Com o Ministério, Dilma prepara a guerra de 2015

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Em 2015, as duas maiores ameaças ao governo Dilma serão a Justiça e o Congresso – e como ponto permanente de atenção, a Defesa. Com os grupos de mídia amplificando as revelações e estimulando o clamor popular – e a oposição sem conseguir desenvolver um discurso propositivo sequer – os embates se darão no STF (Supremo Tribunal Federal) e no Congresso.

No STF, o governo enfrentará a oposição sistemática de Gilmar Mendes e Marco Aurélio de Mello, reforçada pela dubiedade de Antonio Dias Toffoli. Mas não se pode minimizar o impacto da Lava Jato sobre os Ministros assim como a ofensiva midiática.

No Congresso, a maior ameaça será a eleição de Eduardo Cunha, a melhor tradução do nível atual dos grupos de mídia, turbinado até a raiz do cabelo por interesses financeiros dos mais difusos, pela complacência da mídia e pela tolerância geral ao negocismo mais arraigado, desde que seja de utilidade para propósitos políticos.

São essas as peças do cenário analisado por Dilma para compor seu Ministério. O Ministério anunciado até agora visou, acima de tudo, preparar o governo Dilma para o embate de fevereiro.

É uma seleção brasileira de operadores políticos, Nao de grandes gestores públicos  

Substituindo Moreira Franco na Secretaria de Aviação Civil, o inefável Eliseu Padilha. No governo FHC, junto com Gedel Vieira Lima, ajudou a domar o PMDB, inclusive na convenção que recusou uma candidatura a Itamar Franco.

O ex-governador do Ceará Cid Gomes é um bom articulador político do seu grupo. Tem em seu favor os grandes avanços obtidos na educação no Ceará e, particularmente, em sua cidade natal. Mas conta, sobretudo, seu estilo político e de seu irmão.

O ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab saiu do nada e montou um partido relevante com controle sobre mais de uma centena de parlamentares.

Próximo Ministro de Ciência e Tecnologia, Aldo Rebello, do PCdoB, assumirá uma pasta relevante, e um setor em polvorosa com atrasos na liberação de verbas. Mas sua maior virtude é o livre trânsito com seus colegas de Câmara.

Para a Defesa foi escalado o mais hábil dos quadros do PT, ex-governador baiano Jaques Wagner. Os três setores da economia – mercado, indústria e agronegócio – foram agraciados com Ministros saídos do próprio setor.

A primeira rodada de Ministros obedece a uma estratégia de guerra, e não se poderia exigir menos no meio do tiroteio atual. As últimas crises políticas ensinaram Dilma. Assim como a campanha eleitoral deve ter ensinado a importância de uma interlocução mais próxima com a sociedade.  Aplacadas as demandas dos setores de poder, está liberada para montar um Ministério social de peso.

Resta saber como Dilma montará o seu núcleo estratégico.

Com Wagner na Defesa e Ricardo Berzoini nas Comunicações, o núcleo ficou restrito a Aloizio Mercadante, na Casa Civil, e ao futuro Secretário de Relações Institucionais. É pouco para permitir uma visão abrangente do jogo de forças.

Na área do Judiciário, Dilma continua a pé. A manutenção de José Eduardo Cardozo no Ministério da Justiça é a prova maior de que Dilma não tem noção sobre o papel ideal de um Ministro, menos ainda sobre quem colocar no cargo. Há uma infinidade de juristas e advogados simpáticos ao PT. Mas Dilma não os conhece e não parece pretender dar o braço a torcer.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

66 Comentários

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  1. A Dilma

    A Dilma passou quatro anos muntada numa teimosia infantil queimando o seu capital poltíco, isto é, não tinha como esperar outra saída a não ser ceder mais ainda à elite conservadora. E mais, não adianta esperarum governo progessista, pois  vai morrer esperando.

    1. É um governo do qual ninguém
      É um governo do qual ninguém precisa se iludir esperando grandes feitos.

      Sua força de ação esgotou-se logo nos dois primeiros anos com medidas desastradas.

      Dalí em diante nao se recuperou mais. Está na lona, seu exito será arrastar-se até a linha de chegada enquanto agoniza.

      Tão melancólico que parece já pedir clemência aos algozes logo na partida: PMDB e mídia.

      Aliás, nao era difícil perceber sua desdita antes mesmo das eleições.

      Porque jamais possuíram – e aí digo esse grupo alojado no poder tem 12 anos – capacidade elevada de planejamento e execução, propostas ou idéias que inspirem, estimulem, façam o brasileiro entusiasmar.

      O negócio da patotinha de medíocres é manter o poder sem correr qualquer risco, com os menores esforços.

      No incrível período de 12 anos não houve sequer uma única reforma reforma na estrutura do país. Apenas paliativos.

      Incrivelmente tinham a Dilma como a maior gestora do país e o Lula um negociador sagaz.

      Apertem os cintos e se segurem… Sem os bons ventos da economia mundial acabou a sorte dos diletantes.

  2. Excelente análise.
    Como deve

    Excelente análise.

    Como deve ser feito, sem quereres e com profunda reflexão sobre a atual situação da composição do congresso e no oba-oba do dia – à – dia da n ossa sociedade.

    Houve necessidade de se blindar o governo.

    Lamentável, mas, com certeza, é real e imprescindível.

  3. Análise realista mas acho que

    Análise realista mas acho que há tons diferentes no conservadorismo brasileiro: um setor despudoradamente golpista e outro que aceita as regras democráticas e faz uma oposição dentro do mínimo de civilidade.

    De qualquer sorte, dentro da correlação de forças atuais Dilma fez uma boa montagem do seu ministério. 

  4. Esse governo tem tantos

    Esse governo tem tantos desafios para enfrentar no próximo ano que eu nem sei dizer por onde deveria começar. Na minha opinião, o combate à corrupção e o crescimento econômico são questões fundamentais para 2015, pois 2014 evidenciou a fragilidade do governo Dilma nessas matérias.

