Francisco Celso Calmon
Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.
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Paz é a palavra de ordem imediata!, por Francisco Celso Calmon

Os países, cujos governos estão apoiando ou omissos diante dessa guerra, também ficarão marcados como responsáveis ante a história

Foto de Javardh na Unsplash

Paz é a palavra de ordem imediata!

Por Francisco Celso Calmon

Parem de soltar bombas assassinas, soltem pombas símbolos da paz.

A diferença é de uma letra e de muitas vidas salvas.

Não enviem mísseis, enviem cestas de mantimentos e medicamentos.

A diferença é a escolha entre a vida e a morte, entre o humanismo e o barbarismo. 

O genocídio em Gaza comprometerá para sempre a paz mundial.

Os países, cujos governos estão apoiando ou omissos diante dessa guerra, também ficarão marcados como responsáveis ante a história.   

Mirem-se na biografia nazista e da segunda guerra mundial e verão o que a história lhes reserva.

Sem paz, os filhos da guerra serão potenciais protagonistas de novos conflitos.

Qual será o futuro dos órfãos, sejam palestinos ou judeus? 

As futuras gerações de árabes e israelenses herdarão o traumatismo de um genocídio televisado, assumido, e com consequências ainda difíceis de avaliar em sua totalidade, mas fácil de afirmar que doravante a coexistência pacífica entre os Estados é uma fratura exposta e sem remédios à vista.

É delírio sociopata de Netanyahu acabar com Gaza e palestinos.

Permanecer nessa obsessão transformará Israel em pária humana, indesejada por todos os povos do planeta terra.

Pode até ganhar militarmente a guerra, mas não será uma vitória política, e muito menos conseguirá manter o território da Faixa de Gaza sob domínio político.

Por conta da sociopatia do primeiro ministro, o governo israelense vai entrar em colapso, moral, político e econômico.

Vejam por quanto tempo a Alemanha andou de cabeça baixa, sem ter projeto próprio livre dos EUA e da ex-União Soviética?

O povo alemão não cicatrizou as feridas das guerras, seu carma ainda permanece atravessando gerações.

Os judeus do mundo todo, se a paz não vier de imediato, também carregarão a marca dos holocaustos. Uma dupla marca: a que sofreram nos cativeiros nazistas e a que os palestinos estão vivendo no cativeiro de Gaza por obra dos judeus israelenses. 

O direito internacional não dá licença para repelir uma agressão com outra desmedidamente superlativada, notadamente quando as vítimas são civis, crianças, mulheres, idosos e enfermos.

Dos 12 mil palestinos mortos, a maioria é de crianças, em torno de 5 mil são de mulheres, mais de 3 mil de idosos; próximo a 30 mil feridos e enfermos. (https://www.bbc.com/portuguese/articles/cqeplqy3e3eo)

Numa guerra o direito e a verdade são mutilados diuturnamente, mesmo que contrariando os fatos e as imagens.   

As imagens de Gaza, como um cemitério de corpos e escombros, os vazios de onde eram as escolas e hospitais, as doenças das putrefações causadas pelo morticínio, povoarão as mentes e sofrerão de pesadelos por décadas, e as próximas gerações carregarão traumaticamente essa herança fúnebre.   

O Brasil incomoda a todos os países e sobremaneira as potências militares ocidentais, que têm na belicosidade das armas os seus modos de ser e existir.

Netanyahu, em sua loucura, desafia o mundo, quer tocar fogo no oriente médio e, quiçá, mais além.

“Temos de vencer, não só para o nosso bem, mas para o bem de todo o Oriente Médio, para o bem dos nossos vizinhos árabes. Se não vencermos agora, a Europa será a próxima. E, então, você é o próximo. Temos que vencer”, apontou Netanyahu, nesta segunda-feira, 13/11, em entrevista na Fox News.

O que está por traz desse dito “a Europa será a próxima”? Próxima a quê? A ser atingida, e por quem?

