Arthur Lira, o bode nos salões da democracia
por Francisco Celso Calmon
Conforme escrevi neste espaço, em 25 de novembro, no artigo “No jogo político não devemos esperar o segundo tempo”, reproduzo alguns parágrafos:
O orçamento secreto e o teto de gastos, ambos espúrios e inconstitucionais, se não forem derrubados nesta primeira quadra de empoderamento do governo da Frente da Esperança, serão os coveiros dos projetos de reconstrução do Estado democrático de direito.
O orçamento secreto para Arthur Lira é como a cabeleira do Sansão [da mitologia], sem ela, sua força torna-se igual a de todos os parlamentares.
Se a esquerda congressual não tiver outra saída senão apoiá-lo, que o faça acabando com o orçamento secreto do relator, e também ocupando a secretária-geral da mesa e a comissão de constituição e justiça.
O bode fede no salão do STF, fede para o governo Lula, fede para os demais salões institucionais do Estado democrático de direito, é chegado o timing de uma limpeza asséptica.
O Supremo Tribunal Federal começou a faxina ontem, com o voto relator da ministra Rosa Weber, é mister que o novo Congresso, mesmo sendo conservador, se livre desse instrumento corruptor, que a sociedade já manifestou a sua indignação, em abaixo assinado, pelo seu fim.
Em outro artigo, de 23 de outubro, lancei o repto “Abaixo o orçamento secreto”, no qual escrevi: Continuar com esse esbulho, o Brasil não terá mais democracia, será a ditadura da corrupção cleptocrata. […] Esse instrumento de corrosão dos princípios constitucionais da Administração Pública desequilibra a independência entre os poderes e institui a promiscuidade. […] O orçamento secreto viola a Carta Magna, altera a independência e harmonia entre os três poderes, trinca o presidencialismo…
O orçamento secreto do relator foi a moeda de troca para o presidente da Câmara não aceitar nenhum dos 150 pedidos de impeachment do atual presidente, portanto, a continuidade dos crimes do Bolsonaro tem a chancela desse cangaceiro da institucionalidade democrática.
Em analogia a marchinha, composta por Roberto Faissal e João Roberto Kelly, é o tempo certo de cortar a Cabeleira do Zezé, para ver quem ele é, será que ele é transviado, não sei, mas que é o maior corruptor do Congresso Nacional, com o objetivo de implementar um parlamentarismo caboclo, sem nenhuma anuência da soberania popular, não temos dúvida que é!
E a marchinha termina assim:
Corta o cabelo dele!
Corta o cabelo dele!
Corta o cabelo dele!
Corta o cabelo dele!
Francisco Celso Calmon, coordenador do canal pororoca e ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça
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