Odebrecht e Andrade Gutierrez tiveram 7 meses para traçar estratégia

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Marcelo Odebrecht, presidente da companhia, preso na 14ª fase da Lava Jato

Jornal GGN – É destaque no blog do jornalista Kennedy Alencar, nesta quarta-feira (24), um detalhe que explica, em parte, a resistência dos executivos presos na 14ª fase da Operação Lava Jato em relação a delações premiadas. A Odebrecht e a Andrade Gutierrez tiveram cerca de 7 meses – desde as prisões dos primeiros empresários supostamente envolvidos no cartel da Petrobras – para traçar uma estratégia de enfrentamento às decisões do juiz Sergio Moro e demas autoridades da força-tarefa da Lava Jato.

Não é à toa que, na última semana, os leitores dos principais jornais impressos do país têm se deparado com anúncios de meia página ou mais, elaborados pela assessoria das duas maiores empreiteiras do país, tentando atacar as fragilidades da Lava Jato.

Resta saber se a estratégia permanecerá em pé após a Polícia Federal ter invadido o Departamento Jurídico da Odebrecht, carregando computadores, arquivos e, com eles, a estratégia de defesa.

Leia mais: Advogados da Odebrecht poderão renunciar coletivamente

Do blog do Kennedy Alencar

Odebrecht e Andrade Gutierrez testam a solidez das provas da Lava Jato

A nova fase da Operação Lava Jato vai testar a solidez da investigação e a resistência de duas empresas que tiveram mais tempo para se preparar para essa batalha.

A exemplo da Odebrecht, a Andrade Gutierrez também publicou anúncio nos jornais para se defender das acusações. Ambas afirmaram que não haveria provas para justificar a prisão de seus executivos.

É uma ação mais agressiva em comparação com as demais empresas acusadas, sobretudo da Odebrecht, que divulgou nota em um tom mais duro do que a Andrade Gutierrez. As duas empresas são as maiores empreiteiras do país.

Logo após a operação policial na sexta-feira passada, surgiram na imprensa previsões de que a República poderia cair. Essas previsões foram feitas com base em queixas que os executivos faziam antes da prisão. Nos últimos dias, todos os sinais são de que esses executivos vão tentar evitar a delação premiada. Por ora, a República continua de pé.

É importante notar que essas empresas tiveram sete meses, desde a primeira prisão de executivos de outras empreiteiras, para traçar uma estratégia para a situação em que estão hoje. Ou seja, discutiram o cenário de possível prisão, debateram isso com seus advogados e tiveram tempo para estabelecer uma estratégia.

A demissão de Alexandrino Alencar, diretor da Odebrecht, mostra que se trata de um gesto calculado para tentar derrubar juridicamente argumentos que justifiquem as prisões temporária, no caso dele, ou preventiva, no caso de outros. Se o executivo não trabalha mais na empresa, em tese, não teria mais poder de corromper e diminuiria sua capacidade de destruir provas na companhia.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

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  1. PELO FIM DA LAVA JATO

    A PARTIR DO MOMENTO QUE OS JUIZES,PROMOTORES E DELEGADOS DA POLICIA FEDRAL , SE TORNAM PARCIAIS POIS SÓ INTERESSAM A ELES INCRIMINAR O PT E O RESTO FICA DE FORA ESTA NA HORA DE ACABAR COM A OPERAÇÃO QUE TEVE MEU APOIO NO COMEÇO MAIS QUE AGORA EU VEJO UM MONTE DE IRREGULARIDADES NO PROCESSO QUE ME DEIXAM DE CABELO EM PÉ POIS ELS NÃO SE IMPORTAM EM INVESTIGAR SE IMPORTAM APENAS EM ACUSAR SEM PROVAS E VAZAR DOCUMENTOS QUE PODEM PREJUDICAR AS EMPRESAS BRASILEIRAS E O PAIS EM TROCA DE UMA SUPOSTA PERSEGUIÇÃO AOS CORRUPTOS QUE COMO SE VE SÓ EXISTE NO PT,

  2. alimentando cobras

    Fica aqui uma séria lição para os empresários brasileiros admiradores do PSDB:

    Quase todas estas grandes empresas, doaram fortunas para o PSDB, na expectativa que assim “aplacariam” a fúria tucana e ficariam imunes. Agora a mídia direitista detona estas mesmas empresas que doaram tão generosamente para partidos de direita.

    Se os empresários fosse inteligentes, não doavam mais um centavo para campanhas políticas do PSDB. Quem alimenta cobras, não deve se surpreender de por elas ser picado um dia.

    E eu imagino que nenhuma multinacional será citada pela mídia, em participação de escandalos, pois iria gerar um incidente internacional, coisa que o PSDB ou qualquer um dos poderes ou a mídia evita ao máximo. São furiosos, mas não são loucos, sua loucura tem uma lógica.

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