Para eleitorado Obama é mais capacitado que Mitt Romney

Por zanuja castelo branco

Republicanos preparam campanha de ataques pessoas contra Barack Obama nos EUA

Por Rui Ferreira, Do OperaMundi

Partidários de Mitt Romney querem mostrar “como se formaram as opiniões do atual presidente sobre os Estados Unidos e o mundo”    

Efe

Quando o presidente Barack Obama voltou a Washington da Cúpula do G-20 no México, foi recebido com boas noticias. Uma pesquisa da Bloomberg aponta que 53% dos norte-americanos querem vê-lo de novo na Casa Branca após as eleições presidenciais de novembro, porque acham que seu rival Mitt Romney está muito distante da realidade do país. Se as eleições fossem hoje, o candidato republicano receberia apenas 40% dos votos, o que provaria  que o eleitorado, inclusive republicano, tem estado paulatinamente a se afastar das posições conservadoras de Romney.

Além disto, este apoio a Obama é significativo porque, apesar de tudo, seis de cada 10 norte-americanos pensa que o país vai no rumo errado, segundo a pesquisa. “Estes números podem parecer uma contradição, mas não são. O que nos dizem é que o público pensa que o país vai mal, mas o presidente está mais capacitado que Romney para levá-lo pelo caminho correto”, disse aoOpera Mundi o analista político Mark Anthony Charleston.

“Romney gasta muito tempo em conseguir mais dinheiro para a sua campanha, acha que essa é a solução para que os americanos o conheçam melhor. Mas esquece que o eleitorado já o conhece desde as eleições anteriores, e se ele chegou agora a onde está, é unicamente porque seus adversários (nas primarias republicanas) não foram os adequados, não porque ele seja um bom candidato”, acrescentou o analista.

Para vencer essas limitações, os chefes do partido republicano estão dispostos a chegar a onde ninguém tinha chegado antes: desenharam um programa de ataques pessoais ao presidente, que pretende ser um verdadeiro “blitzkrieg”, financeiramente apoiado pelos “super PAC”, comitês de ação política que contam com recursos ilimitados e sem a obrigação de dar satisfações de como se usam esses fundos.

A idéia é gastar pelo menos 10 milhões de dólares na maior campanha televisiva já feita contra Obama antes da convenção democrata em setembro. O plano é “fazer exatamente o que John McCain nunca nos deixou fazer”, segundo o diário The New York Times, que teve aceso a um documento descrevendo detalhes do plano. O senador McCain foi o rival de Obama nas presidenciais de 2008 e agora é criticado por conter os estrategistas republicanos e proibir os ataques pessoais ao então candidato democrata.

“Nosso plano é mostrar ao mundo como se formaram as opiniões de Barack Obama sobre os Estados Unidos e o mundo. E como os anos de formação do nosso presidente, sob a tutela de um mentor completamente equivocado e uma serie de intelectuais de esquerda, acabaram por colocar nosso país nessa situação”, afirma-se no plano.

Reverendo Wright

A estratégia pretende voltar a um velho ataque contra Obama, só que desta vez mais intenso. Trata-se de recordar os seus velhos laços de amizade com o reverendo Jeremiah Wright, um extremista religioso que alguns acusam de racista por seus sermões apelando o ódio em relação aos brancos. Obama já tinha sido atacado por causa de Wright durante a campanha de 2008.

“Pela primeira vez, o mundo vai ver como Jeremiah Wright influenciou Barack Obama, de uma forma que ninguém nunca se vai esquecer”, afirma-se na introdução do documento, também obtido pelo Opera Mundi, e que foi preparado pelo estrategista republicano Fred Davis. E o titulo de toda esta operação não deixa margem para dúvidas: “Como acabar com Obama, para sempre”.

O plano, inclusive, acusa Obama de, sob a influencia de Wright, querer manter-se no poder sob os desígnios do que chama uma “teologia da libertação negra”, que nunca ninguém ouviu falar.

Outra idéia sugerida, é a contratação de um intelectual negro, que não se menciona no plano mas que se sugere seja “muito culto”, e possa acusar Obama de ter enganado os norte-americanos ao se apresentar ao país como uma espécie de “Abraham Lincoln negro e metrosexual”.

Na semana passada, o Opera Mundi soube que os autores do plano convidaram Larry Elder, uma personalidade da radio da comunidade negra de Los Angeles e conhecido pelas suas posições conservadoras, para ser o porta-voz da campanha de descrédito do presidente. Outro dos contatados foi Herman Cain, um dos pré-candidatos republicanos à presidência, que se retirou das primárias, depois que a imprensa revelou quatro casos de assédio sexual contra empregadas da sua empresa de pizzas.

O importante deste plano e sua divulgação por parte do The New York Times é que dá uma visão muito rara de como se faz política na sombra nos Estados Unidos e mostra como uma pessoa, neste caso o magnata Joe Ricketts, pode criar um movimento oculto e gastar enormes quantidades de dinheiro para influenciar uma campanha presidencial a favor de seus interesses pessoais.

Ricketts é o presidente de “Ameritrade” uma importante corretora financeira que atua unicamente na internet, mas tem uma posição destacada em Wall Street e na bolsa de Nova Iorque.

Efe

No entanto, a grande dúvida desde plano todo é o que pensa Mitt Romney. O virtual candidato republicano tem frisado varias vezes que não quer uma campanha eleitoral baseada em ataques pessoais e que a mesma só deve abordar a problemática econômica. “Ele não quer ataques pessoais porque sabe que Obama ainda é muito popular entre os eleitores independentes, hispânicos e jovens. Esta pesquisa da Bloomberg é uma prova disso”, acrescentou Charleston.

Luis Nassif

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