Novo perde 60% na Câmara e Amoêdo alfineta presidentes do partido

Johnny Negreiros
Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.
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Apesar do sucesso em Minas com Zema, sigla teve queda drástica no Legislativo

Atual bancada federal do Novo. Foto: Divulgação/Novo

O partido Novo foi um dos principais derrotados nas eleições do último domingo (2). Apesar do sucesso de Romeu Zema em Minas Gerais, que se reelegeu no terceiro maior colégio eleitoral do País, a sigla amargurou números ruins em todo o Brasil.

Na Câmara dos Deputados, a bancada se reduziu em 63%. O número de parlamentares caiu de 8 para 3. No total deste pleito, os candidatos a deputado federal do Novo somaram somente metade do total de votos obtidos em relação às eleições de quatro anos atrás.

Assim, o partido não atingiu a cláusula de barreira (2% dos votos válidos para deputado federal, em ao menos nove unidades federativas, com no mínimo 1% de votos válidos em cada uma delas) e está impedido de fazer propaganda ou sequer aparecer na televisão ou na rádio no próximo processo eleitoral.

LEIA: Novo x MBL: o que está por trás do afastamento dos dois grupos

De forma semelhante, na disputa pelo Planalto, o Novo teve aproximadamente 2,5 milhões de votos em 2018. À época, João Amoêdo era o presidente da legenda e encabeçou a chapa ao principal cargo da nação.

Mesmo sem poder participar de debates na televisão nem contar com financiamento do Fundão Eleitoral e estar em um partido novato até então, ele ficou com 2,5% dos votos válidos. Foi mais que o triplo, por exemplo, em relação ao desempenho de Guilherme Boulos (PSOL), que pontou 0,6%.

Neste ano, quem disputou a Presidência da República foi Felipe D’Ávila, que teve pouco mais de meio milhão de votos e ficou com 0,5% nas urnas. De uma eleição presidencial para a outra, a queda no número total de votos foi de 80%.

Vale lembrar que D’Ávila participou de todos os debates e teve suporte de uma sigla melhor estruturada e mais experiente. Mesmo assim, o desempenho foi pior que o de Amoêdo.

Tabela divulgada por Amoêdo. Foto: Reprodução/Instagram
João Amoêdo discursa na Avenida Paulista com bandeiras sindicais e pró-LGBTQIA+ ao fundo. A imagem foi usada para criticar o banqueiro. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Divisão no Novo pelo bolsonarismo

O nome de 2022 surgiu após racha interno no Novo, em que João Amoêdo havia inicialmente se colocado na disputa mas foi forçado a se retirar.

O banqueiro se queimou internamente pelas críticas ao Governo Federal e, especialmente, por participar de manifestação anti-Bolsonaro organizada pelo MBL mas que contou com agentes políticos do campo mais inclinado ao progressismo.

Segundo amplamente divulgado pela imprensa, a ideia do partido era justamente a de ter um candidato inexpressivo no primeiro turno. Assim, um caminho de apoio a Bolsonaro contra Lula em possível segundo turno estaria aberto. A sigla nunca confirmou a veracidade da informação.

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Derrota nos Legislativos

O Novo também sofreu revés nas assembleias legislativas estaduais. Em todo o País, o número de deputados estaduais eleitos caiu 58%: de 12 para 5. Em São Paulo, o maior colégio eleitoral somente o economista Leo Siqueira conseguiu cadeira na Alesp.

Nesse âmbito, o partido teve variação negativa de 13% dos votos totais, quando se compara a 2018.

Amoêdo alfineta líderes partidários

Ao divulgar tabela com dados do Novo no processo eleitoral deste ano, João Amoêdo criticou os dois presidentes do partido que o sucederam.

Estes foram os desempenhos do NOVO nas eleições de 2018, presidido por Moisés Jardim, e nas eleições de 2022, presidido por Eduardo Ribeiro.

Com estes resultados, os candidatos do partido não terão participação garantida nos debates eleitorais até, pelo menos, 2028.

declarou ele

Além deles, ex-filiados no Rio de Janeiro, como Letícia Arsênio e Juliana Benício, também aproveitaram a queda no desempenho da sigla para criticar os atuais comandantes do Novo.

Johnny Negreiros

Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.

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