Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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El Dorado, Howard Hawks ou Gláuber Rocha, por Rui Daher

El Dorado, Howard Hawks

https://www.youtube.com/watch?v=Q7gH3oOrmj8 height:394

Por Rui Daher

Me pediram pra deixar de lado toda a tristeza, pra só trazer alegrias e não falar de pobreza. E mais, prometeram que se eu cantasse feliz, agradava com certeza. Eu que não posso enganar, misturo tudo o que vivo. Canto sem competidor, partindo da natureza do lugar onde nasci. Faço versos com clareza, à rima, belo e tristeza. Não separo dor de amor. Deixo claro que a firmeza do meu canto vem da certeza que tenho, de que o poder que cresce sobre a pobreza e faz dos fracos riqueza, foi que me fez cantador”.

Creio já ter começado muitos textos com essa introdução que Geraldo Vandré fez para “Terra Plana”, no álbum “Canto Geral”, de 1968. Faço-o porque nós, brasileiros, deveríamos seguir essa trilha e lutarmos, ao sangue, para que ela não fosse apenas um poema, mas uma transformação.

Fui muito próximo do autor, nas décadas de 1960/70, quando pertencia ao Centro Acadêmico da FGV e ele namorava amiga nossa, linda mulher.

Mas na imbecil promessa neste intervalo, entre Natal e Ano Novo, de não tratar de temas afeitos às política e economia brasileiras, eis que os troquei pelo futebol inglês, hoje com o Boxing Day (ESPN), e pelos filmes antigos na TV.

Foi bom Watford e Chelsea, mas nada que se compare às direções de Howard Hawks, trilha sonora de Nelson Riddle, interpretações de Wayne e Mitchum, James Caan, para “El Dorado” (EUA, 1966).

Tudo como Hawks sempre soube fazer, e a excepcionalidade do papel de Arthur Hunnicutt, interpretando o ajudante do bêbado xerife, J.P.Harrah (Mitchum).

Leight Brackett, que escreveu o roteiro, chegou à beira de fazer de suas “tiradas” a parte mais interessante do filme. Arthur é Bull Harris, o ajudante do xerife. Suas intervenções são de corar de vergonha o governo teocrático-militar que o Brasil comprou.

Não esperem, pois, a partir de janeiro de 2019, neste País, um Estado laico e civil, como determinado nas Constituições Republicanas. O regime estará disfarçado em democracia, mas serão autocráticas, teocráticas e militaristas suas decisões.

Todos os indícios da transição indicam isso. Ou não? Como está sendo composta a equipe de Jair Messias, senão com freaks religiosos, militares, e vaidosos economistas e juízes de piso, como os vaidosos Guedes (quinto escalão) e Sérgio ‘camicia nera’ Moro?

Ah, temos também um lunático astronauta, ignorante ao ponto de não saber que o que irá pesquisar em Israel já o fazemos há anos. Aliás, criado por uma jovem brasileira, negra, incluída pelos governos do PT. Puta vergonha, sô!

Mas, para mais sofrermos, que é o que mais merecemos pelas bobeadas pré-campanhas e eleições, ninguém que votou no Messias, apoiou ou se absteve, demonstra o menor sinal de arrependimento. Pelo contrário, estão esperançosos. Tais “Velhinhas de Taubaté” e “Doutores Pangloss”.

A partir do primeiro de janeiro de 2019 será isso. Um governo teocrático-militarista. Peço que pessoa mais inteligente do que eu pense sobre isso e os resultados que virão. Caso contrário, volto eu ao tema. Inté.

 

Rui Daher

Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

1 Comentário

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  1. Mas Rui,
     

    Colocar tudo isso num parágrafo só, é um convite às fake news.

    “Aliás, criado por uma jovem brasileira, negra, incluída pelos governos do PT. Puta vergonha, sô!”

    É só mudar a pontuação.

     

     

     

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