi tão inesperado que, no calor do momento, eu perguntei: Por que esse desagrado de ser transferido da área principal de operações para um setor secundário? E ele respondeu que eu estava enganado: O setor para o qual eu estava sendo transferido fazia parte da área geral de operações no oeste, na qual estariam operando as forças de três frentes – a 2ª Bielorrussa, a 1ª Bielorrussa e a 1ª Ucraniana; e o sucesso desta operação decisiva dependerá da estreita coordenação dessas frentes… Se você e Konev não conseguirem avançar, Jukov também não avançará, concluiu o comandante Supremo”

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador