A insistência de José Serra em repisar obsessivamente a questão do sigilo fiscal de Verônica nada tem a ver com a campanha.
Tem a ver com essa nota do seu advogado Arnaldo Malheiros em 2002, explicando algumas omissões na declaração de renda do então candidato José Serra – e publicada pelo leitor José Luiz Ribeiro da Silva no Portal Luís Nassif (clique aqui) em 22 de julho passado.
“3) A casa em que o casal reside em São Paulo
A casa em que o casal reside em São Paulo é de propriedade de sua filha, Verônica Allende Serra, que a adquiriu em 2001, como declarou à Receita Federal neste ano. Ela teve rendimentos declarados à Receita Federal nos dois últimos anos-bases, em valor bem superior ao pago pelo imóvel, conforme documentos em meu poder.“
Serra mora na casa, perto da Praça Panamericana, desde os anos 80. Sempre informou aos amigos que conseguira alugar por um valor bem abaixo do de mercado.
Não é necessário ser especialista em tributação para entender a operação de 2001. Quase com certeza os rendimentos de Verônica não foram provenientes de operações realizadas no Brasil.
Por IV Avatar do Rio Meia Ponte
…Do Escrivinhador/Rodrigo Vianna:
“Citco Building”, nas Ilhas Virgens: o verdadeiro mapa da mina aponta para lá
O verdadeiro mapa do tesouro não leva a Mauá
Prestem atenção nesse trecho de uma reportagem assinada por Amaury Ribeiro Junior:
“Spencer concentrava seus negócios caribenhos na caixa postal 662 do Edifício Citco, em Road Town, nas Ilhas Virgens, endereço do escritório da Citco, especializado na abertura de empresas offshore.”
David Eric Spencer é um advogado dos EUA que prestava serviços a Ricardo Sérgio – tucano que atua nos bastidores, foi diretor do Banco do Brasil no governo FHC, durante as privatizações, e é muito próximo a Serra. A reportagem acima é de 2003 e foi publicada pela revista Istoé.
Foi naquela época que Amaury começou a investigar a barafunda financeira do tucanato. Dinheiro que vai, dinheiro que vem. Genro, filha… As seguidas reportagens renderam um processo de Ricardo Sérgio contra Amaury. O jornalista pediu “exceção de verdade” (quando o sujeito que é processado por calúnia pede para provar que a afirmação feita é verdadeira), e foi no âmbito dessa ação que Amaury ganhou o direito de acessar a ampla documentação recolhida pela CPI do Banestado – documentação que o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) guardava a sete chaves.
Foi a partir dessa documentação que Amaury recolheu o grosso do material que integrará seu livro sobre as privatizações tucanas e os estranhos caminhos do dinheiro. Amaury saiu da Istoé, rodou por aí. Trabalhou no “Estado de Minas”, sempre coletando rico (!) material sobre as peripécias financeiras que ligam São Paulo, Buenos Aires, Miami, Nova York e as Ilhas Virgens.
Os segredos de Verônica Serra e do genro de Serra (no país da piada pronta, o cara tinha que ter esse nome: Alexandre Bourgeois – Alexandre Burguês) não estão nas declarações de Imposto de Renda que vazaram no ABC paulista. O vazamento, se de fato ocorreu, é criminoso. E deve ser investigado. Mas o importante não é o que está nos documentos de Mauá ou Santo André, e sim o que aparece nas empresas registradas nas Ilhas Virgens.
O mapa da mina (ou o mapa de Minas?) aponta pra lá!
Citco Building. Guardem esse nome.
FONTE: http://www.rodrigovianna.com.br/forca-da-grana/citco-building-nas-ilhas-virgens-o-verdadeiro-mapa-da-mina-aponta-para-la.html#more-3420
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