Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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A impressionante mediocridade do Plano Levy, por André Araújo

Por André Araújo

A IMPRESSIONANTE MEDIOCRIDADE DO PLANO LEVY – Como é possível um Ministro da Fazenda, que no Brasil tem as funções de Ministro de toda a Economia e não apenas do Tesouro, ter como único foco a questão fiscal, isso em plena recessão brava e crescente, sem horizonte para terminar?

Não se vê em momento algum uma palavra do Ministro Levy sobre qualquer outro aspecto da economia como um todo, produção, vendas, emprego, crescimento, safra, exportação, importação, investimentos, fabricas, usinas, estradas, portos, nada, é só deficit fiscal, superavit primario, uma alma de contador de feijões, mas será que um País pode sobreviver sem alguém dar atenção à economia real, do chão de fábrica e da terra arada?

Alan Greenspan, que ficou 14 anos no comando do Banco Central americano, passava toda noite horas na banheira examinando estatísticas de produção, uma de suas preferidas era o gasto com telhas, via em cada estatística da ECONOMIA REAL um sinalizador de botão para apertar, número de aspiradores de pó, de bicicletas, de ingressos de cinema, tudo para ele era indicativo da atividade econômica, soltava liquidez na economia de acordo com os números da economia real, até hoje o Banco Central americano segue essa mecanica de manejo da liquidez, toda ela manejada em função do emprego. Aqui nosso BC copiou tanta bobagem como os 45 dias do COPOM, igualzinho ao Fed, porque não 60 ou 35? Ah não, o Fed faz seu COPOM a cada 45 dias vamos fazer igualzinho, mas porque não copiam o essencial e não a perfumaria, a LIQUIDEZ REGIDA PELA PRODUÇÃO E EMPREGO?

Imagine-se em plena Depressão de 1933 se Roosevelt só falasse em orçamento e receita, nem tocava nisso, sua única conversa era emprego e como sair da depressão. Tampouco Keynes na sua famosa carta aberta a Roosevelt publicada no New York Times de 31 de maio de 1933 tinha alguma preocupação com o orçamento, sua mensagem era como reavivar o emprego, quais os mecanismos para injetar liquidez na economia, como levantar a demanda e, daí, reanimar a produção.

Ando muito a pé pelas manhãs, é chocante o número de pequenos comércios fechados, há quarteirões inteiros na Augusta em direção aos Jardins, em fila de placas de “Aluga-se”, quando uma loja dessas vai alugar? Nem em uma década. E cada porta fechada representa o desfazimento de sonhos, de economias arduamente formadas. Esses pequenos comércios dão o primeiro emprego aos jovens, dão o primeiro treino e traquejo, são indutores fundamentais.

A desgraça da recessão é infinitamente maior que a da inflaçã,o e no entanto o Plano Levy em conluio com o Banco Central luta exclusivamente e sem sucesso contra a inflação, a recessão nem entra no radar e no entanto é este o perigo maior e não a inflação. O Brasil tem capacidade de produção para aguentar uma injeção de liquidez de um ou um e meio trilhão de Reais, a inflação pode subir alguma coisa, mas se criarão rapidamente dois ou três milhões de empregos e mais importante, para-se o aumento do desemprego que está em um furor mês a mês, caminhando celeremente para os 12 ou 15%, daí para 20% é um espirro.

Com um emprego é possivel suportar mais alguma inflação, mas com o repontar da atividade aumenta de imediato a arrecadação, a inflação agua a dívida pública e privada, beneficiando os devedores e ajuda a reposicionar o gasto público.

Dentre o errado é preciso optar pelo menos errado mas para isso é preciso ter alma e sensibilidade e não uma calculadora como instrumento único de gestão da política econômica, esta é engenho e arte mais que ciência.