  5. A incógnita está nas razões

    A incógnita está nas razões em escalar Jaques Wagner na Defesa. Também considero o mais hábil nos quadros do PT, e por isso achava que iria para as Comunicações, Relações Institucionais ou mesmo Casa Civil. Na Defesa, acredito que não terá oportunidade de trabalhar o seu potencial de articulador político.

      1. Grupo Palaciano

         Assis,

         Jaques Wagner irá sim, como ocorreu com Jobim, Zé Alencar e um pouco menos com Celsinho, participar da articulação politica, afinal o MinDefesa é parte do “grupo palaciano”, sendo um dos ministérios que possuem um dos maiores tempos e acesso a PR, diretamente ou através do GSI/PR.

          Já na pasta da defesa, o ministério deixado por Celsinho, apesar dos contingenciamentos, está “redondo e enxuto”, todos os programas importantes já definidos e com gerenciamento nomeado e ativo, a principal atividade do futuro ministro será a de sempre – descongestionar o fluxo de verbas ( mesma função primordial de Aldo Rebelo no MCTI , um ministério “parceiro” do MDefesa).

          Em relação a “BID: Base industrial de defesa”, Jaques Wagner possui ulterior interlocução com empresas da area como a ODT ( Odebrecht Defesa e Tecnologia – 2a maior empresa do ramo ), com a Embraer e sua parceira/sócia, a israelense AEL/Elbit, com a qual negocia, desde 2013, a instalação de um novo polo aeroespacial e defesa na Bahia.

           Com os militares a maior relação de Wagner, é com a Marinha.

           Tal como Jobim, Alencar e Amorim, já era esperado pelo estrato militar, o que é prática dos governos do PT, a nomeação de um ministro “de nome” e “transito”, não de qualquer diplomata escanteado do Itamaraty, como ocorreu em governos anteriores.

  6. Planejamentoo

    Enquanto ficamos todos absortos em assuntos nao fundamentais o mundo avanca em tecnologia, em educacao e nos vamos ficanda cada vez mais distantes de nossos concorrentes. Quando vamos discutir estrategias para o pais? Quando vamos tratar seriamente de educacao? Quando vamos tratar pra valer de desenvolvimento cientifico? Quando vamos envolver de verdade toda a populacao na discussao do futuro que desejamos? Quando vmamos comecar  a debater a morte lenta da nossa industria? Quando vamos criar uma forma de nos desenvolver sem destruir nosso maior tesouro que e a nossa biodiversidade? Sao tantos assuntos efetivamente fundamentais e nem o governo e nem a oposicao tratam de nenhum deles. O que importa e o poder pelo poder.

    1. Direto ao ponto… Lúcido
      Direto ao ponto… Lúcido como poucos.

      Parabéns pelo comentário.

      A politica está tomada de medíocres de cabo a rabo.

      E vamos afundar assim…

  7. Perfeito!

    “Em 2015, as duas maiores ameaças ao governo Dilma serão a Justiça e o Congresso”

    Adoro quando um texto começa tão claro assim. Em outras palavras, o problema do Brasil é que existe essa coisa antiquada de três poderes interdependentes. Não fosse isso, o governo do PT conseguiria nos levar ao Nirvana.

    1. Ah ! Paris e Lac du Geneve

         Prefere se aposentar na Av. Foch, ou nos pedalinhos de Genebra, mas esbarra na idade – limite do regulamento “itamaratiano”, o qual pode ser contornado por Dona Rousseff, já a possibilidade de Amorim retornar ao MRE, até a semana passada era grande, diminuiu um pouco, alguns partidos da base podem desejar o cargo, que foi para a mesa de negociação, o que seria um erro, o pessoal de carreira do MRE, faria um escandalo – educado, na encolha, mas fatal, caso um politico, um “de fora”, assumi-se o MRE.

          Mas creio, que se convidado, Celso Amorim, aceitará, pelo menos por 1 ano sua volta ao MRE.

         

    2. Ah ! Paris e Lac du Geneve

         Prefere se aposentar na Av. Foch, ou nos pedalinhos de Genebra, mas esbarra na idade – limite do regulamento “itamaratiano”, o qual pode ser contornado por Dona Rousseff, já a possibilidade de Amorim retornar ao MRE, até a semana passada era grande, diminuiu um pouco, alguns partidos da base podem desejar o cargo, que foi para a mesa de negociação, o que seria um erro, o pessoal de carreira do MRE, faria um escandalo – educado, na encolha, mas fatal, caso um politico, um “de fora”, assumi-se o MRE.

          Mas creio, que se convidado, Celso Amorim, aceitará, pelo menos por 1 ano sua volta ao MRE.

         

  8. Espero estar errado pelo bem

    Espero estar errado pelo bem da nação brasileira, mas não acredito mais nessa senhora que foi reeleita , inclusive com meu voto, já que a outra opção era o suicídio.

    Espero que os próximos 4 anos passem voando, apesar de que me tornem mais velho de forma rápida, mas ao decidir vender a CEF vejo que a senhora se aliou ao entreguistas do paìs.

  9. Espero estar errado pelo bem

    Espero estar errado pelo bem da nação brasileira, mas não acredito mais nessa senhora que foi reeleita , inclusive com meu voto, já que a outra opção era o suicídio.

    Espero que os próximos 4 anos passem voando, apesar de que me tornem mais velho de forma rápida, mas ao decidir vender a CEF vejo que a senhora se aliou ao entreguistas do paìs.

  10. Os dois grandes problemas no

    Os dois grandes problemas no ministério, ao meu ver: O ego do Mercadante que impossibilita um maior protagonismo do Jaques Wagner, que acabou mais ou menos “empurrado” para a Defesa. Não creio que poderá ser um articulador político do governo (que precisa tanto!) a partir desse cargo.

