“Fugas são preocupantes, mas não afetam a segurança dos presídios federais”, garante Lewandowski

Ministro da Segurança Pública afastou direção da penitenciária de Mossoró e determinou a recaptura de fugitivos como prioridade da pasta

O ministro de Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Crédito: Tom Costa/ MJSP

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, convocou uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (15) para apontar quais providências foram tomadas desde a fuga de dois detentos do presídio federal de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, na madrugada da última quarta-feira (14).

Desde que teve conhecimento do fato, Lewandowski garantiu que uma série de providências foram tomadas para que as fugas não se repitam, tendo em vista que, apesar de preocupante, o fato não compromete a segurança dos presídios federais.

A primeira medida adotada foi a ida do secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, para Mossoró junto com uma equipe de seis servidores federais, para que pudessem conhecer a situação in loco e tomar as decisões cabíveis no âmbito administrativo.

A Polícia Federal ficou responsável pela investigação e recuperação dos detentos, já registrados na difusão vermelha da Interpol e no sistema de proteção de fronteiras, para evitar que os fugitivos deixem o País. Já a Polícia Rodoviária Federal está encarregada de monitorar as rodovias federais.

O ministro estipulou ainda a revisão dos protocolos de segurança nas penitenciárias e determinou o afastamento de toda a direção da penitenciária de Mossoró, que está sob intervenção e administração de um agente penitenciário federal da equipe de André Garcia.

Prioridades

Ricardo Lewandowski afirmou que a principal preocupação do governo neste momento é a recaptura dos fugitivos, ação para a qual foram empregados 300 agentes da PF, da PRF e das forças policiais locais, além de drones que fazem o monitoramento aéreo da região.

O ministério estima que os criminosos estejam dentro de um perímetro de 15 quilômetros do presídio, uma vez que as câmeras não identificaram nenhum veículo de resgate e também não há registros de furto ou roubo de veículos na região.

“Temos notícias de que uma casa rural foi invadida e houve furto de roupas e comida, que certamente deve ter relação com os detentos”, afirmou Lewandowski.

Segundo o chefe de pasta, a fuga resultou de um conjunto de fatores, uma vez que os presidiários escaparam pela luminária e tiveram acesso a ferramentas de construção, pois o presídio passa por reforma.

“Por isso que imaginamos que não seja algo arquitetado de fora, com veículos aguardando os fugitivos. Pelo menos em um primeiro momento, foi uma fuga muito barata e efetuada com o que foi encontrado no local”, continuou o recém-empossado ministro.

Investimentos

Além das medidas iniciais adotadas desde a última quarta-feira, o ministério agora planeja novas melhorias para evitar que mais presidiários escapem.

Tais melhorias, porém, dependem do orçamento federal e da colaboração de outros ministérios para que possam ser executadas. Entre as sugestões de Lewandowski estão o aperfeiçoamento do monitoramento dos cinco presídios federais; aperfeiçoamento do controle de acesso aos presídios federais, com sistema de reconhecimento facial de todos que ingressam nas unidades prisionais; e a ampliar sistema de alarmes e sensores de presença em todos os presídios.

O ministro requer ainda a nomeação de 80 policiais penais federais já aprovados em concurso público para reforçar a segurança das unidades prisionais federais e a construção de muralhas de todas as penitenciárias, a exemplo da unidade do Distrito Federal.

Apesar das solicitações, Ricardo Lewandowski reiterou que os presídios federais são absolutamente seguros e que todos podem continuar confiando no sistema.

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Camila Bezerra

Jornalista

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