Xadrez do marco zero das esquerdas

As eleições municipais simbolizam um marco zero para as esquerdas, de fim da era de predominio  absoluto do PT. 

O partido nasceu moderno nos anos 80, como uma confluência de coletivos. 

Nos anos 90 amoldou-se para a luta política convencional, revendo dogmas, aplainando radicalismos estéreis. Mas, para tanto, recorreu a um centralismo que pouco a pouco foi  inibindo o protagonismo dos coletivos. 

Com a chegada ao poder, tentou manobrar as ferramentas de luta institucional. Nesse período, perdeu quatro elementos centrais: José Genoíno e Luiz Gushiken, tragados pela AP 470; o ex-Ministro Márcio Thomaz Bastos; manteve ainda José Dirceu atuando como eminência parda, mas sem dispor mais das ferramentas institucionais e afastado do centro de poder pelo isolamento a que foi confinado pelo governo Dilma, crítica de seus métodos. 

Finalmente, no governo Dilma Rousseff perdeu a identidade ideológica.

Assim, ocorreu uma quádrupla derrota nos campos político, institucional, midiático e ideológico. A esquerda terá que ser refundada.

As características dos novos tempos são as seguintes.

Peça 1 – fim do lulismo

A legenda Lula compreendia um conjunto de símbolos pouco captados pelas novas gerações: a criação da CUT, os comícios da Vila Euclides, a campanha de Collor, a campanha do impeachment.

Manteve-se como o grande aglutinador dos grupos de esquerda e como o maior símbolo da política brasileira do século. Mas tombou, vítima da falta de lembrança das novas gerações, da campanha sistemática de destruição pela aliança da Procuradoria Geral da República (PGR), Lava Jato e mídia. E pelos erros tremendos de não ter entendido os aspectos institucionais e midiáticos da guerra política.

Na verdade, o único líder do PT com essa visão era José Dirceu.  Explicitou demais o seu poder, atuou com excessiva desenvoltura em todas as áreas, do Judiciário aos grandes grupos e terminou fuzilado por uma armação: a tal  “teoria do fato”, magistralmente definida pela Ministra Rosa Weber com seu célebre “não tenho provas, mas a doutrina me permite condená-lo”.

Depois, foi alvo de todas as armações acusatórias possíveis e de uma bala de prata real: suas relações com Milton Pascowitch.

O sonho de Lula 2018 está comprometido pelos resultados da campanha política de desconstrução de sua imagem e pela continuidade do jogo político escandaloso da Lava Jato, visando inabilitá-lo juridicamente.

Continuará sendo figura referencial das esquerdas, a liderança capaz de aglutinar os diversos setores. Mas os cenários possíveis para a esquerda têm que começar a trabalhar com a hipótese concreta de não contar com Lula em 2018.

Peça 2 – a mediocridade da direita

Nos anos 80, ganhou popularidade uma velha piada sobre o inferno. 

O sujeito morre, vai para o inferno e precisa escolher entre três, o inferno norte-americano, o alemão ou o brasileiro. O brasileiro, além de incorporar todas as  funcionalidades dos dois anteriores, ainda tem um cardápio adicional de tortura, dentre as quais meia hora diária ouvindo o José Serra falando sobre o perigo bolivariano no mundo.

O condenado se espantou:

  • Se o brasileiro é tão pior assim, porque está cheio e os dois outros vazios?
  • É porque no brasileiro nada funciona. O Secretário de Governo desviou o carvão da fornalha, o demônio da Casa Civil montou uma concorrência fraudada e a cadeira do Dragão dá curto circuito, o Satanás só herdou as mesóclises de Jânio. E o Serra nunca aparece porque dorme até tarde e passa o resto do dia tentando decorar siglas: Brics, NSA, Mercosul, União Europeia… Brics, NSA, Mercosul, União Europeia… Bracs, perdão, Brics, GSA, perdão NSA…

Piadas à parte, a direita brasileira não se mostra capaz de desenhar um projeto minimamente articulado de país. Nos anos 90, embarcou na onda Reagan-Thatcher, que começava a dominar o mundo pós-muro de Berlim. Agora, nada tem, nem utopias globais às quais recorrer. Atualmente único fator de aglutinação é atacar a velha esquerda e exalar toda forma de preconceito. E importar das ondas globais a intolerância mais retrógrada.

Terá vida curta. Sua única saída será ampliar o Estado de Exceção. Mas mesmo para isso teria que dispor de características  morais e de capacidade de desenhar o futuro. Só com mesóclises será insuficiente..

Portanto o novo tempo do jogo está próximo, de menos de uma década, com novos atores que ainda estão em formação.

Peça 3 – a ampliação do estado de exceção

Antes de ingressar no novo tempo político, há o enorme desafio de enfrentar a maré do Estado de Exceção.

Quando comecei a apontar a participação do PGR Rodrigo Janot no golpe, procuradores bem intencionados preferiram se iludir com a presunção de isenção. Nas suas entranhas, o processo jurídico é burocratizado e lento. E as regras de accoutibility suficientemente vagas para que os operadores do direito manobrem com prazos, com avaliações  subjetivas sobre os inquéritos e, principalmente, com o uso seletivo dos vazamentos.

O inquérito contra Aécio Neves dormiu por anos na gaveta do PGR. O julgamento do “mensalão tucano” foi atrasado por anos graças a um mero “esquecimento” do Ministro Ayres Brito.

Até hoje é impossível saber quais e quantos inquéritos repousam nas gavetas da PGR ou em pedidos de vista intermináveis do STF.

Agora, o MPF e a Polícia Federal se constituem na maior ameaça à democracia. E há razões de sobra para temer.

Qualquer avaliação sobre o avanço do Estado de Exceção tem que analisar dinamicamente o que ocorre, levando em conta todos esses sinais.  

O que Mirian Leitão fez foi uma mistificação histórica, ao comparar o quadro politico atual com a ditadura pós-AI5, em plena maré de torturas, para concluir que hoje em dia não existe regime de exceção. 

Para chegar a 1968, a ditadura passou por 1964, período no qual foram plantadas as sementes da radicalização posterior – principalmente quando o regime entendeu que não tinha possibilidades eleitorais. E surgiu porque avançou-se dia a dia em medidas de exceção, criminalizando os críticos, fossem comunistas ou liberais. E, na mídia, as Miriam Leitão da época estimulavam a caça às bruxas recorrendo a um legalismo de araque.

Se Mirian e outros colegas forem bem sucedidos em seu trabalho diário de fomentar a caça às bruxas, é possível que dentro de pouco tempo possamos chegar ao padrão AI5.

O direito penal do inimigo está proliferando por todos os poros da república, dos colunistas de jornais a procuradores da República, diretores de escola expurgando “comunistas” e redações expurgando quem ousar criticar o golpe. 

É um sentimento disseminado.

É possível que em um ponto qualquer do futuro erga-se alguma onda de resistência contra o arbítrio. No momento, não.

No CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) as piores asneiras de direita são perdoadas. Hoje em dia, no entanto, as ameaças do CNMP pairam sobre o pescoço do procurador que questionou a reforma trabalhista em artigo, os bravos procuradores da República em São Paulo que correram até a delegacia para defender jovens vítimas de arbitrariedades policiais; a Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat, por ter decidido filmar as passeatas para coibir as truculências da Polícia Militar paulista.

Em quadro de normalidade democrática, de discernimento mínimo jurídico, nem o mais obtuso procurador da República proibiria exposição de obras de Paulo Freire na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) ou cartazes de “fora Temer” em colégios – como fez ontem o procurador da República no Rio de Janeiro, Fábio Moraes de Aragão.

Por tudo isso, o primeiro grande desafio será conter essa escalada da violência, do dedurismo, que entrou por todos os poros da sociedade.

Peça 4 – a reconstrução de um modelo de esquerda

Essa reconstrução passa não apenas pela recuperação dos valores centrais – inclusão social, políticas sociais, estado do bem estar social, tolerância, defesa das minorias, defesa do meio ambiente etc. -, mas por rediscussão sobre modelos de estado, instituições e mídia.

Sobre instituições

A maneira das corporações entrarem no jogo político foi atrás do associativismo. Criado como uma instância de supervisão do Judiciário, por exemplo, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) só levanta dados para justificar gastos do Judiciário. O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) é incapaz de ações mais severas contra abusos de procuradores. Hoje em dia, o Judiciário já consome 1,8% do PIB e caminha para 2,1%, fato inédito em qualquer economia global.

Pior, há um desconhecimento amplo dessas corporações em relação a temas políticos e econômicos, mais ainda em relação a projetos de país.

Nenhum governo será viável se não tiver o controle dessa agenda e se não instituir uma accountibility ampla nesses setores. Hoje em dia não se tem acompanhamento nem sobre processos em tramitação no Supremo, nem na Câmara, não se tem controle sobre a gaveta do PGR.

Terá que se recuperar os princípios originais de independência do Ministério Público e do Judiciário: para assegurar a independência de julgamento do juiz e o trabalho independente do procurador. e não como ferramenta de instrumentalização política de um poder de Estado.

Sobre gestão

Os governos Lula e Dilma revelaram grandes exemplos de boa gestão, especialmente nos programas desenvolvidos por Fernando Haddad no MEC (Ministério da Educação), no Bolsa Família e no Brasil para Todos. E alguns arremedos de gestão compartilhada no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Mesmo assim, não trataram de definir um padrão, a partir do acúmulo de experiências bem sucedidas.

Mas, apesar dos avanços, ainda se deixou muito a desejar. 

  1. A institucionalização  de políticas públicas passa por definir métodos claros de parceria com estados, municípios e terceiro setor. Só se consegue com a criação de protocolos de procedimentos para cada programa, facilmente assimiláveis na ponta, fiscalizáveis e reprodutíveis. 
  2. Desenvolvimento de modelos de comunicação, para facilitar a compreensão da opinião pública sobre os benefícios dos projetos. 
  3. Institucionalização de canais de participação da sociedade nas diversas instâncias de discussão das políticas públicas.

Sobre mídia

Nenhuma democracia é compatível um mercado dominado por grandes grupos de mídia atuando de forma cartelizada e com poder de fogo similar ao das Organizações Globo.

Em todos os fóruns de direitos humanos, o direito à informação ganhou status de direito fundamental, tão relevante quanto o direito à vida, à alimentação e à saúde.

A Globo conseguiu seu maior feito politico ao ser a protagonista principal de um golpe de Estado. Criou uma conta enorme a ser saldada em um ponto qualquer do futuro. Desde então, se transformou no inimigo número um de qualquer governo progressista que surja nas próximas décadas.

Luis Nassif

104 Comentários

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  1. Direito à informação é direito fundamental

    Nassif foi no ponto em sua conclusão.

    Norberto Bobbio, em “A era dos direitos”, pontificava desde os anos 1990 que o direito à informação é um direito fundamental do homem.

    Garante a possibilidade de convivência civilizada na sociedade, por trazer conhecimento e discussão sobre pontos de vista díspares, em uma sociedade complexa e multifacetada.

    Por isso, há essa barbárie que vemos.

    O Basil não será um país verdadeiramente civilizado enquanto esse direito fundamental não for assegurado. E isso somente ocorrerá quando o oligópolio da mídia for quebrado.

    1. Sim, que você está propagando

      Sim, que você está propagando uma mentira pois Aécio jamais falou isso. Apareceu no site do Leonardo Boff e ele nunca mostrou a fonte.

      Além do mais o Aécio nao chamava a Dilma de president*A* Dilma, mas sim “a presidente Dilma”.

      Basta de mentiras.

      1. 1) Partamos do princípio de

        1) Partamos do princípio de que Aecio não tenha falado isso, foi uma invenção de LB. Muito pior do que falar, ele FEZ isso;

        2) Toda razão, Aecio não chamava Dilma de presidenta. Mas o motivo não é o de “prezar” o vernáculo, como assim o faz uma Ministra. É apenas a exterioração de um machismo doentio, havendo informações de que já manifestou essa doença de forma violenta.

        1. Creio que foi publicado no

          Creio que foi publicado no site do jornal o Globo de 4/março/2016, algo bem próximo do mencionado aqui, portanto não foi logo após as eleições, mas cerca de um ano e meio depois…

           

      2. Se ele não falou isso, agiu

        Se ele não falou isso, agiu exatamente assim desde o minuto seguinte à eleição da presidenta. Ele não deu parabéns à eleita, como é de praxe na política mundial. Foi um dos puxadores da ingovernabilidade da reeleita e do impeachment, apenas por não aceitar a derrota.

        Gostaria que o Boff se manifestasse a respeito de vc chamá-lo de mentiroso.

        Basta de mentiras SÓ DE UM LADO?! Vc. se manifestou, por exemplo, no recente factóide da revista época sobre a aposentadoria de Dilma, desmascarado aqui mesmo no Nassif?

      3. Claaaaaaro

        Claaaaaaro

        é isso, como se verdade tivesse algum valor nestes ultimos tempos…..

        pergunta:Foi golpe ou não?

        pergunta:O Aecio apoiou o golpe?

        pergunta:O Aecio é golpista?

         

      4. É preciso fonte

        Para que os blogs tenham credibilidade é preciso ser cuidadoso coma propagação de informação. Afirmar que é mentira, também não dá. O Nassif tinha o hábito de marcar “sob observação” as notícias não confirmadas.

        Temos tido uma enxurrada de boatos nas redes sociais.  Quem vai se beneficiar com a ausência total de credibilidade que virá? Os meios tradicionais de comunicação!

        Se compararmos a esquerda dita progressista e a direita reacionária, vemos que a segunda tende a ganhar jogando sujo. Mas isto não é uma verdade absoluta. Muitos que estão agora com raiva e desiludidos podem facilmente perder o norte.

        Temos sim diferentes fins, mas o que efetivamente nos diferencia são os nossos métodos.Uma evolução civilizatória só será possível quando enxergarmos sem sombra de dúvida que os meios importam muito mais do que os fins.

      5. É preciso fonte

        Para que os blogs tenham credibilidade é preciso ser cuidadoso coma propagação de informação. Afirmar que é mentira, também não dá. O Nassif tinha o hábito de marcar “sob observação” as notícias não confirmadas.

        Temos tido uma enxurrada de boatos nas redes sociais.  Quem vai se beneficiar com a ausência total de credibilidade que virá? Os meios tradicionais de comunicação!

        Se compararmos a esquerda dita progressista e a direita reacionária, vemos que a segunda tende a ganhar jogando sujo. Mas isto não é uma verdade absoluta. Muitos que estão agora com raiva e desiludidos podem facilmente perder o norte.

        Temos sim diferentes fins, mas o que efetivamente nos diferencia são os nossos métodos.Uma evolução civilizatória só será possível quando enxergarmos sem sombra de dúvida que os meios importam muito mais do que os fins.

      6. É preciso fonte

        Para que os blogs tenham credibilidade é preciso ser cuidadoso coma propagação de informação. Afirmar que é mentira, também não dá. O Nassif tinha o hábito de marcar “sob observação” as notícias não confirmadas.

        Temos tido uma enxurrada de boatos nas redes sociais.  Quem vai se beneficiar com a ausência total de credibilidade que virá? Os meios tradicionais de comunicação!

        Se compararmos a esquerda dita progressista e a direita reacionária, vemos que a segunda tende a ganhar jogando sujo. Mas isto não é uma verdade absoluta. Muitos que estão agora com raiva e desiludidos podem facilmente perder o norte.

        Temos sim diferentes fins, mas o que efetivamente nos diferencia são os nossos métodos.Uma evolução civilizatória só será possível quando enxergarmos sem sombra de dúvida que os meios importam muito mais do que os fins.

      7. Não demora

        e alguém vai dizer aqui que Eduardo Cunha nunca falou das “pautas-bomba” contra Dilma… tem que ter a fonte.

        E nisso que a direita sempre cresce, mesmo entre os e as aparentes pessoas “sensatas” eles acham defensores.

         

    2. Precisa: Haddad é um idiota

      Precisa: Haddad é um idiota !!! Adepto do republicanismo cretino que jogou nosso país no abismo !!!

      A diferença entre Aécio e Haddad é a diferença entre vencedores e perdedores. Temos escrúpulos demais com gente que não tem nenhum. Estaremos eternamente em desvantagem.

      O pessoal tá mais preocupado em quando morrer ir para o céu do que construir algo decente na terra.

  2. Incomoda profundamente essa

    Incomoda profundamente essa história que estão construindo de que o Judiciário custa 2% do PIB e seria o problema do país. A crítica vem sempre para cima dos salários da camada média, porque ninguém vai fazer arrocho salarial em juiz. Só que o valor é compatível com o nível exigido nos concursos públicos. É a velha teoria dos marajás, a necessidade do Estado ser uma completa sucata recheado de gente sem qualificação.

    Em vez de cortar pelo rebaixamento ainda maior da renda, por que não cortam pela gestão de recursos?

    A União é a maior cliente do Judiciário. Estatísticas dão notícia de que ela responde por metade dos processos no país.

    Se a União parar de discutir tudo no Judiciário – do INSS a tributos – o custo do PIB cai a 1%, então. Em conta de padaria, utópica.

