Caso CEF é muito maior do que se imagina, diz Helena Chagas

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornalista e analista política diz à TV GGN 20 horas que corregedoria abafou pelo menos 50 queixas de funcionárias do banco

A jornalista Helena Chagas
Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247

O caso Caixa Econômica Federal levou à demissão do presidente Pedro Guimarães e do vice-presidente Celso Leonardo Barbosa, mas o escândalo “é muito maior e muito mais profundo do que a gente imagina”, diz a analista e ex-jornalista Helena Chagas.

Em entrevista ao jornalista Luis Nassif na TV GGN 20 horas, Helena diz que “parece que tem quase 50 mulheres que foram assediadas e fizeram queixas internas à corregedoria, e a corregedoria abafou”.

Na última sexta-feira, já circulava a informação de um VP do banco estaria perigando – porém, em conversa com uma fonte que transita na Caixa, Helena diz que “mais dois estão perigando por causa de assédio”.

Mas isso não é necessariamente o mais grave. Segundo Helena Chagas, “esses casos estão envolvidos em ações de executivos da CEF não só para abafar os casos mas como para eliminar, tirar, transferir as mulheres que se queixavam do assédio e premiar algumas poucas que cederam aos assédios e que ascenderam a casos muito altos dentro da estrutura da Caixa”.

De acordo com Helena Chagas, as mulheres assediadas estão contando essas histórias, o que faz da Caixa Econômica Federal “uma caixa preta” tanto por conta dos executivos assediadores como das mulheres assediadas que ascenderam no comando do banco.

E Helena explica que mais coisas devem vir à público. “Eu acho que as mulheres que foram assediadas, oprimidas esse tempo todo e que sofreram perseguição profissional dentro da Caixa, elas resolveram nesse momento se unir, se juntar e sair todo mundo tocando o pau”.

A jornalista e ex-ministra afirma que circula a informação de que “o Fantástico (TV Globo) deste domingo está fazendo uma matéria de 15 minutos com depoimento das mulheres”.

Pedro Guimarães, o homem-bomba

A revelação de mais casos de assédio dentro da Caixa Econômica Federal é arrasador tanto para Pedro Guimarães – ou Pedro Maluco, como é conhecido – e para o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Guimarães era uma das pessoas que fazia figuração nas lives semanais de Bolsonaro, saía para pescar com o presidente e, quando o ministro Paulo Guedes esteve próximo de ser demitido, tentou ser ministro da Economia. Ele até mesmo tentou ser vice na chapa de Bolsonaro para a reeleição.

“Ele (Guimarães) era unha e carne (com Bolsonaro), e agora pelo que houve essa semana ele, Pedro, está grudado nos filhos do Bolsonaro, que estão protegendo ele”, diz Helena.

“O Pedro é um homem-bomba, o Pedro ficou ao lado do Bolsonaro esses três anos, ele sabe tudo. Então, se ele resolver detonar a bomba, eu acho que até pior que o Milton Ribeiro no MEC”, ressalta a analista política.

“Eu acho que, se esse sujeito perceber que vai se ferrar e levar a pior nesses inquéritos, nessas acusações de assédio, eu acho que ele tem condições de tocar fogo no circo”, diz Helena Chagas.

Veja mais sobre este e outros assuntos na conversa entre Luis Nassif e Helena Chagas na TV GGN 20 horas. Clique abaixo e confira!

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

4 Comentários

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  1. Sim, era de supor que algumas mulheres cederam, um pouco por ambição, um pouco por falta de amor próprio, o resto por medo de ter sua carreira indelevelmente prejudicada. A prova de que algumas cederam é o fato de a prática continuar ano após ano. Se nenhuma tivesse cedido, eles já teriam desistido.

  2. Nunca conhecemos as pessoas que nos cercam.
    Fácil criticar o Presidente,não estamos no lugar dele.
    A autora do artigo,com certeza é da esquerda.
    Muitas vezes não conhecemos nem quem dorme na nossa cama.

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