Como Hitler, Netanyahu é um alucinado, em sua megalomania delirante é capaz de injetar o ódio entre nações, como Zelensky acreditou que conseguiria.

Na Ucrânia, o obstáculo é que do outro lado tinha (tem) uma superpotência nuclear, a Rússia. Já do lado contrário à Israel, que é apoiada por uma superpotência militar, os EUA, não há força equivalente e nem persuasiva.

Rússia e China pisam em ovos, para não aceitar a inevitabilidade de uma terceira guerra mundial e fatal à humanidade. Entretanto, esse compasso pode ser entendido como permissivo para com a estratégia imperialista.

Nesse complexo cenário, Israel sente-se mais potente do que é, e alimenta a sua paranoia beligerante e colonialista.

Busquem os discursos e narrativas de Hitler e seus nazistas de elite e verificarão mais que semelhanças, verdadeiras identidades com a práxis do governo de Israel.

A ideologia que move Israel é essencialmente neonazista. A religião que Israel pratica é o satanismo, mas dela se apegou ao que lhe convém, como “cada um é seu próprio deus e o seu próprio demônio, cujo eixo moral é olho por olho, dente por dente”, e a medida cada qual defina como quiser, no caso da guerra com o Hamas, o parâmetro é o genocídio total.

Os métodos usados por Israel nesta guerra com o Hamas, vão nutrir no mundo todo os movimentos e os estados terroristas, as milícias e polícias fascistas, e colateralmente o punitivismo penal.

A impunidade de Israel não pode vencer a justiça internacional. O genocídio praticado pelo governo israelense não pode esmagar os direitos humanos, especialmente o direito humanitário internacional.

Prosperando a impunidade, as regras civilizatórias serão letras mortas e enterradas com os corpos das crianças, das mulheres, dos idosos e enfermos de Gaza, que não ofereciam qualquer perigo ao povo israelense.

Israel não tem limites, não aceita resoluções da ONU, aparentemente resiste até ao seu protetor maior, EUA, a oposição interna ainda não tem forças para destituir o neonazista Bibi, e os países estão demorando na pressão, na suspensão de relações, enquanto seu poder bélico vai arrasando a Faixa de Gaza,

O Brasil não é uma potência militar, mas é uma potência verde, ecológica e alimentícia, que vive em paz com seus vizinhos, que não fez do seu tamanho e potencialidades fatores de subjugação dos países fronteiriços. Ao contrário, os ajuda, como recentemente à Argentina e à Venezuela.

Bem como à Cuba, sendo protagonista histórico e novamente articulador para encerrar o criminoso bloqueio econômico pelos EUA àquela ilha dos sonhos de Fidel e Che, revolucionária, fraterna, exemplo de solidariedade internacional.

O atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, é um estadista respeitado por todos os líderes dos demais países, até por aqueles que julgavam que poderiam constrangê-lo e seduzi-lo, como Biden e Zelensky; por tudo, na atual conjuntura internacional, o Brasil pode desempenhar um papel maior do que até agora tem feito e tem servido de exemplo, como foi o resgaste dos brasileiros de Israel e de Gaza e a proposta de resolução ao Conselho da ONU vetada pelos EUA.

Lula, contudo, sofre com o cerco dos três êmes (mídia, militares, mercado) representados nas presidências desses três poderes, STF, Câmara Federal, Senado e no Ministério da defesa. 

Porém, quero acreditar e faço figa, que o embaixador terrorista de Israel, que se imiscuiu em política e na sede de um poder institucional da República do Brasil, seja considerado persona non grata e despachado com mala e cuia de volta ao seu Estado terrorista.    

Os governos latino-americanos estão tomando posição clara e assertiva contrária a Israel e estão recebendo respostas virulentas do presidente daquele país. Lula, como maior liderança desse cone, não deveria ficar com excessivas cautelas e perder o timing.