    Desses 2% pelo menos metade é questão tributária. No pouco tempo que atuei como tributarista, aprendi que se discute uma questão primeiro perante a Receita. Depois se discute igualzinho perante o Judiciário. Se a máquina fosse racionalizada, dava para economizar esse 1% do PIB. Mas a turma da Fiesp vai abrir mão de discutir seus débitos tributários por uma década, até chegar a prescrição intercorrente e eles ficarem isentos dos impostos?  O pessoal que foi pego no pulo na Zelotes vai concordar em rolar dívida como se fosse um crediário camarada? Parece que não.

    No restante pouco tempo que fui civilista,  contra e a favor de empresas, aprendi que o maior cliente do Judiciário, depois da União, são as grandes empresas. Em especial as multinacionais. que causam lesões em série aos direitos do consumidor na mesma escala em que efetuam vendas em massa. Se as agências reguladoras funcionassem, os clientes não reclamavam aos milhares. Os americanos sabem bem disso e cortam boa parte da insatisfação ainda nessa fase administrativa. Sem reclamação não há processo. Somente na capital de SP temos uns 30 JEC e regionais. Cada um deles com uns 2000 processos ao ano. São 60.000 pessoas que se dão ao trabalho de sair de casa ao ano para reclamar em causas repetidas. Somente por inscrição indevida em cadastro negativo devem ser 1/4 disso. Algo que nem deveria ser discutido. Isso em SP, que é metade do Judiciário do país. Multiplique por no mínimo 2 essa conta e vem a realidade.  Quem deveria que arcar com análise jurídica de demanda de consumidor é a empresa, não o Estado. Se uma derrota no Judiciário custasse caríssimo, as empresas teriam assessorias jurídicas perfeitas, treinadas para não cometer erros, em vez de esperar a “opinio doctorum” de um juiz, e ir corrigindo apenas aquele caso pontual em que houver uma cara ordem judicial paga pelo cofre público. E ainda teríamos valorização da força de trabalho intelectual nacional, em vez de pagar manufatura chinesa de iPhone a peso de ouro. É sempre bom lembrar que somos o país com maior quantidade de formados em Direito no mundo, a maioria mal formados,  e até essa geração morrer não vai ter conserto para esse erro crasso das décadas recentes . Nessa conta dos adversários do Judiciário, ficaria livre mais 0,5% do PIB.

    Então dessa conta de 2% do PIB para Justiça, tira-se 1% da União discutindo tributo com empresários e tentando evitar plena aposentadoria de pobre. Depois tira-se mais 0,5% de grandes empresas discutindo lesão a consumidores aos milhares, que deveriam ser decidida em “class action” únicas, concentradas e com custo suficiente para desanimar empresas que resolvessem desobedecer e rediscutir.

    Sobra 0,5% do PIB para aquilo que deveria ser a finalidade Judiciário: discutir divórcio, família, lesão a direitos fundamentais, defesa do direito do trabalhador, garantia da dignidade humana, acidente de trânsito, patrimônio, aluguel, liberdade individual. Meio por cento é um preço barato a se pagar, em uma sociedade onde direito é bem de luxo. Onde lesão a direito é normalidade, exigindo sempre a intervenção de um mediador, o Judiciário.

    Quando houve críse hídrica resolveram que a água não era mais infinita no Brasil e taxaram os gastadores, porque eram pobres. O erro no gasto do Judiciário está na gestão e no medo de causar custos a quem faz uso abusivo do serviço público escasso que é a prestação jurisdicional, e esses são empresários ricos, além de gestores públicos que enrolam dívidas razoavelmente claras e passam a conta para o Orçamento do prefeito/governador/presidente seguinte. 

    1. Bastante falacioso ( e revelador ) esta ordem de argumentos
      Ilustre Magistrado: estamos em um nível de discussão que supomos claramente que os advogados que tanto entram com recursos pela União, são concursados que nem vocês. Tão certos disto, que invalida esta ordem de argumento.

      Agências regulatórias, criadas como marco legislativo de investimento, no assunto, mais que permeada por interesses das próprias empresas fornecedoras dos serviços é uma criação neoliberal. O modelo anterior a este, de orgãos públicos ( meritórios ou concursáveis ) e de regulação por lei, foi prescrito por fhc.

      A indenização punitiva às empresas, ah esta é todo dia aviltada, como impossibilidade processual, por quem? Pelos Magistrados. Em nome de que? Da vedação ao princípio do enriquecimento ilícito. Que faz o que, ao final? Torna economicamente ( às empresas ) viável procederem da mesma forma, para novo e reiterado desrespeito a decisão de quem? Do mesmo Magistrado ( o suor decisório desta vez se acumula, mas não sem causa ).

      Fazer desta multidão de bacharéis desempregados, terem alguma utilidade antes de morrer, parece muito duro com os mesmos. Não existe trabalho real na decisão dos milhares de processos?

      Falar da qualidade de mercado dos ditos bacharéis torna-se redundante, além de regorosamente injusta, diante de uma república do PowerPoint nas igrejas, das Araucárias, ou dos depoimentos ‘ajustados’ na Delação Premiada, ao longo do processo. Ou do magistrado (Magistrado?) de lá que convenceu-se da culpabilidade na fase ainda investigatória…

  3. Qualquer governo progressista

    Qualquer governo progressista deveria tratar a Globo como a inimiga que ela é. Mas, para nossa tragédia, sempre pareceu que o sonho dos petistas (ao menos os que ocupam caros públicos) sempre foi ter 30 segundos no jornal nacional. Daí pra frente é só derrota.

  4. Hope..

    1 Este golpe tem marca “made in” voces sabem onde começa com U termina coma A….muito complexo para ser produto da cabeça de um juizeco de Curitiba, da globo ou quem quer que seja….tinha conviccões, agora tenho certeza absoluta…esperaram as eleiçoes passarem, derrocadado do PT, e agora se ataca aos ultimos centros com algum poder do PT, vão cortando as pernas uma a uma….muito calmamente e no longo prazo, sem presa, sinto muito se ofendo alguem, mas é muito bem feito para ter sido planejado no Brasil, isso é coisa de quem tem experiencia no ramo…O nosso “querido juiz Mourou(in inglich, please), cade vez que vai pra la fazer uma palestra, pra min ele vai pegar a “cartilha” com os proximos passo… um dia é um governador do pt envolvido, daqui duas semanas um outro e assim vai , isso é coisa de profissional…..não tem nada de amadorismo…mesmo quando da pra tras é pra jogar pra torcida, como no caso do Mantega ele viu (ou alguem viu) que tinha pegado um pouco pesado pra midia ai deram uma aliviada…. mas o objetivo continua na mira…..

    2 Quanto a nos, nos cabe arregimentar forças, vamos ter paciencia e sejamos “didaticos” digamos assim……….vamos precisar trabalhar para convencer, esclarecer e “politizar”  as pessoas com as quais temos contato, as vezes uma frase pode desencadear uma reflexão(pregar à convertidos é muito divertido mas inutil) …… vale a pena o esforço de tentar fazer as pessoas proximas de nos entenderem que se trata de um retrocesso,que eles querem vender(dar) o pais, que nesta guerra perdemos todos,que passamos por subdesenvolvidos perante a comunidade internacional,  ,esqueçamos pelo momento os argumentos que polemizam,…………..com argumentou simples e de peso teremos a capacidade de mudar as coisas, talvez não agora, mas num futuro bem proximo possamos por 1 milhão de pessoas na rua ou 2……….esse caras não tem nem meio culhão pra segurar um rojão desse tamanho.

    1. Tem razão.

      Eh urdido e planejado lá nos isteites e zoropa e executado e coordenado aqui, em nível operacional, pelas ma$$onaria$$$. Só assim é possível que todos falem a mesma lingua nos 8 milhões e tantos km2 do país, com a precisão e cronologia britânicas. Toda essa sofisticação, sorry direitalha tupiniquim, só com apoio e coordenação dos especialistas de sempre. Começaram em 2005, apenas assistindo de longe, deixando para os seus agentes locais as tarefas de planejamento e operação. Eleição do poste em 2010, acendeu a luz amarela e eles, então, resolveram tomar o timão porque acabaram concordando com o Tom Jobim. O Brasil não é um país para principiantes. De lá para cá aproveitaram-se da ignorância e fragilidade moral de agentes da alta burocracia do Estado e construíram a hegemonia do GOLPE e a desconstrução do projeto de país desenhado na década passada pelos BRASILEIROS que estiveram no poder, pela primeira vez “…na história desse país…”!!

  5. NASSIF, de novo: corrige a citação da WEBER

    >> NASSIF,

    Lembro de novo:

    >> Ministra Rosa Weber com seu célebre “não tenho provas, mas a jurisprudência me permite condená-lo”.

    Nao é “jurisprudência”! É “doutrina” – a literatura jurídica – o que é ainda mais arbitrário!

    Acho que no ultimo post em que mencionou nao viu o alerta nos comentarios.

    *

    Os tempos estão tão bicudos que Nassif teve que suspender a sua determinação de não individualizar críticas a colegas.

    Ontem foi o strike no Noblat, que o levou a apagar o tuite infeliz:

    Hoje é strike na voz mais perniciosa da Globo, junto com Merval Pereira, que agora revela canalhisse maior do que se podia supor por sua biografia:

    >> Para chegar a 1968, a ditadura passou por 1964, período no qual foram plantadas as sementes da radicalização posterior – principalmente quando o regime entendeu que não tinha possibilidades eleitorais. E surgiu porque avançou-se dia a dia em medidas de exceção, criminalizando os críticos, fossem comunistas ou liberais. E, na mídia, as Miriam Leitão da época estimulavam a caça às bruxas recorrendo a um legalismo de araque.

    *

    Como ‘MIRIAM’ dorme à noite?

    Caso a consciência (?) incomode ainda, há algumas receitas para ajudar:

    *

    Já eu estava individualizando a minha crítica há um pouquinho mais de tempo. Impaciência da juventude, talvez:

    >> Colunista da Globonews sem noção: de isentona a chapa branca em 24h, por Romulus
     

    ROMULUS
     SAB, 03/09/2016 – 14:52
     ATUALIZADO EM 05/09/2016 – 09:51

    Colunista da Globonews sem noção: de “isentona” a chapa branca em 24h! Ah… isso sim é que é “lavar” a jato… Pensa que é tudo? Não… GLOBO E FOLHA dã primeiro tiro: querem linchar Dilma novamente. Mas, desta vez, não mais em sentido figurado… querem sangue.

    Por Romulus

    Bom, Nassif diz no post “Cristovam Buarque, o que foi sem nunca ter sido”, que a idade o deixou mais contido na maneira de criticar. Pode ser que um dia eu chegue lá.

    Enquanto não chego, fulanizo sim a crítica e digo quem é a “notável” colunista politica sem noção mencionada de forma desidentificada no post.

    Mesmo porque prometi à tal “notável” que o faria, ainda ontem à noite, depois de ver o seu disparate.

    Como promessa é dívida…

    *

    Curioso o caminho dela…

    Apesar de ter Merval Pereira como chefe, sempre se esforçou para ser “isentona” (o que é beeeeem diferente de “isenta”). Não sei se todos conhecem a definição…Aliás, eu mesmo só aprendi o termo neste ano. Surgiu depois que eu já tinha saído do Brasil e precisei de explicador. Bem, o termo é novo, mas o conceito é velho e carcomido como o “jornalismo” feito nos 4 grupos da mídia corporativa familiar brasileira.

    A ele:

    >> “Isentão” é o jornalista que procura passar a impressão de isento fazendo críticas de mais ou menos o mesmo peso aos dois lados da disputa política. Ou seja: não se reflete a realidade. Se, numa escala de 1 a 10, o argumento de “A” vale 8 e o da parte contrária, “B”, vale 2, em vez de criticar nessa proporção, o “isentão” vai manipular o texto de forma fazer com que se chegue a um 5×5.

    A foto no dicionário que acompanha o verbete “isentão” é a dele:

    O correspondente americano na Revista New Yorker para o Brasil, Alex Cuadros.

    Pensa que ele se ofende ao ser chamado de poster child do “isentão”, como se diz na terra dele?

    Que nada!

    Até pouco tempo atrás, quando ainda morava no Brasil, a bio dele no twitter terminava com “100% isentão”.

    A propósito, o tweet que está pregado no topo da timeline de Alex neste exato momento é um exemplo perfeito da tal da “isentonice”:

    Traduzindo:

    >> Eis a minha visão sobre o impeachment de Dilma. Pode não ser golpe [!!], mas certamente está em alguma zona cinzenta democrática [o que quer que isso signifique…]

    Aliás, “alguma zona cinzenta” é exatamente onde o isentão mora. Nada – nada mesmo! – é preto ou branco. Tudo – tudo mesmo! – deve ser relativizado, matizado, ressalvado… … … (ad nauseam)

    Cristiana Lobo nunca foi tão isentona quanto o Alex.

    Afinal, existem (só?) “50 tons de cinza”, não é mesmo?

    Em vez do placar de 5×5, ficava num 6×4.

    Não deixa de ser admirável, lembrando novamente quem é seu chefe.

    MAS…

    Bastou Temer tomar posse em definitivo, baixar o cacete nos manifestantes e avançar na escalada – sem precedentes – do patrimonialismo no uso dos poderes de Estado, para a ex-isentona virar 100% chapa branca. 

    Ou seja: o placar agora é 10×0 !

    Em apenas uma noite – “de São Bartolomeu”? – virou o Jorge Bastos Moreno!

    Isso sim é que é “lavar” a jato!

    Pois vejam se não:


    Não fui honrado com o contraponto do Jorge Bastos Moreno, digo, Cristiana Lobo.

    Parabéns, Cristiana Lobo! Não só titio Merval ficou contente, como quem “assina o cheque”, o Min. Eliseu Padilha, também.

    Não fique mais com insegurança jurídica. Cris!

    Vivemos plena democracia, num Estado de direito onde vigem todas as garantias constitucionais:


    Apenas estupidez ou soma-se a ela, que é certa, desfaçatez e certeza de que “a sangria [agora já está] estancada”, posto que há “entendimentos com MinistroS do STF” e que “as Forças Armadas garantem”? (apud Romero Jucá, grampeado por Sérgio Machado)

    *

    Como prometido no 7o tuíte, eis, abaixo, o post em que explico o que faz os chefes de Cristiana Lobo, os Marinho, perderem os cabelos.

    Perdem-nos ao ponto de saírem-se com a seguinte baixaria – inédita no meu conhecimento:

    E por falar em Dilma, Rio de Janeiro, Globo e Brizola, lembro regra de ouro… não falha nunca:

    E, mais uma vez, o oligolpólio midiático age em consócio na sua empreitada (assassina?):


    Notem o “descuido” da Folha: inadvertidamente colocou na foto, além de tudo o mais, o número do prédio. Certamente na semana que vem enviado especial ao Rio escreverá matéria sobre a “nova rotina” da ex (ressaltarão com muita ênfase o prefixo) Presidente Dilma, no Rio. Detalhará, inclusive, horas de entrada e saída, lugares que frequenta, escala dos seguranças pessoais, vias de acesso e de fuga do local mais convenientes, prêmio oferecido pela cabeça, digo, por selfies com a Presidente…

    *   *   *

    Antes de passar ao post que desnuda, detalhadamente, o temor dos Marinho e dos conspiradores do golpe de 2016, um resumo da tese que sustenta:

    Temer, o PSDB, aliados – e Marina! – terão de aceitar: Dilma continuará sua trajetória rumo a construção de um mito político.

    Que ironia!

    Mas nada original:

    Não foi o julgamento injusto e a pena de morte que tornaram Sócrates maior como figura?

    Sem entrar em debate teológico / histórico: não foi o julgamento injusto e o sacrifício de Jesus de Nazaré (Deus e/ou homem) que fundou uma fé?

    Pois é…

    O mito do homem (e da mulher!) justo, injustiçado por poderes corrompidos ou por uma democracia já degenerada pela demagogia cala fundo na psique humana. Existe desde que o mundo é mundo.

    No golpe contra Dilma Rousseff, de 2016, temos os dois: poderes corrompidos, em conspiração aberta, aliando-se a demagogos (i) nas corporações do Estado – STF/Justiça, PGR/Janot, PF; (ii) nos grandes grupos de imprensa familiares; e (iii) nas instituições da sociedade civil organizada – OAB, FIESP, CNA, FEBRABAN, igrejas, etc., para julgar – e condenar! – alguém unanimemente reconhecida como justa.

    Dessa perspectiva, os algozes de Dilma “fizeram a sua fama”. Da mesma forma que, a seu tempo, o Sinédrio e os Romanos – secundados também por populares em frenesi, não é mesmo? – aumentaram a de Jesus de Nazaré, homem e/ou Deus. E ainda, o tribunal popular ateniense aumentou a dimensão da figura do filósofo Sócrates, ao condená-lo de forma iníqua à morte por envenenamento com cicuta.

    Quantos outros exemplos não haverá desse mito?

