Para Mantega, incentivo ao crédito não vai elevar inflação

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – As medidas anunciadas nesta quarta-feira (20) pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central só puderam ser adotadas graças a um cenário de melhora da economia brasileira, conforme opinião manifestada pelo ministro Guido Mantega durante o anúncio das medidas. Segundo ele, apesar de estimularem o crédito, as medidas não deverão aumentar a inflação no país.
 
“O BC tem sido muito bem sucedido. A inflação está sob controle, e com o preço de alimentos caindo. Foi por isso que ele [BC] resolveu irrigar gradualmente a economia, com medidas que melhorarão o crédito” também de forma gradual, disse Mantega. Segundo ele, a economia do país “está sólida” e não patinando como dizem alguns críticos.
 
“É justamente porque a inflação está absolutamente controlada que estamos tomando essas medidas de flexibilização, a fim de irrigar com crédito alguns setores da economia”, disse o ministro. “A Copa do Mundo foi boa, apesar de ter [resultado em] menos dias úteis [para o país durante os jogos]. O cambio está estável; o fluxo de capital externo está positivo e despertando interesse no exterior. Além disso, a inflação no mês passado foi perto de zero, após vir caindo nos últimos quatro meses”, argumentou.

 
Segundo ele, o endividamento das famílias tem caído nos últimos meses, bem como a inadimplência. Famílias estao habilitadas para isso, com famílias trabalhando e tendo sua massa salarial crescendo.
 
Mantega acrescentou que as medidas adotadas pelo governo são, em sua maioria, de âmbito regulatório, e fazem parte de um conjunto de esforços que buscam melhorar o marco regulatório. “A tendência”, disse ele, “é reduzir o custo para consumidor e empresário, criando condições para redução do spread [diferença entre a taxa que os bancos pagam aos depositantes e a taxa cobrada nos empréstimos]. Mas isso é uma decisão do mercado, que é livre. O que nos cabe é criar condições para que esses custos baixem. Apenas demos as condições propícias para essa redução”.  As informações são da Agência Brasil.
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

7 Comentários

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  1. “O BC tem sido muito bem

    “O BC tem sido muito bem sucedido. A inflação está sob controle, e com o preço de alimentos caindo.”

    Alguém mais inteligente que eu, pode me explicar qual a relação entre o aumento da SELIC e a queda nos preços dos alimentos?

    1. Aumentar a SELIC é a

      Aumentar a SELIC é a tentativa de monetizar a anterior expansão monetária, ou seja queimar o excesso de moeda na economia.

      Com menos moeda,  há ou deveria haver uma redução do consumo e os preços deixam de subir, o aperto faz a economia reduzir o consumo.

      O problema e que esta interferência altera o risco moral da economia alterendo o sistema de formação de preços com o decorer do tempo.

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=LiwLn9_Z7Ao%5D

       

       

    2. Queda de preços e SELIC

      Resposta – Com o aumento da taxa SELIC, há menor disponibilidade de recursos (R$) e menor busca por crédito. Com  menor disponibilidade de recursos (R$), há menos consumo. Com menos consumo, os preços dos produtos (inclusive alimentos) tendem a diminuir. Dessa forma, há uma estreita relação entre queda de preços e aumento da taxa SELIC.

      1. Essa é a explicação oficial.

        Essa é a explicação oficial. O que eu quero é saber qual a REAL ligação entre a SELIC e as taxas cobradas pelos bancos e, principalmente, quem compra alimentos a crédito e também quem reduziria o seu consumo por causa de 1% a mais na SELIC (veja bem, não estou falando de imóveis, eletrodomésticos, automóveis ou máquinas, mas apenas de alimentos).

