Problemas educacionais no Japão motivam retorno ao Brasil
Portal Web News
Reportagem e fotos: Eder Hashizume
Além da crise mundial, problemas educacionais enfrentados no Japão provocaram o retorno das famílias estrangeiras aos seus países. O fato foi revelado por psicoterapeutas durante um simpósio sobre assistência psicológica às famílias nikkeis, realizado na tarde de sábado (5), em Isesaki (Gunma), que teve a participação de especialistas brasileiros da área educacional.
O fato foi apresentado baseado em dados levantados entre 2009 e 2010 junto as famílias brasileiras e peruanas que viveram no Japão e já havia retornado aos seus respectivos países. O ijime (conhecido mundialmente como bullying) nas escolas japonesas foi um dos principais problemas enfrentados quanto a educação dos filhos e que provocaram o regresso das famílias.
Segundo dados das pesquisas, cerca de 41% das crianças brasileiras atribuíram o bullying ao fato delas serem estrangeiras. O ijime começava pela falta de domínio da língua japonesa e acabava sendo caracterizado através de violência verbal partindo para agressões físicas. A falta de comunicação entre pais que dominam apenas o português e dos filhos que esqueciam a língua materna, também acabou motivando o retorno ao Brasil.
Esses e outros problemas enfrentados pelas famílias estrangeiras no Japão poderiam ter sido atenuados caso elas procurassem ajuda psicológica. “O nosso trabalho é restaurar essas famílias que ainda vivem no Japão. Para isso, necessitamos do apoio do governo (japonês)”, disse a psicoterapeuta Rita Augusta Pereira. “Elas (famílias) necessitam dessas consultas para que não se perca a educação de seus filhos”, afirmou a especialista brasileira.
Elaine Taminato Hara, Cheiron McMahill e Nelida Tanaka foram as outras especialistas que falaram nesse simpósio organizada pela NPO International Community School. Elas participam de diversos grupos de apoio as famílias estrangeiras. Em Gunma, o governo provincial mantém uma linha direta de comunicação com o público estrangeiro através do telefone 0270-65-8730 (School Hotline Gunma) onde podem ser feitas consultas sobre problemas educacionais.
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