Abandonar a área multilateral é equívoco enorme, diz Roberto Azevêdo

Jornal GGN – Diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo afirma que o Brasil deve continuar trabalhando em todas as frentes na política externa, ao contrário do que tem sido feito por José Serra, que assumiu o ministério das Relações Exteriores e tem intensificado as negociações bilaterais.

Azevêdo diz que que é um “equívoco enorme” o país abandonar a área multilateral. “O Brasil não pode abandonar negociações que oferecem oportunidade na área bilateral ou regional. Ao avançar nessa área, não precisa abandonar a área multilateral”, disse Azevêdo durante encontro da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

No entanto, ele nega qualquer crítica à atuação de Serra, com quem se encontrou em Paris. “Pragmaticamente, você avança no que pode bilateralmente e, quando você negocia em várias frentes, você alavanca seu poder de barganha. Atuar em várias frentes não tem nenhuma desvantagem, é o que todos fazem”, afirma.

Desde que assumiu o Itamaraty, José Serra tem adotado uma postura antagônica à adotada pela gestão petista. Logo após assumir o cargo, ele divulgou notas atacando países vizinhos e também a  União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que criticaram o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Recentemente, ele tem estudado a possibilidade de fechar embaixadas do Brasil na África e no Caribe.

Da Folha

Para presidente da OMC, abandonar área multilateral é ‘equívoco enorme’

O brasileiro Roberto Azevêdo, diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), defende que o Brasil continue apostando em todas as frentes na política externa. Para ele, abandonar a área multilateral é “um equívoco enorme”, capaz de fazer o país perder o “poder de barganha”.

Desde que assumiu o ministério das Relações Exteriores, o tucano José Serra tem intensificado negociações bilaterais num movimento antagônico a uma das principais características da gestão petista, que se dedicou bastante a acordos multilaterais.

“O Brasil não pode abandonar negociações que oferecem oportunidade na área bilateral ou regional. Ao avançar nessa área, não precisa abandonar a área multilateral. Isso seria um equivoco enorme”, disse Azevêdo à Folha, durante encontro da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) em Paris.

Azevedo, contudo, nega qualquer crítica à atuação do chanceler interino e diz que ele e Serra “estão falando a mesma coisa”.

“Serra acha que tem que ser pragmático. Que tem que tentar tudo, que não tem que optar por A, B, C ou D”, disse, depois de se encontrar com o ministro em Paris.

Para Azevedo, a política externa não se trata de um jogo com fichas limitadas. Países como os EUA, segundo ele, apostam em todas as frentes e é isso que ele acha que o Brasil deveria fazer.

“Pragmaticamente, você avança no que pode bilateralmente e, quando você negocia em várias frentes, você alavanca seu poder de barganha. Atuar em várias frentes não tem nenhuma desvantagem, é o que todos fazem”, diz.

A OMC tem intensificado os acordos multilaterais, uma novidade para a entidade que reúne 162 países. Em 2013, a OMC fechou o chamado Pacote de Bali, que inclui um acordo para facilitação de comércio, e em 2015 assinou outro pacote de acordos em Nairóbi (Quênia). Há ainda uma série de negociações em curso sobre comércio eletrônico, concorrência, facilitação de licitações e transparência.

Segundo Azevêdo, Serra lhe disse que gostaria de ver essa agenda de novas tratativas para avaliar o que pode ser de interesse pode ser de interesse prioritário brasileiro.

“Todo mundo está fazendo isso, tentando identificar nas oportunidades novas quais são os setores de interesse e como avançar”, disse, reiterando que a OMC não se limita à Rodada de Doha – atualmente empacada, nas palavras de Azevêdo.

VENEZUELA

Sobre a crise econômica na Venezuela, Azevêdo não pretende fazer nenhum movimento dentro da OMC. “A OMC não faz nada como instituição. Não vamos atrás dos países monitorando, vendo o que estão fazendo”, afirmou, emendando que, por ora, nenhum dos 162 membros se manifestou disposto a discutir a situação venezuelana na entidade.

Ao ouvir que o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro, convocou um encontro para discutir um plano de ação naquele país, Azevêdo reagiu: “Eu não convoco reunião nenhuma”.

“Os acordos da OMC têm fazer sentidos a longo prazo e não podem ficar presos a problemas pontuais de curto prazo”, afirmou.

 

Redação

3 Comentários

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  1. A incompetência diplomática de Serra é uma arma de intervenção.

    Desde quando Serra tem requisitos, para  ser Ministro das Relações Exteriores. Serra é claramente uma arma de intervenção no país. A cantilena judicial criminalizando todas as relações comerciais, industriais, tecnológicas e culturais que a diplomacia brasileira realizou principalmente durante o governo Lula e o primeiro governo Dilma é publica e notória.  Este ataque  foi bem arquitetado e tem  objetivos muito claros. Jamais uma política externa foi  alvo de uma perseguição midiática tão forte. Waack criou até uma equipe de ex embaixadores que em seu minuto de fama, falavam com verdadeiro nojo, da política externa do operário Lula.  O judiciário tentou junto com a mídia criminalizar todas as ações, de um presidente da republica,  que geraram uma posição jamais obtida peloa País. Existe até um prisioneiro político chamado Dirceu, acusado principalmente por fazer consultorias  para ampliar as relações comerciais do Brasil com vários paises, ( Não se enganem pois para eles este é o crime. de Dirceu).  Foram muitas ações   que criaram laços com a América Latina. .e vários países Africanos e que por final criou os BRICS.  Foi quando o Brasil ganhou proeminência suficiente para aspirar uma cadeira no conselho de segurança da ONU.   Este crescimento geopolítico do pais,  incomodou interesse poderosos, que ora estão representados no país por este governo. Quando Serra foi escolhido para este cargo, para o qual não tem nenhuma competência, ficou evidente que, destruir o papel geopolítico do país é central para os que o financiam.

     

  2. Gente, cês num sabem como vai

    Gente, cês num sabem como vai ser difícil tirar Zé Serra. Agora, grudou num poder, daqui a pouco passa pra outro, até chegar no que o interessa. Ali, ele vai se grudar na cadeira, na faixa, no que for. Dali, ele só sai morto, igual a um ditadorzinho de páis hireperiférico. E de resto, pra ele, o mundo que se exploda, incluindo a área bilateral, multilateral ou unilateral. 

  3. OMC

    Se Serra não cair logo( afixa e tudo mais), vai pressionar pela saída de Azevêdo.

    Serra tem como princípios políticos, as táticas militares, de tratar o oponente ou adversário, como inimigo a ser combatido. 

    Quem diria que um dia este sujeito fo pres. da UNE, uma vergonha para a Instituição e um mau exemplo para os jovens estudantes de hoje.

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