Jornal GGN – O ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, se manifestou sobre a gravação, divulgada pela Folha de S. Paulo, em que aparece negociando a compra de 30 milhões de doses da vacina chinesa contra a Covid-19, a Coronavac, por meio de um intermediador, que cobrava quase o triplo do preço negociado com o Instituto Butantan. Ele nega a negociação.
“Enquanto estive como ministro da Saúde, em momento algum negociei aquisição de vacinas com empresários, fato que já foi reiteradamente informado na CPI da Pandemia e em outras instâncias judicantes”, escreveu o general da ativa, em nota divulgada na noite desta sexta-feira, 16, pela Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), da Presidência da República.
A nota também foi encaminhada à Folha como “Notificação Extrajudicial”, com pedido de direito de resposta. O jornal afirmou que negará o direito de resposta.
O tal vídeo, que já está com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), registrou os momentos finais da reunião, em que Pazuello aparecia ao lado de quatro pessoas da empresa catarinense World Brands, no gabinete do então secretário-executivo da pasta, o coronel Elcio Franco.
De acordo com a reportagem, a proposta da empresa catarinense ofertava 30 milhões de vacinas Coronavac pelo preço de US$ 28 por dose, com depósito de 50% do valor total da compra até dois dias após o fechamento do contrato. Pela cotação do dólar na ocasião (11 de março), o total gasto chegaria a R$ 4,65 bilhões. Pazuello foi demitido da pasta quatro dias depois.
Já no contrato do governo federal com o Butantan, único representante da Sinovac – a farmacêutica chinesa, desenvolvedora do imunizante – no país, as doses da Coronavac saíram a US$ 10 cada.
Pazuello disse que a reunião com a “World Brands Distribuidora S/A (representante comercial da empresa chinesa Sinovac Biotech Ltd. no Brasil) ocorreu após um pedido formal endereçado ao Ministério da Saúde”. Além disso, “após a gravação, os empresários se despediram e, ato contínuo, fui informado de que a proposta era completamente inidônea e não fidedigna. Imediatamente, determinei que não fosse elaborado o citado memorando de entendimentos —MoU—, assim como que não fosse divulgado o vídeo realizado”, escreveu o ex-ministro.
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