No Banco Central precisamos de diretores afinados com o País e com sua economia como um todo, e não somente com Wall Street. Quem teve a ideia de trazer um Tony Volpon que passou 30 anos no Canadá e nos EUA para ser diretor do Banco Central em abril de 2015? O que esse senhor, cujos méritos profissionais  não discuto, sabe da realidade da economia brasileira?  Faz lembrar o famoso episódio Paulo Leme, quando o brilhante Armínio Fraga, sem ironia, mas comete erros, teve a ideia de importar um “estrangeiro” brazuca que mora muito tempo no exterior para ser diretor do Banco Central. Luis Nassif abateu-o em pleno voo para tomar posse, mostrando os discursos anti-brasileiros que ele fazia em Nova York quando diretor do Goldman Sachs (ainda é hoje). Esses “wall streeters” não servem para cargos que exigem homens com visão de Estado e de política econômica no seu sentido mais amplo, são simples operadores de taxas e derivativos, homens de mesa e não de formulações estratégicas de largo alcance.

Sem jogar liquidez imediatamente para puxar a demanda não de bens de consumo mas de investimentos em saneamento, estradas, ferrovias, portos, moradia popular, sistema de saúde, escolas, sem esse processo não se levanta a economia. Haverá nenhuma ou pouca inflação porque os fatores de produção para investimentos estão em casa e são abundantes, tem cimento, ferro, tijoço, tinta, azulejo, tubos, brita sobrando, não há porque subir preço por demanda quando a capacidade ociosa é altíssima. Mas para isso precisa ter o gosto do risco e da aventura, aquilo que Roosevelt tinha em 1933 e JK tinha em 1955, grandes desbravadores da economia com o instinto do futuro, pagando apostas com o pescoço.

Pobre Brasil se o que resta é o simpatico Levy, muito bom mas para “nóis num serve”.

Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

35 Comentários

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  1. Cada dia que passa, fica cada

    Cada dia que passa, fica cada vez mais inustentável popularmente o governo da Dilma. A sus insistência em permanece no erro  e equidistante de sua base e fundamentos a tem derrotado e, mais ainda, a todo um projeto de desenvolvimento social com maior distribuição de rendas e diminuição das desigualdades. 

  2. A visão de Levy reflete uma

    A visão de Levy reflete uma forma de ver da própria Dilma = ela não consegue se colocar no lugar do outro. Veem números mas não conseguem ver que atrás desses números há pessoas, com projetos e sonhos que são afetados diretamente pela decisão que tomarem. Pegue o caso de Graça Foster na Petrobrás. A partir de um certo ponto, ficou claro que Graça literalmente não tinha forças mentais e nem físicas para sanar a Petrobrás. E mesmo diante todo o sofrimento de sua amiga, Dilma não a substituia. Lembremos que não foi Dilma que a tirou, mas literalmente Graça deu no pé. E aí veio o Bendini. E aqui dou o braço a torcer: achava que seria mais uma escolha errada de Dilma, mas hoje Bendini se mostra o único acerto real de Dilma. A Petrobrás parou de estar nas páginas policiais. Dilma tem aquele espírito do burocrata elevado a décima potência e que a torna uma burro-crata. E isso, nessa altura da vida, não se muda mais – a não ser por intervenção divina , estilo conversão de Paulo na estrada de Damasco (rs). A tirada de Dilma do poder rebaixará o país a uma república de bananas tamanho família. Porém, o país terá que se mostrar forte para aguentar um governo tão medíocre até 2018. A única esperança é lembrar Édipo REi de Sófocles: nunca inveje um homem até que ele morra. Ou seja, esperemos até o final do governo dela. De repente, na reta final ela faz todos os acertos que não fez e se redime. De uma certa forma, aconteceu isso com Itamar = começou recebendo capa da veja dizendo Começo Pífio e termino como o presidente que deu uma moeda de verdade ao país ( por mais que os tucanos reescrevam a história e atribuiam isso ao ‘príncipe’ FHC) . Se o governo Dilma terminar como o de Itamar, que ela vá de Brasilia até Aparecida de joelhos (rs). 

