O bolsonarismo teve um excelente resultado nas eleições deste domingo (2/10) também considerando a nova conformação da Câmara dos Deputados com os parlamentares eleitos para o período entre 2023 e 2026.
O principal fator para esse cenário é a ascensão do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, que passará a ter a maior bancada da casa a partir do ano que vem, com 96 representantes. A legenda praticamente triplicou o número de deputados eleitos em comparação com o pleito de 2018, quando obteve 33 cadeiras na câmara baixa.
Outros dois partidos aliados do presidente que também tiveram bom resultado são o Republicanos, de Flávio Bolsonaro e Marcelo Crivella, que elegeu 39 deputados (mais que os 30 de 2018), e o PP, de Arthur Lira e Ciro Nogueira, que terá 46 deputados (mais que os 37 de 2018) no ano que vem.
Com isso, a bancada mais fiel ao bolsonarismo na Câmara contará com ao menos 181 deputados, pouco mais de um terço das cadeiras da casa.
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PSDB lidera ruína da direita tradicional
O excelente resultado dos bolsonaristas foi alcançado graças a um resultado bastante ruim da direita tradicional, incluindo setores que eram ligados ao bolsonarismo em um passado recente.
Um exemplo disso é o União Brasil, partido criado recentemente após uma fusão entre o DEM e o PSL – este segundo foi o partido de Jair Bolsonaro em 2018, que ainda abriga alguns ex-aliados do mandatário.
Em 2018, o DEM e o PSL elegeram, juntos, um total de 81 deputados. O PSL ficou com a segunda maior bancada naquele então, com 52 cadeiras. Porém, nesta que foi sua primeira eleição após a fusão, o novo partido obteve 57 vagas, muito abaixo daquilo que se esperava.
Mas o pior resultado foi o do PSDB, que já vinha de uma queda importante em 2018, quando obteve 29 cadeiras, muito menos que as 54 de 2014. Agora, em 2022, o partido encolheu ainda mais, ficando apenas com 10 vagas na Câmara dos Deputados.
Somando os votos do bolsonarismo e da direita tradicional, é possível dizer que os partidos de direita terão uma bancada não muito maior que a eleita há quatro anos, a diferença é o setor que passa a ser o predominante dentro desse espectro, que passa a ser aquele mais alinhado ao atual governo.
Esquerda cresce pouco
Não tanto quanto o bolsonarismo, mas os partidos de esquerda também tèm o que comemorar com respeito às eleições legislativas. A Federação PT/PCdoB/PV elegeu 78 representantes, sendo a segunda que mais bem sucedida do pleito.
O principal partido da federação, o PT, foi o carro chefe desse triunfo, com um total de 66 deputados eleitos, 10 a mais que os 66 de 2018.
O PSOL também teve um crescimento pequeno porém destacável em 2022. Além de ter o deputado de esquerda mais bem votado do país (Guilherme Boulos, com mais de 1 milhão de votos em São Paulo), o partido viu sua bancada crescer, e agora terá 12 representantes. Em 2018, o partido conseguiu duas cadeiras a menos, ficando com 10.
A má notícia é que essa bancada de esquerda precisará se manter aliada a partidos de centro-esquerda, como PSB e PDT, e até de centro-direita, como MDB e PSD, para poder manter certa relevância dentro da casa.
Partidos de centro
Os partidos de Simone Tebet e Ciro Gomes tiveram resultados distintos neste domingo, com relação à disputa para a Câmara.
O MDB da senadora sul-mato-grossense elegeu 42 deputados, pouco mais que os 34 de 2018, o que ainda pode ser considerado um saldo positivo.
Ainda na centro-direita, o PSD de Alexandre Kalil e Gilberto Kassab também foi razoavelmente bem, ao eleger 40 deputados – mais que os 34 da eleição passada.
Já o PDT do ex-governador do Ceará teve uma queda importante: elegeu 17 deputados, quase um terço menos que 28 de quatro anos atrás.
Também na centro-esquerda, o PSB de Geraldo Alckmin e Márcio França obteve 14 cadeiras para 2023, menos da metade que as 32 alcançadas no pleito anterior.
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