Deu empate
por Francisco Celso Calmon
Se no primeiro bloco Lula roubou a cena, deixou o Bolsonaro visivelmente tenso, boca seca, tosse, nos demais blocos não teve domínio do palco, pareceu não conhecer bem o script, pois perdeu o controle do tempo no terceiro, perdeu a iniciativa e permitiu que o outro pautasse o debate.
No primeiro round Lula levou o adversário à nokdown, quando esperávamos o nocaute no segundo, ele deu oportunidade para o antagonista se recuperar e careceu de instruções apropriadas do seu corner para o terceiro e último.
A proximidade física com o oponente não foi uma boa tática, porque permitiu a intimidade do genocida-pedófilo em colocar a mão sobre o seu ombro e o tratasse com o olhar e a altura superior.
Desde o inicio o satan foi pouco a pouco se aproximando e invadindo o espaço do Lula, interessava a ele a aproximação, fosse achando que o intimidaria, fosse para mostrar a diferença de tamanho, fosse para transmitir uma postura de não beligerante.
Diante de um ser tão abjeto tem que mostrar ao público repulsão e distância.
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Todos os ataques do Bolsonaro eram previsíveis, não houve surpresa, a pergunta que fica é se houve uma preparação adequada por parte de sua assessoria, antes e nos intervalos?
Conhecer a si e ao inimigo é uma lição básica em qualquer embate.
O adversário é conhecido, sabe-se como esgrima, portanto, a preparação deve ser visando o adversário real, como seus pontos fracos e fortes (quando os há).
O treinamento do Lula deve ser também para fortalecer eventuais pontos fracos e maximizar os fortes.
Algumas sugestões: 1. Lula deve falar para o público que está assistindo, e não diretamente para o oponente; 2. Tem que ir preparado para a edição de suas falas posteriormente, com frases marcantes; 3. conhecer e ir organizado para operar bem nas regras do roteiro do debate; 4. se postar como quem está à frente nas pesquisas e como o presidente que saiu do governo com o maior índice de aprovação da história, como um virtuoso.
Francisco Celso Calmon, coordenador do canal pororoca e ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça
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