GGN errou: não há uma guerra étnica em São Paulo

O presidente da ARBIB - Associação Religiosa Beneficente Islâmica do Brasil, explica o contexto da confusão e a localização do evento.

No dia 4 de junho, o jornalista Luís Nassif recebeu alguns vídeos de briga generalizada em rua de São Paulo e algumas explicações sobre localização e motivo da briga. Imediatamente fez uma postagem no Jornal GGN alertando para a briga étnica e sobre a ignorância da Abin para o fato.

O post pode ser lido aqui.

Mas as coisas eram diferentes, conforme foi alertado agora. O presidente da ARBIB – Associação Religiosa Beneficente Islâmica do Brasil – Mesquita do Brás, enviou longa mensagem explicando o contexto da confusão e a localização do evento.

Leia a mensagem a seguir.

“Prezado e estimado jornalista Luis Nassif, boa tarde

Primeiramente permita-me cumprimenta-lo, sauda-lo e apresentar à Vossa Senhoria e equipe do GGN nossos protestos de elevada estima e consideração.

Na qualidade de presidente da ARBIB (Associação Religiosa Beneficente Islâmica do Brasil – Mesquita do Brás), é uma honra poder contatar um ícone do jornalismo deste país, principalmente por ser um dos mais sérios, prestigiados e premiados jornalistas e que teve e tem fundamental papel na investigação e esclarecimento de fatos importantes da nossa nação.

Em virtude de todas as qualidades conhecidas na sua pessoa e do evidente profissionalismo, excelência e objetividade que norteiam sua vida profissional, causou-nos surpresa e perplexidade vossa matéria publicada no jornalggn.com.br em 04/06/2023, sob o título: “Há uma guerra étnica em São Paulo e a ABIN não sabe, por Luís Nassif“, pois aludida matéria, claro que de modo indesejado, acatou como verdade fatos totalmente inverídicos, desprovidos de provas e levianamente construídos por conhecidos especialistas em difamar os árabes e muçulmanos desse país.

Verdadeiras fake news como essas que o induziu a erro, são as manjadas e malfadadas narrativas previamente construídas e que apenas aguardam o momento oportuno para serem divulgadas como “cobertura dos fatos”.

Prezado Sr. Nassif, ao que ao fato interessa, cumpre esclarecer o abaixo exposto:

  • A pretensa “guerra em andamento” não ocorreu no Brás mas sim na Rua Barão de Duprat, na região da 25 de março;
  • O que ocorreu foi uma discussão que escalonou em uma briga de braços entre um libanês e um iraquiano (ambos xiitas, ainda que isso não tenha relevância), por divergência estritamente comercial e que atraiu a paixão de amigos dos dois lados. Portanto, totalmente desprovida de verdade a narrativa de que a briga se deu entre “libaneses do Hezbollah contra libaneses e sírios Sunitas”;
  • É de notório conhecimento que a alegação: “Pelas informações que circulam, já há dois mortos” é uma falsa e leviana narrativa, pois não houve feridos, quiçá mortos;
  • Diferente do veiculado, o conflito não tende a se acirrar pois foi controlado e contornado no mesmo dia e inclusive uma das partes envolvidas registrou o ocorrido (agressão) em Boletim de Ocorrência Policial, portanto de conhecimento e apuração das autoridades policiais o evento em tela.

O estimado jornalista, como grande profissional que é, em uma breve busca na internet sobre o ocorrido chegará a conclusão que um veículo de comunicação específico iniciou a falsa narrativa e todos os demais apenas a reproduziram, sem qualquer zelo e comprometimento com a apuração dos fatos, criando inclusive “dois mortos” e algumas nacionalidades e etnias.

Ao que ao tema interessa, é com preocupação que tomamos conhecimento de vossa matéria na forma publicada, pois ainda que de modo indesejado, ela atrai por vossa solicitação a preocupação dos órgãos de segurança do país para uma comunidade já tangenciada pelo preconceito e em virtude de uma narrativa assentada na falsidade, colocando toda uma comunidade em evidência como um risco à segurança nacional, podendo inclusive servir de bode expiatório para eventos que não tem qualquer vínculo ou relação.

Os comentários dos leitores na matéria em tela e o seu compartilhamento evidenciam que vosso nome e prestígio, claro que de modo indesejado, pode trazer prejuízos à imagem dos árabes e muçulmanos desse país e em virtude do exposto, se assim analisar necessário, sugerimos a retratação dos fatos narrados como forma de esclarecimento que não há, como nunca houve, uma guerra étnica envolvendo árabes e muçulmanos nesse país ou que ao menos o triste fato ocorrido não tem qualquer relação com o título da matéria, como de fato não tem. 

À disposição para maiores esclarecimentos,

Hassan Ali Gharib

Associação Religiosa Beneficente Islâmica do Brasil”

Redação

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