Outros países já apelaram ao Tribuna Penal Internacional.

O cerco se fecha, todavia, Israel resiste a qualquer apelo e constrangimento, vive num mundo paralelo, o da esquizofrenia paranoide de Netanyahu. 

Olhando pelo retrovisor da história, as religiões nunca trouxeram amor e paz. Pregam o que não praticam, e nem realizam coletivamente o que desenham como ideal.

Em lugar do amor e da paz, levaram ódio e guerra. Em lugar da liberdade levaram alienação e subjugação. Em lugar do progresso científico ergueram o negacionismo à ciência. Em lugar da dialógica e do perdão, levaram a imposição e a tortura.  Em lugar da comunhão levaram o anátema. Em lugar da convivência fraterna e da respeitosa coexistência pacifica, levaram o racismo, a misoginia, o preconceito sexual e o despotismo. Em lugar de dar, tomaram. Em lugar da caridade, cobraram dízimo. Em lugar da indulgência terrena, venderam-na como crédito para entrar nos reinos do além.

Essas ligações com a metafísica do divino, do transcendental, manipuladas e sendo cortinas históricas para os reais interesses materiais egóicos, até quando essa fraude continuará a engabelar a humanidade?

As descobertas contínuas das ciências, o desenvolvimento tecnológico incessante, o risco da sobrevivência do planeta, parece que nada afeta às crenças primitivas, cujos processos alienantes mantém a maioria esmagadora da população mundial ignorante do sentido histórico da vida.

Não por outras, o temor da filosofia e da sociologia chegarem às grandes massas sociais, permeia os sistemas políticos e econômicos. 

Religião e Poder sempre conveniados, favorecendo as elites religiosas e laicas, e as necessidades primígenas da humanidade, como alimentação, moradia, trabalho, liberdade e segurança, continuam carentes até a atualidade e idem no horizonte longínquo. 

Qual o monstro que impede nos séculos recentes as respostas as essas necessidades?

Esse monstro de muitos tentáculos, com fúrias espalhadas por vários países, é, desde a segunda guerra mundial, o imperialismo ocidental, tendo à frente os Estados Unidos da América do Norte.  

Os povos de todo o mundo devem se unir para combater esse monstro, tendo à frente a juventude, pois é o seu futuro que está comprometido.

A China, como o país mais promissor economicamente e internamente com melhorias sociais crescentes, guiada por uma perspectiva ideologia socialista e uma democracia própria, deveria assumir o protagonismo político-ideológico que lhe cabe neste cenário periclitante.

Os Brics devem muito em breve também se posicionar – esperamos e desejamos. 

Na vida como na política acertar o tempo certo de uma ação frente ao desafio é fator decisivo para a vitória.

Fica a sugestão de no dia internacional dos Direitos Humanos, 10 de dezembro, soltarmos as pombas da paz em todos os recantos do mundo.

Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral – E o PT com isso?, Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula. Coordenador do canal Pororoca e um dos organizadores da RBMVJ.

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN. Concorda ou tem ponto de vista diferente? Mande seu artigo para [email protected]. O artigo será publicado se atender aos critérios do Jornal GGN.

Francisco Celso Calmon

Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.

1 Comentário

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  1. Rerere…

    Eu tenho lá minhas reservas ao bolsominion Falcão, do Rapa, mas ele tem razão:
    “Paz sem voz não é paz, é medo”…

    Mas a gente pode ser mais ácido com textos bocoiós e sentimentais desse tipo, e usar também parte da letra de Peace Dog, do The Cult, ótima:

    “Peace is a dirty word, she used to be a painted bird, yeah…
    War she’s s whore, don’t you love her more and more…
    B-52 baby, way up in the sky, come drop your love in me child”

    Paz?

    Onde?

    Em um mundo onde 1% reúne a riqueza dos outros 90%?

    É possível?

    Quem fica em paz em um cenário desses?

    Paz para quem caras pálidas?

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