A situação de alunos que recebem bolsa de estudos no país

Por Vinicius Albani

Comentário ao post “Aluno do IMPA é assassinado por colega de quarto

Esta foi, talvez, a maior tragédia ocorrida no Impa, que acaba de celebrar 60 anos. O clima na instituição está pesadíssimo. Seus amigos estavam inconsoláveis. Eu que não era próximo, mas o via sempre com seus amigos, fiquei extremamente chocado, não consigo acreditar nesta barbaridade. Quanto ao autor deste crime, não o conheço, apesar de tê- lo visto poucas vezes. Não sei se a justificativa de buyling procede, pois isto não é recorrente na instituição. No entanto, não posso afirmar nada a esse respeito, pois como disse, não era próximo a nenhum dos dois. A unica coisa que fica é, o estarrecimento.

Uma outra questão associada a esse tema é o fato de que as bolsas de mestrado não são suficientes para os alunos conseguirem se manter na Zona Sul do Rio. Quando fiz o meu mestradodo no Impa entre 2006 e 2008, com a bolsa de mestrado era possível alugar um qurto por r$350,00 a R$400,00 Em localidades próximas da Zona Sul. Hoje em dia, vc não encontra por menos de R$1000,00. A dita república em que aconteceu este crime, na verdade não é uma república de estudantes e está aberta a quem quer que seja. A dona/responsável oferece aos interessados a “grande oportunidade” de dividir o quarto com um “colega”, por um preço um pouco abaixo do preço de um quarto. Algo como R$600,00 para dividir e algo acima disso para ter o quarto só para vc. Um negócio arriscado e irregular, mas os alunos se submetem a isso, pois cada centavo poupado na moradia é vital. A situação dos alunos de mestrado é de fato muito precária, pois o custo de vida no Rio está exorbitante!

Assim, acho que os governos federal, estadual e municipal, se querem que o Rio continue a ser o celeiro de grandes intelectuais que ainda é, deve refletir de que forma é possível assistir aos alunos de pós-graduação, que não têm direito a alojamentos em universidades e se vêem sem casa numa cidade caríssima. Existem diversos imóveis públicos na cidade, subutilizados ou mesmo abandonados, que poderiam ser destinados a ser casas de estudantes ou repúblicas dígnas, pois o desenvolvimento do nosso país depende muito da formação de pesquisadores e intelectuais.


Luis Nassif

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