    Joana D’Arc queimada na fogueira da inquisição, Tiradentes enforcado e esquartejado como bode expiatório, Dreyfus, vítima do antissemitismo e de uma armação, o suicídio de Vargas, instado pelas mesmas forças que agora golpearam, novamente, a democracia no Brasil…

    *

    Deve-se ter cuidado ao brincar de feiticeiro. O caldeirão pode transbordar e queimar quem se supunha mais esperto do que de fato era.

    Dilma entrou a semana mais morta politicamente do que Getúlio Vargas.

    Terminou como liderança candidata a mito.

    Vivente!

    Como disse recentemente uma certa justa tratada com iniquidade atroz:

    – A vida é dura, Senador!

    *   *   *

    >> Duas votações contraditórias: como Dilma derrotou o golpe de 2016, por Romulus

     

     ROMULUS

     QUA, 31/08/2016 – 18:36

     ATUALIZADO EM 02/09/2016 – 06:22

     

    Duas votações contraditórias: como Dilma derrotou o golpe de 2016

    Por Romulus

    – Por que tanta preocupação de Temer e do PSDB com os direitos políticos de Dilma? Coisa curiosa, não?

    – Temer tem ataque de pelanca e dá soco na mesa: “não tolerarei desaforos!”

    – Recebe, de volta, valiosa lição de não outra que a Baronesa Margareth Thatcher, diva dos ultra-liberais que o acompanham.

    – Aécio e Temer se falaram depois da votação de ontem? Bom, então a orelha de Renan Calheiros deve estar queimando até agora…

    – A perfeita ilustração das expressões “ganhar perdendo” e, principalmente, “perder ganhando”: Temer e Dilma!

    – Dilma fênix: estava queimada, nas cinzas, e agora resplandece incandescente. Independentemente de preferências, uma encantadora dinâmica paradoxal. Como a politica é fascinante, não?

    – E por último, hora do riso: Merval Pereira passa recibo da vitória de Dilma. Cria narrativa estapafúrdia para consumo exclusivo da bolha midiota: é “acordão para Dilma escapar do Moro” (!)

     

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    *   *   *

    (i) Acompanhe-me no Facebook:

    Maya Vermelha, a Chihuahua socialista

    (perfil da minha brava e fiel escudeirinha)

    *

    (ii) No Twitter:

    @rommulus_

    *

    (iii) E, claro, aqui no GGN: Blog de Romulus

    *

    Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como “uma esquerdista que sabe fazer conta”. Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.

     

     

    1. E sobre a MIRIAM, mais crítica “individualizada” precoce:

      >> Um Estado para chamar de seu: a farsa da “herança maldita” e o álibi para gastar (consigo)
       

      ROMULUS
       SAB, 21/05/2016 – 04:06
       ATUALIZADO EM 01/06/2016 – 00:32
       

      Um Estado para chamar de seu: a farsa da “herança maldita” e o álibi para gastar (consigo)

      Segue abaixo análise extremamente sensata apontando todas as malandragens do gabinete do golpe – que chamo de “golpinete” – em seu pronunciamento acerca da revisão do déficit orçamentário. É um álibi mal-ajambrado para não fazer ajuste de verdade – ou pelo menos limitá-lo às vítimas preferenciais do “golpinete” no orçamento: o andar de baixo.

      Os ataques à fatia do orçamento que beneficia os pobres é uma perfumaria no ajuste fiscal necessário – conquanto fétida e vil. Assim, a malandragem do déficit inflado é na verdade o álibi do dos donos do poder – a velha direita patrimonialista – para gastar à vontade com o que realmente quer gastar. Ou com o que precisa gastar para manter-se no poder.

      Essa direita patrimonialista e fisiológica está encastelada no PMDB e em outros partidos exclusivamente parlamentares. Trata-se de partidos de direita, mas que não tem nada de liberais. Adoram Estado gordo: desde que para si. Além dessa pauta básica, não têm ideologia ou programa e se dedicam exclusivamente a fazer bancadas no Congresso. Assim, podem garrotear quem quer que ganhe a eleição presidencial. Já com as bancadas grandes no Parlamento, conseguem extrair do orçamento o que quer que queiram (ou precisem).

      Mais uma distorção do sistema político brasileiro.

      E essa a direita patrimonial mama na teta sozinha?

      Não.

      Tiram leite para outros também, mesmo que a contragosto. Pagam pedágio em leite para aqueles que podem ameaçar tirar a teta de suas boca. Como no esquema da máfia, “compram a sua proteção”, capisce?

      Assim se explicam “entendimentos” da direita patrimonialista com corporações públicas, como MPF, PF e Judiciário, e também com os Estados para a renegociação de suas dívidas com a União. No contexto dessas pressões, legítimas e ilegítimas, há uma diferença substantiva em relação ao governo Dilma: agora os Estados e as corporações é que têm a faca no pescoço da União, tomada de assalto pelo presidente golpista e seu “golpinete”.

      Caso não cedam às pressões, os assaltantes do poder serão sumariamente apeados dele pelas bancadas no Congresso dos chantagistas ou pela ação moralista de ocasião das corporações. Difícil? De forma nenhuma. A operação golpe está aí para mostrar como se faz. Aliás, agora é ainda mais fácil, já que os chantagistas já adquiriram o know-how.

      Ui!

      – Percebem como ter um governo ilegítimo e fraco sairá caro para a sociedade?

      – Percebem também quem pagará o famoso – e plagiado – pato nesse quadro?

      Pois é.

      Já percebi e os analistas estrangeiros também, como se depreende dos artigos indicados pelo comentarista ao final do seu comentário abaixo.

      Concluo constatando a ironia histórica que vivemos:

      Empreenderam um golpe de Estado na presidente legítima usando como álibi irresponsabilidade fiscal. Pois o presidente ilegítimo que empreendeu esse golpe praticará irresponsabilidade muito maior. Nem que seja apenas para pagar pelo tal golpe.

      – Não é fascinante a política no Brasil?

      – Não é fascinante como a direita liberal, moderna e cosmopolita, viajada e estudada, considera-se malandra mas vira e mexe é instrumentalizada pela velha direita patrimonial de província para seus fins políticos?

      – Um beijo, Monica de Bolle. Estamos sentindo saudades dos seus vídeos!

       

      – Miriam Leitão, um beijo para você também. Por que não escreve uma coluna fazendo uma resenha de “Os Donos do Poder”, de Raimundo Faoro? Recomendo a leitura! Será ótima aquisição para essa sua biblioteca aí.

      A desconsiderar o naco dos pobres no orçamento, devidamente castigado, a direita liberal não ganhará nada com o golpe que apoiou. Muito pelo contrário, como vemos agora. Tomará isso sim uma dedada no… olho da direita patrimonialista com o aumento do déficit.

      Bem, isso a direita liberal verdadeira, a de convicção, bem entendido (Monica de Bolle?). Porque a direita liberal de araque – majoritária – a direita rentista que vive da bolsa-juros do orçamento público, essa vai ganhar no caos que seguirá com o aumento dos juros.

      – Já viram esse filme antes?

      Eu também.

      * * *

      Atualização (22/5):

      >> Meu amigo Ciro avisou ainda na noite do dia 20. No dia 21 até a imprensa familiar teve que dar: vimos matérias repetindo essas ideias na Folha e no Estadão.

      >> Ainda no sábado o governo legítimo – o governo em exílio dentro do próprio país – faz um pronunciamento. O twitter oficial da Presidente Dilma publica um link (aqui) para nota bastante elaborada – e dura – do Ministro da Fazenda legítimo, Nelson Barbosa, embasando com dados e números a seguinte conclusão:

      “Na verdade, o realismo fiscal e a mudança de foco do ajuste fiscal para a reforma fiscal já estão em prática desde o início desse ano. A diferença, agora, é que a equipe econômica decidiu rebaixar excessivamente as expectativas sobre o resultado fiscal para que, de hoje em diante, a adoção de qualquer medida que melhore as finanças públicas, mesmo aquelas já propostas pelo governo no final de 2015 e início de 2016, sejam retratadas como “novidades” ou “avanços” por parte do governo interino. Independentemente da retórica política que se adote, uma análise imparcial dos números apresentados ontem indica que a meta fiscal se transformou num piso fiscal, uma espécie de “cheque especial” de até R$ 170,5 bilhões que permite uma redução substancial de receitas e um aumento também substancial de despesas, e que dificilmente deixará de ser cumprido.”

      >> E antes, no mesmo dia, o amigo Ciro volta à carga, escancarando o jogo de cena do gabinete do golpe e indicando para os (amigos) liberais – já devidamente passados para trás por seus sócios no golpe – a verdadeira raiz do problema:

      “Deve-se lembrar que quando Levy e Barbosa tentaram fazer o mesmo (mandando um orçamento “real”) para o congresso foram destruídos pela imprensa e pelo mercado dizendo que tinham jogado a toalha do ajuste.  Aí mandam um orçamento ficticio contando com uma CPMF que já se sabia que não ia passar, entre outras coisas. Acho que meus amigos liberais (que respeito muito) ainda não perceberam que independente da qualidade da equipe econômica, quem manda nesse governo é a Câmara dos deputados.   E quem manda na camara dos deputados é o blocão que já estava mandando no governo Dilma.  E responsabilidade (seja fiscal, seja política, seja com o país) não é o forte desse pessoal. Eu queria ser otimista.  Mas infelizmente não posso ser.”

      * * *

      Ao comentário original de Ciro d’Araújo, feito ao post “O xadrez da era da eficiência de Temer”, de Luis Nassif.

      * * *

      Deficit recorde e orçamento

      Agora o governo temer manda um orçamento com um déficit “inflado” realisticamente.  Inflado porque reflete não a atualidade, mas a mais pessimista expectativa de futuro.  Reflete por exemplo a renegociação da divida dos estados (coisa ainda não feita).  Reflete também a não entrada da CPMF.  Reflete a frustração da expectativa de receita com repatriação de recursos.  

      Isso se por um lado é louvável pelo realismo beirando o pessimismo, é condenável pelo inativismo.  Esse orçamento com “teto” de déficit de 170 bilhões é um orçamento feito sob medida para não se cair nos decretos suplementares que agora são passíveis de impeachment se não está se cumprindo a meta.  Faz-se uma meta com larga folga, então se permite.  Um dos primeiros frutos da insegurança jurídica que esse impeachment já criou (e também, a título de justiça como reação aos orçamentos polianescos do Mantega).  Agora todos os orçamentos tem de ser feitos com base no pior cenário, sob risco de impeachment do presidente que manda tal orçamento. 

      Isso também permite ao governo Temer jogar para a governo anterior a responsabilidade por algumas coisas que, embora politicamente inevitáveis, não foram ainda realizadas, como por exemplo a renegociação da divida dos estados.  Ela vai acontecer, independente de quem esteja no governo.  Agora, a responsabilidade pelo déficit oriundo dessa renegociação vai para o governo Dilma.  

      O problema é que politicamente, o TETO de gasto sempre será o piso dos gastos.  A ideia de que, após mandar esse orçamento brutalmente realista, o congresso irá ainda assim se comprometer com consolidação fiscal, especialmente com o lado da receita, é wishfull thinking.  Esse congresso não é responsável fiscalmente.  Se fosse não teria torpedeado sistematicamente o ajuste de Levy.  Isso também terá efeito sobre as agências de risco.  O governo está, ao mandar tal orçamento, basicamente jogando o ajuste nas mãos do congresso.  Quando o governo anterior tentou fazer algo parecido, foi torpedeado de todos os lados.

      Aliado a isso, a contratada queda da inflação está demorando a ocorrer.  Indicadores provisórios de maio já denotam uma certa aceleração.  A queda dos juros (e seu impacto sobre o déficit) vai ser mais lenta do que esperada anteriormente, ou seja, não haverá alivio na conta dos juros.

      Cenário nada alvissareiro para o futuro. Investidores internacionais já se deram conta que a “mudança de regime” estava sobreprecificada.  Por mais que se pese que realmente há fatores internacionais nas quedas de bolsa e subidas do dólar nos últimos dias, há também o fator de realismo da real circunstância política-economica versus o otimismo grande demais que estava imperando nos mercados antes do afastamento da presidenta.

      Matérias com analisas estrangeiros:

      http://www.forbes.com/sites/kenrapoza/2016/05/20/brazils-new-govt-hamstr

      http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,o-tamanho-do-rombo,1000005

      http://www.wsj.com/articles/brazils-revised-2016-budget-plan-projects-wo

       

    2. Romulus, seus textos são

      Romulus, seus textos são ótimos, leio sempre que possível, mas, não sei se porque já tenho uma certa idade e não tenho twitter, não gosto quando você coloca essa exuberância de comentários. Não consigo acompanhar a leitura com conforto. A sua preciosa informação acaba se perdendo um pouco. Parece fragmentada demais. Se for só eu que acho assim, o defeito é meu. Se demais leitores também acharem isso, penso que você deveria facilitar nossa leitura, já que não podemos nos privar dos seus textos, kkk.  

      1. Obrigado pelo feedback! E acredite: eu concordo!!

        Caro, não eh só vc que pensa assim não.

        Na verdade, vc esta muito bem acompanhado.

        Inclusive por ninguém menos que…

        – … o Nassif!

        Mas ha 2 propósitos em algo que tampouco me agrada visualmente:

        (1) dialogar com as pessoas da minha geração e mais novos – muito mais visual e que gosta de tudo resumido em 140 caracteres apenas. E que a-do-ra usar o recurso de printscreen! rs

        (2) divulgar meus perfis nas outras plataformas de redes sociais para que os leitores eventuais do blog as conheçam e – oxalá! – me sigam por la tb.

        Isso porque evidentemente nem tudo que eu vejo e comento no Facebook e no Twitter vira post no blog.

        Uma coisa não substitui a outra.

        Então tenho que manter esses cruzamentos frenéticos (Nassif chama de “caóticos”!) ate conseguir consolidar a base de leitores / seguidores nas redes.

        Po, eu comecei só em abril!

        Já consegui 3 mil seguidores no twitter e o mesmo numero no Facebook.

        Muitas dessas adesões vem de gente que viu meus contatos em algum post meu e me adicionou.

        E outra: se vc reparar em geral ha algum grau de redundância entre o que vai no tweet e o que esta mais bem desenvolvido no texto. Pq então colocar o tweet?

        – Alem das razoes que apontei acima tem mais uma: o tamanho ENORME dos meus posts. Os mais velhos não reclamam tanto. Os mais novos não passam da 3a linha. Nos tuites que eu reproduzo em geral ha a tal da síntese da ideia nos 140 caracteres que “a garotada” adora. Fico torcendo para que vejam que eu tenho sim poder de síntese quando necessário e que podem “captar” a mensagem principal a reter – o que os gringos chamam de “take home message” – me seguindo no twitter. Sem “precisar” ler meus “testamentos”…

        Entendeu meu lado?

        De qualquer forma, te entendo – concordo! – e peço desculpas pelo incomodo.

        E ainda agradeço pelo elogio!

        P.S.: Se nao te twitter, siga-me aqui no GGN, caso ja seja assinante. Assim vc vera facilmente quando eu postar novos textos. A maioria nao tem saido republicada aqui no GGN. Justamente por conta do “caos” e do tamanho. 

          1. Olha aí o q vcs fizeram:

            >> Que p… é essa? Ora, essa p… é ‘Romulus’, por… o próprio!
             

            ROMULUS
             SEX, 07/10/2016 – 04:27
             ATUALIZADO EM 07/10/2016 – 04:29

            Que p… é essa? Ora, essa p… é ‘Romulus’ – nunca esperei ser ~eu~ o tema em debate no GGN (hahaha), mas…

            Por Romulus

            Totalmente fora de espaço, offtopic, surgiu na seção de comentários do último post do Nassifuma discussão sobre…

            – … mim!

            Ainda outro dia lia entrevista do grande Fernando Brito, do Tijolaço, em que reafirmava seu princípio de que “o jornalista não é notícia”. Não sou jornalista, mas concordo e penso ser também aplicável, mutatis mutandis.

            Mas, para esclarecer de uma vez por todas essa questão, que vira e mexe volta, faço aqui um post para que todos choremos nossas mágoas de leitores maltratados no mesmo lugar.

            A seguir, ~vazo~ (por não haver mal nenhum) parte de um email meu ao Nassif. Ele – editor zeloso e expert na matéria que é – também franze a testa quando vê pela frente um post meu ou “grande demais” ou “caótico”, na expressão dele (!).

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            Vídeos
             

            Veja o vídeo
             “Que p… é essa?!” Clara Nunes + livre associação freudiana + sincronicodade jungiana + fluxo de consciência + … >>Cara, internem ‘Romulus’ já!<< 

             

  6. Não me passa pela cabeça

    Não me passa pela cabeça esgotar o assunto, mas penso que a esquerda:

    – Espero que agora, depois de tudo, a esquerda tenha, finalmente, identificado seus verdadeiros inimigos;

    – A esquerda tem que se apegar ao nacionalismo contra o entreguismo explícito que já começou;

    – Tem que traçar estratégias adequadas para todo o espectro político (sim, traçar uma estratégica de guerra de Quinta Geração, como sofreu) e atuar de forma agressiva e implacável;

    – Esquecer o republicanismo. Isso não existe. E fazer política cruel e implacável nos moldes de Maquiavel;

    – Entender de vez que não há conciliação possível com nossa direita. Tem que ser tratados como inimigos;

    – A Globo deve ser destruída a qualquer custo;

    – Tem que deixar de ser infantil e procurar a unidade interna o mais rápido possível. PT, PSOL, PSTU, PQP parecem crianças brigando por um pedaço de torta.

