Martha vai à luta

Se não quiser ganhar, Lula vai com Haddad’, diz Marta

Em entrevista ao Estado, ex-prefeita põe em dúvida análise de que nome novo, como o do ministro, seria o mais forte para vencer em SP 06 de agosto de 2011 | 23h 35

    Roldão Arruda / SÃO PAULO – O Estado de S.Paulo

Preterida pela principal estrela do seu partido, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nas articulações para a eleição municipal de 2012 em São Paulo, a senadora e ex-prefeita Marta Suplicy decidiu partir para a ofensiva. Em entrevista ao Estado, ela põe em dúvida as análises políticas de Lula e questiona as possibilidades eleitorais de seu protegido, o ministro da Educação, Fernando Haddad. Além de insistir que é a candidata natural de seu partido, com melhores possibilidades de derrotar o ex-governador José Serra numa eventual repetição do confronto PT e PSDB, Marta ataca a administração do prefeito Gilberto Kassab e começa a discutir políticas para a cidade.

Tudo indica que a eleição de 2012 será menos polarizada, com mais candidatos de peso. Mesmo assim a sra. se considera a candidata natural do PT?

A cidade de São Paulo tem sempre grandes quadros na disputa. Já tivemos Fernando Henrique, Mario Covas, Eduardo Suplicy, Geraldo Alckmin, José Serra… Não é uma cidade fácil. Quanto à nova conjuntura, com a presença de mais partidos, eu diria que é exatamente isso que me torna a candidata natural. Por dois motivos. Em primeiro lugar, pela minha experiência, pelo que eu já fiz pela cidade, a avaliação positiva que tivemos no governo e a aprendizagem acumulada entre acertos e erros. As pessoas perceberam a capacidade que nossa gestão teve de rearrumar a cidade. Fizemos um plano diretor que não existia há 25 anos.

E o segundo motivo?

É preciso considerar que teremos um tempo curto, de 30 dias (no segundo turno). Eu tenho um nome que 100% da cidade deve conhecer, com uma avaliação de governo que é boa e que tende a melhorar com a comparação que tem sido feita no período pós-governo. Trabalhei com uma cidade dilapidada por Maluf e Pitta e mudei a cidade. Comecei a resgatar o respeito ao cidadão que paga imposto. Trabalhei com R$ 15 bilhões. O Kassab trabalha com R$ 35 bilhões e eu pergunto: que marca esse prefeito deixa? Eu deixei 350 quilômetros de corredores de ônibus planejados e ele não executou nenhum.

Ao apoiar Haddad, Lula leva em conta a sua rejeição na classe média. A sra. deixou o governo com o apelido de Martaxa.

Você está falando de um teto que não avançaria na classe média. Quando a pesquisa mostra que eu tenho 18% de rejeição e o Serra 16%, ela confirma que quem exerce um cargo público sempre tem alguma rejeição. O problema seria o Netinho, com rejeição de 11%, sem nunca ter exercido nenhum cargo. Quem não tem importância não tem rejeição. Meu índice hoje é menor do que o do passado. A cidade está cansada de pessoas que prometem e não executam. São Paulo pode dar um voto de confiança, talvez desgostando de algumas características minhas, a uma pessoa que sabe que pode fazer a cidade funcionar.

O empenho de Lula por uma cara nova para 2012 incomoda?

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,se-nao-quiser-ganhar-lula-va…

Luis Nassif

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