Operação de blitze no 2º turno das eleições contratou mais PRF de folga em estados de eleitores de Lula

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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PRF contratou mais agentes de folga nos estados que Lula teve as maiores votações para trabalhar na blitze do 2º turno

No segundo turno das eleiçoes, PRF contrariou determinação do TSE e fez diversos bloqueios pelo país – Foto: Divulgação/PRF-RJ

Em mais uma evidência nas investigações contra o ex-ministro Anderson Torres e a atuação do governo de Jair Bolsonaro contra as eleições 2022, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) contratou mais agentes que estavam de folga nos estados que Lula teve as maiores votações para trabalhar na blitze do segundo turno.

A informação consta em relatório interno da PRF, divulgado por reportagem do Uol, nesta segunda (17). Os investigadores apuram os responsáveis e envolvidos na tentativa de impedir eleitores de Lula de chegarem nos locais de votação.

O que foi o caso das blitze

À época, o caso das blitze que prejudicou eleitores foi amplamente divulgado e a alegação do então diretor da PRF, Silvinei Vasques, era que os agentes foram mobilizados para atuar em supostos crimes eleitorais, como a compra de votos. Vasques já é investigado no caso e atualmente é réu por improbidade administrativa.

Além dele, o então ministro da Justiça, Anderson Torres, que continua preso, também é investigado de tentar obstruir as eleições 2022. O ex-ministro de Jair Bolsonaro foi à Bahia, dias antes do segundo turno das eleições, para atuar na logística de operações da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Viagem de Torres à Bahia

Um boletim de inteligência produzido pelo Ministério da Justiça, então comandado por ele, trazia detalhes dos locais em que Lula tinha recebido a maior quantidade de votos no primeiro turno das eleições.

De posse desse documento, dias depois, Torres viajou à Bahia, um dos principais redutos eleitorais de Lula, fora de sua agenda oficial, para tratar das operações de blitze. A PRF gastou, ao menos, R$ 1,3 milhão nessas operações.

Mais agentes em estados de Lula

Agora, novas informações da PRF dão conta que o órgão usou a maior quantidade e efetivo extra, ou seja, contratou mais policiais e agentes que estavam de folga para trabalhar no dia do segundo turno em estados das regiões Norte e Nordeste do país, onde Lula detinha as votações mais expressivas.

Amazonas, Pará, Amapá, Maranhão, Tocantins, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Bahia e Minas Gerais tiveram essa contratação extra de agentes da PRF.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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