
Em mais uma evidência nas investigações contra o ex-ministro Anderson Torres e a atuação do governo de Jair Bolsonaro contra as eleições 2022, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) contratou mais agentes que estavam de folga nos estados que Lula teve as maiores votações para trabalhar na blitze do segundo turno.
A informação consta em relatório interno da PRF, divulgado por reportagem do Uol, nesta segunda (17). Os investigadores apuram os responsáveis e envolvidos na tentativa de impedir eleitores de Lula de chegarem nos locais de votação.
O que foi o caso das blitze
À época, o caso das blitze que prejudicou eleitores foi amplamente divulgado e a alegação do então diretor da PRF, Silvinei Vasques, era que os agentes foram mobilizados para atuar em supostos crimes eleitorais, como a compra de votos. Vasques já é investigado no caso e atualmente é réu por improbidade administrativa.
Além dele, o então ministro da Justiça, Anderson Torres, que continua preso, também é investigado de tentar obstruir as eleições 2022. O ex-ministro de Jair Bolsonaro foi à Bahia, dias antes do segundo turno das eleições, para atuar na logística de operações da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Viagem de Torres à Bahia
Um boletim de inteligência produzido pelo Ministério da Justiça, então comandado por ele, trazia detalhes dos locais em que Lula tinha recebido a maior quantidade de votos no primeiro turno das eleições.
De posse desse documento, dias depois, Torres viajou à Bahia, um dos principais redutos eleitorais de Lula, fora de sua agenda oficial, para tratar das operações de blitze. A PRF gastou, ao menos, R$ 1,3 milhão nessas operações.
Mais agentes em estados de Lula
Agora, novas informações da PRF dão conta que o órgão usou a maior quantidade e efetivo extra, ou seja, contratou mais policiais e agentes que estavam de folga para trabalhar no dia do segundo turno em estados das regiões Norte e Nordeste do país, onde Lula detinha as votações mais expressivas.
Amazonas, Pará, Amapá, Maranhão, Tocantins, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Bahia e Minas Gerais tiveram essa contratação extra de agentes da PRF.
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