
A guinada ao centro da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva parece ser uma realidade. Além da aproximação com partidos da direita – incluindo o PSDB, seu antigo arquirrival –, os responsáveis pela estratégia política cogitam até mesmo a publicação de uma nova “carta aos brasileiros”, desta vez direcionada aos conservadores.
Segundo matéria de Andreia Sadi para o G1, o ex-presidente e candidato do PT em busca do seu terceiro mandato (não consecutivo) pretende se comprometer com uma agenda de defesa de valores religiosos, visando recuperar votos do eleitorado evangélico.
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Lideranças do PT acreditam que as campanhas de fake news acusando Lula de fechar igrejas, entre outros temas sensíveis para o público religioso, pode ter sido um dos fatores que impediram uma vitória no primeiro turno, realizado neste último domingo (2/10). Outra medida que a campanha adotará e aumentar a participação de Geraldo Alckmin e Marina Silva, tanto nos atos como nos anúncios na televisão. Ambos são considerados interlocutores do petista com o mundo religioso – Marina entre os evangélicos, Alckmin entre os católicos –, além de serem figuras com credibilidade em setores de centro e de direita.
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Ainda que a fonte da informação (Andrea Sadi) seja altamente suspeita, não há porquê espantar-se com essa possibilidade. É a quintessência de Lula – a conciliação. Essa qualidade (sic) costumava ser atribuída a Tancredo Neves – e do ponto de vista das elites, o único crime de monta que se podia imputar ao político mineiro era ter sido ministro de Getúlio – e mesmo essa era uma pecha retrospectiva.
Lula, não; sua imagem sempre foi, e continua a ser, vendida como a de um extremista radical, comunista comedor de criancinhas, inimigo dos valores tradicionais e da família, e da religião.
Para essa elite – e para seu apêndice fascista e mau-cheiroso, o bolsonarismo, Lula é e sempre será um lobo em pele de cordeiro.
A Carta de 2002 talvez tenha desempenhado algum papel na vitória de Lula, naquela eleição; mas a reação não tardou a se fazer sentir, e embora tenha levado mais tempo que o habitual para afundar o PT (três mandatos e meio), foi tão bem-sucedida quanto suas versões anteriores e mais imediatistas, as patranhas militares de 54 e 64.
A pergunta é: vale a pena? A cada eleição que passa, Lula e o PT se distanciam mais e mais do povo, a ponto de permitir que um aventureiro grotesco e repulsivo assumisse o lugar de líder desse mesmo povo, fazendo-o pensar e agir como se fossem iguais aos seus algozes, cujo jugo é manso e suave. Ou, pelo menos, assim é mostrado.
Vale a pena?
Fake news se tornou um Deus Ex Machina, O caso dos pentecostais não é fake news, há uma relação interpessoal entre ovelhas e pastores. Os pastores são vistos como mensageiros escolhidos por Deus, assim como os católicos viam os padres na idade média. Portanto, o que o pastor lhes fala, inclusive mentiras, têm mais valor do que o falado por outras pessoas, mesmo sendo verdades. O problema não são as fake news massificadas na internet e jornais.