Ecos do passado tucano

Vellozo Lucas é a parte pior da herança serrista. Digo pior porque, com outra liderança, ele poderia ter sido um dos formuladores de políticas propositivas do partido. Em meu “Cabeças de Planilha” menciono sua participação nos estudos que levaram à teoria da “integração competitiva”.

Não sei avaliar sua atuação como prefeito de Vitória. Mas suas ideias sobre municipalismo sempre foram de ponta, excelentes. Sem a influência nefasta de Serra, poderia ter se constituído em um ideólogo de um novo municipalismo a ser conduzido pelo partido.

Assim como todas as pessoas que passaram a cercar Serra, o pensador foi substituído pelo gladiador, a imagem do antigo PSDB de Covas e Montoro, tolerante, não dogmático, pela do serrismo, virulento, sem limites, explorando superstições, baixarias, vale-tudo.

Quando Vellozo Lucas fala “O PSDB está do lado certo”, não se entenda do lado certo da disputa política nacional. O que ele quer sonhar é que está do lado do Serra, o incerto.

Pelo Pelo bem do Brasil e do PSDB, Serra tornou-se uma página virada. Mas levando para o cemitério político pessoas que tanto poderiam ter contribuido para o arejamento de ideias do partido. Como o proprio Vellozo Lucas.

Folha de S.Paulo – TENDÊNCIAS/DEBATES
Luiz Paulo Vellozo Lucas: O PSDB está do lado certo – 29/12/2010

O PSDB está do lado certo

LUIZ PAULO VELLOZO LUCAS

Nosso partido não aceita a verdadeira herança maldita que o lulismo busca deixar ao país: a tese de que somos todos iguais nos malfeitos

Após as eleições, as discussões sobre o futuro do PSDB aumentaram. Como temos a obrigação de respeitar e representar os mais de 43 milhões de brasileiros que instaram o partido a manter a luta por um Brasil mais evoluído, vamos elencar argumentos que mostram o contrário: o vigor do PSDB.

Como, para nós, liberdade de expressão é cláusula pétrea, não somos nem nunca seremos como outros partidos, que interpretam críticas como campanhas de extermínio empreendidas pela mídia.

Isso não significa que admitamos ser desmoralizados, tripudiados ou difamados.

Nossos críticos perdem tempo achando que poderão dizimar a oposição. O apoio da população nos diz que devemos continuar a nos contrapor duramente ao projeto de poder do PT.

Nesse quesito, nestes 22 anos desde a nossa fundação, a história esteve do nosso lado. Sempre em busca do melhor para o país.

Assim, temos o direito de pedir calma aos que corretamente cobram um partido mais dinâmico, ou mais aguerrido, ou mais popular. A esses, afirmo que o PSDB está conversando muito internamente no intuito de superar nossas deficiências e nos organizarmos para aperfeiçoar nossa atuação.

O PSDB perdeu a eleição presidencial pela terceira vez, mas continua vivo como a coluna vertebral da oposição.

O partido resiste e vai continuar reinventando o trabalho de se opor ao governo, recusando-se a abraçar a demagogia e a se comportar como sabotador do interesse nacional, como fazia o PT antes de chegar ao poder.
Nas últimas eleições, no Brasil inteiro, os candidatos do PSDB, vitoriosos ou não, ousaram desqualificar as mentiras contadas por nossos adversários. Contamos a verdadeira história das origens dos bons resultados econômicos e sociais obtidos em nosso país.

É a história dos que se colocaram, por vontade própria, fora do abrigo aconchegante representado pelo apoio político de um presidente fanfarrão, que fez da política um vale-tudo, que patrocinou o culto à sua personalidade, mitificada no imaginário do povo mais simples.

O PSDB confia na democracia, na conscientização crescente da população, aposta na política e nos processos eleitorais. Repudia espertezas e atalhos. Sabe que a enganação não prospera por muito tempo. Trabalha a partir de valores e convicções permanentes, que são régua e compasso para suas posições políticas e suas bandeiras.

O PSDB irá, sim, honrar o mandato que as urnas lhe delegaram: contrapor-se ao estado de coisas que aí está. Mais de 43 milhões de brasileiros deixaram claro que não concordam com os rumos que o governo do PT quer impor ao Brasil.

Querem mais: desenvolvimento sustentável, melhores perspectivas de vida e um país que não sobreviva de avanços espasmódicos.

Mais que isso, o PSDB não aceita a verdadeira herança maldita que o lulismo busca deixar ao país: a tese de que somos todos iguais nos malfeitos. Não, não somos e não admitimos que assim seja. O pior legado dessa triste era é a leniência com a roubalheira, a condescendência com quem dilapida o bem público e quer apenas locupletar-se.

Um mal que não se compara a nenhum dos tantos outros que o PT já impingiu ao país.

Não estou aqui para negar fraquezas e conflitos. Como militante e dirigente partidário há 16 anos, luto por um PSDB mais organizado, mais aberto e interligado com a sociedade, mais ativo nos períodos de entressafra eleitoral.

Estou certo, no entanto, de que a verdade está do nosso lado e que estamos do lado certo na luta por um Brasil mais justo e desenvolvido. Essa é a nossa agenda, a agenda que o PSDB vai levar adiante, com o apoio de milhões de brasileiros.

LUIZ PAULO VELLOZO LUCAS, deputado federal pelo PSDB-ES, é presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV).

Clique aqui para ir à notícia

Para acompanhar pelo Twitter: http://twitter.com/luisnassif

Luis Nassif

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador