Grupo Puebla se posiciona contra o golpe na Bolívia

A oposição se utiliza de violência, humilhação, invasão, pilhagem, incêndios, sequestros e ameaças para realizar um golpe de estado e forçar a renúncia de Evo Morales.

Jornal GGN – O Grupo de Puebla, um foro político e acadêmico composto por políticos do mundo e fundado em 12 de julho de 2019, com o objetivo principal de articular ideias, modelos produtivos, programas de desenvolvimento e políticas de Estado de caráter progressista, soltou nota sobre a situação da Bolívia.

O Grupo aponta a escalada de graves problemas acometendo a América Latina e, agora, a Bolívia. A oposição se utiliza de violência, humilhação, invasão, pilhagem, incêndios, sequestros e ameaças para realizar um golpe de estado e forçar a renúncia de Evo Morales.

Também exigem que os organismos internacionais se posicionem contra o golpe que vitimou a Bolívia e seu presidente eleito Evo Morales.

Leia a nota a seguir.

O Grupo Puebla rejeita o golpe na Bolívia

Mais uma vez, a constituição e o estado de direito da Bolívia foram violados pela interrupção de um mandato constitucional. Os eventos graves que ocorreram nos últimos dias se intensificaram na Bolívia. As forças de oposição desencadearam mobilizações políticas acompanhadas de atos de violência, humilhação de autoridades democraticamente eleitas, invasão, pilhagem e queima de casas, sequestros e ameaças de membros da família para realizar um golpe de estado e forçar a renúncia do presidente Evo Morales e seus Vice-Presidente Álvaro García-Linera, eleito legal e democraticamente.

Todas as iniciativas de diálogo e negociação oferecidas pelo governo do presidente Evo Morales foram rejeitadas. As recomendações da OEA para um novo concurso eleitoral foram aceitas pelo Presidente Morales, endereçadas ao Parlamento boliviano, mesmo com a recomendação de uma renovação completa dos órgãos eleitorais e a possibilidade de novos candidatos.

Mas a oposição optou por intransigência, radicalização e ruptura democrática, abrindo um registro sério de um novo golpe na longa história de interrupções democráticas no país. Particularmente graves foram os comportamentos ilegais e irresponsáveis ​​das forças policiais e, finalmente, das forças armadas que acompanharam o golpe.

Por tudo isso, o Grupo Puebla expressa sua solidariedade com o povo boliviano, seu presidente Evo Morales e seu vice-presidente Álvaro García-Linera e com todos os funcionários que promoveram políticas públicas de inclusão social, redução da pobreza e desigualdade e participação Cidadão

Exigimos respeito pela integridade física de todo e qualquer membro do governo, autoridades locais, militantes, líderes sociais e suas famílias. A violência à qual muitos já foram submetidos é inaceitável.

Estamos solidários com o povo irmão da Bolívia nessas horas de sofrimento e exigimos a continuidade do processo eleitoral transparente e irrestrito.

E exigimos que os Organismos Internacionais de Direitos Humanos garantam o esclarecimento dos atos de violência cometidos, o julgamento e punição dos responsáveis ​​e a restauração da ordem, paz, vida social e democracia na Bolívia.

Assinado, 10 de novembro de 2019

Celso Amorim

Karol Cariola

Julian Dominguez

Marco Enriquez-Ominami

Camilo Lagos

Clara Lopez

Esperanza Martínez

Alejandro Navarro

Aloizio Mercadante

Carlos Ominami

Gabriela Rivadeneira

Carlos Sotelo

Jorge Taiana

Carlos Taken

Redação

3 Comentários

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  1. Pena que não é, no momento era que se dê atenção ao intelectual ou racionalismos. O momento é para os guerreadores exaltados e os acumuladores que perceberam que o caos é muito mais rentável. Seja no âmbito individual assim como no coletivo, isto só vem reforçando o competitivismo, a individualidade e o isolacionismo. O jovem, neste caos atual tem sido personagem constante nas manifestações mundiais, principalmente pela frustração e raiva ao status quo, conforme o discurso da jovem Greta quando mencionou, falando aos governantes, mas mirando a humanidade: “Pessoas estão sofrendo, pessoas estão morrendo, ecossistemas inteiros estão entrando em colapso”…“Vocês roubaram meus sonhos e infância”. Não adianta culpá-la por não gostar de sua fala e principalmente do seu alcance. E o que dizer aos jovens brasileiros, quando mais da metade deles declaram querer sair do seu país, onde apenas uma década antes era considerado um dos lugares mais “felizes” do planeta? Num período onde a internet está tão lotada de versões e opiniões, palpites e teorias? Utopias são defendidas como delírios e devaneios. As paixões tem cegado e calado a razão, aqui e ali. Com tantos profetas, filósofos e cientistas sociais formados e deformados via redes sociais, será que há público a aderir aos discursos mais sofisticados dos intelectuais, também incertos sobre o que está acontecendo e virá a acontecer. Apenas reforço o que já escrevi por aqui desde o ano passado a respeito de que viver em saúde ao longo deste ano teria muita dependência de haver um coração forte e uma mente estável. Para o próximo ano, por favor, ampliem um pouco mais sua força interna nestes dois quesitos em especial, já que a tendência é de maior complexidade.

  2. E daí?
    Vão levantar uma hashtag indignada?
    Vão denunciar na “justiça”?
    Quando começarem a lutar ao invés de choramingar, será tarde.
    Aliás, já é tarde. O melhor agora é garantir lugar na primeira fila pra assistir a carnificina fascista em operação.

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