    O outro é a manutenção do Cardoso. Só pode haver uma explicação para o fato da Dilma não enxergar como seu ministro da justiça é incompente. Ele jogou uma mandiga na presidenta. Esse cara é um encosto! 

  11. Cid Gomes na Educaçao é um ABSURDO!

    Além de nao ser da área, foi um dos governadores que entrou no STF contra o já pífio piso dos professores. E tem uma rixa com os professores da Univ. Federal do Ceará por nao pagar uma açao que eles ganharam na justiça. 

    1. E não gosta mesmo de professor

      Cid Gomes é entusiasta da Khan Academy, aquela que pretende trocar professores por vídeos na internet.

      É entusiasta do sistema criticado pelas maiores autoridades de educação do mundo inteiro porque vai criar um bando de burros que sabem resolver problemas matemáticos e de outras ciências exatas sem precisar pensar muito. De maneira quase automatizada. 

      Serão muito úteis aos seus empregadores no futuro, e como existirão aos milhares, aos milhões, serão baratos.

      Além, é claro, de homogenizar o conteúdo da educação pelo mundo afora dentro dos padrões americanos.

      É isso que esse infeliz levou para o Ceará e para sua cidade natal, e é isso que irá levar  para o resto do Brasil.

      Tentará formar um bando de seres impensantes mas que elevarão nossas notas nos exames da OCDE, que é o que importa para esse governo vagabundo.

      1. Haddad foi quem trouxe o Khan

        Haddad foi quem trouxe o Khan para dentro do Ministério da Educação.

        Outro que não gosta de professor, de sala de aula, de escola, etc. Esas coisas esquisitas que só servem para formação de grêmios estudantes de revoltadinhos.

        Criança e jovem tem que ficar em casa, aprender pela internet em vídeos e, se possível, fazer os exames pela internet também.

        Depois que vá trabalhar para a grandeza da nação.

      2. Acho q Haddad tá sendo um excelente PREFEITO, maravilhoso mesmo

        Mas podem preparar as pedras, nao gostava dele como ministro da Educaçao. Tentou voltar atrás em métodos de alfabetizaçao, querendo oficializar o método fônico, que é TERRÍVEL. E há outras coisas de que discordo no ENEM e no REUNI, mas seria longo desenvolver. 

        É aquela história, por melhor que seja um político, nao vai ser bom numa área que nao é a dele. Precisamos de EDUCADORES no MEC, ou PROFESSORES. Nao de economistas, alidados políticos, administradores, etc. 

        1. Mas Haddad é ou foi prfessor

          Mas Haddad é ou foi prfessor também, se não estou enganada. Infelizmente, Anarquista, nem sempre os professores sáo os mehores gestores para a educação. Aqui em Pernambuco, já tivemos tanto no governo do Estado quanto na Prefeitura do Recife, os especialistas da educação ocupando a pasta e nunca foi um resultado positivo, seja em governos de direita ou de esquerda. A esquerda, particularmente na educação, é travosa por demais, presa que é a um marxismo de quinta categoria.

          Com essa observação não quero dizer que Cid Gomes é uma boa alternativa, longe disso. De fato, é uma lástima que tenhamos cheado a isso.

          1. Professor universitário, talvez, e de Direito…

            Nao é a melhor formaçao para tratar de questoes de Educaçao. Haddad é meio “novidadeiro” e por demais atraído por soluçoes americanas. A Academia Khan é excelente para ESTUDO AUTO-DIDATA. Tentar usar aquilo de forma generalizada pode parecer ótimo para o senso comum de pessoas nao familiarizadas com questoes de Educaçao, tao prático, econômico, etc. Mas seria uma tragédia do ponto de vista educacional. Ele é bem intencionado. Mas isso nao basta. 

            É impressionante como as pessoas acham que para gerir Educaçao nao é necessário formaçao ESPECÍFICA. 

          2. Minha área não é educação,

            Minha área não é educação, mas ainda questiono os tais “especialistas” em educação no Brasil. Em termos de produção acadêmica ou científica, há a predominância do mantra Paulo Freiriano, que como qualquer outro método tem suas limitações. Mas a esquerda que domina na educação é quase religiosa na reverência à Paulo Freire. Basta ver a quantidade de produção acadêmica que ainda gira em torno do autor.

            Não faço a menor ideia do que seja a Academia Khan, mas conheço a proposta de Paulo Freire e o poder que ela tem na concepção de educação que os “especialistas” brasileiros defendem. Além de paulo Freire, tem um esquerdismo-marxismo que limita sobremaneira o avanço na concepção de educação. Falo isso lamentando, pois acho que a esquerda no Brasil poderia ter avançado muito nessa concepção, já que partia de uma avaliação correta das desigualdades econômicas e socioculturais. Me parece que perdemos o bonde da história e agora alguns que chegam ao poder, como Haddad, querem utilizar qualquer estratégia para subir no bonde, o que provavelmente vai conseguir, mas não sem muitos acidentados pelo caminho.

            Até um tempo atrás, eu também acreditava que apenas pessoas com formação específica deveriam gerir a educação, mas infelizmente a realidade me mostrou as limitações que essas formações específicas impõem aos especialistas. E aí, quando eles chegam à condição de gestores….. 

          3. Paulo Freire nao é a única referência educacional da esquerda

            É um pensamento riquíssimo, mas que nao se presta a ser mecanicamente “aplicado”. Foi desenvolvido para um contexto específico, o da alfabetizaçao de adultos, para o que deu uma contribuiçao excelente. Que pode e deve ser aperfeiçoada, nenhum teórico deve ser tratado como “autoridade” inconteste. 

            O que caracteriza uma visao educacional eu nem diria de esquerda, mas progressista em geral, é a visao dos aprendizes como sujeitos, que têm interesses, motivaçao e experiências, e fazem hipóteses sobre os fenômenos que querem aprender, e nao como sacos vazios em que a escola e os professores devam inculcar conteúdos a serem verificados por testes padronizados.

