Bolsonaro pretendia expor fraude em urna no 7 de Setembro, diz Delgatti à CPMI dos atos golpistas

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Hacker se reuniu com Bolsonaro para discutir supostas fragilidades das urnas eletrônicas

Imagem: Reprodução/Youtube

O hacker Walter Delgatti afirmou, em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas, nesta terça-feira (17), que a campanha de Jair Bolsonaro pretendia fazer evento no 7 de Setembro com uma urna falsa, a fim de deslegitimar o processo eleitoral. 

Segundo Delgatti, durante uma reunião, com assessores de campanha do então presidente e candidato à reeleição, foi sugerido a criação de “código-fonte falso” para colocar em xeque a lisura da urna eletrônica. O hacker gravaria um vídeo da ação, que seria divulgado à população.

A proposta teria partido do marqueteiro Duda Lima. Estariam presentes no encontro o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e outras pessoas próximas à parlamentar. 

A segunda ideia era no dia 7 de setembro, eles pegarem uma urna emprestada, acho que da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], que eu colocasse um aplicativo meu lá e mostrasse à população que é possível apertar um voto e sair outro“, disse Delgatti.

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O código-fonte da urna, eu faria o meu, não o do TSE. Só mostrando, a população vendo que é possível apertar um voto e imprimir outro. Era essa a ideia“, explicou o hacker. 

Delgatti garantiu que não teve acesso ao código-fonte original do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma vez que essa ação é inviabilizada devido à segurança. A ideia era criar um código próprio.

Eles queriam que eu fizesse um código-fonte meu, não o oficial do TSE. Nesse código-fonte, eu inserisse essas linhas, que eles chamam de ‘código malicioso’, porque tem como finalidade enganar, colocar dúvidas na eleição”, afirmou Delgatti.

Em nota, a defesa de Duda Lima, citado durante o depoimento, afirmou que o marqueteiro nunca participou de reunião com Zambelli, Delgatti ou Valdemar.

Vale ressaltar que Bolsonaro se tornou inelegível, a partir de decisão do TSE, por ataques contra o sistema eleitoral.

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