  3. Levy enfrenta apenas uma parte do problema

    Levy possui suas virtudes e também as suas limitações. No caso, o Ministro Levy apenas faz o papel de tecla SAP deste Governo perante a economia global, aportando o maior componente neste quesito: credibilidade.

    Por conta do anterior, é evidente que não apenas por falta de conhecimento, mas também por estar fora do seu “escopo”, o Ministro Levy não discute sobre a economia real, tema que deve ser deixado para alguém com mentalidade industrial e de planejamento nacional, e não para estudioso da economia de mercado. Esta função deverá ser tomada pelo Governo como um todo, em paralelo, independente das articulações de salão feitas pelo Levy.

    Esta caminhada ao desenvolvimento deve colocar, na cabeça da população, um endereço claro do que queremos para este país: infraestrutura, ferrovias, verticalização industrial, pleno emprego, água para o Nordeste, obras sanitárias, mobilidade urbana e etc. Queremos fazer aqui o que a China tem feito por lá, e consumir aqui grande parte do nosso próprio minério e aço. Parar de comprar trilhos e vagões do exterior e revigorar a Santa Matilde, e etc. Brasil deve tomar a frente da industrialização e desenvolvimento real da América do Sul, mercado de mais de 400 milhões de habitantes.

    No primeiro passo, deve o Governo tomar consciência de que, depois de reconhecido o inimigo, inclusive o Temer (que parece com o filme: “Dormindo com o Inimigo”), acabou a chantagem de Cunha e também a atitude de covardia perante as forças que querem derrubá-lo. Prefiro cair com o punho em alto, do que puxando o saco e fazendo concessões demais à burguesia que comanda o país. Haverá carne para cortar ainda, por conta das ações do Lava-Jato, mas vamos encarar.

    O Governo deverá tentar unir as esquerdas, num projeto simples e prático (esquerda adora polemizar em bobagens) de desenvolvimento nacional voltado para as pessoas que mais precisam da ação do “Governo”. Com essa bandeira, deverá unir esse discurso com a mobilização das ruas, de todas as categorias possíveis, de estudantes, trabalhadores e etc. Esse caminho direciona-lo para 2018, com um novo renascer da esperança. Uma derrota nessa tentativa seria mil vezes mais “vitoriosa” que voltar a ganhar fazendo concessões.

    Levy e o Banco central farão uma parte. O Governo e nós faremos o resto.

  4. A mediocridade do ajuste levyano

    BINGO !

    O Levy, pessoalmente nada contra, é apenas um mau administrador de caixa. Não é um economista com a visão ampla da situação.  Como diz o Nassif, um “cabeça de planilha”.  Primeiro prometeu um ajuste rápido, passou para um horizonte de dezembro de 2015 e agora já está em 2016. Sem perspectivas. O desemprego aumentou, o  rating do país baixou, entramos numa recessão .

    Além do que, o plano em si é mal administrado por medidas incoerentes. Pretende-se reduzir o deficit fiscal mas com um aumento brutal dos juros SELIC.  Isto é, poupa-se 10 mediante o corte de gastos, criminoso, mas gasta-se 100 para atender o pagamento de juros.  Rombo para o Tesouro.

    RESULTADO ÓBVIO: recessão e aumento da dívida.

    A quem interessa ? 

    Ao Brasil como um todo com a economia parada, menos empregos, menos impostos e mais juros OU aos rentistas nacionais e estrangeiros que, nas palavras de Delfim, saboream o peru de Natal que oferecemos ?

    O Levy ainda não se deu conta da aritimética ? É só mais e menos !

    Ou, já vou avançando, é mais um caso de cegueira volitiva ?

     

  5. perfeito

    O plano Levy é perfeito.

    É a coisa mais bem bolada para tirar o “PêTê” do poder e para acabar com a raça “dessa gente”.

    O negócio é tão bem feito que parece ter sido feito a quatro patas por Waaaaaack & Leitão.

    Em outras palavras: estamos entregues às baratas!