            Mas para dar o devido valor a isso é preciso sim estar familiarizad@ com as discussoes sobre a problemática da Educaçao, nao basta o senso comum de cada um. 

    2. A Dilma sabe o que está fazendo.

      Cid não será o primeiro nem o último ministro dela que não nos inspira admiração. Mas ela sabe o que está fazendo, então é bobagem questioná-la.

  12. Deculpe aí, Nassif.
    Mas esse

    Deculpe aí, Nassif.

    Mas esse texto é uma defesa da governabilidade como um fim em si mesmo.

    Não importa se o Kassab não fez nada de interessante na maior cidade do país para merecer o Ministério das Cidade, o que importa é que ele comanda um monte de votos no Congresso.

    Não importa se um Ministro pula dos Esportes para a Tecnologia sem entender patavinas disso. O que importa é que ele tem trânsito entre deputados.

    Não importa se o Ministro da Educação não gosta de professor. O que importa é que ele  é um bom articulador político e tem um irmão influente junto a uma bancada.

    Não importa se a Ministra da Agricultura é “funcionária” da Monsanto. O que importa é que ela comanda a bancada ruralista.

    Mas então, para que se elege um governo ? Apenas para se manter no governo ?

  13. Bem, se verdade

    que ela não ouve a opinião de ninguém da equipe de ministros, tanto faz quem. Gestores públicos competentes, pra que em uma Federação de Corporações? 

  14. Todo ministério tem seu

    Todo ministério tem seu secretário(a) executivo(a) é esse quem ata e desata,portanto até Joel Santana caíria em qualquer pasta.

  15. Começou bem a guerra

    Parece que tem uma abertura na retaguarda…

    O deputado federal George Hilton (PRB-MG) anunciado ontem (23) para o Ministério do Esporte pode trazer problemas futuros à presidenta Dilma Rousseff (PT).

    O novo “desportista” é pastor da Igreja Universal Reino de Deus e, em 2007, conseguiu a proeza de ser expulso do PFL — antecessor do DEM.

    Há sete anos, Hilton foi flagrado pela Polícia Federal transportando 11 malas de dinheiro vivo. Na época, ele explicou que a bufunfa — coisa de R$ 600 mil — era doação de fiéis e acabou liberado.

    O jornalista Juca Kfouri, especialista em esporte, afirmou em seu blog que “Dilma chuta o Esporte a escanteio” com a escolha do deputado George Hilton.

    “Não há nada que esteja ruim que não possa piorar. O esporte mais uma vez fica relegado a alguém da terceira divisão”, lamentou Kfouri.

    A revista CartaCapital, no blog Esporte Fino, também criticou a nomeação do pupilo do pastor e senador Marcelo Crivela (PRB-RJ).

    “Aqui, a nomeação de George Hilton por Dilma Rousseff (PT) escancara a importância que ela dá ao esporte: pouquíssima, ou nenhuma”, alfinetou Felipe Chemale, da equipe do jornalista Mino Carta.

    Resumo da ópera: a mídia e os esportistas parecem já estar com saudades do ministro Aldo Rebelo (PCdoB), que vai assumir a Ciência e Tecnologia na próxima semana; além de Saci-Pererê, o comunista também entende de foguetes.

  16. Dilma.

    A Dilma está fazendo o que pode. Este ministério foi montado para dar governabilidade.  Estou com pensamento positivo, a presidenta vai conseguir levar esse governo de forma exitosa até o final. Veremos.

  17. “Em 2015, as duas maiores

    “Em 2015, as duas maiores ameaças ao governo Dilma serão a Justiça e o Congresso – e como ponto permanente de atenção, a Defesa.”

    Baseado nesta afirmação é possível prever o cenário:

    Dilma ficou sozinha! Não vai aguentar o massacre que está sendo preparado concomitantemente: Se ela passar pela justiça e o congresso; as ações dos ministros da área econômica – de sucumbir o país com o receituario do mercado financeiro – vão jogá-la no caos, contra o empresariado e o povo.

    Não hávera mais luta. Dilma pode ser considerada perdedora, e 2015 está definido de antemão.

    A alternativa a essas ameaças é se antecipar á realidade e pedir socorro da verdade ao exercito.

  18. Concordo.

    Tive quase a mesma percepção, embora sem a mesma profundidade. Esse ministério pela governabilidade pode esvaziar a oposição de novo, como aconteceu no governo Lula. Naquela época,  não podiam atacar os ministros abertamente pois estariam atacando alguns de  seus ideais e métodos, e também não tinham competência para formular e comunicar propostas diferentes.

     

    Sobrará a tática de pedir o golpe ou incitar uma desestabilização do governo e do país, o que não agradará a sociedade civil e o mercado que estão ansiosos por estabilidade e a tão falada pelo adversário do segundo turno: a PRE-VI-SI-BI-LI-DA-DE. 

  19. Ministério

    Na minha opinião na montagem dos ministérios nossa presidenta DILMA está corretíssima. Na justiça tem o Tarso Genro, grande jurista e excelente quadro político, ainda contempla parte da região sul do país. O Patrus Ananias também é um bom nome para o ministério da Reforma Agrária. Tem ainda excelentes nomes que podem serem contemplados por serem leal ao governo e terem muita força politica: Roberto Requião, Jandira Feghali, Luiza Erundina, Ciro Gomes, Humberto Costa, Paulo Paim, Olívio Dutra, Jorge Viana, Roberto Amaral, alguém da confiança do Raimundo Colombo(SC), Chico Buarque, Chico César, Paulo Henrique Amorim, Delcídio Amaral, Celso Amorim, Alice Portugual, Paulo Rubem Santiago, Walter Pinheiro e Renato Rabelo.   