    – Montar uma militância com espírito de combate e não deixar esmorecer;

    E possível. Mas tem que começar já, como todos articulistas salientam.

    O quanto vai demorar para ter sucesso é mais complicado. Neste caso vejo dois horizontes: 1) vai durar o tempo que durar o odio ao PT. Neste caso teremos que esperar uma geração inteira, ou seja, pelo menos 20 anos; ou 2) vai depender do tempo para a população sentir os efeitos devastadores das políticas ultraliberais. É difícil, mas é certo que todos que votaram na direita (muito movidos pelo anti-petismo, diga-se) não verão seus problemas sendo resolvidos, mas muito piorados.

    Andendo: a nova palavra de ordem do Temer está correta. Vamos sair do Vermelho….  e  cair num Buraco Negro.

    1. PSTUSA e correntes morenistas

      PSTUSA e correntes morenistas do PSOL não tem como fazer parte de frente de esquerda nenhuma. O verdadeiro termo para a inclusão deles seria que eles se infiltrariam. 

      A ideologia destes partidos os põe quase que automaticamente contra o resto da esquerda e a favor da direita. Se eles entrarem em alguma frente vai ser para promover atrito, discórdia, e futura desintegração.

    2. Não há mais possibilidades de ingenuidade das esquerdas;

      Tem que ser exatamente assim, temos que parar de enxergar os adversários como opositores e enxerga-los como inimigos que são. 

  7. A Esquerda Brasileira

    Mais uma boa análise de Nassif, mas que acredito possa ser enriquecido com um contraponto pelo lado histórico sobre a esquerda brasileira, que tem seguido um roteiro mais ou menos como aqui descrevo:

    1.    Partidos criados em atenção à esquerda global, com inspiração marxista, com diferentes tendências. Ideologias do mundo disputavam nestas terras morenas, mas sem sentimento de nação brasileira;

    2.    As Elites (coronelismo), sem nenhuma conotação política específica, apenas perpetuavam o seu domínio colonial no Brasil;

    3.    Direita Nacionalista, caracterizada pela ARENA e logo o PFL (hoje DEM);

    4.    Esquerda nacionalista, caracterizada pelo PDT do Brizola;

    5.    Esquerda sindical, caracterizada pelo PT;

    6.    Com o final da guerra fria, as esquerdas se reorganizaram ideologicamente ou perderam o seu foco (típico do Roberto Freire, por exemplo, que era “comunista”, com carteirinha da Europa oriental)

    7.    O PDT e o PT conseguiram alianças baseadas em Brizola e Lula, na década de 90. O PT começou a acreditar em Getúlio, na carteira de trabalho, no nacionalismo e em algumas bandeiras brizolistas;

    8.    Com o final da guerra fria a política renovou-se no mundo, e novos ventos influenciaram mais uma vez as opções políticas no Brasil.

    9.    Pelo lado dos EUA – direita fingida – foram criados ou tutelados novos partidos na América latina, com cara de progressistas de mentirinha (neoliberais e socialdemocratas), sob o comando de Washington (no começo dos anos 60 foi tutelada a Democracia Cristiana, no Chile e, no Brasil, no final dos anos 80, foi criado o PSDB, com Green Card e comando dos EUA);

    10. Políticos ressentidos do Nordeste levam o velho Partido Socialista de Arraes para uma nova espécie tucana (parecida com o carcará). Não podem mais ser considerados de esquerda, muito menos nacional;

    11. Pelo lado da esquerda global, somada a interesses da comunidade europeia, chegaram os partidos Verdes, gerando uma nova cara “Zen” da esquerda, mas sempre global e dentro do conceito de um Brasil colônia;

    12. A esquerda brasileira sofre mais uma renovação por conta da globalização financeira e perde a base gerada na equação de Marx (de que proletário luta com patrão, e etc. – considerando que o patrão também virou proletário e o dinheiro está numa nuvem global), sai também do eixo de comando do bloco oriental (marxista) do mundo e encontra novas bandeiras, desta vez bandeiras comportamentais (minorias, feminismo, LGBT, etc.), que fizeram que parte da esquerda abandonasse um pouco a prioridade em relação ao nacionalismo brizolista e apostaram em bandeiras mais globais;

    13. Fica então a esquerda fragmentada: com traços de Marx (PSTU, PCO, etc.), de sindicalismo (PT), do nacionalismo (parte do PT, PCdoB e algo que sobrou do PDT), do Zen (Eduardo Jorge), e do comportamental (PSol).

    A esquerda doutrinária (baseada em Marx) está obsoleta;

    A esquerda sindical ou de viés social (comunidades) teve sua chance e hoje sozinha não irá longe;

    A esquerda comportamental, turbinada pelo poder global (ou pelo menos sem ser atacada pelo PIG) é todo que a direita (e o mundo global) gosta, pois esquece a nação e corre para a globalização comportamental;

    A única opção que encontro – para as esquerdas trabalharem juntas – é definir prioridades e estabelecer uma sequencia, para atingir os objetivos de todos:

    a.    Recuperar o Brasil para os Brasileiros (Nação);

    b.    Dar a estes brasileiros o direito a trabalhar, se alimentar, se educar, terem saúde e segurança, e a serem felizes (viés social);

    c.    Criarmos, com esta nova base social e com o poder político em mãos, uma sociedade mais justa e com respeito ás minorias (viés comportamental). Numa relação de respeito e soberania com o mundo global.

    Nessa ordem.

    1. Alexis
      Concordo com vc

      Tenho dúvidas com uma conceituação sua.

      O Eduardo Jorge como esquerda zen.

      Parece-me que o Eduardo Jorge se encaixa, faz tempo, no movimento já comum nos EUA chamado libertário.

      A grosso modo, a direita tradicional não comporta as transformações do mundo nos aspectos morais. Por outro lado, surge sempre entre os seus aqueles não dispostos a adotar regramentos obsoletos e com isso surge uma flexibilização para acomoda-los.

      É a velha praticidade da direita: se o principal é o predomínio econômico, o que me importa com quem está dormindo ou o que está fumando. Ou que importa o gênero desde que o poder econômico não seja ameaçado? E, com todo o respeito ao movimento ambientalista ( que muito me influencia no meu dia a dia), este tb tem grande penetracao neste segmento, afinal de contas a direita moderna sabe que não dá pra continuar predando o planeta pois isso inevitavelmente se voltará contra si.

      E assim surgem os libertários. Que, a meu ver, é onde se encaixa o Eduardo Jorge.

      A marina se encaixaria dentro dessa visão, se não fosse as questões religiosas, porém dele adquire muito suporte ao abraçar a ecologia como tao somente um Guia de Boas Maneiras do poder econômico, ou até mesmo um acessório de grife poderosa a mostrar modernidade, quando ele deveria tratar não só das relações do homem com o planeta e todos os seus habitantes, mas tb entre os homens pois aí sim teremos sustentabilidade. E claro que a sustentabilidade não subsiste com desequilíbrio econômico profundo entre as partes

      1. Grato

        Grato Francisco pelo comentário,

        Entendo essa visão e torço para que este segmento da sociedade se encaixe dentro da luta aqui explicitada, pensando primeiro na nação brasileira, autônoma e desenvolvida.

        Preste atenção de que, no hemisfério norte, parece que as bolas estão trocadas, e é a direitona a que levanta as bandeiras do nacionalismo e, por outro lado gente “libertária” de lá, é utilizada em favor do neoliberalismo global, quando aplicada aqui.

        1. Infelizmente não ocorre essa adesao
          Torço tb para que essa direita libertária brasileira se tornasse nacionalista.

          Mas o que vemos até hoje é justamente o contrário.

          Vimis apoios do Eduardo Jorge e marina ao Aécio. Não digo que eles deveriam ter apoiado dilma, mas um nacionalista poderia ter declarado neutralidade e voto nulo , não escolhendo o Aécio face programa tão colonizado a interesses estrangeiros..

    2. boa alexis!

      Gostei do seu comentário, só discuto o nacionalismo dos arenistas, fossem militares ou civis. entendo que eles sejam ainda, pois muitos ainda vivem, somente reacionários , que buscam manter seu status e regalias , mamando no governo que , pensam, tem a obrigação de salvar as suas peles.

  8. À parte erros

    À parte erros cometidos,precisamos sempre lembrar que estes erros não tiveram a oportunidade de serem livremente julgados pelo povo. 

    Vivemos em um país onde houve um golpe de estado. Este é o real motivo do resultado desfavorável das urnas aos candidatos de esquerda.Diria até que o resultado foi melhor do que o possível diante do massacre da informação a que foram submetidos estes candidatos.

    Procurar os erros é sempre bom mas,enaltecê-los é dar razão a essa gente que,como citado no post,não tem nada a apresentar ao país.

    De qualquer forma,com golpe ou sem golpe,um ciclo de governo estava próximo ao seu esgotamento,no nosso caso,o agravante é o vácuo existente para o pós encerramento deste ciclo,talvez,pela precipitação causada pelos golpistas com medo daquilo que o povo quer,ou seja,mais direitos,mais democracia,mais representatividade,enfim,tudo aquilo que essa gente não representa.

  9. O papel dos conselhos

    Nassif,

     

    Na sua, como sempre, lúcida análise, discordo de um ponto. Quando você fala “sobre gestão” e aponta como um dos nós dos governos Lula e Dilma a questão da  “Institucionalização de canais de participação da sociedade nas diversas instâncias de discussão das políticas públicas.”

    Não podemos esquecer que, a partir do governo Lula, foram instituídos, ampliados ou fortalecidos os Conselhos Nacionais. Desde a criação daquele do Desenvolvimento Econômico passando, por exemplo, pelos de Saúde e de Cultura. 

    No campo onde milito, o da Cultura, foram instaladas as Conferências Nacionais de Cultura, os Colegiados Setoriais (alguns substituindo algumas Câmaras como as da Música, Teatro, etc.; outros criados a partir de então como de Patrimônio Material, de Patrimônio Imaterial, de Cultura Popular, etc.) e dado um novo, e mais democrático e participativo formato ao Conselho que se tornou O Conselho Nacional de Política Cultural. A criação de um Sistema Nacional de Cultura fazia com que, os Municípios e Estados que quisessem participar dele, tivessem que criar, p. ex., o seu Conselho de Cultura (deliberativo e paritário) e os seus Planos e Conferências. Isto tudo, que não aconteceu somente na área da Cultura, criou uma capilaridade participativa na socuedade e não pode ser esquecido como um dos sucessos da gestão petista.

  10. E se a crise mundial não for superada?

    O Nassif faz uma análise considerando uma previsão de futuro que ele não explicita, porque considera (como muitos) certa: que em algum momento a economia global sairá da crise e retornará à normalidade. Só assim qualquer projeto de nação seria possível para o Brasil ou qualquer país. Só assim os progressistas e os liberais poderiam retomar, em outros termos, o seu embate secular entre justiça social e livre-mercado.

    Mas temos que considerar a possibilidade da crise atual não ser superada por meios normais. Muitos economistas, de todos os espectros ideológicos, consideram esta hipótese cada vez mais plausível. Aliás, se for assim, esta crise não pode ser superada nem pela via “heterodoxa” de uma guerra mundial que, se houver, acabaria com a vida no planeta.

    Se a crise perdurar, teremos então uma situação de longa decadência, excepcional no mundo e no Brasil.

    A resposta nacional a esta decadência pode muito bem ser um rescrudescimento da direita à longo prazo, mesmo que a direita não tenha projeto algum de país. O Brasil se transformaria numa espécie de São Paulo Rio de Janeiro ou Goiás (onde vivo), estados há décadas nas mãos tucanas/peemedebistas, altamente desiguais, medíocres e repressores.

    Seríamos um estado policial para negros e pobres e de bem estar para a alta classe média, permeado por muita tensão social que, ao invés de se manifestar na política, se traduziria em criminalidade cotidiana. Um círculo vicioso, no qual a violência do crime e a da polícia se alimentariam reciprocamente. A tarefa do governos, nesta situação, seria de mera administração de crise, com a aprovação da população, inclusive a mais pobre. 

    A outra possibiliade, caso a crise mundial se perpetue, é a de uma convulsão social, principalmente se o desemprego for muito alto e a renda dos mais pobres cair a ponto de gerar insegurança alimentar generalizada. Neste caso, qualquer previsão se torna impossível.

  11. Temos que ter cuidado para

    Temos que ter cuidado para não reproduzir a conclusão tradicional brasileira para temas compexos: a culpa foi da estuprada.

    Se a direita é tão boa assim e a esquerda tão parva por que de 30 em 30 anos o conservadorismo tem que aplicar um golpe de estado para voltar ao poder?

    O PT, reconhecendo todas as incansáveis perseguições do aparato conservador, não se preparou para enfrentar os desafios que uma agremiação política de esquerda precisa para enfrentar a direita mais feroz do mundo que é a brasileira.

    Se pegar o exemplo de Porto Alegre, Raul Pont foi lançado candidato a prefeito, é um político respeitável, sem nehuma mácula, ideologicamente preparado e firme mas… é mais do mesmo.

    O vereador com ótima votação eleito e que ficou em segundo lugar na legenda foi o jovem Marcelo Sgarbossa tendo como foco principal o tema da mobilidade urbana e o uso de bicicleta… por que não inovar e lançar um candidato com essas características?

    Viu-se muitos jovens que apesar do bombardeio da mídia votaram no PT e não no PSOL como era esperado, aliás a candidata Luciana Genro naufragou ficando em 5º lugar, um vexame.

    Eu defendo uma renovação total do PT, uma mudança de paradigma incluíndo novas pautas, uma oxigenação com atenção nos jovens, na formação política e de quadros, o futuro é cruel para quem não está preparado.

    O PT ainda é a melhor coisa produzida no país e no mundo e salvá-lo da cegueira de seus atuais dirigentes se impõe. 

  12. Nassif,e as esquerdas querem
    Nassif,e as esquerdas querem mudar?
    Só as ví mudarem para a direita,quando chegam no poder!!
    Essa mudança da esquerda para a direita vem desde a época da
    Marta em SP com as suas Taxas aprovadas em conjunto com
    a direita,apenas se está colhendo os frutos do q se plantou!!!

  13. Nassif, antes de dizer e decretar que o lulismo
    Acabou por causa de eleições municipais, seu ethos jornalístico manda produzir um texto, pelo menos minimamente calcado nos números dos resultados, sobre quanto os partidos ditos nanicos ganharam ( e cresceram ) nas eleições. E quanto poder também saiu do psdb e pmdb, em termos de importância das capitais. Os números não amparam suas conclusões de texto, pois não? Obs. a bancada do psdb em Sampa é de onze ( ou nove? ) vereadores. A do PT nove.

    Ou seja, cair na corrente do veio principal da Imprensa, onde o psdb foi o grande ganhador de 2016, sem uma visão sedimentada em números, é ficar devendo qualidade de informação ao patrimônio de audiência do seu próprio site. Além de tornar o chocolate envenenado do Dória, uma verdade.

    1. Concordo com você,

      Concordo com você, noctivagovago, sobretudo porque na cidade de São  Paulo os vereadores do PT tiveram ao todo 697.908 votos nessas eleições e os do PSDB 593.043 votos (segundo o site do TRE/SP), com uma dor diferença pró PT de 14.865 votos a mais.

      1. correção

        Corrigindo a informação que saiu errada: a diferença a maior pró PT em face do PSDB nas últimas eleições para vereadores R em São Paulo foi de 104.865 votos e não 14.865 votos como saiu no meu comentário. 

  14. Tenho lido muita coisa a

    Tenho lido muita coisa a respeito da derrota “acachapante” do PT, mas ainda não vi um levantamento do número de votos por partido para prefeituras e câmaras municipais neste primeiro turno em que todos participaram que permitisse organizar uma espécie de classificação do “campeonato por pontos corridos”. Acho que este dado ajudaria nas análises, assim como o levantamento das vitórias do “Ninguém” está ajudando nelas. Não custa lembrar: o poste do alckmin foi eleito com apenas 1/3 dos votos, menos votos do que o “Ninguém. Embora muito pobre sem noção tenha votado nele, são pobres que se acham coxinhas ou são manipulados por pastores de igrejinhas de garagem e mídia. E o campo progressista que dos seus vocabulários os termos conciliação, mídia técnica, republicanismo e reescrevam caçaàs bruxas e acerto de contas no lugar:

    “A Globo conseguiu seu maior feito politico ao ser a protagonista principal de um golpe de Estado. Criou uma conta enorme a ser saldada em um ponto qualquer do futuro. Desde então, se transformou no inimigo número um de qualquer governo progressista que surja nas próximas décadas.”

