Perícia mostra que barragem de Brumadinho tinha risco de rompimento 20 vezes maior

Um ano depois, laudo de peritos criminais da Polícia Federal de Minas Gerais detalha tragédia do tsunami de lama da barragem da Vale

Tragédia com a barragem da Vale resultou em um crime ambiental com 259 mortos e 11 desaparecidos. Foto: Reprodução/Wikipedia

Jornal GGN – A barragem I da Mina Córrego do Feijão da Vale, em Brumadinho, apresentava um risco de rompimento 20 vezes acima do nível considerado aceitável, aponta laudo de peritos criminais da Polícia Federal de Minas Gerais.

O relatório de engenharia legal datado de junho de 2019 foi divulgado no último sábado (25), quando a tragédia com a barragem da Vale completou um ano, resultando em um crime ambiental com 259 mortos e 11 desaparecidos.

Segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, o laudo da PF acusa os estudos de estabilidade contratados pela Vale (elaborados pela empresa Potamos) de apresentarem “ informações inverídicas” – a mineradora sabia da possibilidade da morte de 214 pessoas caso a barragem se rompesse sem aviso prévio.

A probabilidade de rompimento prevista pelo relatório estava 20 vezes acima do aceitável e, segundo os peritos, era necessário melhorar as condições estruturais da barragem. Outra opção seria “alertar e retirar os funcionários das instalações industriais e administrativas e das pessoas residentes na zona suscetível de ser atingida pela onda de rejeitos”.

O laudo é subscrito pelos peritos da PF Alan de Oliveira Lopes, Bruno Salgado Lima, Gustavo Costa Guimarães, Leonardo Mesquita de Souza, Sídney de Oliveira Barbosa e Thalles Evangelista Fernandes de Souza, designados pelo chefe do setor Wenderson do Carmo Maia, que atuam na Superintendência da PF em Minas.

As empresas Vale e Tüd Süd foram denunciadas por crimes ambientais pelo Ministério Público de Minas Gerais, e 16 ex-funcionários das duas companhias foram indiciados por homicídio duplamente qualificado e crimes ambientais decorrentes do rompimento da Barragem I, dentre eles o ex-presidente da empresa, Fabio Schvartsman.

Redação

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