O primeiro discurso de Yahya Sinwar, o líder do Hamas mais procurado por Israel

Mentor do ataque de 7 de Outubro, Sinwar afirma que brigadas do Hamas não se submeterão à ocupação israelense em Gaza

Foto: Reprodução/ABC News
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“As Brigadas Al Qasam destruirão o exército de ocupação [de Israel]. Estão a caminho de esmagá-lo e não se submeterão às condições de ocupação”, afirmou Yahya Sinwar na terça-feira (26), em sua primeira aparição pública desde o início da guerra de Israel contra os palestinos na Faixa de Gaza.

Sinwar é a segunda liderança mais relevante do Hamas durante a guerra, atrás apenas de Ismail Haniyeh, que vive autoexilado no Catar há décadas. Sinwar é, portanto, quem manda no Hamas em Gaza e, por isso, é o homem mais procurado pelas tropas israelenses desde que os soldados iniciaram a ofensiva por terra, no final de outubro passado. Para Israel, Sinwar está escondido na rede de túneis subterrâneos do enclave.

Sinwar afirmou publicamente, por meio dos canais de comunicação do Hamas, que as tropas israelenses estão sofrendo “grandes perdas em vidas e equipamentos” em sua campanha militar. Segundo ele, as Brigadas Al Qasam atacaram mais de 5 mil soldados israelenses, sendo que “um terço deles morreu, outro terço ficou gravemente ferido e o último terço, permanentemente incapacitado”. A liderança do Hamas ainda afirmou que 750 veículos militares de Israel foram destruídos nas últimas semanas.

As cifras divulgadas por Sinwar estão distantes do relato oficial do Exército israelense, que confirmou um número inferior de baixas, com 156 soldados mortos, além de outros 333 durante o ataque brutal do Hamas no solo israelense em 7 de outubro e nos combates dos dias sucessivos.

A operação militar israelense se concentra agora em Jan Yunis, no bastião militar de Hamas no sul da Faixa de Gaza. Foi nesta cidade onde Sinwar nasceu. Sua captura é uma das prioridades das tropas israelenses.

Sinwar é considerado o principal cérebro e planejador dos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro, que deixou mais de 1.200 mortos e 240 sequestrados. Ele seria o responsável por negociar a libertação de reféns e também as condições para cessar fogo.

Segundo o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, “é apenas uma questão de tempo” até que ele seja encontrado. Há informações dando conta de que Sinwar já conseguiu escapar uma vez das tropas israelenses.

De acordo com o site ABC Color, Israel e Egito negociam uma nova trégua de duas semanas, que poderia se converter em um um cessar fogo permanente se o Hamas aceitar que um governo tecnocrático palestino tome o controle em Gaza e liberte os israelenses.

Porém, em artigo publicado no The Wall Street Journal na terça (26), Netanyahu impôs três condições para suspender a guerra contra os palestinos, e nenhuma delas envolve a libertação dos reféns. Netanyahu quer que o Hamas seja esmagado, que Gaza seja desmilitarizada e que a população palestina seja “desrradicalizada”, o que inclui a ascensão ao poder local de alguma figura da confiança de Israel.

Os intensos e indiscriminados bombardeios israelenses sobre Gaza já deixaram mais de 20.400 mortos, incluindo mais de 8.000 crianças, além de 54.000 feridos ao longo de dois meses de massacre do povo palestino.

Com informações de ABC Color

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Redação

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