  6. Não é do ramo.

    André Araújo, a mim não causa admiração o ministro focar apenas na questão fiscal. Ele é um banqueiro, consequentemente, entende de taxa de juros, câmbio e aplicações financeiras em geral. Das áreas de produção, distribuição, consumo, renda e emprego ele provavelmente tem apenas conhecimento superficial e deve estar fracamente assessorado. Alguém precisaria avisá-lo que são essas as áreas que tocam a economia e, por tabela, o país.

    Uma outra coisa que ele precisaria entender é que o nosso país não possui moeda, só meios de pagamento. Todos os países do mundo são obrigados a produzir e exportar matérias prima, mercadorias e serviços para obterem os US$ necessários aos seus compromissos internacionais e formação de reserva. Os EUA são o único país que não tem essa obrigação porque eles são os donos da máquina que fabrica os US$, moeda de curso forçado, garantido pelo acordo de Bretton Woods, NH. Conclusão: sem produção e exportação não teremos US$ e, sem ele, não teremos estabilidade econômica.

    Espero que as reservas internacionais, de 370 bilhões de US$, não estejam aplicadas em títulos podres como o subprime e outros para a tranquilidade do governo brasileiro. Como saber a composição das aplicações internacionais?   

  7. tudo tem a sua logica
    O plano tem a sua lógica.

    O plano: É deixar o Brasil “atrativo” a investimentos externos.
    Que o ajuste vai sacrificar o emprego de milhões, o negocio de pequenos e médios e o primeiro emprego dos jovens, dose cavalar de juros, se vai mexer em direitos em troca de nada, isso não importa para eles.

    Eles não acreditam noutro caminho. Nem sequer pensam em alternativas. Qualquer que seja o resultado não vai afetar o padrão de vida deles, realmente.

    E com esse congresso mediocre que temos, então é que não sai nada que preste.

  8. André, se o governo se

    André, se o governo se endividar o dólar dispara via efeito do rebaixamento das agências de risco.

    Seria ótimo pra nossa indústria só que ela não teria condições de atender a demanda interna, pois foi sucateada

    pela política de dólar barato desde o plano real. Com isso a inflação vai disparar e voltamos pra estaca zero.

    Estamos numa sinuca de bico. Lula perdeu a grande chance no seu segundo mandato.

    1. A INFLAÇÃO está disparando

      A INFLAÇÃO está disparando sem nenhuma contrapartida de investimento publico, é a pior inflação do mundo, inflação com recessão. Se é para ter inflação que pelo menos seja com desenvolvimento e criação de empregos, é o que eu proponho.

      O Banco Central com essa politica maluca de juros altos NÃO ESTÁ CONSEGUINDO SEGURAR A INFLAÇÃO mas está destruindo a economia produtiva, então qual é a logica do Plano Levy?

      Tampouco está conseguindo manter o grau de investimento das agencias de rating.

      Há um erro de diagnostico, o maior problema do Brasil não é o deficit, é a falta de investimento que gera renda que gera emprego, é o mesmo problema da recessão americana de 1933, o investimento privado não virá sem antes o investimento publico em infra estrutura como indutor ou “puxador” do processo que gera renda para criar demanda e justificar o investimento privado. Não há outro caminho, com ou sem inflação, esse não é o maior problema, é a RECESSÃO.

      Então o Plano é um completo fracasso, está aprofundando a recessão, não consegue segurar a inflação e não tem objetivo viavel de algo positivo no futuro.

      1. André, como ter um Estado

        André, como ter um Estado indutor do investimento se de cada 100 reais do orçamento, 49 são gastos no sistema da dívida? Toda a conversa parece pointless sem resolver esse problema.

        Só os 120-130 bi gastos em swaps que não são obrigatórios já serviriam para zerar o orçamento deficitário. O política econômica do Brasil só serve para preservar os ganhos da especulação – todos sabem disso.

        Como já disse no passado, se eu tenho 100 mil reais parados, para que investir e gerar emprego e renda, se eu posso investir tudo em dívida?

