Recado do Nassif: a delação desmoralizante  de Sérgio Cabral

A única novidade é que Cabral ainda mantém centenas de milhões de dólares, o que o torna provavelmente o mais corrupto político brasileiro da história, depois de Ademar de Barros

A delação de Sérgio Cabral segue o script padrão de delações à brasileira, o modelo introduzido pela Lava Jato e que ajudou a desmoralizar o instituto no Brasil.

Conforme ensinado pela Lava Jato, delação não é meio para se obter provas para julgamento jurídico: é confete e serpentina para montar o carnaval com a mídia e a arma para disputas políticas.

Como a divulgação de delações não é precedida de nenhuma apresentação de provas, e de nenhuma preocupação com o sigilo, o delator fica com uma arma mortal na mão. Com ela, pode assassinar reputações de alvos indicados pelas autoridades ou adversários pessoais, adversários políticos, apaniguados ingratos, com a garantia de que tudo será divulgado sem filtros. Aliás, com um filtro relevante: mantém-se o sigilo sobre Ministros de tribunais superiores. Afinal, o vazador não tem escrúpulos, e nem é bobo.

A única novidade no caso é saber que Cabral ainda mantém centenas de milhões de dólares em contas secretas. O que o torna provavelmente o mais corrupto político brasileiro da história, depois de Ademar de Barros.

 

Luis Nassif

9 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Independente dos crimes cometidos por Sérgio Cabral, a Lava-Jato através da delação premiada sem provas e lidera por Sérgio Moro, levou o Brasil a ruína no que se refere ao campo político/social/cultural/financeiro.
    Sérgio Moro através da Lava-Jato e da rede globo levou o Brasil a um prejuízo imensurável em todos os aspectos humanitários segundo a opinião de mais da metade dos brasileiros e opinião da imprensa internacional, o que leva a crer que vai levar muitos anos para que se possa retornar a normalidade, ou seja, para que se possa resgatar a posição política interna e externa que o Brasil ocupava.

  2. Continuo perguntando: Vai sair no lucro ?

    Será estranho um país que elegeu um presidente (foi eleito. ponto. goste-se ou não) com a bandeira CORRUPÇÃO COM NÓS, NÃO!, mesmo residente num condomínio na Barra e um juiz que ganha um cargo de Ministro de importante ministério por ter sido “o gladiador contra a corrupção” e que, parece, ganhará outro de uma cadeira cativa com e benefícios vitalícios, ver esse meliante sair ganhando além da aposentadoria do INSS igual a 98% dos mortais daqui.

  3. “A única novidade no caso é saber que Cabral ainda mantém centenas de milhões de dólares em contas secretas. O que o torna provavelmente o mais corrupto político brasileiro da história, depois de Ademar de Barros.”

    Livro: ‘Se não fosse o Cabral. A máfia que destruiu o Rio e assalta o País’. Tom Cardoso. Tordesilhas, 2018.
    Dedicatória do autor: “Caro Luiz, taí a saga de um dedicado ladrão. Abraço. Tom. 01.12.2018”

    Prefácio de Renato Janine Ribeiro (trechos):
    “O que mais impressiona nesta história, nestas histórias que nos conta Tom Cardoso, não é apenas a corrupção. É a arrogância, a soberba: o excesso, o exagero, a desmedida. Não temos, nas ações dos principais personagens, apenas atos de corrupção. Porque eles aparecem mesclados a uma enorme vaidade, a uma convicção de impunidade, a uma sede sem limites de ter, de gastar, de aparecer.”

    “Não sejamos hipócritas. Por mais que qualquer ato de corrupção seja criminoso e antiético, o fato é que há gradações no desvio do patrimônio público, assim como na subtração da propriedade alheia. Compreendemos melhor quando esses crimes são cometidos dentro de um certo limite. Não é que a contenção do corrupto ou do ladrão o anistie de seu crime, mas faz com que seja mais fácil compreender(itálico) por que o praticou. quando os valores se tornam excessivos, contudo, uma espécie de alarme mental soa. Escapa já à nossa compreensão.”

    “Nas peripécias do protagonista, temos uma acumulação ininterrupta de riquezas”. (…)

    “No final, ficam algumas questões. Como pode a nossa sociedade gerar situações em que não apenas ocorra a corrupção, mas em níveis tão elevados? Como pode ela engendrar, além da corrupção, essa sensação de arrogância, de impunidade?”

    *******
    Como se vê no prefácio do Janine e ao longo do livro, foi demais, passou do ponto, foi over. Fico imaginando os telejornais da Globo explorando tudo isso, as imagens estarrecedoras ao longo de meses enfatizando os valores estratosféricos, as compras nas joalherias, as viagens ao exterior e as hospedagens em hotéis de luxo, as compras em lojas de grife, a casa do condomínio em Angra dos Reis, sede da Confraria do Vinho, nada diferente do que fez Eduardo Cunha, tudo muito igual, corruptos em grande escala fazem tudo igual. Os vinhos, ah o fetiche que o vinho exerce sobre os novos ricos e sobre os corruptos. Garrafas de US$ 2 mil aos borbotões, afinal entra fácil.
    Entre 2013/2014 fui muitas vezes ao Rio, chegava tanto pela rodoviária como pelo Santos Dumont. Muitos desvios, obras monumentais pra todo lado, estava em pleno andamento A Grande Festa do Caqui, como diz o Kotscho.

