Jornal consegue áudio de Tarcísio mandando apagar imagens do suposto ‘atentado’

Na gravação publicada pela Folha, um integrante da equipe de Tarcísio pressiona o cinegrafista a apagar as imagens

Reprodução TV Globo

Jornal consegue áudio de Tarcisio mandando apagar imagens do suposto ‘atentado’

por Marcus Atalla

A Folha de São Paulo obteve áudio em que assessor do candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos) mandou o cinegrafista da Jovem Pan apagar as imagens realizadas do tiroteio, cujo um suspeito foi morto, e foi a causa da suspenção do evento que ocorreria no bairro de Paraisópolis – São Paulo- no dia 17.  

O candidato ao governo de São Paulo usou o fato como um atentado a si, mesmo com a polícia afirmando não haver qualquer relação. Simultaneamente, as redes bolsonaristas sugeriram que Lula fazia campanhas em favelas do Rio de Janeiro sem ser incomodado pela milícia, por ter um suposto acordo entre ambos, enquanto Tarcísio era recebido “á balas pelo PCC”.

No dia 17, o jornalista Guilherme Amado, Metrópoles, averiguou que um usuário bolsonarista de perfil Luiz79, o qual se identificava como “de direita” e anticomunista”, alterou o perfil de Tarcísio de Freitas na Wikipédia, validando o suposto atentado, assim como a campanha do candidato afirmara.

Na gravação publicada pela Folha, um integrante da equipe de Tarcísio pressiona o cinegrafista a apagar as imagens, após ter dito que filmou um segurança de colete.

Assessor da campanha: “Você estava ali embaixo filmando? Você filmou então o pessoal trocando tiro?”

Cinegrafista: “Não, trocando tiro efetivamente, não. Tenho tiro da PM para cima dos caras, a hora que você chega, que você me barra…”

Assessor da campanha: “Você só filmou lá no canto?”

Cinegrafista: “Só, na hora que você chega ali, eu já tô voltando”.

Assessor da campanha: “O pessoal que tava na ONG ali, no Belezinha, você não filmou?”

Cinegrafista: “Não”.

Assessor da campanha: “Você não filmou?”

Cinegrafista: “Do segurança de colete…”

Assessor: “Você tem que apagar. Essa imagem que você filmou aqui também. Mostra o pessoal saindo, tem que apagar essa imagem. Não pode divulgar isso, não”.

Apesar da pressão, as imagens já haviam sido enviadas à Jovem Pan, que as transmitiu.

Áudio na integra: https://tv.uol/19mp3

Felipe Silva de Lima, 28, teria sido o autor dos disparos contra o candidato. No entanto, nenhuma arma foi encontrada em seu corpo. O suspeito foi morto por Henrique Gama dos Santos, que atua na área da inteligência/P2 e pertencente ao QG da PM. O policial foi treinado há alguns meses na ABIN (Agência de Inteligência), órgão subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional, sobe o controle do General Heleno.

A Abin disse à Folha não ter servidores fazendo a segurança de candidatos, entretanto afirmou que há um servidor na campanha, mas que estaria de licença para tratar de interesses particulares e não está a serviço da Agência.

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Redação

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