Indígenas realizam Mobilização Nacional hoje, quinta-feira, 31

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Marcha na Esplanada dos Ministérios no Acampamento Terra Livre (ATL), Brasília (DF) Brasília (DF), em abril de 2018 (Foto Mídia Ninja)

do Instituto Socioambiental

Indígenas realizam Mobilização Nacional nesta quinta-feira, 31

Atos em pelo menos 22 estados e no DF denunciam a crescente ameaça aos povos originários

Nesta quinta-feira, 31, encerrando as atividades do #JaneiroVermelho – Sangue Indígena, Nenhuma Gota a Mais, os povos indígenas realizam uma série de ações em todo país com o objetivo de denunciar a crescente ameaça que os povos originários e seus territórios têm sofrido, bem como os retrocessos impostos pelo Estado brasileiro.

Estão previstas ações em pelo menos 22 estados e no Distrito Federal, onde também será realizado a coletiva de imprensa, às 15h em frente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). No exterior, também estão sendo organizados atos em pelo menos seis países, entre eles a Suíça, Inglaterra, Estados Unidos, Canadá, Portugal e Irlanda.

Organizações indígenas e indigenistas veem com preocupação as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL), abertamente contrárias aos direitos dos povos indígenas e demais povos tradicionais. Já no primeiro dia de governo, ele assinou a Medida Provisória (MP) nº 870, que transfere para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a atribuição de identificar, demarcar e registrar as terras indígenas (TIs), promovendo o esvaziamento da Fundação Nacional do Índio (Funai), o órgão indigenista oficial do Estado brasileiro.

A MP também retira da Funai sua principal função, delegando aos representantes do agronegócio o poder de decidir sobre a demarcação dos territórios tradicionalmente ocupados pelos povos indígenas. Tal medida é carta branca aos ruralistas para ditar as regras sobre demarcação das TIs, já que a titular da pasta, Tereza Cristina, representa os interesses do agronegócio. A MP 870 retirou também a Funai do Ministério da Justiça e realocou-a no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, pasta comandada por Damares Alves.


 

A fragilidade dos órgãos responsáveis pela execução da política indigenista tem consequências graves. Várias comunidades estão sofrendo com invasões e ataques concretos – práticas de esbulho possessório e de violência – perpetrados por agentes ligados aos interesses dos ruralistas, garimpeiros e madeireiros, em flagrante violação aos direitos de posse e usufruto exclusivo dos povos indígenas.

A demarcação de Terras Indígenas, luta histórica dos povos originários, representa uma garantia de proteção às florestas, à biodiversidade e aos demais bens naturais protegidos há milhares de anos por esses povos, mas é, sobretudo, base fundamental para garantir a reprodução física e cultural dos povos e comunidades indígenas, conforme assegura o texto
constitucional.

A mobilização é organizada pela APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) e apoiada pela Mobilização Nacional Indígena (MNI). As ações no Brasil e exterior fazem parte da campanha “Sangue Indígena: nenhuma gota a mais”, que busca mobilizar a sociedade em defesa dos direitos indígenas.

Serviços:

O que: Mobilização Nacional Indígena e Coletiva de Imprensa
Quando: 31 de janeiro
Onde: em todo país e no exterior

 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

1 Comentário

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  1. Tem que ser agora. Tem que

    Tem que ser agora. Tem que ser ontem. Esse povo indígena não pode, e não deve se calar ante toda essa perseguição medonha que prometem fazer a ele uma corja de vendilhões da Pátria, de mercadores de humanos. Os indígenas são muito mais importantes do que todos nós, ditos civilizados. Tivessem os países das Américas o devido respeito por essa raça, ao invés de destratá-los, deles já teríamos solvido muita sabedoria, quiçá fôssemos hoje um Brasil falando não apenas o Português, mas umas tantas outras línguas indígenas. Nesse sentido, viva o Paraguai, onde todos são poliglotas por falarem o Espanhol e o Guarani. 

    O descaso contra os índios é somente a permanência de uma brutalidade que nasceu com a chegada dos portugueses. Esses podem ser considerados os maiores devedores dessa raça aqui no Brasil. Uma vez humilhados, parte deles dizimada, foi dando uma percepção errônea de sua altivez, de sua enorme importância para as civilizações do mundo.

    Tenho verdadeiro desprezo por quem trata mal os índios, e muto me alegro ao ver que mesmo diante dos piores momentos, eles não se entregam, vão à luta, porque tem compromissos com sua gente, com seus princípios, e, portanto, sabem que se baixrem a cabeça serão engolidos pelos gananciosos, pelos estúpidos, que põe o dinheiro na frente de tudo.

    Por isso, socialismo ainda é o melhor regime político do mundo O Capitalismo, sim, só representa destruição, guerra e morte da humanidade.

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