  20. Ministério

    Na minha opinião na montagem dos ministérios nossa presidenta DILMA está corretíssima. Na justiça tem o Tarso Genro, grande jurista e excelente quadro político, ainda contempla parte da região sul do país. O Patrus Ananias também é um bom nome para o ministério da Reforma Agrária. Tem ainda excelentes nomes que podem serem contemplados por serem leal ao governo e terem muita força politica: Roberto Requião, Jandira Feghali, Luiza Erundina, Ciro Gomes, Humberto Costa, Paulo Paim, Olívio Dutra, Jorge Viana, Roberto Amaral, alguém da confiança do Raimundo Colombo(SC), Chico Buarque, Chico César, Paulo Henrique Amorim, Delcídio Amaral, Celso Amorim, Alice Portugual, Paulo Rubem Santiago, Walter Pinheiro e Renato Rabelo.   

  21. Formação de Ministério

    Na minha opinião na montagem dos ministérios nossa presidenta DILMA está corretíssima. Na justiça tem o Tarso Genro, grande jurista e excelente quadro político, ainda contempla parte da região sul do país. O Patrus Ananias também é um bom nome para o ministério da Reforma Agrária. Tem ainda excelentes nomes que podem serem contemplados por serem leal ao governo e terem muita força politica: Roberto Requião, Jandira Feghali, Luiza Erundina, Ciro Gomes, Humberto Costa, Paulo Paim, Olívio Dutra, Jorge Viana, Roberto Amaral, alguém da confiança do Raimundo Colombo(SC), Chico Buarque, Chico César, Paulo Henrique Amorim, Delcídio Amaral, Celso Amorim, Alice Portugual, Paulo Rubem Santiago, Walter Pinheiro e Renato Rabelo.

  22. Formação de Ministério

    Na minha opinião na montagem dos ministérios nossa presidenta DILMA está corretíssima. Na justiça tem o Tarso Genro, grande jurista e excelente quadro político, ainda contempla parte da região sul do país. O Patrus Ananias também é um bom nome para o ministério da Reforma Agrária. Tem ainda excelentes nomes que podem serem contemplados por serem leal ao governo e terem muita força politica: Roberto Requião, Jandira Feghali, Luiza Erundina, Ciro Gomes, Humberto Costa, Paulo Paim, Olívio Dutra, Jorge Viana, Roberto Amaral, alguém da confiança do Raimundo Colombo(SC), Chico Buarque, Chico César, Paulo Henrique Amorim, Delcídio Amaral, Celso Amorim, Alice Portugual, Paulo Rubem Santiago, Walter Pinheiro e Renato Rabelo.

    1. Não entendi sua lista.

      Não entendi sua lista. Baseada só em desejo pessoal ou alguma informação muito otimista que não chegou a nós ? Ministério da Reforma Agrária ? Olívio Dutra ? Sabe quando o PT vai aceitar Olívio Dutra ministro ? Nunquinha ( isso se ele fosse convidado , claro ).

      Chico Buarque ministro ? Só se ele surtasse. E Paulo Henrique Amorim, desculpe, aí também já é falta de respeito . De picaretas já estamos bem servidos.

  23. O ineditismo da atual
    O ineditismo da atual situaçao está na pasmaceira, mesmice, vulgaridade. Antes havia uma ideia com a qual sonhar.

    O motivo era um estoque de esperança que se podia contar com ele na eventual alternância do poder.

    A falência da proposta historica da esquerda acabou com isso. Restou muito pouco ou quase nada.

    Na pratica temos um quadro de liderancas pífio, ridiculo, incapaz de conduzir um pais de com dificuldades dramáticas.

    Nao sei de onde nem como conseguem confiar em Jaques ou Cids.

    O pais precisa urgentemente de renovação e a única luz – a única – é a aprovação pelo Supremo do ato que proíbe o financiamento privado das campanhas.

    1. Concordo que há uma enorme

      Concordo que há uma enorme dificuldade no quesito renovação. Tudo que tem se tentado fazer até agora foi na base do dedaço pois o sistema atual não permite que quadros novos surjam sem prestar reverência aos padrinhos centrais.

      1. A maquina partidária
        A maquina partidária enferrujou no momento que mais se precisa dela.

        Para a cultura do egoismo e da doutrina política conservadora direitista, obtusa e destinada ao fracasso, a cristalização do caciquismo nao poderia ser melhor.

        No baronato peemedebista – e excluindo os novíssimos feudos – nada é mais prazeroso que a negociata que vai do código de mineração à regulação da mídia passando pelo futebol.

        Com um milhaozinho ou menos você compra boa parte deles. Não ha portanto novidade nenhuma aqui.

        O problema realmente grave está em perceber a inação daqueles que por motivos históricos e de compromisso ideológico deveriam cuidar do assunto.

        Então, volto para o mesmo ponto do texto. Se a mudança nao vem dos partidos fe esquerda nós podemos esquecer – para nao perder tempo – que nada acontecerá.

        E olha que nao quis tocar no assunto da criminalização da politica.

        Obs: no aparato normativo deveriam pensar com muito cuidado o processo eleitoral de lista fechada e o financiamento publico de campanha.

        No institucional mecanismos que valorizem a competência e o mérito para ascensão politica nos partidos.

        Finalmente, descentralizar o poder da mídia para que o cidadão se envolva e se sinta motivado a solucionar problemas locais e regionais.

  24. O Aparelhamento do

    O Aparelhamento do Estado

                                                                                           “O mundo é governado por personagens muito diferentes

                                                                                           das que imaginam os indivíduos cujo olhar não penetra os

                                                                                           bastidores” (Benjamim d’Israeli, Lord Beaconsfield)

    A quem serve o Estado? A quem o mantém. Esta é uma verdade factual. Se o povo tem consciência de que o Estado deve servi-lo e se organiza para mantê-lo, tudo bem. Senão caímos nas mãos de outros grupos, ou melhor, de outros interesses. Mas desvendá-los não é tarefa simples; há um jogo de véus, espelhos e armadilhas que, na medida em que a sociedade fica mais complexa, também vão assumindo maior camuflagem. Além disso, o Estado Brasileiro, desde sua independência política, sempre optou pelo sistema econômico capitalista e assim sofre as crises deste sistema, obrigando a ações que contrariam vez por outra seus aparelhadores. Nossas reflexões, abertas e desejosas de críticas, procuram dar alguma transparência neste Aparelhamento do Estado Brasileiro.