        Me lembra os tempos de criança, quando chegava na venda e pedia tudo em bala, hoje se eu fosse ao banco com dinheiro iria pedir “tio, me dá tudo em dívida”.

        E os idiotas das agências de rating ainda rebaixam a nossa nota, como se não soubessem que o pagamento dos títulos aqui é a coisa mais sagrada do mundo.

        A recessão é maravilhosa para quem tem dinheiro guardado especulando. Vc fica rico sem fazer nada. Se o PT escolheu essa política econômica, paciência. O governo Temer em 2016 ou Aécio em 2018 só irá aprofundar esse processo.

  9. A alta taxa de inflação de

    A alta taxa de inflação de hoje reflete o excesso de intervenção do estado na economia através da “Nova Matriz Macroeconômica. Não existe almoço grátis, chegou a hora do garçon pedi a conta.

  10. Infelizmente a Dima parece

    Infelizmente a Dima parece que não enxerga o óbvio.

    No começo do ano o José carlos de Assis previu 5% de queda no PIB e dois dígitos no desemprego.

    Ele vai acertar e a dupla dinamica Levy/Tombini vai tombar o Brasil.

    A solução está nas mãos da Dilma.

    Dilma, não esquecer do Zé.

  11. O autor nos dá o caminho para virarmos a Venezuela

    Como sabemos, a Venezuela tem hoje a maior inflação do mundo. Vejam o que diz o autor: “O Brasil tem capacidade de produção para aguentar uma injeção de liquidez de um ou um e meio trilhão de Reais, a inflação pode subir alguma coisa, mas se criarão rapidamente dois ou três milhões de empregos e mais importante”. O governo passou de 2010 a 2014 seguindo exatamente essa receita e o resultado foi o caos econômico e fiscal que temos hoje, com desemprego e tudo mais. Seria romântico se não fosse trágico ler o autor dizer algo como: “para isso precisa ter o gosto do risco e da aventura”. Mas a aventura já foi feita!!! Brincaram com a inflação e com o equilíbrio fiscal nos últimos 7 anos e o resultado é o que temos agora! Antes tivessem seguido o que o Palocci propôs em 2005 e criado um projeto de longo prazo para zerar o déficit. Quando viessem as tormentas (o capitalismo funciona com ciclos de crise, sabiam???), estaríamos preparados. Mas agora já era, é o caos total, o salve-se quem puder, é inviável trocar o pneu do carro com ele andando. E os caras vem aqui com a mesma receita que nos levou para o buraco. Parece brincadeira… mas é aquele negócio né, conduzir o país com espírito de risco e aventura…

    1. juros inexplicáveis

      “O governo passou de 2010 a 2014 seguindo exatamente essa receita e o resultado foi o caos econômico e fiscal”

      O principal fator não foi a gastança do governo Dilma, foi a alta taxa de juros para manter o câmbio num patamar insustentável e segurar uma inflação represada, que teria de ser suportada de um jeito ou de outro.

      Não combato aqui algum ajuste para melhorar a superávit primário, mas o déficit primário não é o principal responsável pela atual crise.

      Se a inflação viesse mais forte desde 2013 e os juros fossem mantidos baixos, logo a situação fiscal como um todo melhoraria (gastos reais com remuneração de servidores e aposentadoria tenderiam a ser menores) e a dívida pública mobiliária, em termos reais, cairia. E a atividade econômica, junto com o investimento, estaria em muito melhor situação.

      A hipótese de perigo de inflação inercial, nesse caso, não se sustenta, pois não existem mais os gatilhos que a alimentavam na década de 1980.

      Dilma está numa armadilha em que ela mesma “se enfiou”. Devia ter ao menos elevado a meta da inflação (10, 11, 12 por cento), e ter deixado o câmbio subir controladamente (para se ajustar), até porque ela dispunha (e dispõe) de reservas para isso. Comprou o dólar barato e poderia vendê-lo caro num contexto de juros baixos, com lucro para o BACEN, e ao mesmo tempo deixar o dólar subir de modo controlado.

