Procuradora que teve encontro secretos com Bolsonaro pede arquivar denúncia contra empresários golpistas

Victor Farinelli
Victor Farinelli é jornalista residente no Chile, corinthiano e pai de um adolescente, já escreveu para meios como Opera Mundi, Carta Capital, Brasil de Fato e Revista Fórum, além do Jornal GGN
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Vice-procuradora-geral Lindôra Araújo afirmou que investigação contém ilegalidades e que atua como “polícia do pensamento de regimes autoritários”

Lindora Araújo, vice-procuradora-geral da República. Foto: Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), recebeu nesta sexta-feira (9/9) um parecer da vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo, que solicitou o trancamento da investigação contra oito empresários bolsonaristas que publicaram mensagens em um grupo de WhatsApp incitando a um golpe de Estado caso a eleição presidencial seja vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) – situação que foi exposta por reportagem de Guilherme Amado, Bruna Lima e Edoardo Ghirotto, para o site Metrópoles, publicada no passado dia 17 de agosto.

A procuradora defendeu, em seu parecer, que o ministro Alexandre de Moraes repensasse a autorização para a investigação dos empresários envolvidos (entre eles Luciano Hang, Afrânio Barreira, José Isaac Peres, Ivan Wrobel, José Koury e Marco Aurélio Raymundo), alegando que a operação estaria manchada por “inconstitucionalidades e ilegalidades”.

“Diante da prévia demonstração das inconstitucionalidades e ilegalidades que sobressaem desta investigação, com a nulidade absoluta de todos os atos judiciais e investigativos já materializados, bem como da manifesta atipicidade das condutas investigadas e de ausência de substrato indiciário mínimo, a evidenciar flagrante constrangimento ilegal, urge seja adotada a excepcional via do trancamento desta Petição por meio de concessão de ordem de ofício pelo órgão colegiado do Supremo Tribunal Federal”, sustentou Londôra.

“Polícia do pensamento”

A procuradora também criticou a investigação, comparando-a a uma “polícia do pensamento de regimes autoritários”, e que o bloqueio das contas dos envolvidos sem pedido nem do Ministério Público nem da Polícia Federal configura “flagrante constrangimento ilegal” aos empresários.

Porém, Lindôra se antecipa à possibilidade de a resposta de Moraes ao seu primeiro pedido ser negativa, e faz uma segunda solicitação, para que o ministro encaminho o caso para julgamento pelos demais ministros.

Vale lembrar que a investigação aos empresários foi deflagrada no dia 23 de agosto, uma semana após a publicação da reportagem que deu a conhecer o caso, a pedido do próprio ministro Alexandre de Moraes, que pediu a participação da PGR no caso mas não esperou a manifestação do órgão para tomar suas primeiras medidas contra os investigados, o que a procuradora considerou como uma “violação do sistema processual acusatório”, razão pela qual argumenta que todas as provas colhidas até agora deveriam ser consideradas ilícitas.

Lindôra e Bolsonaro

Também é importante recordar que a procuradora Lindôra Araújo também foi alvo de reportagem do mesmo jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles, em matéria de julho passado na qual deu a conhecer os encontros secretos que ela mantém com o presidente Jair Bolsonaro desde 2020.

Esta segunda matéria de Amado assegura que, nos encontros, o mandatário teria prometido a ela uma indicação como nova PGR, em substituição de Augusto Aras, caso seja ele reeleito em outubro e indique o atual procurador a uma vaga no STF

Victor Farinelli

Victor Farinelli é jornalista residente no Chile, corinthiano e pai de um adolescente, já escreveu para meios como Opera Mundi, Carta Capital, Brasil de Fato e Revista Fórum, além do Jornal GGN

5 Comentários

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  1. Se tais delitos informados pela mídia, de incentivo a ruptura democrática e do estado democrático de direito, levando em conta a capacidade financeira de um determinado grupo, e que substancialmente, financiasse uma ruptura, se desequilibra e interfere na disputa eleitoral, em favor de um dos candidatos, como a Procuradora professaria esse uso de poder financeiro, que nas falas, são claras quanto em que não aceitaria um resultado do escrutínio que não fosse as de suas preferencias, e assim pregariam um GOLPE DE ESTADO. A procuradora está ciente do convescote da redes sociais, e o tamanho da penetração desordeira e perigosa de tal manifestação de intolerância ao direito de escolha da maioria de um povo?

  2. É muito triste ver uma mulher se prestar ao papel de militante da tropa de choque do abominável presidente, cheios da piores deformações que um ser humano pode ser portador. Provavelmente a dobradinha Aras/Lindora, queriam que o ministro Alexandre, protocolasse um pedido de investigação do caso e ficasse aguardando que a PGR consultasse o mito e enquanto isso, eles abririam uma investigação prelimianar, que é sinônimo de procastinação , para então proceder o arquivamento.

    Obs.: A PGR parece marido impotente, só fica nas preliminares.

  3. Lindora, que se traveste ora de bruxa, ora de fada, veste-se de verde “esperança” para se encontrar com o mito escondinho, posando de fada bela, a que defende o bozo por tabela. Lindora também se veste de verde porque verde é a cor da inveja, a inveja que ela tem do cargo do Aras. Já para o Xandão, Lindora se veste de bruxa, faz cara feia, embaça o olho e arreganha os dentes falando “palavrões jurídicos” em ameaça ao magistrado. Latidos, porque o Xandão, a despeito das ameaças de maldição da bruxa, vai continuar brandindo a sua capa preta.

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