    Preâmbulo

    Em 20 de agosto de 1824, o Império Brasileiro endividado assina, com casas bancárias britânicas, seu primeiro empréstimo como país independente. Pelo Brasil firmam Felisberto Caldeira Brant (Marques de Barbacena) e Manoel Rodrigues Garneiro Pessôa (Visconde de Itabaiana). Pelos inglêses, Richard Campbell Baseth, David Colvin, John Farquhard, James Gathorne Remington (Baseth Farquhar Chrawford & Cie), James Alexander, Henry Pasher, Charles Dashwood Bruce (Fletcher Alexander & Cie) e Thomas Wilson, Gabriel Shaw, Milvis e Fletcher Wilson (Thomas Wilson & Cie).

    O valor do empréstimo de um milhão de libras continha a condição “tipo 75”, pela qual o Brasil recebeu 750 mil libras, embora com dívida de um milhão, para o cálculo dos juros, amortizações e reembolso. A diferença de 250 mil libras foi repartida entre os signatários do empréstimo.

    Podemos comemorar a data como o ingresso do País no Clube dos Devedores, da Corrupção e do Aparelhamento do Estado por interesses privados e estrangeiros.

    Império

    No Império, além da família real, o Estado era aparelhado pelos interesses inglêses, em especial o financeiro, pelos senhores de terra escravagistas e por um grupo de interesses que se perpetua em toda nossa história: os donos de engenho nordestinos. Estes grupos não são sempre harmônicos e vez por outra surgem desavenças, como a Questão Christie (nome do ministro inglês William Dougal Christie) envolvendo interesses ingleses e de escravocratas brasileiros.

    Não pretendo me deter neste período, mas é bastante lembrar que ao final do Império um grupo mais dinâmico assumia maior papel: os cafeicultures paulistas.

    República Velha

    Surge a República, que já nasce endividada, mas com novas forças no aparelhamento do Estado: cafeicultores de São Paulo, fazendeiros de Minas Gerais e usineiros do Nordeste. Unindo-se ora aos militares ora a interesses norte-americanos, este grupo manterá o Estado até a revolução de 1930. Vale citar Jacques Lambert (Le Brésil, Structure Sociale et Institutions Politiques, 1953):”é a grande propriedade, sob a forma da fazenda brasileira, a responsável pelo atraso da evolução brasileira em relação à da América do Norte”. Os militares, principalmente nos anos 1920, vão tentar impor sua força no

    aparelhamento do estado, mas o interesse econômico lhes impede, até que, em 1929, a queda do preço do café e a significativa safra brasileira derrubam a força paulista.

    Estado Novo

    Pouco a pouco, o Brasil vai se industrializando e o Estado vai passando a ter no seu aparelhamento os interesses industriais e comerciais. São Paulo sai na frente com a transformação de interesses meramente agrícolas em intereses comerciais e depois industriais. Mas neste período da Era Vargas, o Poder é compartilhado por Militares, Gaúchos e Nordestinos, como se vê na lista de Ministros do Estado Novo. No sempre importante Ministério da Fazenda, o Estado Novo teve o gaúcho Artur de Sousa Costa, por muitos entendido como estatizante, mas que seguia uma diretriz bastante comum daquele tempo de intervenção do Estado na vida econômica. Talvez, graças à habilidade política de Vargas, este período de nossa história tenha sido o de maior autonomia de ação do Estado, frente aos interesses privados não diretamente políticos. Daí, eu creio, se possa entender uma constante preocupação em desconstruir a Era Vargas.

    Da Constituição de 1946 ao Golpe de 1964

    Excluído o soluço de Eurico Dutra, podemos entender que este período foi da tomada do poder pela indústria e pelos empreiteiros, majoritariamente paulistas. Havia uma pressão nacionalista, herdada de Vargas, e um interesse no desenvolvimento da engenharia brasileira. Isto daria força política a estes empresários que, com Juscelino Kubitschek, tomam amplamente o poder, ainda que, como se vê na manutenção da Instrução 113, da SUMOC, o capital estrangeiro continuasse a ter condições privilegiadas no Brasil. A partir daí, com breves interregnos, este grupo empresarial aparelhará o País até os dias de hoje, com força ora maior ora menor, mas sempre presente. O curioso é que, mesmo aparelhando o Estado, este grupo foi dominado pelos antagonismos da Guerra Fria, provocando a ruptura de 1964, que, num primeiro momento, o excluiu do Poder. Pode-se entender que este avanço econômico fez crescer também os interesses dos trabalhadores e, nesta disputa, a indústria, o comércio e os bancos preferiram a aliança com os interesses estrangeiros do que com os asssalariados brasileiros. A melhor comprovação está na posição da imprensa, sempre familiar e oligopolista, apoiando o golpe.

    A Ditadura Civil-Militar

    O Governo Castello Branco cuidou de um aparelhamento que servisse aos interesses norte-americanos. São exemplos, não exaustivos, o Acordo de Garantia de Investimentos (1965), o PAEG e a própria política de “austeridade fiscal”. Preocupados com o afastamento, os empresários, principalmente paulistas, e parcela da imprensa, trataram de influir na sucessão, triunfando com Costa e Silva. É o Delfinato que prosseguirá por todo este período. Há uma passagem significativa narrada, com testemunhos documentais, por Pedro Henrique Pedreira Campos (Estranhas Catedrais, Editora da UFF, 2014). Setores militares e interesses distintos dos empreiteiros denunciaram os ganhos de comissões de Delfim e o incidente com a Gendarmerie Française (Relatório Saraiva e outros). Parece claro que Delfim era mantido intocável, mesmo num governo autoritário, pois representava os empresários paulistas, grandes aparelhadores do Estado, e não militares ou qualquer outro grupo de pressão daquele período.