    Em 2016 e 2018, o eleitor carioca, saturado das peripécias do Serginho e esposa e suas consequências, vingou-se em Crivela e Witzel. Não se culpe os deuses do infortúnio.

    1. Erratas:
      1) Não era em Angra a sede da Confraria do Vinho, mas na República de Mangaratiba, como era conhecida;
      2) Não se culpeM os deuses do infortúnio.
      Uma do livro:
      Capítulo 15. Operação Calicute. páginas 246/247:
      (…) “E o cerco se fechou de vez quando a Lava Jato emparedou um dos mais ativos membros da “República de Mangaratiba”: Fernando Cavendish.”
      “Preso no dia 2 de julho de 2016, na Operação Saqueador da Polícia Federal, que constatou diversas irregularidades nos contratos da elta Construções, Fernando Cavendish não demorou a abrir o bico. Detalhes da delação premiada do empreiteiro foram divulgados em reportagem do jornal O Globo de 20.10.2016.”
      “Entre as revelações, Cavendish contou aos policiais sobre a tarde de julho de 2009, em Mônaco, quando foi chamado por Cabral para acompanhá-lo até a loja Van Cleef & Arpels. Os dois saíram de lá com um mimo para a aniversariante da noite seguinte, Adriana Ancelmo: um anel de R$ 800 mil, pago pelo empreiteiro. Um justo agradecimento de Cavendish à participação da Delta na bilionária obra de reforma do Maracanã.”

      Pág. 249. – (…) já se sabia, por exemplo, através de delações premiadas, que Cabral recebera R$ 2,7 milhões em propinas da empreiteira Andrade Gutierrez, entre 2007 e 2010, referentes a obras do Complexo Petroquímico (Comperj), da Petrobras. Pelos “itends apreendidos” durante a execução dos mandados, havia ainda muito que se descobrir.”
      “Entre as 83 jóias, as 18 obras de arte e os 17 carros apreendidos durante a operação, dois itens pertencentes ao ex-governador, supostamente comprados em nome de laranjas, chamaram a atenção dos agentes: um helicóptero Eurocopter 120b, avaliado em R$ 3 milhões, e uma lancha batizada de Manhattan Rio, no valor de 5 milhões.”

      “o excesso, o exagero, a desmedida”.(RJR)

  4. Segundo a matéria, centenas de milhões de dólares de propina tornam Sérgio Cabral o mais corrupto político brasileiro da história, depois de Ademar de Barros. Pode até ser, mas se José Serra tiver aceito os bilhões de dólares que as petroleiras internacionais lhe ofereceram de propina, Sergio Cabral, Ademar de Barros, Paulo Maluf, Eduardo Cunha e tantos outros juntos, somados não chegariam aos pés de Serra.

    Como José Serra não aceitou esses bilhões, por ser absolutamente honesto, pode-se dizer, pelo menos, que o Vampiro da Mooca foi, indiscutivelmente, o maior corrupto em potencial da história do Brasil.

  5. Adhemar de Barros. O factóide inventado em São Paulo pelo Golpe Civil Militar Fascista Esquerdopata Assassino de Getúlio Vargas. Esperar mais o que? Alguns esperam maçãs deste abacateiro que foi plantado em 1930. Jânio Quadros, a resposta paulista contra o fascista, atropelou o factóide , que até desapareceu da política. Depois fez o mesmo no âmbito nacional. Erradicou JK, República de Juiz de Fora e satélites fascistas. Era demais para Golpistas. Então novo Golpe !!!! Sérgio Cabral não é filho do progressista esquerdista honesto anticapitalista Sérgio Cabral do Pasquim? Cabral foi isto que você ensinou para Cabralzinho? A Verdade é Libertadora. Pobre país rico. Mas de muito fácil explicação.

  6. O Brasil vem acumulando tradição em comandar a partir de presídios.

    O desmoralizante avanço das organizações criminosas, se refletem na desestruturação do comércio que, se antes apelavam à fraude para fugir aos impostos (quem não sabe de “meia-notas”, alterações de dados, ou meramente “notas frias” ou “dublês”, desses valorosos empresários que Nassif tenta defender), agora fazem ao roubo de cargas, em quantidades absurdas que destroem o comércio legal e criam um odioso ciclo de roubo-venda-roubo, que a polícia civil, desarticulada pelos governos e população, não é capaz de deter. Isto, quando não participa dos roubos.

    Agora, notórios corruptos como Cunha, Maluf e o expoente, Sérgio Cabral, utilizam-se do MPF enttelijente, que ao bel prazer aceitam delações que venham a prejudicar seus inimigos políticos, que podem colocar freios a esta banda podre do MPF que não recebe combate dos seus “valorozos” coléguas, prevaricadores de primeira mão.

    Este é o país, que imagina ter algum futuro. O futuro é condenar às galés.

    Direita ou esquerda, tanto faz. Enquanto discutem seus vieses ideológicos, ambas chafurdam no chorume dos seus maus e corruptos atos.

    Isto não é um país.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador