Tarcísio viaja a Israel e abre caminho para sucessão do bolsonarismo em 2026

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

O governador nega que a viagem, em plena crise diplomática de Lula e Netanyahu, tenha fundo político

Foto: Allan Santos/ PR

Quando Benjamin Netanyahu declarou o atual presidente Lula como “persona non grata” de Israel, um convite do país foi feito ao governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo, figura que tem alçado favoritismo de bolsonaristas a uma eventual mira presidencial em 2026.

O anúncio, nesta terça-feira (12), de que Tarcísio embarcará em uma viagem a Israel, como forma de materializar o apoio político ao radical primeiro-ministro, ocorre em meio a uma grande crise diplomática de Netanyahu com o presidente Lula.

No mês passado, uma frase tirada de contexto de um discurso do presidente brasileiro, com Lula criticando o genocídio de Israel aos palestinos, gerou o conflito diplomático entre os países e comunicado do chanceler israelense afirmando que Lula era “persona non grata” até que pedisse desculpas.

Desde então, enquanto o presidente brasileiro frisa a necessidade de se colocar fim à guerra na Faixa de Gaza e os ataques sistemáticos das forças israelenses contra palestinos, Tarcísio de Freitas – ex-ministro de Jair Bolsonaro e governador de São Paulo – aceitou um convite de uma comunidade brasileira em Israel.

Trata-se de um convite da organização Kehilat Or Israel, que também convidou outros governadores e prefeitos de direita. Além de Tarcísio, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), também confirmou a viagem, que ocorrerá na semana que vem.

Marcada para os dias 18 e 22 de março, os governadores devem visitar o local onde ocorreu o primeiro ataque do Hamas, em festival de música eletrônica, no dia 7 de outubro, e conversarão com sobreviventes dos ataques.

E apesar de o convite não ter sido feito pelo primeiro-ministro, também estão previstos encontros dos governadores com Benjamin Netanyahu e o presidente de Israel, Isaac Herzog, segundo reportagem da CNN.

Ocorrendo em plena crise diplomática com o Brasil e enquanto o bolsonarismo busca um sucessor para fortalecer até o pleito eleitoral de 2026, enquanto Jair Bolsonaro está inelegível, Tarcísio nega que a viagem seja política.

No ato pró-Bolsonaro no dia 25 de março, na Avenida Paulista, Tarcísio exaltou fortemente o ex-presidente e disse que Jair Bolsonaro não era mais “um CPF” ou “uma pessoa”, mas representava “um movimento”.

“A gente não vai lá para fazer política. A gente tem uma parceria com o governo de Israel, parcerias importantes, compra de equipamentos, recebemos um convite. A gente tem uma excelente relação, estamos aceitando um convite e pronto. Sem ideologia e sem política”, afirmou à CNN Talks.

Leia mais:

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Este sujeito não nega de que latrina saiu.
    Podemos dizer que o governador de São Paulo apoia o genocídio em gaza e discorda do posicionamento do governo Brasileiro.
    Além do mais isso é uma provocação do estado sionista e genocida de Israel ao estado Brasileiro,
    que é apoiado pelo vassalo do do inelegível inominável.

  2. Ne Tarcísio e Ne Caiado devem ter percebido que Netanyahu genocida ficou de birra com Lula, em virtude da pecha de genocida que Lula marcou nele pelo extermínio de milhares de crianças, idosos e inocentes em Gaza.
    Daí, eu imagino que foram arrumar a cama da fuga de Bolsonaro, para os beliches israelenses.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador