Somos quem podemos ser – o debate da concordância

Minhas considerações sobre o 1º debate político entre os prefeituráveis de Manaus na Rede Bandeirantes, ontem 02/08/2012

Debate entre prefeituráveis de Manaus na Rede Bandeirantes

 

Candidato a candidato:

Arthur Neto
Do alto de toda sua inteligência e cultura diplomática, ficou divagando sobre muita coisa porém sem conteúdo específico. Falou muito, falou bonito, mas falou de nada. Demonstrou ser um bom conhecedor da história de Manaus, porém, ainda longe de parecer estar realmente a fim de ocupar o aristocrático Palácio da Compensa. Fala bem, como sempre falou. Tenta chegar perto do povão, mas ainda tem que comer muito mocotó com bucho e deixar, um pouco de lado o vinho do Porto pra começar e se dar bem na feira do produtor e com os vendedores autônomos do centro da cidade. Ao meu ver, esta eleição para ele é um atalho, não um caminho.

Pauderney Avelino
Saiu-se bem, muito bem em suas respostas. Mesmo com o jargão: “sou engenheiro…”. Em algumas vezes pereceu ter sido pego de surpresa porém como é bastante “rodado”, conseguiu se safar, como por exemplo na resposta sobre o câncer de colo de útero. Demonstra estar bem assessorado tecnicamente e quer de fato conhecer os problemas da cidade. Só tem que explicar por que só agora, depois de tanto tempo, resolveu se voltar pra cidade. Por mim, eu ainda o deixaria em Brasília. Pois lá é o nosso menos pior parlamentar.

Serafim Corrêa
Outro que saiu-se bem, com propostas bem fundamentadas, como no caso da instalação de água para 40mil famílias. Perdeu a oportunidade de falar efetivamente só de propostas, seu ponto forte. Ainda está preso ao passado, tudo bem que o povo deve saber o que você fez, mas ficou cansativo o “Eu que fiz… Eu que fiz…”. Um conselho, esqueça o sr. Amazonino Mendes, ele não é seu adversário. Ou vai correr o risco de perder esta eleição, para um fantasma. Além de ficar com a pecha de viúvo do negão (no bom sentido, é claro!). Ah! Ainda precisa de carisma, lhe falta carisma. Deve haver profissionais que consigam trabalhar sua imagem.

Vanessa Grazziotin
Legalmente loira, a senadora mostrou que foi empurrada de pára-quedas nesta eleição. Está perdida e ainda fora de foco. Pra mim (veja bem! eu disse pra mim), estava lá fazendo benchmarking. Anotou tudo, vai encher seus assessores de perguntas e vai começar a campanha agora, com um plano de governo baseado em teorias alheias. Como ex-professor, espero que ela cite as devidas referências bibliográficas. Pra não incorrer no risco de plágio. Todas suas falas continham: “Omar e Dilma”. Quer com isso ganhar os eleitores destes dois. Ficou claro que não quer ser prefeita. Mas alguém quer que ela seja/esteja (ponto). Ou não, ela é apenas parte de um plano maior para conquistar o mundo e depois a federação. Brincadeirinha *_______*

Henrique Oliveira
Este estava sendo ele mesmo. Por incrível que pareça, era o candidato o mais coerente com sua vida política: “Sou assistencialista e assim continuarei sendo, quando prefeito de Manaus”. Tá difícil esconder o senador Alfredo Nascimento desta sua campanha. Muito vazio de propostas concretas para problemas estruturais da cidade, então sua única alternativa foi se pegar com sua classe de eleitorado, os que esperam a eleição pra ganhar um fardo de arroz, algumas telhas, uma consulta, enfim uma assistência. Falou em criar o “Água pro meu filho”. Vem aí, mais uma bolsa.

Sabino Castelo Branco
O ponto alto da noite. Muito citado nas redes sociais, infelizmente não por suas propostas. Mas por seus olhos vermelhos, moderadamente estrábicos e delineados rímel, seu terno de funerária, seu sorriso sem graça e suas falas engasgadas/nervosas. Assim como a candidata Vanessa, parecia estar incomodado com algo ali. Não fez proposta alguma, apenas disse que vai resolver todos os problemas da cidade e tinha uma única pergunta aos seus adversários: “Transporte público, como resolver?”. Mal sabia ele que todos já tinham a pseudo solução: o BRT – o ônibus rápido (porém em um trânsito lento). Entrou no debate por decisão judicial. Mas não tivesse ido, teria feito falta sim: Foi divertido!

Em síntese, posso dizer que Manaus ainda está longe de ter um candidato forte e que mostre estar comprometido. Mas que analisando todos os discursos do debate de ontem, qualquer que seja o candidato eleito este ano, em 2016, Manaus será uma cidade digna do filme Nosso Lar, isto é, futurista e sem problemas.

* Não sou comentarista político nem estudante de ciências políticas ou sociologia ou antropologia. Portanto não me cobrem aqui embasamento teórico pros meus comentários (pode até ser uma falha minha). Apenas relatei o que vi e o que senti dos candidatos. Sou apenas um eleitor, mais um eleitor.

Redação

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