Petistas criticam Paulo Bernardo por concessões a teles

Militantes do PT e ativistas da área de comunicação social abriram uma ofensiva contra o ministro Paulo Bernardo (Comunicações), que também é petista, com direito a notas públicas e ironias em redes sociais.

A principal crítica refere-se a isenções fiscais concedidas a empresas de telecomunicações, previsto no PNBL (Plano Nacional de Banda Larga), e criticado, inclusive, em resolução do PT aprovada no início do mês em reunião da direção do partido em Fortaleza.

No texto da resolução, petistas cobram que a pasta reconsidere as isenções e reinicie o “processo de recuperação da Telebrás”, empresa pública de telecomunicações desativada durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

O clima entre o ministro e petistas se acirrou após entrevista de Bernardo ao jornal “O Estado de S.Paulo”, publicada na quarta-feira (20), na qual o ministro diz ser “incompreensível” as críticas do partido à tentativa do governo de baixar impostos.

“Incompreensível, por qual motivo? Em nossa opinião, o ministro considera ‘incompreensível’ porque, em sua concepção das coisas, ele separa o que faz parte do mesmo universo. Não é mais possível, no mundo da convergência digital, discutir democracia na mídia sem discutir as teles. Teles que oferecem um péssimo serviço, mas serão beneficiadas com desonerações e isenções”, escreveu em seu blog Valter Pomar, dirigente da corrente petista Articulação de Esquerda.

O próprio Pomar divulgou imagem em que ironiza a ligação de Bernardo com as empresas de telecomunicações. A imagem mostra empresários da área, como o mexicano Carlos Slim, segurando uma placa com os dizeres: “Sou Carlos Slim, dono da Claro, NET e Embratel. Paulo Bernardo me representa.”

Em outra montagem difundida nas redes sociais sugere uma conversa entre Bernardo e FHC em que o ex-presidente diz ter “inveja” do ministro de Dilma Rousseff por privatizar a infraestrutura do setor de telecomunicações no país.

O ministro tem pedido um debate menos apaixonado sobre a questão e, segundo disse ao “Estadão”, chegou a pedir correção no documento do PT que criticava as isenções. O motivo foi o valor estimado pelo partido para o alívio fiscal: R$ 60 bilhões. Segundo o ministro, porém, o valor é de R$ 6 bilhões em cinco anos.

Procurada, a direção do PT não se manifestou sobre as críticas ao ministro. O Ministério das Comunicações também não havia comentado até a publicação da notícia.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/1250001-petistas-criticam-ministro-das-comunicacoes-por-concessoes-a-teles.shtml

Redação

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