  15. Combinou com o povo?

    eu acho que essa perspectiva não vai se concretizar.. tome por exemplo o Zé Dirceu.. que outra liderança de esquerda vai assumir o papel do Zé sabendo dos riscos que sofre (violência física, moral, econômica, social, ataques à família, etc.)? Quem é que vai encarar uma luta dessas, sendo que na “hora H” o povo te deixa na mão, mofando na cadeia? Quem é louco de encarar esse nível de alienação ultra-top da população brasileira? O que vai acontecer é que as condições do povo vão piorar muito, muito mesmo, e será uma escola, e daí vai sair uma rebelião popular que servirá de base para uma ditadura de direita (fascismo) ou de esquerda.. vai radicalizar.. vai rolar uma barbárie.. o judiciário vai virar farofa (caça às bruxas nível hard).. só depois de um bom tempo, falo aí de uns 20, 30 anos, o estado, tal qual o conhecemos, será reestruturado..

  16. Por menos que esse ciclo

    Por menos que esse ciclo dure, assinado os contratos do pré-sal, ele estará perdido. S tentarmos retomar, a quarta frota vai investir com tudo aqui.

    Se eles entregarem o pré-sal, uma vez as esquerdas no poder, na inviabilidade de retomâ-lo, tem que MATAR todos os traidores e disporem dos bens deles para a educaçã, como uma pequena compensação de tudo o que foi perdido.

    Eles não podem usufuir do dinheiro ganho com o roubo do nosso país.

  17. A saída para a esquerda é o Lula desistir da candidatura de 2018

    A saída para a esquerda é o Lula desistir da candidatura de 2018 para desarmar a lava jato e apoiar o Ciro Gomes para 2018. O projeto político de Ciro Gomes na verdade é uma concepção de Roberto Mangabeira Urge, um intelectual brasileiro de altíssimo nível, capaz de fornecer as soluções para a crise política e econômica que o país enfrenta. Ter um quadro como Roberto Mangabeira Urge no Ministério do Planejamento seria recuperar o projeto de nação do país. O PT deveria se aliar com o PDT e indicar um nome para a vice-presidência na candidatura do Ciro Gomes de 2018.

    1. Ciro

      Já terá muito trabalho em destucanizar o PDT

      5 deputados e todos os três senadores do PDT votaram pelo impeachment, deixando o Ciro num discurso vazio e personalista.

      Focar em pessoas, do tipo este melhor que outro, para 2018, mostra uma falta de visão estratégica e de alguma infantilidade política da sua parte, Wilton. Lamento lhe comentar isso.

      1. Ciro é um general sem

        Ciro é um general sem exército. Garanto que boa parte do partido lhe daria um pé na bunda com gosto para assumir uma pasta no ministério de Temer. É um corpo estranho no PDT. Garanto que se o PDT tivesse liberado seus deputados e senadores na questão do impeachment, a imensa maioria votaria a favor. Senadores que estão numa escala hierárquica acima de deputadosfederais fizeram valer sua vontade e votaram pelo impeachment. 

        Acho que o PDT precisa de pelo menos 2 eleições legislativas bem sucedidas, crescendo com gente de esquerda (As figuras de esquerda do PSB poderiam ser bons quadros a serem trazidos para o partido), para viabilizar uma candidatura a presidência.

        Ciro só se elege com o Exército do PT emprestado. Só que acho que esse exército não lutaria por ele como por Lula.

      2. “5 deputados e todos os três

        “5 deputados e todos os três senadores do PDT votaram pelo impeachment, deixando o Ciro num discurso vazio e personalista.”

        Um discurso sem o apoio de um partido não o torna vazio!

        Uma opinião ou discurso encontra ou não respaldo no seu conteúdo!

        E o conteúdo do discurso de Ciro é coerente. Alias sempre foi.

         

    2. Lula jamais terá a mínima governabilidade.

      Assim como ocorreu com a Dilma pós 2014, chegamos em um estágio que o PT quanto Lula estão estremamentes desgastados, o ódio político do anti-petismo já chegou em níveis irracionais e de histéria coletiva. A esquerda precisa de um Novo nome, Ciro é essa pessoa, está mais que preparado. 

       

    3. Lula jamais terá a mínima governabilidade.

      Assim como ocorreu com a Dilma pós 2014, chegamos em um estágio que o PT quanto Lula estão estremamentes desgastados, o ódio político do anti-petismo já chegou em níveis irracionais e de histéria coletiva. A esquerda precisa de um Novo nome, Ciro é essa pessoa, está mais que preparado. 

       

    4. Lula jamais terá a mínima governabilidade.

      Assim como ocorreu com a Dilma pós 2014, chegamos em um estágio que o PT quanto Lula estão estremamentes desgastados, o ódio político do anti-petismo já chegou em níveis irracionais e de histéria coletiva. A esquerda precisa de um Novo nome, Ciro é essa pessoa, está mais que preparado. 

       

      1. Primeiro arrumar a casa

        Na situação atual a esquerda não tem nomes competitivos. Houvesse eleição este ano e, mesmo Lula podendo se candidatar, seria queimado. Melhor tentar arrumar a casa, formar novas militâncias e, principalmente, encontrar formas de reverter o antipetismo. Apesar das críticas ao judiciário (Moro) e a mídia (principalmente globo) serem verdadeiras, ficar apenas culpando estas instituições que são queridas por enormes parcelas da população que o partido conseguirá renovar simpatias. É preciso atuar em muitas outras frentes.

    5. personalismo não resolve

      Ciro Gomes não passa de um Russomano de esquerda. Fala o que pensa e não pensa antes de falar. Basta abrir a boca na campanha para dar a seus adversários os argumentos que precisam para convencer os eleitores.

      O fato de Ciro ser irresponsável ao falar não é apenas uma característica de discurso, é uma tendência de caráter. Se o “republicanismo” não é suficiente, a contraposição de ofensas aos adversários é só uma luta com armas que a direita maneja muito melhor.

      1. Caro Ramos

        Comparar Ciro com Russomanno e chama-lo de irresponsável só pode vir de quem “conhece” ele através das lentes e discursos dos seus adversários. Nós cearenses sabemos muito bem a capacidade e responsabilidade dele, principalmente quando governa. Prova cabal é o resultado eleitoral de 2016 aqui no Ceará.

      2. Desculpe, amigo, mas não vejo

        Desculpe, amigo, mas não vejo nada disso em Ciro. Pelo contrário; sempre o tive como um cara honesto e sincero.

        A esquerda não pode abrir mão de um hábil político de longa data, governador por duas vezes, respeitabilíssimo, contra quem não há sequer uma acusação e, diga-se de passagem, inteligentíssimo.

        Lutou muito pela transposição do São Francisco e, apesar de eu ser de Sampa e não estar diretamente associado ao fato, acho isso muito importante. Coisa que, apesar do conhecido sofrimento nordestino com a seca, antes de Lula, nenhum FDP de presidente teve a coragem de fazer.

    6. Tambem acho….

      De todo jeito acho impossivel(me desculpem os que tem ainda esperança..), que esta gente tenha feito todo este barulho para no fim deixar o Lula se candidatar tranquiiiiilo à presidencia em 2018……é mais wishful thinking dos “Lulistas” que realmente algo  refletido……antes de ele sequer pensar em se lançar como candidato ele ja estaria preso ou sua possivel candidatura impugnada, para min sem chance…………O Ciro me parece uma boa, se apoiado por uma frente de esquerda e com republicamos de outras procedencias……Pelo menos é um animal politico e um cara obstinado , tem experiencia e é um nacionalista….pode ser……temos que ver se nossos amigos de curicuri não vão tirar um coelho da cartola na hora H.

      Mas que ser bem discutido/acordado antes…..não creio que Lula se oponha.Tudo isso no caso de termos eleições em 2018…..isso ja são outros quinhentos contos……pelo andar da carruagem……pago pra ve….

    7. Ciro e Haddad 2018 – Frente Ampla

      Penso exatamente igual. A parcela obtusa da esquerda vê o personalismo como um problema intransponível para apoiar Ciro. Entretanto, devo lembrar que os dados advindos destas eleições municipais revelam que o personalismo é um dado da realidade!

      Parte dos problemas enfrentados pela esquerda vem o que chamo “utopismo”, um vício em acreditar num projeto de sociedade ideal/futuro, ignorando dados básicos do presente. às vezes, algumas discussões que presencio entre pessoas da esquerda parecem aquelas reuniões para discussão de conjuntura, típicas dos primórdios do PT, cuja conclusão invarável era uma solução altermundista.

      Sem uma Frente Ampla, ao estilo uruguaio, não haverá possibilidade de um governo de esquerda no Brasil pelo menos pelos próximos trinta anos. Está mais no que na hora de deixar o sectarismo de lado e construir uma alternativa VIÁVEL ao estado de exceção em que vivemos. Peço aos teóricos deste espaço um pouco mais de pé no chão.

    1. Tarso Genro é alguém que o PT

      Tarso Genro é alguém que o PT precisa ouvir cada vez menos. E da turma do Zé da Justiça e Mercadante. Mais um republicanista; e a filha dele não é morenista à toa.

  18. (Mais um) Belo post, Nassif

    Penso que vc colocou os pontos principais: esgotamento do lulismo; mediocridade da direita; avanço do estado de exceção, que qualifico como fascista; o monopólio midiático que sufoca a democracia e a necessidade de “zerar” as esquerdas para um novo começo.

    Minha contribuição vai na mesma linha das conclusões do ótimo comentário de Alexis abaixo (às 7:03): é preciso buscar um ponto comum de união entre as esquerdas. As esquerdas brasileiras representam hoje o último refúgio da Democracia e da República. Nenhum outro setor da sociedade preocupa-se ou cuida tanto desses valores como nós. Essa é a nossa força.

    Assim, penso que o ponto de convergência, o ponto de concordância universal é o projeto de país definido nos 5 primeiros artigos da Constituição Federal do Brasil.

    Tempos atrás, antes da 2ª eleição de Dilma, André Singer defendia que esse projeto defendido pela CF deveria ser o projeto de país defendido pelo PT. Depois, isso se perdeu, mas a lógica era cristalina: quem se colocasse contra o projeto do PT, estaria se colocando contra a Constituição e contra o país.

    Nesse momento em que o campo conservador se coloca acima da Constituição, essa ideia precisa ser retomada e ampliada, não como exclusividade de uma agremiação, mas como projeto de futuro comum de todo espectro democrático de esquerda no país.

    Para isso é preciso entender o que está colocado ali e disseminar essa discussão sobre o futuro que queremos, não só entre os movimentos sociais, como pregou ontem G. Boulos, mas em todas as salas de aula, escolas públicas, missas, cultos, conselhos, blogues e redes. É preciso aprender a fazer política – a ciência do bem comum – em todos os lugares.

    TÍTULO I
    Dos Princípios Fundamentais

    Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

    I – a soberania;
    II – a cidadania;
    III – a dignidade da pessoa humana;
    IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
    V – o pluralismo político.

    Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

    Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

    Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

    I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
    II – garantir o desenvolvimento nacional;
    III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
    IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

    Continua: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm

  19. Eleições:Ministros mantiveram foco no PT ao liberar ações pós el

    eleições. Liberarm ações contra Renan, Fernando Bezerra e Eduardo Cunha (Teori criticou até a falta de seriedade dos Procuradores contra Lula, eo timing?) e deixaram Moro livre leve e solto fazendo política anti-PT e ajudando o cara de São paulo que arranja palestras pra ele.Moro se deixou colar imagem co Doria.Isso é grave para um poder Judiciário. Onde está a independencia e a imparcialidade?

  20. Entendi a mensagem.Não tenho

    Entendi a mensagem.Não tenho o que fazer.Se algum amigo perguntar por mim,diga que fui ao Bar da esquina e volto logo.A Luis e Lourdes Nassif,meu afetuoso abraço,e os os agradecimentos do fundo do meu coração.A querida Anarquista Lucida,Analu ou Lou Andreas,um aperto de mãos dos mais fortes.Os cadastrados daqui não me queriram mal,tudo não passou de uma grande brincadeira.Vida que segue.Au revoir.

    1. Me sentiria ofendido se

      Me sentiria ofendido se não corrigisse minha falha.Luis e Da.Lourdes teem meu e-mail.Poderão dispo-lo como quiser,que estarei sempre pronto a ajudar dentro das minhas possibilidades.Em tempos de mesóclises,considero-os muito além do jardim.

  21. Análise correta, mas semeia dúvida.

    Gostei desta crônica, mas achei estranho Luís Nassif tachar José Dirceu como “eminência parda”. Que história é essa, Nassif? Com afirmações desse tipo você alimenta toda a direita maligna e fascista que considera José Dirceu como um ‘príncipe do mal’. Depois Nassiff escreve:

    “Depois,(José Dirceu) foi alvo de todas as armações acusatórias possíveis e de uma bala de prata real: suas relações com Milton Pascowitch.”

    Esse trecho também nada explica, gera dúvidas e alimenta as suspeitas propaladas pelos detratores e inimigos de José Direceu, do PT e da Esquerda.

    Os atos falhos que apontei acima comprometem irremediavelmente toda a análise crítica feita de forma correta no restante da crônica. Se Luís Nassif não quer ou não pode explicar essas qustões e dúvidas que levantou, por que as colocou no texto? 

    Que evidências ou provas Luís Nassif tem de que José Dirceu atuou como eminência parda, depois que deixou a Casa Civil? Se o jornalista não quer, não pode ou não sabe explicar, por que então levantou essa lebre?

    E que bala de prata é essa a que Luís Nassif se refere? Há alguma ilegalidade criminosa comprovada nas relações entre José Dirceu e Milton Pascowit? Qual?

    1. Milton Pascowit, em delação

      Milton Pascowit, em delação premiada, referiu ter repassado mais de um milhão para a firma de José Dirceu e diretores da Petrobras. Esta transferência foi comprovada e confirmada pelos diretores da Petrobras, também em delação premiada.

      1. Aí está o busílis. Delações são não são provas.

        Caro Luiz Carlos A.

        Todos os valores recebidos pela JD consultoria foram contabilizados, declarados ao fisco, que recolheu os impostos devidos. José Dirceu era pessoa influente, com informações mais do que privilegiadas e estratégicas e prestava serviços de consultoria. Onde está o crime ou a “bala de prata” que comprovaria ação criminosa de José Dirceu? Permanece a dúvida. Ou vamos aqui admitir que todas as delações “premiadíssimas” são feitas de forma voluntária, espontânea e correspondem estritamente à verdade? Onde estão documentos e provas materiais de que José Dirceu tenha cometido crime?

        Em compensação Delfim Neto recebeu R$240 mil da Obebrecht por suposto serviço de consultoria que tenha prestado à empresa; Delfim JAMAIS apresentou comprovação da prestação do serviço. Apesar das evidências e provas que mostram se tratar de uma espécie de ‘propina’, Delfim Netto NÃO FOI e NÃO SERÀ incomodado. 

        Note que a seletividade criminosa da OCRIM da Fraude a Jato é inegável.

  22. Vejo atualmente como problema

    Vejo atualmente como problema bastante considerável a dificuldade de se encontrar não apenas líderes políticos, mas no geral quadros sociais capazes das seguintes condições combinadas: descrição correta dos problemas, proposição das devidas soluções e capacidade para aglutinar adesões necessárias para a proposta. Cada um destes tres itens é um desafio cabuloso, acreditem.

    É como se numa casa onde o teto está caindo não houvesse entre os moradores uma única pessoa ou um grupo capaz de entender os motivos da queda, propor soluções e convencer os demais.

    Acredito que em torno dos motivos da queda há alguma noção a respeito, embora as vezes a formulação seja incrivelmente tosca e o motivo nesse caso é bem simples: a extrema dificuldade de entender processos sociais perenes, profundos e de múltiplas direções que em muitas situações não são aparentes, mas nebulosos e imprecisos.

    A limitação é dentre vários motivos de ordem intelectual, cognitiva, não conseguimos processar com a quantidade de variáveis envolvidas. Para piorar, o corpo técnico-científico é em muitos formado por bando de colecionadores de títulos sem juízo crítico e formação universal, um grande paradoxo. É o tipo homo lattes, nego com doutorado que lê revista Veja.

    Aliás, é uma prova do quão difícil é o dimensionamento dos problemas, porque se falam tanto que a educação básica e fundamental é precária, então logicamente desembocaria numa produção acadêmica duvidosa. Mas, quem relaciona? Pouquíssimos, um ou outro fala sobre isso.

    Quanto ao segundo ponto, a pessoa pode até entender razoavelmente bem a magnitude dos problemas, todavia propor alternativas e soluções é tarefa de monta e depende da extrema habilidade de unir a teoria com a prática, ou seja, alta qualidade na ação.

    Como é praticamente impossível um gênio com essa capacidade, embora estes surjam vez ou outra quando mais se espera a presença de um, o principal aqui é entender a agudíssima necessidade de uma cultura da aprendizagem porque erros seguramente vão acontecer, o lance é aprender com eles. Me desculpe MUITO, mas essa proposta de padronização de atividades no setor públio é alguma coisa com efeitos ínfimos.

