Pitaco do delegado

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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9 Comentários

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  1. Retratos do Brasil
    Sensacional. Ele deveria ser delegado da PF. Pensando melhor, ele é mais útil onde ainda parece ter liberdade para exercer suas prerrogativas sem ter que se submeter, ou ser submetido, a panelinhas corporativas e interesses escusos. Parabéns pela decisão e pela qualidade do despacho. E obrigada pelas muitas gargalhadas.

    Sampa/SP, 08/08/2018 – 16:28

  2. Lembra um pouco o célebre relatório de Graciliano Ramos

    Porém mais enérgico ainda, rs.

    Para quem nao sabe da história, vou por aqui o texto que reencontrei pelo Google (Graciliano era prefeito da cidade de Palmeira dos Índios) :

    […]
    Havia em Palmeira innumeros prefeitos: os cobradores de impostos, o commandante do destacamento, os soldados, outros que desejassem administrar. Cada pedaço do Municipio tinha a sua administração particular, com prefeitos coroneis e prefeitos inspectores de quarteirões. Os fiscaes, esses, resolviam questões de policia e advogavam.

    Para que semelhante anomalia desapparecesse luctei com tenacidade e encontrei obstaculos dentro da Prefeitura e fóra della — dentro, uma resistencia molle, suave, de algodão em rama; fora, uma campanha sorna, obliqua, carregada de bilis. Pensavam uns que tudo ia bem nas mãos de Nosso Senhor, que administra melhor do que todos nós; outros me davam tres mezes para levar um tiro.
    Dos funccionarios que encontrei em Janeiro do anno passado restam poucos: sahiram os que faziam politica e os que não faziam coisa nenhuma. Os actuaes não se mettem onde não são necessarios, cumprem as suas obrigações e, sobretudo, não se enganam em contas. Dêvo muito a elles.

    Não sei se a administração do Municipio é boa ou ruim. Talvez pudesse ser peor (ALAGOAS, 1929).

  3. Estragando um pouco o ótimo Despacho do senhor delegado…..

    Estragando um pouco o ótimo despacho do senhor delegado e passando para outros fatos reais da vida cotidiana.

    Nas cidades brasileiras, por conta do serviço de sanitário público servirem mais a população de baixa renda, ou mesmo moradores de rua, as prefeituras fazem tudo para não possuírem estes confortos mínimos aos membros da urbe. Sanitários públicos induzem a despesas de limpeza e conservação bem como a manutenção permanente de pessoal de limpeza e vigilância e não dão votos.

    Porém se formos levar a sério o despacho que já é seríssimo (não tem a mínima ironia), vemos que qualquer habitante de uma cidade uma vez ou outra na vida passou pelo mesmo problema do “brasileiro em típico estado de necessidade”, ou seja, achar um local para “obrar” no meio da cidade!

    Podemos imaginar qualquer um de nós que em situações de desarranjo de suas funções intestinais, passa pelo constrangimento de para achar um lugar para satisfaze-las, começa a solicitar a comerciantes o uso de suas instalações sanitárias, coisa que na maioria dos locais é impedido e tendo muitas vezes de entrar num restaurante ou buteco em geral e sendo obrigado a comprar uma empada para justificar o uso dos sanitários.

    Muitos podem achar graça do meu comentário, porém se puxarem pela memória lembrarão de situações como esta, que os próprios leitores deste comentário ou seus amigos ou parentes passaram pelo mesmo aperto do que este brasileiro em “duplo estado de necessidade”.

    Em resumo, as prefeituras deveriam ter locais para que brasileiros, em simples ou duplo estado de necessidade deveriam poder dignamente satisfazer necessidades reais e não acessórias como a citada.

    1. Isso já existiu, Rogério
       

      Nas praças e nos parques públicos havia sanitários.

      Isso antes de as reformas econômicas e golpes sucessivos levarem o povo a miséria e às drogas. tornando os grandes centros urbanos uma verdadeira praça de guerra.

      Agora, só há sanitários para os cidadãos de bem, nas datas específicas em que a municipalidade quer o povo nas ruas exercitando o seu direito de circo, nas tais jornadas culturais ou os reveillons dourados.

      Para os favelados, os necessitados, os remanescentes de grandes catástrofes como o prédio incendiado no centro da cidade, que morem na rua, em frente à igreja da praça, que durmam no relento com seus rebentos, que se fodam!

      Cidade limpa é cidade sem pobres, por isso a burguesia abandonou o centro.

       

      1. Vou lançar uma linha de limousines com banheiro químico!!!

        Como rico não precisa de banheiro público, porém eventualmente não anda sempre de helicóptero, seria uma boa idéia lançar uma linha de limosines com banheiro químico!!!

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