Investigações sobre Torres avançam na mentoria de Operações que bloquearam eleitores

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Pasta de Torres produziu um relatório de eleitores que votaram em Lula. Dias depois, viajou a Bahia para articular Operações de blitze.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

As investigações sobre o ex-ministro Anderson Torres, que continua preso, nas tentativas de obstruir as eleições 2022 avançam. A relação de Torres com as operações policiais que impediram a chegada de eleitores nordestinos aos locais de votação leva, agora, aos montantes de R$ 1,3 milhão gastos na Operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Os investigadores trabalham na suspeita de que o ex-ministro de Jair Bolsonaro foi à Bahia, dias antes do segundo turno das eleições, para atuar na logística de operações da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para prejudicar a chegada de eleitores de Lula nos locais de votação.

Um boletim de inteligência produzido pelo Ministério da Justiça, então comandado por ele, trazia detalhes dos locais em que Lula tinha recebido a maior quantidade de votos no primeiro turno das eleições.

De posse desse documento, dias depois, Torres viajou à Bahia, em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira), fora de sua agenda oficial. Ele foi acompanhado do então diretor da Polícia Federal (PF), Marcio Nunes, e na Bahia eles se encontraram com superintendente regional, Leandro Almada.

De acordo com os investigadores, ele teria ido pressionar Almada a atuar na operação do dia do segundo turno das eleições, 30 de outubro, quando foi realizada uma grande blitze pela Polícia Rodoviária Federal em diversas cidades do nordeste, que impediram ou atrasaram eleitores de chegarem aos seus locais de votação.

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A informação que está nas mãos dos investigadores foi divulgada, inicialmente, por coluna de Lauro Jardim, neste domingo. Na segunda-feira (04), Andreia Sadi, do G1, divulgou que a alegação dada por Torres para encontrar-se com o superintendente da Bahia era um pedido de reforço do contingente da PF para supostamente evitar crimes eleitorais, como a compra de votos.

Mas no local, o ex-ministro de Jair Bolsonaro teria pedido ao representante da PF da Bahia que atuasse em conjunto com a PRF nas operações de blitze. O então diretor da PRF, Silvinei Vasques, já é investigado por essas operações e atualmente é réu por improbidade administrativa.

O estado é um dos que teve a maior quantidade de eleitores que deram vitória a Lula nas eleições 2022.

Agora, de acordo com reportagem do Uol, sabe-se que a PRF gastou mais de R$ 1,3 milhão com efetivo e diárias de agentes de superintendências regionais da PRF para a Operação que bloqueou a passagem e o livre trânsito de eleitores em diversas cidades do Brasil, principalmente da região nordeste.

E um dos estados brasileiros que mais despendeu com o efetivo policial para aquele operação foi a Bahia, que gastou R$ 93,6 mil, ficando atrás somente de Minas Gerais, que gastou R$ 107,1 mil.

Desde que tomou posse, Lula trocou os comandos de quase todos os superintendentes regionais da PRF e diretores da PF.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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