      Agora, a “presidenta” paga o preço político de ter ignorado quem a avisou, lá atrás… 

       

    2. Nada a ver. O que o atual

      Nada a ver. O que o atual Governo fez foi ampliar o CREDITO AO CONSUMO, eu proponho INVESTIMENTO EM INFRA ESTRUTURA, são objetivos completamente diferentes.

      Na Venezuela o caos economico deveu-se a:

      1.ESTATIZAÇÃO de 2.300 empresas sem a menor logica economica, até rede de lojas de produtos veterinarios (Agro Isleña),

      cada empresa estatizada se multiplicava por 5 o numero de empregados.

      2.Cambio fixo e artificial, o que gerou um paralela dez ou quinze vezes mais alto.

      3.Não se investiu NADA EM INFRA ESTRUTURA, nem na propria PDVSA, a produção de petroleo caiu 13% em relação a que existia quando Chavez chegou ao poder, a capacidade de refino caiu 60%, duas das tres grandes refinarias, inclusive a maior delas, Puerto La Cruz, estão sucateadas por falta de manutenção.

      3.Uso das receitas de petroleo, as unicas que o Estado e o Pais tem, para objetivos ideologicos, dar petroleo de graça para Cuba e Nicaragua, bancar ou tentar bancar campanhas eleitorais no Peru, Argentina e Mexico, doação aos pobres de Nova York, da Jamaica e outras bobagens para levantar o nome de Chavez pelo mundo.

      4.PESSIMA ADMINISTRAÇÃO de todo o Pais e de toda a economia, a PDVSA perdeu 9.000 engenheiros de petroleo de alto nivel, emigaram quase todos para o Canada e mundo arabe, a PDVSA tinha 20.000 empregados quando Chavez foi eleito, hoje tem 110.000, inclusive 1.500 militares, antes de Chavez não tinham nenhum.

      5.Congelamento de preços, uma medida idiota e que acabou com o que restava de produção interna de alimentos.

      A diversificação, capacidade, historia e estrutura da economia brasileira não tem a mais remota semelhnaça com a da Venezuela.. O Brasil tem reservas cambiais de 22% do PIB, as da Venezuela são 1,5%. o Brasil tem cambio flutuante há 20 anos, a Venezuela tem cambio fixo há 17 anos.

       

    3. Zerar o défict é uma loucura.

      Zerar o défict é uma loucura. O país devia 10, pagou 100 e hoje deve 1000. Basear nossa ecônomia na arte de enxugar gelo (superavits para pagar mais e mais dívida) nunca vai levar a produto algum. É um assunto que ainda não amadureceu na sociedade, mas a dívida pública é impagável e insustentável. Como ela é em grande parte ilegal, só teremos uma mudança quando vc auditá-la e renegociá-la.

      Pedir superavits maiores e maiores como solução para o impasse fiscal é uma idiotice que só o Levy acredita. Aliás, não é idiotice, esse povo é tecnicamente muito inteligente. É uma lógica para preservação de ganhos de quem detem títulos da dívida. Se eu fosse especulador também iria pressionar por superavits absurdos e cortes no Estado.

      Todo e qualquer plano econômico funciona para alguém. O que se discute é qual grupo beneficiar.

  12. Fico matutando como ele se

    Fico matutando como ele se sustenta e permanece no cargo. Tem que ser bom demais ou ter costas quentes. Porque a economia vai mal e o homem não cai……

  13. A inflação  hoje lá não é

    A inflação  hoje já é alta,  10% oficialmente na prática é de 20% ou mais, qualquer um que vai no supermercado sabe da realidade do país. E você quer que se amplie ainda mais a inflação.

    O governo jogou moeda aos “tubo” na economia e continuam então não adianta.

    “um aumento da quantidade de moeda pode gerar um aumento da produção real no curto prazo,” e quando a conta vem o preço que se paga é bem caro, e o que estamos passando agora.

    Isso ai só serve para manter um grupo no poder. 

