Vamos falar de dinheiro?

Você costuma falar sobre dinheiro com sua família? Se sua resposta foi “não”, saiba que seu comportamento é comum em relação à grande parte das famílias brasileiras. O assunto que envolve salário, dívidas, investimentos ainda é tabu, segundo alguns especialistas que entrevistei recentemente.

Mas o que justifica esse receio em falar sobre grana? Os estudiosos das Finanças Comportamentais dizem que a tradição, passada de geração para geração, é um dos principais causadores do medo. Há até quem diga que discutir sobre sexo seja mais simples do que contar a resposta da situação financeira. Exagerado? Essa reflexão fica pra você, leitor.

Além de ser raro tocar no assunto em uma conversa familiar, algumas pesquisas mostram que dinheiro é um dos grandes vilões dos casamentos. Haja vista a tendência de aumento no número de divórcios no país. Compartilhar a situação financeira com o companheiro (a) é algo fundamental. Não significa ter conta conjunta, mas montar um orçamento coletivo, dizem os especialistas.

Na prática, vale a pena sentar e colocar tudo o que ambos recebem em uma planilha, definindo as despesas a serem pagas. Requer paciência? Sim, mas o resultado pode representar finanças mais equilibradas, além de evitar brigas porque um não contou para o outro sobre o bônus recebido por bom desempenho no trabalho.

E com as crianças?

Bom, por ser um tema complexo, é importante introduzir o dinheiro na vida dos filhos aos poucos. Por meio de brincadeiras, como Banco Imobiliário, ou idas ao supermercado, dá pra tocar no assunto sem ter de fazer tantos malabarismos para explicar aos pequenos. Por exemplo: na hora de fazer compras, deixe uma pequena quantia com a criança para ela escolher o que adquirir. Isso já vai ajudá-la a ter noção de quantidade e como determinado valor pode ser trocado por algo que ela viu nas gôndolas.

Outra recomendação dos especialistas é estimular a poupança com os pequenos. A famosa mesada, para crianças de 6 ou 7 anos, pode virar uma semanada. Isso porque, nessas idades, as crianças ainda não têm muita noção de longo prazo e não aguentam esperar o próximo mês para receber o dinheirinho.

Abrir uma conta poupança é algo também importante. Mas não basta depositar mensalmente um valor sem explicar isso para a criança. Vale a pena fazer a operação com o filho junto, ensinando-o como funcionam os serviços no banco.

Para resumir, falar sobre dinheiro em família exige transparência, diálogo e confiança. E na sua família, vocês falam de grana?

Redação

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