    Da Constituição de 1988 a Lula

    O capital financeiro anglo-americano, a imprensa brasileira e movimentos em pról da democracia, cada um com suas armas e argumentos e de modo não articulado, conseguiram dar fim ao “Governo dos Militares”. Mas o aparelhamento do Estado na Nova República foi distinto do conjunto de forças que elaborou a Constituição de 1988.

    Os Governos Fernando Collor e Fernando H. Cardoso foram, igualmente, aparelhados por grupos estrangeiros, com prejuízo dos empreiteiros e do industrial brasileiro. É um período no qual a ideologia denominada neoliberal tomou conta de todos os formadores de opinião – o pensamento único, tal qual nos regimes comunistas que apareciam como inimigos antidemocráticos. É também um período de recessão e desemprego, como observamos hoje na União Européia.

    Podemos verificar que desde o Império até hoje, o Brasil teve que se submeter, quando não dar exclusividade, a interesses estrangeiros no aparelhamento do Estado. Excluindo em parte o Estado Novo e o 2º Governo Vargas, o Governo presidencialista de João Goulart e o Delfinato (Costa e Silva-Medici) pode-se dizer que a grande força foi sempre a do capital estrangeiro, em especial o capital financeiro anglo-americano. No Poder Executivo prevaleceram os empreiteiros, mas já contrabalançado pelo capitalismo financeiro. Atribui-se a Roberto Campos uma frase que bem caracterizaria estes períodos: a um governo de empreiteiros, sucede um governo de contadores. Estes últimos serão predominantes até a posse de Lula.

    Lula e Dilma

    Se a história é dos vencedores, será muito difícil imaginar como este período da política brasileira será contado. Limitemo-nos a entender, se possível, o aparelhamento do Estado e suas mudanças. Como premissa, entendemos que o aparelhamento pela classe política – aquela que não é apenas representante de interesses econômicos, como a bancada da bala (indústria armamentista), das construções civis (empreiteiros), dos bancos etc – é legítimo e até desejável, pois representa diversas parcelas da população grupadas num projeto de governo. Não vemos neste aparelhamento um loteamento do Estado, mas, de acordo com os poderes conferidos pelas urnas, a expressão destas vontades.

    O Governo Lula deixou-se aparelhar pelas forças tradicionais: empreiteiros e industriais paulistas, interesses ruralistas, interesses dos bancos e assim conseguiu evitar um fim abrupto. Mas introduziu uma política que, inicialmente denominada de fome zero, veio a reduzir as diferenças sociais e regionais. O sucesso desta política foi tão expressivo que lhe garantiu a reeleição, criada por Fernando Cardoso para prosseguir o aparelhamento pelas finanças anglo-americanas, e ainda eleger sua sucessora: a primeira mulher presidente do Brasil.

    Este sucesso gerou uma confiança em dar maior conteúdo político do que econômico no aparelhamento do Estado. Vimos que nem a força militar teve êxito nesse embate. A campanha diuturna da imprensa, em especial do monopólio televisivo, fez a Presidenta Dilma recuar na composição de seu segundo mandato. Adicionou às força políticas que lhe dão sustentação parlamentar, os interesses agrários, industriais e bancários. Teremos, eu espero, quatro anos para constatar o resultado deste acordo.

  25. deixa ela trabalhar

    Xororos em torno das nomeações. Qual dos três competitivos não iria beijar a mão da Kátia Flávia para incensar o ministério da agricultura, por exemplo? Ou a banca financista? A Marina de vice agrobussines? Carlos Lacerda Aécio Neves? Se achou que a Dilma faria, errou: A Luciana Genro, o PCO esses fariam. 

    O ministro que virou suco, isto é, Buarque, o que nada fez na educação em seu governo, reclama. Educador cheio de chavões, ajudou a consolidar a meritocracia e a educação .com. Não adiante ter trajetória,tem que ter coerência com ela. Vai lá ele se juntar de novo a escória da direita.

    Tem, também, os científicos falando do Ministério da Ciência, que pasme! Foi tirado de alguém que “ao menos tem trajetória acadêmica” prum zé ninguém chamado Governabilidade. Pergunto o quanto do corporativismo científico é que não é responsável pelo atraso em C&T? Nos países de ponta, não é o tipo de universidade brasileira que faz ciência. Pra mim, um quilombola ou uma pessoa de uma comunidade tradicionais, com suas tecnologias sociais, deveria ser Ministr@.

    Educação mesmo não é na Escola, é no conjunto da Sociedade. Nem mesmo, educadores e seus vícios de carreira. Transformador mesmo da educação das pessoas é promover distribuição de renda, é ter a justiça e a política devassada, tirada da monarquia de privilégios e torná-la republicana. É seus cidadãos mobilizarem-se pelos Direitos Sociais e Civis que alvejam nossos Amarildos. Nenhuma dessas ações é função do governo.

    Gente, vão (vamos) construir alternativas, porque ate agora, nenhuma se apresenta no horizonte de orientação mais a esquerda. Pq o modo petista de governar já não existe. Sucumbiu e transformou-se no Lulismo, que foi nosso muro de Berlim ideológico.

     

  26. A função da nova equipe

    A função da nova equipe econômica de Dilma tem como tarefa rechaçar o significado das relações sociais e tornar incomunicável as informações de valores dos bancos públicos para o governo (sabe-se para fazer os investimentos diretos).

    Por meio do conhecimento da realidade social, tomara que possamos nos fortalecer para servir de oposição a essa equipe dos banqueiros especulativos, que vão chegar em 2015 destruindo os valores que guardavam a história de crescimento do PT. 

    Se ainda assim os economistas fizerem merdas do país com o mercado, os efeitos de as engolir serão a partir das multidões.  

  27. E quem nos defende de Dilma?

    A visão da ótica do autopreservação governo (sem ninguém aqui possuir um dedal de poder) foi explanada.