    Por último, ao lado do segundo elemento talvez e até mais difícil que este, mesmo sendo um gênio na interpretação e ação é preciso dos meios através dos quais se alcançam as massas, motivam interesses, gerem entusiasmo etc. E aí, de fato, não é suficiente a pessoa ou grupo com invejável capacidade de convencimento, mas que possua O meio.

    Nesse caso vai esbarrar na secular dificuldade de transmissão, transferência de ideias e informações – dos estados sulamericanos, diga-se de passagem – quanto na, em parte decorrente do primeiro, super concentração dos veículos de informação.

    Nesse ponto, concordo plenamente com o que diz sobre a redução do papel da Globo quando vê como OPORTUNIDADE para o brasileiro interagir plenamente com o mundo ao seu redor. Você fala em direito fundamental.

    É A oportunidade de ouro para desbloquear imensos potenciais artísticos, culturais, econômicos, organizacionais, intelectuais etc.

    Oxalá.

  23. O que vem por aí

    …..“Quando comecei a apontar a participação do PGR Rodrigo Janot no golpe, procuradores bem intencionados preferiram se iludir com a presunção de isenção. Nas suas entranhas, o processo jurídico é burocratizado e lento. E as regras de accoutibility suficientemente vagas para que os operadores do direito manobrem com prazos, com avaliações  subjetivas sobre os inquéritos e, principalmente, com o uso seletivo dos vazamentos.

    O inquérito contra Aécio Neves dormiu por anos na gaveta do PGR. O julgamento do “mensalão tucano” foi atrasado por anos graças a um mero “esquecimento” do Ministro Ayres Brito.

    Até hoje é impossível saber quais e quantos inquéritos repousam nas gavetas da PGR ou em pedidos de vista intermináveis do STF.”….

    …..“A maneira das corporações entrarem no jogo político foi atrás do associativismo. Criado como uma instância de supervisão do Judiciário, por exemplo, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) só levanta dados para justificar gastos do Judiciário. O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) é incapaz de ações mais severas contra abusos de procuradores. Hoje em dia, o Judiciário já consome 1,8% do PIB e caminha para 2,1%, fato inédito em qualquer economia global.

    Pior, há um desconhecimento amplo dessas corporações em relação a temas políticos e econômicos, mais ainda em relação a projetos de país.

    Nenhum governo será viável se não tiver o controle dessa agenda e se não instituir umaaccountibility ampla nesses setores. Hoje em dia não se tem acompanhamento nem sobre processos em tramitação no Supremo, nem na Câmara, não se tem controle sobre a gaveta do PGR.”…..

    ….“Nenhuma democracia é compatível um mercado dominado por grandes grupos de mídia atuando de forma cartelizada e com poder de fogo similar ao das Organizações Globo.

    Em todos os fóruns de direitos humanos, o direito à informação ganhou status de direito fundamental, tão relevante quanto o direito à vida, à alimentação e à saúde.

    A Globo conseguiu seu maior feito politico ao ser a protagonista principal de um golpe de Estado. Criou uma conta enorme a ser saldada em um ponto qualquer do futuro. Desde então, se transformou no inimigo número um de qualquer governo progressista que surja nas próximas décadas.”

     

    Notadamente na política e na economia, nas variadas áreas e setores, o resultado temporal obtido – resultante – é fruto da composição de muitos vetores de variadas naturezas, intensidades, direções e sentidos, quase que invariavelmente, conflitantes e antagônicos. Próprio do sistema. Desse caótico conjunto vetorial, aparece o vetor resultante, quase que sempre, pouco a ver com as prioridades e exigências da pátria e do povão. Muito a ver com os objetivos das elites. Assim opera a democracia capitalista. Muito falha.

    O golpe de 31/agosto/2016 depondo a presidente Dilma/PT, patriota e honesta, não poderá ser bem compreendido sem levar em conta certos vetores importantes e decisivos, no presente e para o próximo futuro. Dentre eles:

    1)    O papel desempenhado pelas variadas facções da turma de preto (informação) no formidável controle quase que absoluto do Judiciário, Ministério Público, Congresso e grande mídia “livre”, dentre outras;

    2)    Como de sempre, a muito provável presença da CIA por detrás do golpe de 31/agosto/2016, semelhante aos velhos conturbados tempos de implantação das ditaduras militares na América Latina, retornado ao palco com carga total, frente à desesperada situação política e econômica mundial dos EUA e de todo o sistema capitalista, em grande crise desde final de 2007;

    3)    A certeza que humanidade encaminha para radicais mudanças na milenar maneira de produzir riquezas através do trabalho humano, de poder viver em sociedade fazendo uso da antiga universal forma de obter dinheiro para comprar alimento, saúde, educação, agasalho, habitação, laser e outros mais, está caminhando para extinção.  Em menos de duas décadas, mais de 90% da população mundial estará desempregada. Não encontrará emprego algum, por mais estudo e experiência que tenham. Inevitavelmente, a produção de riquezas ficará entregue a infatigáveis e precisas máquinas, inteligentes e altamente produtivas, se necessário, trabalhando 24 horas por dia, inclusive, sábado, domingo e feriados, sem cobrar adicional algum. Pura maravilha.

    4)    A gravidade da atual economia mundial, necessitando urgente compreensão, caminhando para consequências muito mais devastadoras e trágicas que o crash de 1929, por conta da esplêndida e formidável Dona Tecnologia desempregando aos milhares e milhares de trabalhadores braçais e intelectuais, em todo o mundo capitalista;

    5)    Da necessidade de dar inicio à perigosa e complexa mudança do sistema capitalista para um novo sistema social, econômico e produtivo, justo, humano, fraterno e solidário, antes que o desemprego mundial atinja o máximo crítico. Se isso não for realizado a tempo contando com fortes lideranças mundiais, a eclosão da guerra nuclear é quase uma certeza. A atual civilização será extinta. Não há mais tempo a perder.

     

  24. O rei morreu!

    Viva o Rei!

    A  esquerda não é o PT!

    Pelo menos o PT da administração Dilma !

    Consequiram ressucitar pelos menos tres partidos que estavam como zumbis após os anos de bonança da administração Lula: DEM, PSDB (salvo pelo Tucanistão paulista!) e deram ao PMDB uma projeção nacional que desde Sarney não se manifestava. O PT paga pela covardia de não ir à defesa dos seus na AP 470.  Abriu a Caixa de Pandora. O que veio depois é mera consequencia.

    Pensar a reconstrução de um modelo viável de esquerda ultrapassa , e muito, o que vai acontecer com o PT!

  25. As únicas certezas

    são o estado opressor que já uma realidade sombria, o endeusamento cada vez mais entusiasta do Sr Camisa Parda das Araucárias, a prisão sumária de Lula e Dona Marisa numa calada da noite qualquer e o cinismo canalha de quem poderia pelo menos dar uma freio nessa escalada fascista da “justiça” que nos levará para algo pior que a Nicarágua somozista.

  26. >>NASSIF, se vamos falar de PONTO ZERO ~DAS ESQUERDAS~ …

    >> PSOL em crise de identidade – na pior hora!, por Romulus <<
     

    ROMULUS
     QUA, 05/10/2016 – 10:06

    PSOL em crise de identidade – e na pior hora possível para ambiguidades e tibieza nas esquerdas

    Por Romulus

    Antes do primeiro turno, cravava em conversa no Facebook:

    – A clivagem é clara: o PSOL não tem votação difusa no povão. É uma colagem de grupos coesos, de interesses homogêneos, distintos:
    (i) funcionalismo público (demandas corporativistas / salariais); mais…
    (ii) estudantes (naturalmente mais à esquerda e idealistas – como tem que ser!); mais…
    (iii) galerinha de esquerda “descolada”/minorias.

    E quem é que entra para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro como vereadores eleitos pela sigla?

    – figuras do funcionalismo; o companheiro do jornalista Glenn Greenwald, David Miranda; e o líder da marcha da maconha!


    Arrasu no apoio, hein, David?? Naomi Kein? Bota ~cool~ nisso!

    E o estudante?

    – Bem, esse ainda não completou 18 anos… não pode ser eleito, não é mesmo?

    É claro que todos sabemos que essa foi, sem tirar nem pôr, a base social do PT em sua aurora, nos anos 80. A diferença é que a intelectualidade não esta em massa no PSOL, nem tampouco a Igreja com as comunidades de base ou os movimentos sociais de maior porte (MST, MTST, etc.).

    Mas o PSOL já conseguiu um baita feito:

    – Um inédito racha nos artistas “antenados”, antes figurinhas fáceis apenas no palanque do PT!

    Basta ver imagens do comício com que Freixo encerrou sua campanha na Lapa (!) – Chico, Wagner Moura, Lenine e galã da Globo de ocasião. Pode até escolher:

    – Vladimir Brichta; ou…
    – Humberto Carrão??

    Os dois?? Então você só pode ser uma – ou um! – psolista libertário em temas morais! Safadinh@…

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=m13L-H9v_7s%5D
    Fala sério! (como se diz no meu Rio)
    Caetano e Chico cantando o jingle de campanha do cara??
    Não tem como ficar mais “bacana”, “jóia”, “prafrentex”, “descolado”, “maneiro”, ~cool~, ~hype~ … … …

    *   *   *

    Eleição do Rio é um ótimo estudo de caso

    Pegue-se a votação nos diferentes candidatos quebrada por renda/nível de educação e a baixa penetração “difusa” do PSOL no povão fica claríssima.

    Eles deveriam – como cobram do PT – fazer uma autocrítica. Perguntarem-se por que sua votação não sai desses 3 nichos e, em querendo sair dessa zona de conforto, ir gastar sola de sapato na áreas populares do Rio: Zona Oeste, subúrbio, morros e, no contexto do Estado, a Baixada Fluminense.

    Já Jandira, a outra candidatura da esquerda – desculpe-me o Molon, ótimo deputado, mas… Marina Silva?? Tchau e benção! – fez comício com Lula em Bangu, na Zona Oeste. Digamos que o equivalente em SP à Zona Leste ou, em Brasília, às cidades satélite… Brizola, por exemplo, sempre ganhava eleições perdendo feio na Zona Sul e na Grande Tijuca, áreas nobres, mas ganhando com folga na Zona Oeste (e na Baixada Fluminense).

    Já Freixo, como salientei acima, fez comício na…

    – ~Lapa~ !

    Onde ficam os célebres Arcos, a Fundição Progresso e o Circo Voador – território da galerinha “descolada” na sexta e no sábado à noite. E também dos gringos – claro! – com casas folclóricas (na acepção “menos nobre” do termo), como “Rio Cenário”, etc.

    Como pontuei – até com fotos estelares! – Freixo falou ao seu público cercado de artistas também “descolados”, cool, como dizem os gringos. Nada contra! Amor eterno pelo Chico, a cuja obra recorri – ainda ontem! – para dar trilha sonora ao post pedindo “Diretas Já”:

    Peguem as manchas de votação sobre o mapa da cidade e a constatação fica clara:

    – Entre os pobres a intenção de voto em Freixo tende a zero. Se bobear nem sabem quem ele é.

    Pior:

    – Se soubessem que é o inspirador do personagem “Professor de Historia”, antagonista amoroso e também no plano das ideias do “Capitão Nascimento” (Wagner Moura, ora!), do filme ‘Tropa de Elite’, que defende direitos humanos dos presos (!) e é leniente com usuários de drogas, aí é que não votavam em Freixo de jeito nenhum!

    Aposto – com pesar, caro Freixo! – que o conhecimento da trajetória do candidato e a rejeição ao seu nome no povão cresceriam in tandem.

    Essas ideias já tinham sido expostas por mim a amigos antes das eleições em conversas privadas no Facebook. Não as desenvolvi no artigo da semana passada em que critico um deslize do – excelente! – deputado Jean Wyllys porque pareceria provocação.

    – E não é o caso, caro Jean!

    Elas casam perfeitamente com aquela minha metáfora, na serie de 3 posts sobre a divisão da esquerda (links no final do post), de ter de escolher entre:

    – Sair de casa para ganhar o mundo, arriscando, caso contrário, perder tudo; ou
    – Ficar para sempre no pequeno, mas seguro, quartinho no fundo da casa dos pais.

    [Esquerda “pura”
    Metáfora:
    – De um lado, o conforto do pequeno, mas seguro, quartinho no fundo da casa dos pais, onde a mãe não exige muitas concessões do rebento querido.
    – Do outro, o desafio de “crescer”, sair e ter de “comprar a casa própria”, “fazendo o que tiver de fazer” para consegui-lo. Ou, falhando, ficar pelo caminho. Sem nada.
    Os dois têm vantagens e desvantagens, não?
    Como muitos analistas constatam, a esquerda “pura”, por definição, renega a política “como ela é” (“suja”).
    Mas notem bem: negar a “política como ela é ” também é fazer política!
    [Hmmm… será aqui também fazer política “como ela é?”]
    Por quê?
    Ora, porque a esquerda “pura” ocupa, com esse posicionamento, o nicho político-eleitoral dos idealistas da esquerda “não pragmáticos”. Assim, toca-lhe conduzir politicamente o nicho correspondente no todo da sociedade. Ou seja, dá representação político-partidária às franjas mais à esquerda da sociedade.
    Dessa forma, constitui – e mantém seguramente, longe da cobiça dos “não puros” – um feudo cativo para cada rodada eleitoral. Com esse expediente mantém – sem um grande esforço – um coeficiente eleitoral que não é grande, mas que é seguro e estável em tamanho. Tal estabilidade – e a decorrente previsibilidade – possibilitam carreiras políticas e seus planejamentos anos adiante.
    – Calma, esquerda “pura” político-partidária! Não me xingue (ainda). Nada contra… é da natureza humana buscar, em alguma medida, segurança, não?
    Isso, evidentemente, casado – em maior ou menor grau, como em qualquer campo político –  com apego a ideais e convicções]

    É como disse no Twitter, vendo a diferença entre os comícios de Jandira e de Freixo:

    – Discurso “não faço concessões nem alianças”, “sou puro” e franco e direto em temais “morais” – ficando (ressalto!) do lado certo: aborto como tema de saúde pública, casamento e adoção por gays, ideologia de gênero, direitos humanos para todos, inclusive bandidos sim, descriminalização do consumo de drogas leves, etc. – dá deputado (5%). Não dá prefeito (50%).

    Muito menos presidente!

    Entre a eleição proporcional e a majoritária está a tal “saída da casa dos pais” da minha metáfora.

    O Professor Jessé Souza recentemente se referiu ao PSOL como “a esquerda de Oslo”.

    Pois é, Prof. Jessé…

    Entre Oslo e Bangu fica um baaaita pedaço de chão, não fica?

    Pergunto então (com sotaque carioca):

    – E aí, PSOL? Qual é a tua, mané?!

    *

    Repito o que disse acima:

    – O PSOL deveria – como cobra do PT – fazer uma autocrítica. Perguntar-se por que sua votação não sai dos 3 nichos e, em querendo sair da zona de conforto, ir gastar sola de sapato na periferia…

    Mas não apenas! Deveria se dirigir também a…

    – … gabinetes de políticos de outras siglas (!); e de
    – representantes de outros grupos coesos de interesses homogêneos não alinhados ao PSOL (!)

    – O quê?! Herege! Queimem ‘Romulus’ na fogueira! Aproveitem e usem os livros do índex… assim queima mais rápido!

    A questão é:

    – Querem sair da zona de conforto? Ou os poucos votos – mas certos! – que “dão deputado” satisfazem?

    *   *   *

    Sinal preocupante No. 1

    Ou melhor, reality check, como dizem os gringos, que traduzo neste caso como “banho de água fria” em quem estava ~ansioso~ para aderir à candidatura de Freixo no segundo turno:

    *   *   *

    Sinal preocupante No. 2

    Faltando com a modéstia, o sinal No. 2 é a confirmação da minha boca de Cassandra, que vaticinou ainda antes do primeiro turno:


    Já hoje…


    E ainda…


    E por fim…

    Praga de Cassandra??

    – Bate na madeira 3 vezes!

    E madeira de lei… especial:

    – A porta do Presidente Lula e da Presidenta ~eleita~ do Brasil, Dilma Rousseff, Sr. Freixo! E mais de todas as lideranças dispostas a apoiá-lo nessa batalha duríssima contra a vitória do retrocesso. Até com a Marina eu conversaria…

    *   *   *

    Como prometido, links para a série de 3 posts sobre a divisão das esquerdas:

    *   *   *

    O imperativo da união das esquerdas – para já!

    Alô, políticos de esquerda: “eles [da direita] querem acabar com a gente”

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=u5oKFYzeToQ&feature=youtu.be%5D
    Cynara Menezes: “eles [da direita] querem acabar com a gente”
    (dica de um seguidor do twitter)

    A Socialista Morena comenta a “difícil vida do eleitor de esquerda”, que tem de escolher entre: Freixo x Jandira; Haddad x Erundina; Raul Pont x Luciana Genro…

    Como ela nota, políticos de esquerda, divididos, parecem não notar que “eles [da direita] querem acabar com a gente!”

