Israel e EUA retaliam admissão da Palestina

Da Carta Capital

Israel não quer a paz com a Palestina

Gianni Carta

Para Israel e seu principal aliado, os Estados Unidos, a Autoridade Palestina toma decisões “prematuras”. No início da semana, a Palestina teve a ousadia de ter aceitado o reconhecimento como membro pleno da Unesco, a organização da Onu para Educação, Ciência e cultura.

Os ministros de Netanyahu dizem que a decisão da AP não foi somente “prematura”, mas “trágica”.

Na terça-feira 1, Israel retaliou anunciando construções de novos assentamentos na Cisjordânia. Fez mais: cortará as transferências advindas de impostos para soldados e funcionários da Autoridade Palestina (AP). Ministros do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu ainda não decidiram se irão fechar os checkpoints israelenses para políticos palestinos em visita a Israel.

Pela enésima vez, palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza ficarão confinados aos seus cada vez mais empobrecidos territórios. E vale exprimir: esses políticos palestinos, como Mahmmoud Abbas, presidente da AP, vão a Israel na esperança de encontrar um caminho para a paz.

No entanto, a paz entre esses dois povos parece ser um caminho infinito. E os Estados Unidos, que sob Barack Obama parecem pouco interessados na criação de dois Estados, como havia prometido o presidente norte-americano, também não deixaram de punir os palestinos.

Como? Fácil: Washington desistiu de fazer um pagamento de 60 milhões de dólares à Unesco previsto para novembro. Os EUA, anote-se, fornecem 25% do orçamento da agência dedicada à cultura.

Resumiu nesta terça o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi: “Esta iniciativa norte-americana influencia negativamente nos esforços em andamento para retomar as negociações de paz e impedirá seu sucesso”.

Essa medida contra a Palestina tem respaldo na legislação norte-americana. Desde a década de 1990 o financiamento de qualquer agência da Onu a admitir a Palestina como membro pleno é proibida.

Luis Nassif

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