Sobre o debate da Globo, por Eduardo Ramos

Mas, vamos ao que interessa: "E a conclusão?" - Dou a minha: NÃO HOUVE DEBATE!

Sobre o debate da Globo

por Eduardo Ramos

Assisti aos pedaços. A presença de Bolsonaro me causa tamanho mal estar, repulsa, um quase-desespero por sua existência no mundo e na política, que se eu não desvio meus olhos e ouvidos de sua figura diabólica, mentirosa, abjeta, é como se a minha humanidade estivesse sendo agredida por sua presença tóxica.
Juro a vocês que nem em mil vidas – tirando os pobrezinhos, da mais alta taxa de ignorância e sem cognição alguma com a realidade mais básica… – vou conseguir entender quem o admira, o defende, o considera “um homem de bem” ou coisa parecida. Tudo nele exala violência, mentira, manipulação, farsa, egocentrismo, ausência de empatia, só consigo ver maldade, demência e bestialidade no último grau – um Hitler tropical, em suma!

Mas os tais pedaços que assisti, tenho certeza, são um retrato do que foi todo o debate: um Bolsonaro bem treinado para ser agressivo o tempo todo, tentar desestabilizar Lula, e arrancar votos eventuais dos indecisos com essa argumentação básica: “não vote no comunista ladrão, vote em mim, o homem conservador, de família, que está cuidando bem do Brasil…” – um discurso paupérrimo, que só pode atingir ao seu curral, ao seu rebanho. Números e números citados, muitos deles mentirosos, e a fuga óbvia a todos os questionamentos de Lula. O velho Bozo de sempre.

Lula, igualmente bem treinado, dessa vez mais incisivo, levemente agressivo – no tom certo, eu achei – quando necessário, e controlando o tempo de modo muito melhor do que no debate da Band, o de hoje, um debate em que era impossível ele se sair melhor porque, na verdade, tudo o que seu adversário NÃO QUERIA era debater. E obviamente, não há debate em hipótese alguma se uma das pessoas se esquiva disso como uma tática permanente – até para esconder suas próprias fragilidades.

Mas, vamos ao que interessa: “E a conclusão?” – Dou a minha: NÃO HOUVE DEBATE!

Houve um encontro tenso e algo agressivo entre dois candidatos a presidente do Brasil, com um “empate técnico” evidente em relação ao objetivo: a conquista de eleitores.

Porque “empate técnico?” – porque Bolsonaro se saiu bem para a quase metade do país que o apoia. Não derrapou, não saiu do script, ao contrário, seu gado vai vibrar falando coisas do tipo: “o mito colocou o petralha nas cordas, mostrou quem é o corrupto e quem fez bem de verdade ao Brasil!” (sim, eles realmente acreditam em tudo isso…)

Já a turma que votou em Lula no primeiro turno, a bem dizer nem precisava de debate algum para confirmar seu voto. O que Lula conseguiu nesse “empate técnico” foi a confirmação dos votos dos eleitores de Ciro Gomes e Simone Tebet, cuja debandada em massa poderia ameaçar sua vitória. TODAS as pesquisas apontam que isso não ocorreu.

E ontem, as pessoas minimamente honestas intelectualmente e com alguma cognição com o mundo real, viram um Lula bem mais capaz de lhes dar o Brasil declarado por Ciro e Tebet, do que seu adversário. “Empate técnico” para Lula significa, na prática, NÃO PERDER VOTOS NO DEBATE, e isso não ocorreu!

A vitória de Lula é o esperado por todos os analistas. Por motivos pra lá de óbvios, aguardemos as urnas. Cientes de que o desespero poderá fazer o outro lado vir com surpresas macabras, típicas dos métodos dos milicianos. É o que eles são, afinal!

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN. Concorda ou tem ponto de vista diferente? Mande seu artigo para [email protected].

Redação

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