    Alô, pessoal! Se liguem!

    – É guerra! E de extermínio!

    *   *   *

    (i) Acompanhe-me no Facebook:

    Romulus

    *

    (ii) No Twitter:

    @rommulus_

    *

    (iii) E, claro, aqui no GGN: Blog de Romulus

    *

    Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como “uma esquerdista que sabe fazer conta”. Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.

      1. É essa aqui:

        >> Que p… é essa? Ora, essa p… é ‘Romulus’, por… o próprio!
         

         

         

        ROMULUS
         SEX, 07/10/2016 – 04:27
         ATUALIZADO EM 07/10/2016 – 04:29

        Que p… é essa? Ora, essa p… é ‘Romulus’ – nunca esperei ser ~eu~ o tema em debate no GGN (hahaha), mas…

        Por Romulus

        Totalmente fora de espaço, offtopic, surgiu na seção de comentários do último post do Nassifuma discussão sobre…

        – … mim!

        Ainda outro dia lia entrevista do grande Fernando Brito, do Tijolaço, em que reafirmava seu princípio de que “o jornalista não é notícia”. Não sou jornalista, mas concordo e penso ser também aplicável, mutatis mutandis.

        Mas, para esclarecer de uma vez por todas essa questão, que vira e mexe volta, faço aqui um post para que todos choremos nossas mágoas de leitores maltratados no mesmo lugar.

        A seguir, ~vazo~ (por não haver mal nenhum) parte de um email meu ao Nassif. Ele – editor zeloso e expert na matéria que é – também franze a testa quando vê pela frente um post meu ou “grande demais” ou “caótico”, na expressão dele (!).

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         “Que p… é essa?!” Clara Nunes + livre associação freudiana + sincronicodade jungiana + fluxo de consciência + … >>Cara, internem ‘Romulus’ já!<< 

         

  27. Penso que, antes de se falar

    Penso que, antes de se falar em ponto zero, precisamos desmitificar o discurso da direita de que o PT quebrou o país, de que o governo de esquerda foi um desastre completo. Precisamos combater a repetição do bordão “PT nunca mais”. 

    Em momento algum, apos o golpe, a esquerda se propôs a fazer um balanço dos 13 anos de governo.

    Aceitou calada todas as falácias dos “13 anos de desmando e atraso”. 

    O mínimo que precisa ser feito é a elaboração e divulgação de um balanço destes 13 anos.

    Precisamos mostrar, de forma clara, qual foi a situação encontrada pelo primeiro governo Lula e os avanços obtidos.

    Mostrar que a taxa de juros era de 26,5% e chegou a 7,5%, deixando em 14,5%, após a pauta bomba e a politica da oposição do “quanto pior, melhor”.

    Mostrar que a inflação sempre esteve contrtolada, dentro da meta, exceto no primeiro e no último ano, pelos mesmos motivos.

    Mostrar o significativo desempenho do PIB nestes anos. Gráfico da evolução em milhões de dólares é bem ilustrativo.

    Mostrar os trinta milhões de brasileiros que sairam da miséria.

    Mostrar as obras da transposição do São Francisco, que a mídia golpista nunca mostrou.

    Mostrar que dobramos as vagas nas univresidades e deduplicamos as vagas nos cursos técnicos. Pronatec.

    Mostrar o acesso do pobre à universidade, as conquistas do FIES, ENEM, PAS, Ciência Sem Fronteiras, enfim, todos os avanços na Educação.

    Mostrar o acesso do pobre à medicina, pelo programa Mais Médicos.

    Luz para Todos, levando o século XXI a quem vivia no século XVI.

    Mostrar dados dos milhões de empregos criados, até a adotarem a política golpista.

    Mostrar os pobres com acesso aos aeroportos. E a melhoria nos aeroportos. 

    Mostrar as leis criadas para garantir aumento no salário mínimo e direito às empregadas domésticas.

    O Recuo no defilcit da moradia. Realizações do Minha Casa Minha Vida. O Bolsa Familia, com porta de entrada e porta de saída.

    O Fim da política externa que fala fino com os EUA e fala grosso com os vizinhos. A valorização do Mercosul e dos BRICs.

    O fim da dívida externa e o basta no FMI.

    Enfim, são inúmeras as realizações destes últimos 13 anos, que os oportunistas não reconhecem e ainda se sentem no direito de difamar um governo com tantas realizações.

    Muito estranho a esquerda ter deixado o poder sem fazer este balanço em momento algum. Ainda há tempo para preparar este material e divulgar. Nem precisa de João Santana ou Duda Mendonça. Creio podemos fazer algo mais convincente do que aquele ridículo power point da turma de Curitiba.

    Depois de feito e divulgado este balanço, zerar a fatura e partir pra outra. 

    Os maiores erros do governo Lula/Dilma foram  a incapacidade de comunicação com a sociedade e as indicações para o STF e PGR.

  28. A Globo deve estar querendo

    A Globo deve estar querendo fazer um candidato próprio para 2018 do jeito que interfere em governos, como nas campanhas contra ministros desde o inicio da presidência de Dilma, e mandando Temer demitir ministros do Temer. Poderia lançar um tipo o Dória e com um programa tipo o ponte para o futuro do Temer, menos as partes que a Globo não gosta como regulação ambiental.

  29. Há Golpe

    José Trajano disse em entrevista reproduzida aqui no GGN que um dos pontos que irritou matriz e filial, precipitando sua demissão, foi um discurso que fez falando em “união das esquerdas”. Se o Eixo do Mal (o original e o Tabajara) é contra, então o caminho é esse.

    Como disse abaixo, penso que a única coisa que pode unir as esquerdas é a defesa radical das cláusulas pétreas da Constituição, que foram ultrajadas pelo Golpe.

    As esquerdas são o último refúgio da Democracia e da República brasileira.

     

  30. proibir exposição de obras de Paulo Freire na UFRJ

    Essa de proibir a exposição de obras de Paulo Freire na UFRJ é tão absurda que beira o inacreditável. Qual o próximo passo? A proibição do desenvolvimento de trabalhos científicos (teses, dissertações e artigos) sobre Paulo Freire ou que o citem? Depois do Paulo Freire quem será o próximo “proibido” que não poderá ser estudado?  Será que em um futuro próximo o nome do Lula terá que ser retirado de todo e qualquer livro de história do Brasil? Por prevenção, vou passar a escrever o nome do Lula em todos os meus artigos e vou colocá-los na nuvem (internet). 

     

     

    1. PROIBIR

      Então, será que irão me proibir de ouvir as belas canções do grande Baiano RAUL DOS SANTOS SEIXAS,morto em 1989 ? pelo andar da carruagem não posso duvidar. 

  31. A lgumas diferenças entre

    A lgumas diferenças entre Romulus e James Joyce:

    -CariocaXDublinense

    -BlogueirotuiteirofeicebuqueiroXRomancista

    -VivoXMorto

    A maior de todas, fora as exceções de praxe:

    -Quem lê Joyce não entende nada e diz que entendeu tudo e não reclamaXQuem lê Romulus entende tudo e reclama da dificuldade de entender.

    Semelhança: Os dois escrevem complicado pra cacete !

    1. Desculpe-me, caro Romulus,

      Desculpe-me, caro Romulus, era apenas uma brincadeira sem graça que eu quis fazer para tentar descontrair um pouco nestes tempos plúmbeos, que saiu como um comentário isolado, completamente descontextualizado. Prometo ser mais cuidadoso.

      1. Nao se pode ter tudo, neh?

        Que nada, rapaz!

        Eu me divirto com a “polêmica” em torno da minha forma de escrever.

        Um dia em que bati duro no PT, um petista “campo majoritário” falou que a minha “tentativa de fluxo de consciência da Clarice Lispector era uma piada”.

        Poderia ate ficar lisonjeado pela comparaçao, se houvesse alguma “tentativa” e se em qqr aspecto se aproximasse. Nao sou escritor, ora! E nem sonho com o talento dela.

        Agora vc fala de Joyce – mais lisonjas imerecidas. Quem sou eu!!

        Mas uma coisa eh fato: nego reclama, reclama, mas le e entende. E ai elogiam o conteudo desbragadamente.

        Nao se pode ter tudo, neh?

        1. Nunca imaginei virar tema de debate no GGN (hahaha), mas…

          >> Que p… é essa? Ora, essa p… é ‘Romulus’, por… o próprio!
           

           

          ROMULUS
           SEX, 07/10/2016 – 04:27
           ATUALIZADO EM 07/10/2016 – 04:29

          Que p… é essa? Ora, essa p… é ‘Romulus’ – nunca esperei ser ~eu~ o tema em debate no GGN (hahaha), mas…

          Por Romulus

          Totalmente fora de espaço, offtopic, surgiu na seção de comentários do último post do Nassifuma discussão sobre…

          – … mim!

          Ainda outro dia lia entrevista do grande Fernando Brito, do Tijolaço, em que reafirmava seu princípio de que “o jornalista não é notícia”. Não sou jornalista, mas concordo e penso ser também aplicável, mutatis mutandis.

          Mas, para esclarecer de uma vez por todas essa questão, que vira e mexe volta, faço aqui um post para que todos choremos nossas mágoas de leitores maltratados no mesmo lugar.

          A seguir, ~vazo~ (por não haver mal nenhum) parte de um email meu ao Nassif. Ele – editor zeloso e expert na matéria que é – também franze a testa quando vê pela frente um post meu ou “grande demais” ou “caótico”, na expressão dele (!).

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  32. NENHUMA NAÇÃO CONSEGUI COM O MEDO DELETAR SEUS CIDADÃOS.

    Nassif, é a primeira da série Xadrez que não precisa retoques, o final disse a causa de tudo, é impossível qualquer nação que tenha algo como as organizações Globo tenha democracia ou desenvolvimento, não sei de quem foi esta frase apenas a conheço, ” a Globo é uma concessão do Brasil ou o Brasil é uma concessão da GLOBO” e o que fica claro pelo o que vimos, estamos vendo e continuaremos infinitamente vendo é que o Brasil é uma concessão da GLOBO. O povo foi asfixiado pela pregação de ódio entre irmãos numa dimensão universal, é possível ver essa pregação dentro de um núcleo familiar, as micros ideias tomam dimensões infinitas dentro de redes sociais, transforma um gameta num ovulo fecundado e o matura numa sandice e loucura absurda. Parece que estamos assistindo aqueles filmes de ficção cientifica onde uma corporação apodera das mentes e vidas das pessoas, não tenhamos dúvidas, irão tomar não só medidas punitivas para calar a resistência, além de torturas tomarão medidas tecnológicas invasivas e nos transformarão em lixo social, espere e verá o renascer da palavra “subversivo”, pela fala do presidente hoje e o lançamento de sua campanha de tirar o Brasil do vermelho e criminalizar e acusar as oposições de destruir governos e um prenuncio que não foi só um golpe, é coisa muito maior.  Um tentáculo da justiça consumir 2,1% do PIB é prova cabal de que o modelo de democracia foi substituído pela inteligência jurídico/policial marota e só tem uma forma de perpetuar destruindo e sumindo com qualquer mente que se opor ao modelo, o BRASIL já não existe mais como nação é o modelo para o que irão propor ao mundo, o massacre geral, limpeza ou higienização a nova era de escravidão e de mentes polidas com o desastre da falta de liberdade. CUMPRA-SE será só está a opção, já somos os zumbis ideológicos a serem caçados. É uma pena, mas é bom já que seremos eliminados que não sejamos como ingênuos e alienados. Que algum Deus tenha pena pelo menos de nossas almas e não pense que esse é um pensamento isolado, tem muito mais pessoas pensando assim do que imaginam, fica a pergunta como iremos resistir a tamanha truculência? Eles têm a comunicação, as armas e a justiça, o que nos restou para nós resistirmos? O quê? Mas não se prende um rio, ele mais cedo o mais tarde devasta qualquer barreira, não se pode propor a um povo que seja tão idiota e ignore a sua história e embarque num navio de golpistas cheio de ratos de elite, as aguas sempre irão para o mar e o povo é um mar de gente que pensa, quem viver verá.

  33. Oi Nassif, o artigo como de

    Oi Nassif, o artigo como de costume eh otimo. Eu so sugeriria colocar no começo quando fala do lulismo que pra nova geraçao ele vai acabar associado as politicas publicas implementadas nesses 13 anos. Pq o Temer ja dilapidou a maioria e provavelmente vao acabar com o legado do homem rapidamente. Por contraste, muita gente vai imediatamente canalizar isso pro Lula, nao acha? Eu nasci em 1985 e nao peguei nada do que voce classificou como lulismo, mas vejo que pessoas da minha geraçao e um pouco mais novas e mais velhas associam o Lula a essas politicas publicas como minha casa minha vida, bolsa familia, ampliaçao de vagas nas universidades tanto publicas quanto privadas, institutos federais, etc.. Por mais que ele nao esteja disponivel em 2018, a presença dele ja eh uma ameaça ao regime. Alem do mais, a gente viu que ele sabe se reinventar. O titulo fim do lulismo eh bastante ousado. 

  34. Abrir Porta e Janelas e Deixar o Ar do Povo, de Novo, Entrar

    Em tempo de xadrez do marco zero das esquerdas, que lembra comentarista de futebol ao correr do jogo, indo e vindo ao sabor das mudanças no placar, sem se importar com, circunstâncias, espaço e tempo, como as velhas birutas ao soprar diverso do vento, causa espanto e dificuldade de entendimento, dois movimentos de sobrevivência sem sentido coletivo, no minimo suspeitos, observados: 

    O que move pessoas como Tarso Genro e Olívio Dutra, repetidamente, comungarem expiações finais de salvação pessoal, prostrados ao inquisidor inimigo, sempre dolorosamente na pior hora da vítima transformada autora, sem que antes arriscassem a boca à defesa, enquanto vítima? Seria nova síndrome, de Porto Alegre, ou seriam ventos gelados soprados do Guaíba, que os faz procurarem cobertores? 

    O que faz Rui Falcão, além de hora extra, na pior hora, com tamanho passivo no legado de responsabilidades que tem para que tudo isso ocorresse, sobretudo no tocante aos quesitos inércia e inépcia partidária, propor Lula presidente do PT, sabendo-se de forma escancarada que a intenção é garantir a sua permanência (de Rui) onde já não mais deveria estar, apenas que  escondido, nos bastidores, ocupando o espaço que Lula de fato não irá desempenhar?

    Falcão, já deu…, passou da hora…, vaza!

    Vê se desapega do cargo, venha à planície, renuncie para que HADDAD possa assumir provisoriamente enquanto não é eleito, para desaparelhar e modernizar o PT, abrindo portas e janelas e deixando o ar do povo, de novo, entrar com os filiados e militantes (cansados de segurarem o rojão sozinhos), os curiosos, o pipoqueiro, a moça do isopor de cerveja e quem mais chegar. 

  35. PT e SFIO, Lula, Ciro e Mitterrand

    A esquerda no Brasil se (re)organizou a partir dos escombros da ditadura militar. Havia os de tradição marxista-leninista, os maoístas, os trotskistas. Havia também elementos radicais e ativistas sociais sem coloração ideológica. Havia a esquerda da antiga democracia cristã. Havia ativistas de confissão cristã profundamente marcados pela teologia da libertação. Havia a esquerda do trabalhismo varguista. Havia socialistas utópicos. Havia eurocomunistas, socialdemocratas e adeptos do social-liberalismo. Foi nessa pluralidade que o PT nasceu e soube dela se aproveitar melhor do que outras legendas de esquerda. O caráter novo e original do partido chamou a atenção da juventude, atraindo novos quadros.

    O PT aproveitou como ninguém as circunstâncias. Nos anos 1980, o inimigo a ser destruído pelo establishment era Brizola e o partido odiado e ridicularizado era o PDT.  O PCB passava por um processo de implosão com a expulsão de Prestes e que culminou, dez anos depois, no surgimento do PPS, um partido de centro formado por ex-comunistas. O “centrismo” do PPS é curioso: foi governo no período Sarney, Itamar Franco e Temer, sem nenhum problema ideológico. Fez oposição moderada e gentil ao governo FHC, não se importando com o fato de um de seus correligionários ter sido ministro. Quanto aos governos mais à esquerda, o de Lula e o de Dilma Rousseff, o PPS fez uma oposição radical e sistemática. É curioso que antigos comunistas sejam tão condescendentes e amigáveis com a direita e, simultaneamente, inimigos declarados da esquerda. Os elementos de esquerda no PMDB foram saindo do partido ao longo dos anos 1980 e 1990, quando se deram conta que o PMDB não segue nenhuma ideologia e se tornou o partido preferido dos coronéis (ao que me parece, Requião é o único de esquerda entre os cardeais que dominam o partido). O PSDB, assim como o PMDB, nunca teve ideologia que o unificasse. A menção à socialdemocracia no nome é puro jogo de marketing. Socialdemocrata no Brasil era o trabalhismo do PDT até a morte de Brizola e a posição política do PSB até começar a fazer jogo duplo direita-esquerda nos anos 2000. O PT se converteu à socialdemocracia nos anos 1990, assumindo isso publicamente apenas nos anos 2000 e hoje, na realidade, o Partido da Socialdemocracia Brasileira é o Partido dos Trabalhadores. O PSDB tinha entre seus fundadores alguns elementos tidos, na época, de esquerda. Nos anos 1990, antes da vitória nas presidenciais de 1994, alguns homens de esquerda acreditaram na socialdemocracia do PSDB e entraram no partido. Os que ainda eram socialdemocratas saíram de lá com o tempo. O PSB, fundado por trabalhistas dissidentes do PDT e por comunistas dissidentes do PCB, se tornou, nos anos 1990, a principal opção para políticos dissidentes de seus partidos. No entanto, não conseguiu dimensão nacional, a não ser a partir da política de jogo duplo esquerda-direita realizada já nos anos 1990 e que se tornou a marca do partido até o momento presente. O PCdoB nunca conseguiu ser um partido de massas, preferindo ser o coadjuvante do PT. Foi nesse cenário que o PT cresceu e a ida de Lula ao segundo turno de 1989 fez com que o PT se tornasse a principal alternativa para a esquerda.