    Que tal um post sobre o que pode defender o País (e as instituições) da bateção de cabeções de Dilma e do PT?

  28. No mercado de notícias, o governo de Dilma é mal compreendido

     

    Luis Nassif,

    Reproduzo nas partes em meu entendimento mais relevantes o que você diz sobre o que ameaça o governo da presidenta Dilma Rousseff?

     “Em 2015, as duas maiores ameaças ao governo Dilma serão a Justiça e o Congresso – e como ponto permanente de atenção, a Defesa. . . .

    No Congresso, a maior ameaça será a eleição de Eduardo Cunha, . . . , turbinado até a raiz do cabelo . . .e pela tolerância geral ao negocismo mais arraigado, desde que seja de utilidade para propósitos políticos”.

    Então para você a governabilidade que deve ser democrática do governo da presidenta Dilma Rousseff está ameaçada no Congresso pela eleição de Eduardo Cunha turbinado pelo fisiologismo. Ora, ocorre que o governo em uma democracia não é outra coisa senão um processo fisiológico. Não há democracia onde não há fisiologismo, salvo na democracia direta, que, sendo pontual e não um processo, não abre espaço para a negociação e, portanto, nela impera a vontade majoritária com a exclusão das vontades minoritárias que em um processo fisiológico têm condições de se proteger. Assim para superar o fisiologismo é preciso adotar a democracia direta que é um atraso uma vez ser excludente das minorias. Talvez daí se tenha a necessidade de qualificar corretamente a democracia direta não como uma democracia, mas como uma ditadura. Democracia direta é a ditadura da maioria.

    Então você vê o governo de Dilma Rousseff ameaçado pela eleição de Eduardo Cunha turbinado pela tolerância ao fisiologismo. Enfim, para você a democracia que a presidenta Dilma Rousseff defenderia estaria ameaçada pela democracia do Congresso Nacional. O que me dá a impressão que você não cré na democracia do governo da presidenta Dilma Rousseff.

    É verdade que você não diz que o governo da presidenta Dilma Rousseff é democrático. Quem diz isso sou eu. Pode ser que implicitamente você não considere o governo da presidenta Dilma Rousseff um governo democrático. Por acreditar que a presidenta Dilma Rousseff é democrática eu votei nela. Só me resta torcer para que essas avaliações que você e outros fazem implicitamente de que ela não seria um governo democrático estejam erradas.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 25/12/2014

  29. Duas coisas me chamam a
    Duas coisas me chamam a atenção sempre que o Ministério é o assunto: primeiro, uma visão um tanto ingênua de que é possível formá-lo somente com base no que se deseja. Há uma série de variáveis sequer imaginadas por quem está distante do processo de escolha. Gostamos dos nomes? Não; em várias das escolhas identificamos quer uma guinada para atender aos adversários, quer um distanciamento do tema, quer uma suposta irrelevancia do ministro/ministeriavel. E tudo isto incomoda também a mim, mas a prerrogativa e a responsabilidade da escolha está nas mãos da Presidenta e seus conselheiros diretos. Um segundo ponto, é este exercício de futurologia: se o Ministro fosse A, B ou C, todos de nosso gosto, teríamos um céu de brigadeiro à frente pelos próximos 4 anos até a chegada de Lula. Sabemos todos, adultos que somos, que não está ao nosso alcance saber o que se daria. E que não haverá céu de brigadeiro em nenhuma hipótese, quaisquer que sejam os escolhidos. É preciso lidar com o real: o governo precisa respirar para poder sobreviver e se sustentar. Esta posição “eleita para isso? ” me parece discutível, pois de que adianta ter sifo eleita para entregar o ganho sem tentar o que julga ser o melhor. A presidenta pode estar errada? Sim. Assim como qquer outro. Suas responsabilidades são enormes é claro, mas ela não se elegeu sozinha. Há que haver compartilhamento; esta é a regra do jogo que está sendo jogado.
    Quanto ao Presidente Lula, tenho dúvidas quanto ao seu retorno. Acho perigoso colocar em sua conta a responsabilidade pelo conserto e salvação de qualquer situação de perda do poder e de “chamada” para a luta. Isto pode gerar problemas sérios: a expectativa é irmã gêmea da frustração. Tenho para mim que Lula sabe de suas responsabilidades com o partido e com o país, mas há que se respeitar quem está à frente e respeitar o que pode ser feito sem irresponsabilidades que ameacem as conquistas institucionais dos últimos 20 anos.

    1. Ministério
      Se ingênuo ou não reservo-me o direito de palpitar. Não estou no poder, naoy tenho os elementos da Dilma, mas participar é refletir coletivamente. Além de que acredito interferir em decisões a partir fe pressão popular. Senão ficamos emudecidos como nas ditaduras. O que não implica em ser desleal com nossa presidente eleita por nós.
      O exercício de fazer política é pedagógico e precisa ser exercitado.

  30. A “avenida” Cardoso continua lá!

    O José Eduardo Cardoso é como aqueles laterais ruins de marcação, e que deixam a torcida de cabelo em pé com o seu setor virando uma “avenida” para os atacantes do adversários aproveitarem.

    O juiz marido da advogada da Shell e do PSDB faz a festa pela “avenida” Cardoso. Assim como o comitê tucano da PF.

    Perdí a paciência com a Dilma e suas derrapadas a lá “Gorbatchev”! Assim como eu, os movimentos sociais deveriam dar um um ultimato a ela: ou governa com o programa que ganhou as eleições ou vai ter que virar-se com a mídia golpista e seu “Millenium”, treinado e financiado pelo Departamento de Estado.

     

  31. …Dilma prepara a guerra de 2015

    Não há Ministério, por melhor que seja escalado para a Presidenta enfrentar os inimigos na guerra, que quase acabou com ela, se o goleiro e atacante SECOM continuar “cientificamente” apoiando o PIG.

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