O Editorial do Globo

Comentando o Editorial do Globo do dia 02/11/2010

Impressionante o editorial do Globo, começa chamando Lula de “criador de Dilma Rousseff”, provavelmente incomodando Malafaia, que deve achar que o Criador (com C maiúsculo) é outro, e que não criaria uma criatura que não é do “bem” como José Serra.

Continua afirmando o óbvio, que nossa Constituição veta uma segunda reeleição, só esconde que ela também vetava uma primeira, até que o “criador”(?) de José Serra, sob acusação de pagar R$ 200.000,00 pra alguns parlamentares, mudou as regras do jogo aos 38 minutos do primeiro tempo. Conclui ainda, “magistralmente”, que a sociedade que aprova Lula com índices de mais de 80% rejeitaria um terceiro mandato. Será que o Ibope assinaria esta afirmação “científica”?

Desnecessária a lembrança de que o “Brasil exige um governo ativo”, esse recado foi explicitado assim que William Bonner, com seu entusiasmo habitual, anunciou a pesquisa de boca de urna. Dilma não vai guardar gabinete algum, vai rodar o Brasil pra enfrentar a miséria, e o mundo pra continuar a abertura de novos caminhos comerciais e diplomáticos que o Brasil pode e precisa trilhar.

Aqui uma mea culpa do “jornal”: “a campanha foi ríspida e ao mesmo tempo superficial”.
É melhor o Globo caprichar mais nas próximas pautas, os “marqueteiros” tucanos agradecerão se estas forem tão profundas quanto uma mina chilena e possam ser usadas para comover eleitores.

“A situação ressuscitou o tema da privatização, de forma mistificadora, enquanto a oposição se retraiu, diante dos índices recordes de popularidade do criador de Dilma.”.
Enquete/Promoção, quem achou a fala de Mônica (“ela é assassina de criancinhas”) Serra retraída levanta a mão. Quem concorda que o telemarketing serrista se sentiu intimidado com a popularidade do Presidente da República “tira o pé do chão”. E quem avalia que os panfletos apócrifos e o fanatismo religioso plagiou o estilo “paz e amor” atire uma bolinha de papel.

“Mas, apurados os votos, ambos os lados precisam delimitar espaços de convivência, em respeito ao eleitorado, à democracia, ao país.”. Os vencedores da promoção do parágrafo anterior vão ganhar um espaço de convivência respeitoso na redação do Globo. Redação esta que matou a aula de Direito Constitucional que versava sobre assistência social, garantida como direito de todos que dela necessitem, assim como saúde, educação e segurança. Afinal não deve considerar esmola estatal vagas nas escolas nem vacinação contra a febre amarela.

De volta para o futuro, o Globo já diz que “o governo Dilma fez ampla maioria”. Espera lá, o Lula sair sem se despedir eu até aceito, afinal já deve estar um pouco cansado e com a sensação do dever cumprido, mas dizer que meu voto não valeu de nada e que foi o governo da Dilma que escolheu os próximos congressistas é demais. Nem reparei que ela já tinha tomado posse.

Por fim o colorido azul e vermelho do mapa do Brasil é pra fechar o roteiro. Sem os valorosos votos do Norte e Nordeste não teríamos hoje, outro Persidente eleito. Rio de Janeiro e Minas assistem ao Globo, jornal com sede carioca(?), dizer que o Sudeste é majoritariamente oposicionista e que a população esclarecida elegeu governadores de oposição. Oposição a quem? Se um governador é reeleito, é porque a situação naquele estado foi vencedora. Ou não?

Não se preocupem com a alas radicais petistas quererem avançar sobre a Constituição, as alas, os carros, a comissão de frente e a bateria, vão continuar com o mesmo samba enredo e nos veremos na próxima apuração.

Luis Nassif

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