  2. O processo de revisão das medidas macroprudenciais

    —Na relação de medidas de estímulo, o BC incluiu novos critérios relativos ao requerimento mínimo de capital para risco de crédito. Esse requerimento é a quantidade de recursos que os acionistas dos bancos devem deixar reservados para cada operação de crédito. Com essa medida, foram liberados cerca de R$ 15 bilhões, com potencial de geração de novas operações de crédito de até R$ 140 bilhões, segundo o chefe do Departamento de Regulação Prudencial e Cambial do BC, Caio Ferreira.—

    Injeção de recursos na economia com medidas do BC alcança R$ 25 bilhões
    20/08/2014 13p6—Brasília—Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil Edição: Davi Oliveira

    O Banco Central (BC) anunciou hoje (20) várias medidas que liberam mais recursos para os bancos emprestarem e, desse modo, estimular a economia. No total, serão liberados, a partir da próxima segunda-feira (25), R$ 25 bilhões. Os recursos virão da redução do capital para risco de crédito (R$ 15 bilhões) e da liberação de depósitos compulsórios (R$ 10 bilhões).

    No final do mês passado, o BC já havia anunciado medidas que injetam recursos na economia no total de R$ 45 bilhões.

    No caso da liberação de depósitos compulsórios anunciada hoje, uma das medidas anunciadas permite que até 60% do recolhimento compulsório relativo a depósitos a prazo sejam usados pelos bancos para contratações de novas operações de crédito e na compra de carteiras de crédito de outras instituições. A medida pode estimular o crédito porque, se o banco não fizer novas operações ou comprar carteiras, o dinheiro será recolhido ao BC, sem que receba remuneração.

    Em julho, esse percentual havia sido definido em 50%, quando a liberação de depósitos compulsórios, recursos que os bancos são obrigados a deixar depositados no BC, alcançou montante de R$ 30 bilhões. Desse total, aproximadamente a metade já entrou no mercado, impacto que se soma aos R$ 10 bilhões previstos para entrar no mercado com as novas medidas sobre compulsórios.

    Na relação de medidas de estímulo, o BC incluiu novos critérios relativos ao requerimento mínimo de capital para risco de crédito. Esse requerimento é a quantidade de recursos que os acionistas dos bancos devem deixar reservados para cada operação de crédito. Com essa medida, foram liberados cerca de R$ 15 bilhões, com potencial de geração de novas operações de crédito de até R$ 140 bilhões, segundo o chefe do Departamento de Regulação Prudencial e Cambial do BC, Caio Ferreira.

    O BC reestabeleceu em 75% o fator de ponderação de risco para todas as operações de crédito de varejo, independentemente do prazo. Ferreira lembrou que em 2010, havia a necessidade definir regras mais rigorosas, principalmente porque as operações de crédito estavam com prazos muito longos e com garantias inadequadas. Então, esse fator de ponderação de risco chegava a até 300% em alguns casos. Atualmente, segundo Ferreira, os bancos estão mais criteriosos na concessão de crédito e por isso não há risco à estabilidade do sistema financeiro.

    Outra medida do BC é reconhecer que o crédito consignado (parcelas descontadas em folha de pagamento) de servidores públicos tem um risco menor por conta da estabilidade no emprego. Nesse caso, o fator de ponderação de risco caiu de 75% para 50% nas operações de crédito concedidas a servidores públicos federais. “Se exige mais capital para uma operação que tem menos risco, está penalizando a instituição”, disse Ferreira.

    O BC também anunciou hoje redução no percentual que os bancos devem reservar quando emitem carta de crédito garantindo o pagamento, em operações de comércio exterior e também em processos licitatórios. No caso das licitações, o banco garante, por exemplo, o pagamento de multas caso a empresa não cumpra o contrato.

    No caso de novos financiamentos de veículos, o BC definiu que, para dedução de 60% do recolhimento compulsório, será considerado o aumento das operações de crédito em relação a média no primeiro semestre de 2014. Ou seja, os bancos vão ter que fazer mais operações de financiamento de veículos para ter a dedução. “Para ter ganho com a medida, tem que fazer mais do que fazia antes”, disse o chefe do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos do BC, Daso Coimbra.

    O BC também definiu que as instituições podem usar letras financeiras para fazer dedução de depósitos compulsórios. Nesse caso, será considerado o montante desses instrumentos financeiros relativo à posição de 25 de julho de 2014.

    url:
    http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2014-08/injecao-de-recursos-na-economia-com-medidas-do-bc-alcanca-r-25-bilhoes

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