As suspeitas acerca dos empresários “bolsonaristas radicais” presos pela PF nesta quinta

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Sócios de rede atacadista teriam financiado estrutura de acampamento em frente ao QG do Exército, em Brasília

Joveci Xavier de Andrade e Adauto Lúcio de Mesquita. | Fotos: Câmara do DF/Divulgação

A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta quinta-feira (29), os empresários Joveci Xavier de Andrade e Adauto Lúcio de Mesquita, suspeitos de financiar o acampamento bolsonarista que ficava em frente ao Quartel General (QG) do Exército, em Brasília.

Os mandados de prisão preventiva, expedidos pelo Supremo Tribunal Federa (STF), foram cumpridos na 25ª fase da operação Lesa Pátria, que mira os envolvidos nos atos golpistas que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.

Andrade e Mesquita, apontados como sócios da rede Melhor Atacadista e outras empresas de distribuição, foram presos no Distrito Federal. Eles teriam financiado carros de som, lonas e até banheiros químicos usados no acampamento em frente ao QG do Exército, que abrigou os golpistas que invadiram a Esplanada dos Ministérios.

Em relatório, a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), classificou a dupla como “bolsonaristas radicais” e pediu o indiciamento de ambos, assim como a CPMI dos Atos Golpistas, do Congresso Nacional.

De acordo com as investigações, Mesquita e o sócio forneciam, semanalmente, alimentos e água aos golpistas acampados, e também bancavam parte do pagamento pelos banheiros químicos instalados na Praça dos Cristais, no Setor Militar Urbano (SMU). Ambos também são suspeitos de ter fornecido transporte para os golpistas que cometeram os ataques do 8 de janeiro. 

Mesquita teria, ainda, criado um grupo no aplicativo de mensagens Whatssapp para arrecadar dinheiro para aluguel de lonas para o acampamento, além de ser suspeito de transferir dinheiro para contas bancárias de golpistas. À CPI, ele disse que doou R$ 10 mil para a campanha de Bolsonaro pela presidência em 2022.

À época das investigações conduzida pelos parlamentares, os dois empresários chegaram a negar a contratação de trios elétricos para as manifestações, mas a quebra de sigilo de uma das empresas mostrou pagamento à representante do trio que foi contratado no QG. Em um vídeo divulgado em rede social, Mesquita aparece – inclusive – apresentando o veículo que teria sido alugado. 

Os dois também já admitiram que estiveram na Esplanada dos Ministérios, no dia 8 de janeiro, mas quando já havia ocorrido a invasão dos prédios públicos e que não praticaram qualquer ato de depredação.

Em nota, a defesa dos empresários informou que “não obteve acesso à decisão” do STF sobre as prisões.

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