O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve, na manhã desta segunda-feira (26), em Brasília, com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, para celebrar os 200 anos das relações diplomáticas entre os dois países, iniciadas em 5 de agosto de 1823.
Este é o quinto encontro entre os dois mandatários. O último ocorreu no começo do mês de maio, quando Lula declarou que “do ponto de vista político, me comprometi que vou fazer todo e qualquer sacrifício para que a gente possa ajudar a Argentina nesse momento difícil”, disse.
Na agenda da reunião desta segunda, houve uma reunião entre os presidentes no Palácio do Planalto, e, na sequência, almoço no Palácio Itamaraty.
Eleitos com apelo popular e ligados à pauta mais à esquerda, possuem desafios diferentes, mas similares diante da crise econômica enfrentada pelas duas maiores nações latinas. A Argentina, sobretudo, conta com o apoio do governo Lula para superar suas dificuldades.
Além do encontro com o presidente Lula, Alberto Fernández será recebido pelos presidentes do Congresso Nacional, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber.
Entre os resultados de dois séculos de relações, a Argentina hoje é o terceiro principal parceiro comercial do Brasil. Os dados são do Ministério das Relações Exteriores. Em 2022, as exportações brasileiras para a Argentina alcançaram o valor de US$ 15,3 bilhões.
As importações de produtos argentinos, por sua vez, chegaram a US$ 13 bilhões. O comércio bilateral, marcado por seu alto valor agregado, tem papel estratégico para o desenvolvimento e industrialização dos dois países.
Discussões
Lula acaba de regressar da Europa, onde cobrou mais participação do Sul global no sistema internacional, fez críticas à carta enviada pela União Europeia para estabelecer acordos com o Mercosul e defendeu a Argentina nos Brics.
O mandatário brasileiro, que chegou terça passada e permaneceu em solo europeu até sexta (23), discursou na Cúpula de Paris (leia mais abaixo).
Em sua fala, Lula criticou abertamente o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
“Aquilo que foi criado depois da Segunda Guerra Mundial, as instituições de Bretton Woods não funcionam mais, e não atendem mais às aspirações e nem aos interesses da sociedade. Vamos ter claro que o Banco Mundial deixa muito a desejar naquilo que o mundo aspira ao Banco Mundial. Vamos deixar claro que o FMI deixa muito a desejar naquilo que as pessoas esperam do FMI”, disse.
A Argentina hoje enfrenta severos problemas econômicos por recentes empréstimos contraídos junto ao FMI pela gestão anterior ao presidente Fernández.
O órgão financeiro internacional, impõe restrições de tal ordem que o país se encontra sem dólares para pagar as prestações do empréstimo. Por essa razão, manifestações populares têm ocorrido em Buenos Aires.
Brics
Lula informou que espera que a presidente do Banco dos Brics, Dilma Rousseff, estabeleça linhas de empréstimos para criação de infraestrutura em países pobres e em desenvolvimento.
“Precisamos de alternativas aos FMI e Banco Mundial, eles não funcionam”, falou Lula. O pleito do presidente brasileiro vai ao encontro do que a diplomacia de Fernández tem como expectativa.
Fora estes assuntos, o jornal argentino Página 12 indica que Fernández e Lula devem discutir questões relativas às importações e exportações, além da realidade política e social da região.
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Mas que a formato global do dollar como base mundial precisa acabar, precisa.
Mas a tal da moeda de troca não andou nada.
Mas qualquer acordo vai ser quebrado pelo próximo (digamos assim) governo portenho, todo mundo é oposição.