Comentário de Frederico Firmo na publicação “Xadrez da conspiração do STF que resultou em Bolsonaro“, de Luis Nassif:
Do passo a passo tão bem descrito por Nassif, fica claro que, neste processo, esta casta de juízes jamais soube analisar o país e política. Focaram-se nas pessoas e nos grupos que defendiam, eram facilmente influenciáveis por grupos de pressão, servindo a interesses diversos, mas que tinham em comum o receio de que o PT voltasse à Presidência.
Se para alguns políticos isto era impensável, a direita dita moderada e desvairada como a que acompanhou Serra e Aécio estava em pânico, mas em confronto interno. Desde o FHC, esta direita jamais conseguiu fazer um governo minimamente decente para a população. Sempre falando em índices, bolsa, mercado e privatizações, não foram capazes nem de governar, nem de ganhar corações e mentes. Mas o temor de perder, mais uma vez, para o PT os transformou em feras, monstros capazes de se aliar ou vender a alma ao diabo.
Obviamente em busca de um respaldo popular, viram Bolsonaro como aquele que fala a linguagem de boteco. Confundiram a linguagem de boteco com a linguagem do povo, e terminaram por imprimir na cabeça de muitos que um ignorante com conversa ignorante e muita truculência defenderia seus interesses. Ele não faliu por si próprio, mas sim pela plêiade de terraplanistas econômicos, oportunistas, corruptos e um grupo imenso que, sempre temerosos de um fim próximo, se jogou no butim pensando: é agora ou nunca.
Receosos de que não permaneceriam no poder, fizeram todas as falcatruas e barbaridades no mais curto espaço de tempo, e deixaram no Legislativo uma trupe que, no momento, tenta incrustrar nas leis formas de ganhar dinheiro e poder.
O STF hoje parece querer dizer o óbvio. Eles, de fato, não queriam este que colocaram no poder, eles preferiam Aécio Serra, Dória. Qualquer um, assim como prefeririam Macri a Milei, afinal de contas “o estilo é importante”. Porém, o país continua da corda bamba em surto maníaco-depressivo.
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