     

    1. Acho que vc ainda não entendeu…

      Não sei sua profissão, de que vive….

      Então acho que vc não entendeu, tem que ter um plano e prazo para tudo.

      Vc pode ser favoravel a essa maluquice, mas tem ter um horizonte.

      O Levy só fala em ajuste, o Trombine dá inflação e o pior esse diretor do BC que sempre adianta o voto toda vez, cria-se expectativa, então não tem jeito.

       

      1. Este tipo de coisa só se faz

        Este tipo de coisa só se faz colocando em discusão com a sociedade, durante as eleições.

        Agora quer alterar profundamente o país sem aval do voto?

        E pior um governo que não aplica seu projeto de governo que foi eleito e ainda inverte a sua ação fazendo exatamente o que condenava.

        Não faz o que prometeu e faz o que nunca falou que faria.

        O que o governo quer é que a sociedade absorva, supere e pague pelos  erros deste governo e ainda fique como salvador da pátria.

        1. “pague pelos  erros deste

          “pague pelos  erros deste governo”. Sim, cumpanheiro, essa é a parte fixa. Essa não muda nunca. Alguem perguntou porque o Diretor da Porta Direita e o Diretor da Porta Esquerda, seja lá que nome tenham, fazem parte do COPOM: Um a mais no contra-cheque. Por quê ? Porque sempre haveremos de pagar toda e qualquer conta criada. Sempre pagaremos. Ponto. Que venha outro e qualquer plano. Ponto. Sempre pagaremos. No dia em que ficares desempregado, não terás como pagar mas estarás devendo.

  14. a farsa da composição do copom
    “Ah não, o Fed faz seu COPOM a cada 45 dias vamos fazer igualzinho, mas porque não copiam o essencial e não a perfumaria”

    Não sei se isso é bem conhecido, mas um dos membros VOTANTES do Copom é o Diretor de Administração (logística interna, recursos humanos, etc). Outro membro é o Diretor de Relações Institucionais.

    O FOMC (Federal Open Market Committee), equivalente é COPOM, é composto somente por membros do “Board of Governors” e de presidentes dos “Feds” regionais. É claro que, no caso do FED, a composição, ao menos em teoria, se justifica.

    A pergunta é: qual a razão para que, no COPOM brasileiro (cópia do FOMC), os diretores de administração e de Relações Institucionais tenham direito a voto ?

    Talvez a resposta esteja no fato justamente de não levarmos a sério ordenamento nenhum. Quem realmente crê que os diretores citados têm de fato alguma relevância na fixação da meta da SELIC ? Sem problema haver a previsão na Circular 3.593, porque está não será cumprida de todo modo.

    Não se trata apenas de importar a “perfumaria”, trata-se de seguir, sem pejo algum, o roteiro de uma farsa.

  15. O André fala de um país cheio

    O André fala de um país cheio de pessoas que precisam trabalhar para o mínimo. Pagar a conta de luz, do gás, docondominio, o sapato do filho,da mulher, da cueca para ele. Mas, parece que esse não é levado em consideração pelos pranos de sarvação da ecunumia. O que importa é a taxa de juros que remunerará o capital emprestado pela banca. O resto ? o resto é elevar a carga tributária, criar outros para se tampar o rombo de agora. Cortar gastos ? Claro, mas nunca os subsídios que alimentam uma industria que não gosta de competir. Para quê ? Produzimos os mesmos meia duzia de parafusos, vendemos esses a um preço oitocentas mil vezes maior (qualquer numero serve) do que em qualquer lugar já que temos um mercado fixo precisando sempre de parafusos. Bom, daqui a quatro anos teremos que ter outro plano para “salvar” uma exonomia sem alicerces minimamente sólidos. Aí teremos uma enxurrada de pré-políticos tentando se tornar políticos. É o rabo querendo pegar o cachorro.

