Lula volta a defender solução na guerra na Ucrânia e Amorim minimiza reação

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Amorim minimizou reação da Casa Branca e da imprensa: "não podemos fazer um drama em torno disso"

O presidente Lula voltou a condenar os ataques da Rússia à Ucrânia, mas enfatizou que a posição do Brasil tampouco é de defesa ao armamento de Kiev.

“Ao mesmo tempo em que meu governo condena a violação da integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada para o conflito”, disse Lula.

A fala foi feita após o presidente brasileiro receber o chanceler russo Sergey Lavrov, no Palácio do Alvorada, nesta segunda-feira (17), e dois dias após ter declarado que a Ucrânia é também responsável pela guerra.

Falas de Lula e reação da Casa Branca

Neste domingo (16), Lula também responsabilizou o presidente ucraniano Volodimir Zelenski pelo conflito: “O presidente Putin não toma a iniciativa de parar. Zelenski não toma a iniciativa de parar. A Europa e os Estados Unidos continuam contribuindo para a continuação desta guerra. Temos que sentar à mesa e dizer para eles: ‘basta’.”

As declarações de Lula foram mal interpretadas, com manifestação da Casa Branca mencionando que o Brasil “papagueia” propaganda russa.

Mas para o ex-chanceler brasileiro e atual assessor especial de Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim, “não podemos fazer um drama em torno disso”.

Ex-chanceler responde

Amorim ressaltou que é “totalmente absurdo” falar que o Brasil “papagueia” o discurso russo. “Temos vários pontos de convergência, mas em vários momentos o Brasil condenou, no atual governo, a invasão da Ucrânia.”

O ex-chanceler também pontuou que há uma “hipocrisia” ao ignorar que há críticas, em diversos países, sobre a Ucrânia no conflito. “Eu já ouvi de vários líderes europeus – eles não falam alto, mas dizem – que ‘bom, a Crimeia a gente já sabe, né?’. Então, vamos parar com essa hipocrisia.”

Amorim ainda lembrou que não se pode simplificar o conflito de forma maquiavélica: “Criar esse rancor traz o temor de uma situação parecida com a que se criou entre as duas guerras mundiais, e que levou à segunda guerra mundial.”

Logo depois, o presidente brasileiro voltou a mencionar o conflito internacional, afirmando que a defesa é por uma solução política negociada.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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