    A derrota do PT nas eleições municipais não significam o fim do partido. Uma eventual e previsível prisão de Lula não implica necessariamente no fim do PT. Evidentemente que um dos escopos dos golpistas é a cassação do registro do PT, mas isso também não significa necessariamente o fim do PT. Pode-se agir na clandestinidade, outro partido pode oferecer sua legenda ou um novo partido pode ser fundado. Evidentemente também que se isso acontecer, se tentará de todas as maneiras proibir essa nova sigla e aí já estaríamos em uma indisfarçável ditadura. Com o ajuste fiscal de 2015 e com o golpe de Estado em 2016, o PT perdeu a liderança natural que tinha nas esquerdas. Não obstante, o PT é e continuará sendo o principal referencial para a esquerda. A razão é simples. O PT é o único partido à esquerda que governou o Brasil, ganhando 4 eleições presidenciais consecutivas. Não dá para jogar fora toda a experiência acumulada. Para o eleitor à esquerda, o PT permanece o partido referencial, mesmo para discordar ou criticar do partido e votar contra o mesmo. É preciso respeitar o tamanho e a história do PT.

    É natural partido político passar por grandes derrotas. Em democracia maduras, isso acontece com frequência e não implica necessariamente na morte de legendas. O PFL mudou de nome, se dividiu ao meio em DEM e PSD, e o DEM ainda está vivo, pois representa uma parcela do eleitorado reacionário. O PSDB perdeu eleitores no governo Lula, mas sempre se manteve como alternativa de poder. Em 2010, no auge da popularidade do Lula, o PSDB quase venceu; em 2014, o PSDB chegou ao segundo turno com ares de favorito. De um partido sem ideologia, o PSDB assimilou o neoliberalismo, a desestatização e a globalização como elementos guia e temperou com social-liberalismo em alguns programas sociais. A única oposição que o PSDB conheceu efetivamente vinha da esquerda, o que levou o partido para a direita. Não era a direita da direita; em 1998 alguém com fortes convicções de esquerda poderia votar em um candidato tucano na Bahia ou em Mário Covas no segundo turno. No entanto, a grande marca do PSDB foi e é a insansibilidade social num país de pobres. Mesmo nos programas sociais que buscavam combater a miséria e melhorar a qualidade de vida dos mais pobres, o elitismo, a falta de diálogo com os setores envolvidos e a criminalização dos movimentos sociais faziam que os projetos e os programas nascessem comprometidos e sem grandes chances de êxito. Na oposição ao PT, o PSDB se dirigiu cada vez mais à direita. Dois modelos de Brasil estão em jogo: o do PSDB e do PT.

    A direita é a dona do poder. O máximo que a esquerda pode fazer em um democracia burguesa é ser a alternativa. Com a derrota nas eleições presidenciais do PS na França em 1995, o presidente Mitterrand chamou os socialistas e os encorajou, dizendo que o PS mostrou a França que a esquerda pode governar e que o PS era o partido da alternância. Ele estava certo e o mesmo se aplica ao Brasil: o PT é o partido da alternância, nunca vai ser o dono do poder. É verdade que no caso brasileiro há uma particularidade: o fenômeno Lula. Por isso toda a pressa em destruir Lula, pois sem Lula, o PT e qualquer partido de esquerda teria muita dificuldade em ultrapassar o teto de 30% do eleitorado que vota mais à esquerda.

    Para agora, é preciso que exista uma frente ampla de oposição ao governo dos golpistas e de oposição ao Estado de exceção. Curiosamente, o PT que votou contra a constituição de 1988 se tornou o principal defensor da mesma constituição. A defesa da Consituição de 1988 deve unificar essa frente desde já.

    Para 2018, é necessário que a frente ampla se efetive tanto a nível estadual como a nível nacional. Ademais, é preciso se pensar seriamente no nome de Ciro Gomes do PDT. Antes da vitória de Mitterrand em 1981, a melhor participação da esquerda na França foi no segundo turno em que o próprio Mitterrand enfrentou o mito De Gaule e deu trabalho para o general-presidente na reta final. Detalhe: Mitterrand não vinha de um partido tradicional nem de um partido grande; no entanto, a SFIO, principal partido de esquerda na época, não lançou candidato e apoiou Mitterrand. Houve um acordo de não-agressão entre Miterrand e o Partido Comunista, e os comunistas apoiaram Mitterrand no segundo turno. Mitterrand perdeu, mas estavam lançadas as bases para uma frente ampla de esquerda na França, entre SFIO, o PC, os radicais de esquerda e partidos políticos menores. Nesse processo, a própria SFIO se fundiu com outros partidos menores (incluindo o partido de Mitterrand) e nasceu o PS. Na França da época a diferença entre socialistas, comunistas, radicais de esquerda e gaullistas de esquerda era enorme. Nada disso impossibilitou uma aliança e uma frente de partidos. Tudo isso lançou as bases para a vitória em 1981. De toda maneira, é preciso muita atenção: se a esquerda se reorganizar e a frente ter sucesso e for eleitoralmente viável, o golpe do parlamentarismo pode triunfar. Para quem é dono do poder, só haverá eleições presidenciais em 2018 se a vitória da direita for 100% certa. O presidencialismo vai continuar apenas se a direita for governo. É hora de uma frente ampla de luta e de resistência.

  36. peças ‘determinísticas’ (dissonância)

    Aquém de Nassif, longe de ser Dario pignotti, entre outros mestres da escrita jornalistica, mas  fiz algumas considerações sobre o texto:

    A primeira atitude a ser considerada pela Esquerda é adimitir que vivemos em épocas pouco marxistas, percebe-se claramente que o brasileiro é só melhorar um pouco a sua estética – pronto! este não vacila em lembrar suas origens, no entanto, como a dor de barriga não da uma vez só, aquele ser humilde sairá da amnséia mais tarde, todavia, é necessário uma suspensão da macro-estratégica de embate de ideologia e militância de grandes personalidades, não havendo sucesso algum nisso, ja que a Direita tem simplesmente a Globo e seus grandes gurus de psicologia de massas, contudo, para haver um norte para a Esquerda o foco deve ser em um planejamento com efetividade através das pequenas prefeituras, ações sociais in loco e o uso verdadeiramente construtivo da internet para comunicação pessoal.  O segundo ponto importante para a ressureição da Esquerda é a divisão da Direita, porquanto, é questão de tempo para dossiês de políticos direitistas enjeitados virem à tona, por conta dessa mesma banalidade os Justiceiros vão cair por terra, visto que a vaidade, a soberba, a íra, a cobiça entre esses pares, desestabilizam até concursados, estes sim  têm a maior parcela de culpa em deixar o Brasil dentro de um voo de avião sem piloto, sem asa e em uma tempestade tropical com nome de mulher.

    Efeito Lula

    É nocivo ao Lula os ataques que vem sofrendo da Velhaca Mídia e dos Justiceiros, porém bem pior é o povo insistindo em transforma-lo no salvador da pátria em uma época de tamanha cólera política. Tomem vergonha na cara e deixem o Lula em paz! Desapeguem! Desapeguem!

     

     

     

     

  37. Ainda que a grande mídia
    Ainda que a grande mídia tenha desempenhado papel importante no golpe de 16, ele não teria se viabilizado sem a influência da bancada evangélica no chamado “centrão” dominado por Eduardo Cunha. Há uma parcela relevante de voto “ideológico” na bancada Cunha. A mídia está exibindo uma ideologia de extrema direita porque já percebeu que há permeabilidade dessa forma de pensamento na população.

  38. Eleição municipal e eleição presidencial

    Precisamos lembrar que o PT só pôde receber votos onde lançou candidatos, diferente de uma eleição presidencial onde o candidato do partido está presente em todas as seções eleitorais.

    Outro detalhe, é que nestas eleições o PSDB se beneficiou do voto anti-PT, por meio do voto útil no primeiro turno principalmente na Cidade de São Paulo, e o voto anti-PT não tem mesma magnitude no restante do país

    Dos 17 milhões de votos do PSDB nestas eleições, pelo menos metade deve ter ocorrido no estado de São Paulo, sendo 3 milhões de voto na capital.

    Para 2018 devemos ter um eleitorado de cerca de 146 milhões, considerando uma abstenção de 20% e 12% de votos nulos e brancos, teremos cerca de 99 milhões de votos úteis.

    Mesmo sem as alianças políticas de eleições anteriores o Lula entra na disputa do primeiro turno de 2018, como pelo menos 20 milhões de voto, o candidato único do PSDB com cerca de 30 milhões de votos, e Marina Silva com 20 milhões de votos.

    Precisamos lembrar ainda que pode ocorrer um racha no PSDB, e o lançamento de três candidatos, Alckmin, José Serra e Aécio Neves.

  39. O PT apresentou menos candidatos a prefeito nessa eleição

    —O Partido dos Trabalhadores lançou 1.004 candidatos a prefeito neste ano e, em 2012, 1.779—-

    —–O PT que teve na última eleição 40.960 candidatos a vereador está agora com 22.259 candidatos—-

    Eleições 2016 têm mais candidatos que no último pleito municipal, há quatro anos

    02/10/2016 08p0—Brasília—-Iolando Lourenço – Repórter da Agência Brasil

    —–Em 2012, disputaram as 5.517 prefeituras municipais 15.127 candidatos.

    Neste ano, concorrem ao cargo de prefeito de uma das 5.568 cidades 16.565 candidatos.

    No último pleito municipal, as 57.434 cadeiras de vereador foram disputadas por 450.695 pessoas.

    Neste ano, com um número maior de vagas a serem preenchidas – 57.958 – o número de candidatos a vereador também cresceu e passou para 463.375, uma média geral de oito candidatos por cada vaga. —-

    —A grande maioria dos partidos lançou mais candidatos a prefeitos neste ano, do que em anos anteriores.

    Dentre os seis maiores partidos do país, apenas o PT apresentou menos candidatos a prefeito nessa eleição do que na de 2012. O Partido dos Trabalhadores lançou 1.004 candidatos a prefeito neste ano e, em 2012, 1.779 dos quais 651 foram eleitos nas suas respectivas cidades.

    O PMDB, o maior partido do país, disputa a eleição deste domingo com 2.382 candidatos. Em 2012, o partido lançou 2.258 e elegeu 1.031 prefeitos.

    O PSDB emplacou o segundo maior número de prefeitos na última eleição municipal – 703 – quando disputou com 1.621 candidatos. Agora, os tucanos apresentaram 1.757 concorrentes.

    O PSD, que em 2012 disputou a eleição com 1.092 candidatos e elegeu 500 prefeitos, concorre agora com 1.368.

    O PP que elegeu 478 prefeitos quando disputou com 1.074 candidatos, concorre neste domingo com 1.147 nomes.

    O PSB elegeu 441 prefeitos na última eleição ao disputar com 1.033 candidatos, lançou para esse pleito 1.093.

    Os cinco partidos que apresentaram o menor número de candidatos às prefeituras são Novo (1), PCB (15), PCO (21), PSTU (49) e PMB (63). Dois deles (Novo e o PMB) não existiam em 2012. Os outros três PCB, PCO e PSTU disputaram a última eleição com 36, 5 e 60 candidatos, respectivamente, mas não elegeram nenhum prefeito naquele pleito.

    Vereador

    Em termos de candidatos a vereador a maioria das legendas disputa essa eleição com menos candidatos que a anterior.

    O PMDB que concorreu com 43.004 vai para essa disputa com 40.319.

    O PSDB concorre com 32.650 e disputou em 2012 com 34.151.

    O PT que teve na última eleição 40.960 candidatos a vereador está agora com 22.259 candidatos

    . Partidos como o PCO que disputou em 2012 com 15 candidatos a vereador em todo o Brasil lançou nesta disputa 42 candidatos, menor número de candidatura entre todas as legendas, de acordo com dados da Justiça Eleitoral…….

    URL:

    http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-09/mais-de-140-milhoes-de-eleitores-escolhem-hoje-seus-prefeitos-e-vereadores

    1. teza de que seria derrotado, o PT lançou um cab

      Considere ainda que em muitas cidades deve ter ocorrido o que aconteceu em Vitoria-ES. Tendo a certeza de que seria derrotado, lançou um candidato não competitivo que foi para o sacrifício pois era somente para constar. Assim deve deve ter acontecido em centenas ele cidades. O PT NÃO ESTÁ MORTO E NÃO VÃO SER A PF, PGR,MORO, DALTON E QUE TAIS QUE O DERROTARÃO mesmo lançando operação boca de urna,

  40. O ovo da Serpente

    O Brasil vai melhorar quando gente como essa da foto sinta o ridículo da sua ação e tenha consciência do dano que causa nas suas próprias crianças.

  41. Xadrez do marco zero das esquerdas

    o que as esquerdas querem?

    na grande maioria das análises sobre o desempenho eleitoral do PT em 2016, chega-se a conclusão que o grande problema foi a mídia – não que as capitanias hereditárias midiáticas no Brasil não sejam um dos principais inimigos da Democracia. óbvio que são. daí a necessidade de criar e fortalecer as mídias independentes.

    mas o PT parece ainda convencido de ter “feito tudo certo”, apenas a mídia golpista não deu a devida divulgação. como se as causas da derrota, e do golpe, fossem apenas uma problema de comunicação.

    mudanças concretas na qualidade de vida da maioria são assim percebidas pelos beneficiados. ou seja: a melhor comunicação advém da própria experiência de vida. e não aquela intermediada pelos meios de comunicação – seja eles quais forem, mesmo os independentes.

    apesar de ser impossível inclusão social pelo consumo, isto não implica que tanto as camadas de baixa renda, como mesmo os pequenos empresários, não reconheçam a relativa melhoria ocorrida durante os dois mandatos de Lula.

    só que não há como atender as necessidade da maioria sem confrontar os interesses da minoria. principalmente em situações de contração da economia mundial.

    este é o dilema das esquerdas neste marco zero: o que as esquerdas querem? querem vencer eleições e governar? ou querem modificar a correlação de forças na sociedade através de um movimento autônomo de organização pela base?

    não são opções excludentes, desde que a via eleitoral e institucional seja complementar ao fortalecimento da organização autônoma.

    além disto, sempre é possível composição entre as diversas linhas e tendências em torno de contextos específicos, situações locais e encaminhamento concreto de ações.

    sobre a experiência de Barcelona:

    http://ajuntament.barcelona.cat/estrategiaifinances/pressupostobert/es/

    .

     

  42. Dois pilares podres da Nação: Grande Imprensa e Moralismo

    Resumo da ópera: Moralismo + “Jornalismo*” = Golpe.

    Em outras palavras, candidato que faz discurso moralista e fala para a grande imprensa está fadado a reproduzir a história golpista do Brasil.

    A grande imprensa joga a isca, depois é só fisgar o peixe no anzol do golpe. Bem fácil, como tirar doce de criança.

    Vejo o Ciro Gomes e o Psol embarcando nessa. Como o PT embarcou ontem, contra o PTB do Getúlio e o PDT do Brizola. Hoje, o PT paga o preço que o Getúlio pagou no Brasil e o Brizola, pagou no Rio Grande do Sul (onde tive a oportunidade de vivenciar essa experiência).

    Parece o cara que prega sermão num prostíbulo, acreditando que o dono é crente, quando na verdade o dono dele (a mídia aliada a plutocracia entreguista) está apenas usando o candidato para atingir seus fins. 

    Ah, esqueçam PCB, PTB, PDT, PT, PSOL, PSB (que durma em paz). Esqueçam o Prestes, Getúlio, Brizola, Arraes, Lula, Ciro, Luciana Genro e HH. Não é disso que se trata. Esqueçam tudo isso. Estamos a falar de um território e um povo. Uma nação. É disso que se trata. 

    E há dois pilares podres que impedem seu desenvolvimento. A grande imprensa e o moralismo.

     

    * Privado monopolista

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