  16. Não tenho intenção de

    Não tenho intenção de defender a atuação do ministro da fazenda, mas acho que a crítica é sem sentido. Isto é, ele pouco pode fazer para neutralizar as 3 componentes cruciais da crise:

    -Efeito Petrobras (queda do petróleo+Lava Jato);

    -Especulação imobiliária;

    -Governo fraco;

  17. Enquanto … Alan Greenspan

    Enquanto “… Alan Greenspan, … passava toda noite horas na banheira examinando estatísticas de produção, uma de suas preferidas era o gasto com telhas, via em cada estatística da ECONOMIA REAL um sinalizador de botão para apertar, número de aspiradores de pó, de bicicletas, de ingressos de cinema, tudo para ele era indicativo da atividade econômica, …”, aqui os presidentes do BC, eras a fio, ficam elaborando medidas para o povo comer menos, consumir menos.

  18. Infelizmente a unica solucao

    Infelizmente a unica solucao eh o chamado imposto do cheque. Ao menos equilibraria a acao perdularia deste governo. Mas em hipotese nenhuma este fundo poderia ser administrado pela raposa perdularia. Teria destinacao obrigatoria para o saneamento das contas publicas e  uma vez saneadas, o imposto seria imediatamente extinto. Fora disso eh recessao e inflacao. Malditos perdularios .

  19. Ciclo vicioso. A crise

    Ciclo vicioso. A crise política se alimenta da crise econômica e vice-versa.

    Infelizmente a teimosia de Dilma em persistir nos erros e rendendo-se ao capital financeiro/especculativo, afastando-se do sistema progressista e desenvolvimentista, tem-nos conduzido ao fim de um sonho de uma Estado cada vez mais iqual, juntos e plural.

    Infelizmente.

     

  20. http://economia.estadao.com.b

    http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,inflacao-de-10-desorganiza-a-economia–diz-volpon–imp-,1808920

    O diretor da area internacional do BC Tony Volpon diz que a inflação de 10% desorganiza a economia. Falso. O Brasil na decada de 70 teve inflação bem acima de 10% anual e teve um crescimento na decada de 8,9% ao ano, na média, deu um saldo de crescimento no produto industrial, no emprego, na construção de infra estrutura, só para citar a hidroeletrica de Itaipu, os metrôs de SP e Rio, 8 grandes hidroeletricas como Ilha Solteira, Jupiá, Tucurui, aeroporto internacional de SP, as

    rodovias Imigrantes e Bandeirantes, implantação da petroquimica e das industrias de base do II PND.

    O que dseorganiza o Banco Central é o diretor da area externa dar pitaco sobre inflação, tema que é afeito ao diretor de politica monetaria, que não é ele, é uma bagunça institucional que ajuda a desorganizar a economia.

    1. Todo o poder ao Banco Central

      Curioso constatar quem realmente dá as cartas em matéria.

      Sentencia que a inflação de 10% “desorganiza a economia”, sem que seja questionado se essa é melhor conviver com essa suposta desorganização trazida pela inflação do que conviver com o caos trazido pela recessão e desinvestimento/depreciação.

      Veja que não há nenhuma oposição significativa no próprio governo que eles do Bacen foram determinantes para torpedear.

      O Bacen, institucionalmente, é um mero cumpridor das metas de inflação fixadas pelo CMN. Quem decide se é bom ou ruim conviver com uma inflação de dez, onze ou doze por cento. Não é função de diretor do Bacen, mesmo o de política monetária, decidir que taxa de inflação deve ser tolerada.

      Mais uma comprovação óbvia do desarranjo institucional e da farsa na qual estamos vivendo.

       

      1. Bom comentario mas pior do

        Bom comentario mas pior do que a fala desse planilheiro é o BC oferecer R$80 bilhões (oitenta bilhões) de seguro cambial só em Novembro, um gigantesco custo para o BC e deste para o Pais, que só no  ano vai custar R$120 bilhões para CONTROLAR A INFLAÇÃO, custo que todos nós brasileiros vamos pagar, na outr ponta basicamente recebem os BANCOS.

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