Jornal GGN – Em novembro de 2017, 8 pessoas foram assassinadas com 35 tiros de fuzil no Complexo do Salgueiro, Rio de Janeiro, em mais uma operação do Exército que envolveu a Polícia Civil. Duas investigações já terminaram e, em ambos os casos, o assunto foi arquivado. As autoridades simplesmente concluíram que ninguém atirou.
O caso lembra o episódio ocorrido neste mês de abril em Guadalupe, uma operação do Exército que levou ao assassinato, pelas mãos do Estado, de um pai de família. O músico Evaldo Pereira levava esposa, sogro e duas crianças para um chá de bebê quando seu carro branco foi fuzilado com 80 tiros porque os militares o confundiram com um assaltante.
Uma perícia inicial da Polícia Civil concluiu que os militares erraram. Nove de 12 que participaram do fuzilamento estão presos. E a investigação está a cargo do próprio Exército, exatamente como ocorreu com o caso Salgueiro, que teve também um segundo inquérito tramitado no Ministério Público estadual.
No ano passado, o MP estadual concluiu que a Polícia Civil e os traficantes não atiraram contra os oito mortos. Em março passado foi a vez do Ministério Público Militar arquivar o inquérito alegando igualmente que nenhum militar puxou o gatilho.
Há, contudo, uma testemunha ouvida pelo MP estadual que apontou para os militares como responsáveis pelos disparos. Um padeiro de 19 anos, que também foi ferido, indicou a localização de onde saíram os tiros e reconheceu o uniforme dos membros do Exército junto à Defensoria. O depoimento dele foi confirmado pelo de outra vítima, Luiz Octávio Rosa, de 27 anos, que acabou morrendo um mês após a operação. Apesar dessas duas testemunhas, os dois inquéritos foram arquivados mesmo assim.
“A menos que surjam novas provas, que possam gerar a reabertura dos inquéritos, os autores dos disparos seguirão impunes”, anotou O Globo.
A operação foi denunciada pelos defensores públicos Rodrigo Pacheco e Daniel Lozoya à Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
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Ministério da SaúdeSociedade Brasileira desde Nefrologia.
Oito mortos, com 35 balas de fuzil que dispararam sozinhas.
Esses fabricantes de fuzil têm que fazer um recall urgente.
Esse complexo do salgueiro é, realmente, complexo.
É desse tipo de barbaridade que o país precisa se livrar, ser lavado, enxaguado e passado a limpo. Não do falso moralismo preconizado por Barrosos, Moros, Bozos e cia ltda.