Não resta a menor dúvida de que o Brasil foi mal fundado nos momentos constitutivos de sua nacionalidade. A Independência foi um pouco mais do que um adeus de um colonialista que se ia para deixar o filho no comando do governo. A República foi proclamada com o concurso de um marechal monarquista através de uma passeata militar à qual o povo estava completamente alheio. A Independência veio sem nação e a República veio sem povo.
Independência e República validaram a antiga dominação e exploração sob uma nova roupagem e não trouxeram a liberdade e o equilíbrio internos, necessários às boas fundações. De acordo com Maquiavel, a mudança, principalmente das leis e da constituição, constitui o modo de ser das repúblicas ou nações mal fundadas. Desordenadas e desequilibradas, procuram um caminho sempre difícil de ser encontrado. Trata-se de mudança sem orientação de destino e, no essencial, de uma mera aparência de mudança, pois as sociedades desordenadas eternizam relações desequilibradas e injustas. O Brasil nasceu e se desenvolveu com esse déficit de republicanismo na medida em que o Estado, de modo geral, se tornou instrumento de interesses particularistas, carecendo daquele universalismo constitutivo da primazia do bem público comum sobre os interesses particulares que caracteriza as repúblicas bem fundadas.
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As dificuldades de um país
As dificuldades de um país como o Brasil em desenvolver a sua democracia se deve à forma como fomos “descobertos”.
As invasões portuguesas em nosso território são a causa e consequência deste travamento tão bem expressado pelo professor Aldo Fornazieri.
A imposição de uma cultura exógena limitou e conteve qualquer possibilidade de auto desenvolvimento, e desta forma fomos, e continuamos a ser, frutos de imposições externas.
É como se o Brasil fosse “criado” para ser mero produtor econômico de interesses externos.
Foi assim na política do Brasil colônia, império e república. Galeano demonstra magistralmente estas condições em seu livro “As Veias Abertas da América Latina” ao fazer uma análise da situação do Brasil.
Desde a invasão se loteou o Brasil em capitanias hereditárias que foi a base de uma elite arcaica, não inovadora e transmitida de “pai para filho”.
No período da escravidão o modelo se aperfeiçoa, e a partir daí todas as mudanças tentadas pela base da sociedade foram assimiladas, distorcidas e devolvidas de forma homeopática.
O Brasil onde a nossa independência foi feita na base de um “grito” para um rio, que a nossa república foi constituída por um “manifesto em praça pública.
Um Brasil onde manifestações por cidadania mínima, como melhoria de transportes, educação e saúde, como as realizadas em junho, são consideradas atos extremistas, golpistas, fascistas, movimentos criticados pela esquerda, pela direita, pelos que estão no andar de cima e pelos de baixo.
Nossa elite tem, e sempre teve, o controle absoluto das condições que regem nossa nação.
Uma análise muito superficial
Uma análise muito superficial e óbvia do que acontece no país. O autor faz um diagnóstico e propõe “passos” para se conseguir uma reforma política que funcione, em ambas as etapas recorrendo àquilo que todos sabemos. Dentre outras coisas, dizer que nossos partidos políticos são dispersos e não representam o que pensa e acha uma parte da sociedade é de uma obviedade que chega a ser constrangedora.
Ele só não diz como fazer, nem avança uma mínima ideia sobre como virão as transformações que diz – como se não soubéssemos – necessárias.
Meu pai teve uma loja, durante certo tempo, e vivia dizendo: a loja não vai bem porque não vende o suficiente. Eu ainda era criança, mas já olhava para ele muito espantada por alguém querer manter um negócio e não conseguir ir além disso.
É mais ou menos como fiquei ao ler o texto.
Quanta tolice…
Titia ia tentar ler o resto, mas o começo já foi de doer
(…)Não resta a menor dúvida de que o Brasil foi mal fundado nos momentos constitutivos de sua nacionalidade (grifo nosso). A Independência foi um pouco mais do que um adeus de um colonialista que se ia para deixar o filho no comando do governo. A República foi proclamada com o concurso de um marechal monarquista através de uma passeata militar à qual o povo estava completamente alheio. A Independência veio sem nação e a República veio sem povo. (…)
Este mito “desfundador”, que nos diz mal nascidos é uma tolice! Não dá para engolir!!!
O que dizer da Austrália, uma colônia-prisão?
Ora bolas, os EEUU, eles mesmos, até 1860 não haviam se decidido se iam seguir como um grande Brasil (escravocrata, monoculturista e agroexportador) ou se passava a investir em modelos industriais de acumulação capitalista…
Por óbvio, a escolha custou caro ao resto do mundo(inclusive nós) e aos curarachos mexicanos..pobresitos…
Ou seja, tanto aqui, como nos EEUU, os movimentos autonomistas não significaram altreração das estruturas vigentes de poder, ao contrário!!!!
Muito menos a escolha pelos modelos industriais, que se deram à base do massacre de enorme contingente de negros, só incorporados a vida nacional em pequenas faixas de tempo (logo após 1865-1880) e depois, só em 1960.
Talvez a única nação que tenha arriscado um modelo “revolucionário” tenha sido o Haiti…putz, olha só o que deu…
O que o pobre Aldo não enxerga é que o papel das nações já estava dado, ou ao menos, desenhado…E não tem nada a ver com “nacionalidade”, “replubicanismo”, ou outros slogans que mais parecem saídos do Estado Novo…
‘Violência das armas” como prenúncio de bom nascimento…????
Então a América Latina é um sucesso! A exceção do Brasil, nuestros hermanos “nasceram son a égide do confronto libertador…
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Não há uma sentença, um determinismo histórico que determine que este ou aquele povo será mais ou menos bem sucedido (outro valor relativíssimo) em correspondência ao grau de violência que incidiu sobre suas transições institucionais…Isto é, titia repete, uma baboseira grave…
Há uma série de outras injunções, senão o Coréia do Norte seria um sucesso, bem como o Vietnã…
Fraqueza endêmica dos partidos?
Mas onde eles estão fortes? Na Itália? Nos EEUU, onde o presidente e seu partido reinam mas não governam…? Ou na Inglaterra, onde a prinicipal marca do trabalhismo da bruxa de blair foi ser lacaio dos EEUU e dos humores neoliberais????
É esta a firmeza conceitual e dogmática????
O Brasil tem o maior partido de esquerda do mundo, ai jesus…
E uma oposição orgânica, ainda que midiática, que se coloca como antagonista da agenda do governo, que permite, SIM, PERMITE ao eleitor enxergar formas distintas de gestão do Estado e dos Orçamentos, e que tem feito suas escolhas…
Titia não defende que o Brasil é um exemplo, mas quem o é?
Ah, e se é violência que o Aldo deseja, é bom lembrar: matamos 50 mil jovens por ano, cada revolta brasileira, desde as mais “politizadas”, até as messiânicas (como Canudos) foram brutalmente esmagadas…E quando fomos a guerra, revelamos sadismo e sanguinolência incomuns, até para os povos mais “guerreiros”…